Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suzano e Fibria Aproveitam as Economias de Escala

19 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Se existem algumas coisas que funcionam são as economias de escala e aglomeração. A fusão da Suzano e da Fibria cria uma multinacional brasileira altamente competitiva no mercado internacional de papel de fibras curtas, onde o Brasil dispõe da melhor tecnologia para a produção de celulose a partir do eucalipto.

O Brasil se destaca no mundo na produção de celulose de fibra curta, cuja tecnologia vem sendo aperfeiçoado por muitas décadas

No passado distante, acreditava-se que as celuloses poderiam ser produzidas utilizando as fibras longas como dos pinheiros, e o eucalipto, que se desenvolvia muito rapidamente e fornecia fibras curtas só, poderia ser utilizado como celulose em papéis de baixa qualidade, como os usados na imprensa. Depois de décadas, foi-se derrubando o mito e hoje o Brasil é mais competitivo que a Escandinávia na produção de papéis de boa qualidade para variados usos.

A Suzano sempre se destacou na indústria de papel e celulose e a Fibria, pertencente a um conglomerado com a Votorantim, tinha outros setores onde também dividia as suas atenções. A especialização da Suzano permite agora que as duas empresas sejam fundidas numa das operações de maior destaque no Brasil recente, ao mesmo tempo em que libera o BNDES de continuar investindo no setor, que poderá usar todas as possibilidades do mercado internacional de capitais.

Evidentemente, fundir duas organizações tradicionais não é uma operação fácil, pois os seus funcionários possuem culturas empresariais próprias. Espera-se que os burocratas do CADE, organização encarregada de assegurar a concorrência, tenham visão suficiente para não criarem obstáculos. Papel e celulose não é um setor que, pelas suas características técnicas, possam ser operadas por pequenas e médias empresas, principalmente quando se atua no comércio internacional.

Os ganhos desta fusão foram percebidos pelos que operam no mercado de capitais, com suas cotações registrando altas expressivas. A Votorantim continuará atuando em outros projetos onde são mais competitivos, como o cimento e a petroquímica, além das novas atividades que exigem tecnologias recentemente desenvolvidas.

Ganham os acionistas destas duas empresas, o Brasil e o mercado internacional, onde as pesquisas devem ser aceleradas e as escalas tornam os brasileiros mais competitivos que o resto do mundo. Poucas vezes se contou com notícias tão alvissareiras, onde se espera que o governo não apresente obstáculos.



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