Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Japoneses Preocupados Com a Integração Globalizada

14 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigos na imprensa japonesa, formas de verem os estrangeiros, preocupações com a integração | 43 Comentários »

Dois artigos recentes publicados em jornais que circulam no Japão demonstram que naquele país onde a população local veem os estrangeiros de forma diferenciada já desperta uma discussão sobre o assunto. Um publicado por Hifumi Okunuri no The Japan Times, ela que é professora no Sagami Women’s University, preocupa-se com a polêmica que se criou com um anúncio da ANA – All Nippon Airline, o qual os estrangeiros consideravam discriminatório, mas os japoneses achavam que era natural. Outro foi publicado por Kate Elwood, professora na Waseda University’s School of Commerce, no Japan News, que é mantido pelo popular Yomiuri Shimbun de grande tiragem. Ela, que vive 30 anos no Japão, ainda é tratada como gaijin, ou seja, estrangeira.

O anúncio da ANA reproduzia uma conversa de dois pilotos japoneses referindo-se às localidades para os quais viajariam, e propõe com um gesto um abraço, ao qual o outro reage com espanto, ao qual o primeiro comenta “uma reação tão japonesa”, e recebe a resposta “porque eu sou japonês”, recebendo uma observação “vamos mudar a imagem do povo japonês”, e aparece a cena em que o outro personagem surge com uma peruca loira e um falso nariz de Pinóquio de proporções avantajadas. Assim que este anúncio foi ao ar, tamanha foi a reação negativa que acabou sendo rapidamente retirada, com pedidos de desculpas pela ANA.

japantimes_logologo_ogp

O que a jornalista comenta é a reação diferente dos japoneses e dos estrangeiros sobre este anúncio. No sindicato a qual ela pertence e que conta com muitos estrangeiros havia comentários que se tratava de uma atitude racista. De outro lado, os amigos japoneses comentavam que o anúncio poderia ser infantil, mas não racista.

Ela comenta que o anúncio seria um anacronismo decepcionante, que ainda prevalece no Japão, de uma forma simplista que iguala: estrangeiro = branco = loiro de nariz grande = fala inglês = globalização, que deveria ser rapidamente percebida por uma empresa que deseja trabalhar também com estrangeiros.

Seria o arquétipo japonês do gaijin, que continua muito forte, apesar do processo de globalização em que os japoneses deveriam estar envolvidos. Os japoneses tinham como modelo a ser perseguido depois da Segunda Guerra Mundial os americanos dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo se procura distanciar de sua tradição que vem dos asiáticos, o que poderia explicar parte dos problemas que enfrentam com seus vizinhos.

Tudo isto indicaria que os japoneses ainda estão longe de serem globais. Segundo a autora, as revistas femininas japonesas procuram ensinar as maquiagens que as assemelhem com as ocidentais. O governo japonês estimula que os japoneses tenham perspectivas globais, parando de procurar tendências internas.

Na legislação trabalhista japonesa existe um dispositivo que evita tratamentos discriminatórios, exigindo tratamentos iguais, diante do que ainda prevalece num povo pouco miscigenado. Já existem decisões judiciais neste sentido.

O dramático de tudo isto é que os descendentes de japoneses, como no Brasil, chamam os brasileiros de gaijin, ou seja, estrangeiros. Trata-se de uma lamentável tradição cultural de um povo que ficou isolado num arquipélago, como consta do artigo de Kate Elwood, não tendo a facilidade de adaptar-se mesmo no mundo que se globaliza rapidamente.

Esta figura de gaijin também tem uma conotação que “eles” são diferentes, quando na realidade um ex-presidente da República brasileiro observava que os japoneses eram diferentes…


43 Comentários para “Japoneses Preocupados Com a Integração Globalizada”

  1. Jorge Portugal
    1  escreveu às 21:11 em 14 de fevereiro de 2014:

    Querido Senhor:

    Não esquenta com a publicidade da empresa japonesa! Os ocidentais costumam, também, mostrar certa ignorância em relação ao Japão. No final das contas, todo mundo brinca com todo mundo. A meu ver, nada demais.

    Parabéns ao Hanyu Yuzuru que ganhou OURO em Sochi!

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 07:38 em 15 de fevereiro de 2014:

    Caro Jorge Portugal,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  3. Rubens Souza
    3  escreveu às 13:36 em 15 de fevereiro de 2014:

    Caro Paulo,

    Você com a competência e perspicácia habitual de seus posts toca num tema milenar, pois os gregos há mais de 2000 anos já distinguiam-se dos não gregos pela palavra bárbaro, que mesmo referindo-se aos que não falavam grego estabelecia uma separação. Um deles, durante os longos anos de peregrinação por culturas alheias por conta de uma punição de ostracismo, creio que Xenofonte, chegou a escrever algo como “se os bois tivessem deuses, eles se pareceriam com bois” indicando que todo povo tem seus valores não apenas centrais, mas não raramente como universais e que os “outros” estariam equivocados.

    Seria interessante analisar com mais profundidade o porquê da preocupação do governo japonês com globalização e cultura. Uma segunda questão é a da dificuldade na objetividade de critérios, sem ela acabamos endossando o etnocentrismo. Importante talvez não seja a percepção das diferenças, mas a tolerância que cada povo e indivíduo tem diante dos demais, ainda que percebidos como não iguais.

    Abraço,
    Rubens

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 00:02 em 16 de fevereiro de 2014:

    Caro Rubens,

    Obrigado pelos seus comentários. Concordo que todos nós, no mundo, devemos tentar aumentar a tolerância com outros que sejam diferentes de nós, principalmente na forma de pensar.

    Paulo Yokota

  5. Frederico (Fred) de Rossi
    5  escreveu às 14:16 em 15 de fevereiro de 2014:

    Paulo, os japoneses podem fazer chacota de europeus, norte-americanos, brasileiros etc. É aquilo que Jorge Portugal disse acima: “ocidentais costumam, também, mostrar certa ignorância em relação ao Japão”. Novelas da Rede Globo, desenho norte-americano “Os Simpsons” etc. exibem, igualmente, caricatura de nipônicos.

    É um EXAGERO dizer que a publicidade da All Nippon Airline é racista. Sem radicalismos!

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 00:00 em 16 de fevereiro de 2014:

    Caro Frederico de Rossi,

    Obrigado pelo seu comentário. Mas, na medida do possível devemos evitar chacotas que atingem a sensibilidade dos outros povos. Mas, convenhamos, V. não acha um exagero os japoneses e seus descendentes chamarem os brasileiros de estrangeiros (gaijin) aqui no Brasil?

    Paulo Yokota

  7. Elias R. Pinto dos Santos
    7  escreveu às 21:05 em 15 de fevereiro de 2014:

    Yokota-san:

    Para mim, foi só uma brincadeirinha da companhia aérea. Não compreendo a tempestade em copo d’água por tão pouco. Falta do que fazer de alguns.

    Parece-me que a Sra. Kate Elwood é ianque. Aliás, os EUA são um país bastante racista, não?

    Boa noite.

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 23:56 em 15 de fevereiro de 2014:

    Caro Elias R. Pinto dos Santos,
    Existem brincadeirinhas que podemos evitar, para não ofender os estrangeiros, Precisamos conviver, o melhor possível com outros que pensam de formas diferentes das nossas. Ainda que Kate Elwood seja norte-americana, ela trabalha e ajuda os japoneses há mais de 20 anos. E a opinião não é somente dela.

    Paulo Yokota

  9. Diego Lopes
    9  escreveu às 09:27 em 16 de fevereiro de 2014:

    Paulo Yokota disse:

    “V. não acha um exagero os japoneses e seus descendentes chamarem os brasileiros de estrangeiros (gaijin) aqui no Brasil?”

    Mas muitos brasileiros tratam os descendentes de japoneses de, justamente, nipônicos. Parece que os nipo-brasileiros não são brasileiros.

    Eu, particularmente, conheço muitos descendentes que não chamam os brasileiros de gaijin. Parece-me que o senhor está generalizando…

    Diego Silva Lopes

  10. Katerina Lima Oliveira
    10  escreveu às 13:16 em 16 de fevereiro de 2014:

    Paulinho!!!

    Até o saudoso Bussunda do Casseta & Planeta acharia engraçada a publicidade da empresa nipônica. Foi divertida! Com certeza, ele diria o seguinte a quem manifestasse a opinião de que se trata de racismo:

    “Ih, fala sério, aí!”

  11. Paulo Yokota
    11  escreveu às 03:29 em 17 de fevereiro de 2014:

    Cara Katerina Lima Oliveira,

    Obrigado pelo comentário. Acho que fazer graça é uma forma de crítica às discriminações de qualquer tipo. O que os japoneses estão fazendo é um esforço para escaparem do que chamam de Cultura de Galápagos, pois povos que vivem em arquipélagos tendem a acentuar exageradamente as diferenças com estrangeiros, quando o mundo continua acelerando a sua globalização, que tem suas vantagens mesmo com muitos defeitos.

    Paulo Yokota

  12. Alessandra Kalil
    12  escreveu às 18:32 em 16 de fevereiro de 2014:

    Senhor P. Y.:

    Quer dizer que só os japoneses devem ser politicamente corretos? O senhor não se recorda da burlesca publicidade do “Natal Amarelo” da Casa & Video (apresentada pelo ator Carlos Takeshi)?

    Lembrando que muitos brasileiros denominam os nacionais descendentes de japoneses, chineses e coreanos de “japas”, “chinas” e “coreias”. E, ainda, o senhor reclama do uso da terminologia “gaijin”…

  13. Paulo Yokota
    13  escreveu às 03:25 em 17 de fevereiro de 2014:

    Cara Alessandra Kalil,

    Obrigado pelo comentário. Se existem pessoas que brincam com os preconceitos, desejam combate-lo. Todos eles devem ser evitados. Acredito que há uma grande diferença entre os locais diferenciarem os estrangeiros, e os estrangeiros correrem o risco de enquistamento que já houve no passado, mas foram superados.

    Paulo Yokota

  14. Hely M. França
    14  escreveu às 22:53 em 16 de fevereiro de 2014:

    O amigo e a professora Kate Elwood parecem ser pessoas muito rigorosas. Calma!

    Abraços.

  15. Paulo Yokota
    15  escreveu às 03:21 em 17 de fevereiro de 2014:

    Hely M. França,
    Obrigado pelo comentário. O que está acontecendo no Japão é um esforço para a integração mundial. Eles mesmo estão preocupados com a chamada Cultura de Galápagos, onde admitem que existe uma perigosa tendência para a exagerada diferenciação.

    Paulo Yokota

  16. Hygino Souto
    16  escreveu às 10:18 em 17 de fevereiro de 2014:

    Por que de tudo isso? Parece até o “parto da montanha”. Desculpem-me, mas há uma falta de senso de humor por parte de quem censura a inofensiva propaganda do grupo japonês.

    Yokota, não se lembra das publicidades da Semp Toshiba? Havia muitos estereótipos de japoneses. Experimente escutar as narrações, nas rádios, de jogos entre as seleções de futebol do Japão e do Brasil. Muitas zombarias são feitas pelos locutores e comentaristas. Agora, o senhor quer que os nipônicos sejam os únicos certinhos?

  17. Paulo Yokota
    17  escreveu às 02:13 em 18 de fevereiro de 2014:

    Caro Hygino Souto,

    Obrigado pelo seu comentário. Acredito que devemos respeitar a opinião dos outros. Existem povos que sofrem por não contarem com o “senso de humor” dos brasileiros, e por isto podem ficar mais sensibilizados quando são considerados de forma caricatural, evitando constrangimentos também para os outros.

    Paulo Yokota

  18. Luiza de Paula
    18  escreveu às 17:15 em 17 de fevereiro de 2014:

    Nota DEZ para a propaganda bem-humorada da ANA. Nota ZERO para quem procura pêlo em ovo. Beijos.

  19. Paulo Yokota
    19  escreveu às 02:08 em 18 de fevereiro de 2014:

    Cara Luiza de Paula,

    Obrigado pelo seu comentário.

    Paulo Yokota

  20. Samir Cunha Ferreira
    20  escreveu às 14:09 em 18 de fevereiro de 2014:

    Japoneses sempre foram rotulados de pessoas muito sérias. Agora, quando uma propaganda nipônica mostra um outro lado deles, ou seja, uma face mais alegre, divertida, eles são chamados, agora, de racistas. Cruz credo! Nesse mundo, como tem gente cega e brega!

  21. Paulo Yokota
    21  escreveu às 17:48 em 18 de fevereiro de 2014:

    Caro Samir Cunha Ferreira,

    Obrigado pelo comentário. Cada povo tem a sua cultura, e no caso dos japoneses eles costumam ter um profundo respeito pelos outros e nada fazem o que podem prejudicar os outros, mesmo nos seus sentimentos. O que para nós poderia ser uma simples brincadeira, pode ser entendido como uma ofensa. Do ponto de vista físico, por exemplo, ninguém usa o celular nos lugares públicos que possam incomodar a outros. Os japoneses não costumam dar a mão ou um abraço, pois o contato físico pode ser mal interpretado. Se, por qualquer simples motivo, se causar um dano físico a outros, são condenados pesadamente chegando a ser condenado para pagar O RESTO DA VIDA por estes danos. As empregadas domésticas, que são raras, por exemplo, não podem sequer locomover algum móvel para limpeza, ou usar uma escada, pois se acidentar com isto o padrão terá que pagar uma indenização a ela pelo resto de sua vida. Não podemos julgar, na minha opinião, estes costumes que decorrem de suas cultura, o mesmo acontecendo do ponto de vista psicológico, ainda que não concordemos com elas.

    Paulo Yokota

  22. Sérgio Mendes
    22  escreveu às 20:15 em 18 de fevereiro de 2014:

    Fiz uma pesquisa na rede e descobri que são os sites norte-americanos que mais censuram a tão “polêmica” propaganda japonesa. Que engraçado vindo de um país tão racista como os EUA… Lá, latinos, negros etc. sofrem o diabo!!! Detalhe: sou negro.
    Os meus elogios ficam para a agência que elaborou a publicidade da ANA.

    Seu Paulo, não esquenta não.

  23. Paulo Yokota
    23  escreveu às 11:56 em 19 de fevereiro de 2014:

    Caro Sérgio Mendes,

    Obrigado pelo comentário. Na realidade sou contra qualquer tipo de discriminação. E eu tenho dupla nacionalidade.

    Paulo Yokota

  24. Marlon Gomes
    24  escreveu às 20:20 em 19 de fevereiro de 2014:

    Certa vez, um apresentador da rede britânica BBC fez piada com um sobrevivente das bombas atômicas que foram lançadas em Hiroshima e Nagasaki. O japonês havia, de fato, sobrevivido aos dois ataques. E, agora, o senhor blogueiro acha um exagero a inócua propaganda japonesa…

  25. Paulo Yokota
    25  escreveu às 23:06 em 19 de fevereiro de 2014:

    Caro Marlon Gomes,

    Obrigado pelo comentário. Lamentavelmente, as piadas do tipo ferem a sensibilidade dos povos dependendo de suas culturas. O que estamos tratando é do esforço dos japoneses no sentido de se ajustar aos critérios da globalização. Não convém a nenhum povo permanecer “diferente”.

    Paulo Yokota

  26. Edvaldo Brito
    26  escreveu às 13:32 em 20 de fevereiro de 2014:

    Doutor Yokota:

    Após o terremoto seguido de maremoto que sucederam no Japão, em 2011, muitos norte-americanos e europeus fizeram gozações com os japoneses. Ressalto que tais troças foram feitas, inclusive, por parte da mídia, por celebridades de certos países etc. Se tiver dúvida, basta fazer uma pesquisa na rede mundial de computadores.

    Diga-se de passagem, que há uma recente propaganda da IPIRANGA que mostra um homem maquiado como uma gueixa. Racismo? Não, nem no caso da publicidade nipônica e, muito menos, da empresa brasileira.

  27. Paulo Yokota
    27  escreveu às 18:02 em 20 de fevereiro de 2014:

    Edvaldo Brito,
    Obrigado pelo comentário. Acredito que o problema é de sensibilidades diferentes determinadas pelas culturas que cada povo possui. No caso dos japoneses, como eles mesmo se consideram, vivendo por um longo período num arquipélago, tiveram poucos contatos com os estrangeiros, havendo pequena miscigenação étnica e cultural, brincando que possuem uma cultura de Galápagos. Hoje, no mundo globalizado e na situação crítica em que se encontram os problemas no Extremo Oriente (as tensões militares me preocupam), eles necessitam deixar de serem diferentes e procurarem se globalizar, adotando padrões que são mais amplamente aceitos no mundo. Se V. tentar se aprofundar no assunto, vai verificar que mesmo entre os asiáticos, eu experimentei pessoalmente estas diferenças, vivendo e trabalhando no Japão, como na China, na Coréia do Sul e muitos outros países daquele continente, por muitos anos, bem como estudando estes e outros problemas, inclusive na literatura especializada e nas discussões com meus amigos, acadêmicos, empresários, jornalistas e outros. Não acho que o problema que abordei seja muito grave, mas se trata de um exemplo entre muitos outros. No linguajar comum os japoneses entre eles mesmos se referem aos seus vizinhos que foram seus colonos num período, de forma extremamente desagradável, intraduzível. O que lamento é que estou tentando dar indicações de como é a Ásia, e lamento se sou mal compreendido por muitos que possuem conhecimentos superficiais daquela importante parte do mundo, que desejo integrado no mundo globalizado, dando importantes contribuições como vieram dando ao longo da história.
    Tomo a liberdade de acrescentar somente mais um episódio. Eu e minha família, inclusive minha filha, viajamos muito tanto pelo Japão, seu interior, como até os confins da China. Os japoneses dificilmente dão a mão ou abraçam, eles consideram que não é de bom tom tocar nos outros fisicamente, mesmo tratando-se de crianças. Na China, eu ficava surpreso com os chineses tocando as roupas de minha filha, para verificar a qualidade do tecido, abraçando-nos para mostrarem seu carinho, muito semelhante dos brasileiros. Eu tenho dupla nacionalidade, e tenho também o passaporte japonês. Sinceramente, eu gostaria que os nikkeis não chamassem os brasileiros de gaijin (estrangeiros), pois os imigrantes e seus descendentes somos nós.
    Cordialmente,

    Paulo Yokota

  28. Fernando Azevedo Barbosa
    28  escreveu às 19:49 em 20 de fevereiro de 2014:

    Racismo mesmo há no meu Brasil e no país da “doutora” Kate Elwood (EUA). Cá, basta observar os discursos contra o sistema de cotas para negros nas universidades públicas e nos certames públicos. Observem, outrossim, a cor predominante de nossa população carcerária.

    Na Terra do Tio Sam, nem preciso tecer comentários.

    Já vi várias propagandas criativas elaboradas no Japão. A da empresa ANA não é diferente. Racista é quem acha que ela é racista.

  29. Paulo Yokota
    29  escreveu às 08:04 em 21 de fevereiro de 2014:

    Caro Fernando Azevedo Barbosa,

    Obrigado pelo comentário. Quem censurou o anuncio da ANA foram os japoneses e não quem comentou o assunto. Os japoneses reconhecem que existem exageros nacionalistas entre eles e que precisam aprender a conviver com pessoas diferentes. Como já postei, eu que tenho dupla nacionalidade, não me sinto confortável com alguns nikkeis chamando os brasileiros natos de gaijin (estrangeiros). Se V. conhecer profundamente o Japão, notará que no Brasil, pelas circunstâncias históricas, contamos com mais miscigenações étnicas e culturais, havendo muitos japoneses tratando seus vizinhos asiáticos como no período em que alguns destes países eram colônias do Japão, de forma muito pejorativa. Vale a pena conhecer tudo que acontece na Ásia, com maior isenção.
    Paulo Yokota

  30. Ana Paula Silva
    30  escreveu às 13:09 em 21 de fevereiro de 2014:

    Paulinho,
    O planeta Terra está ficando cada vez mais careta e sem graça. Um simples gracejo de uma propaganda japonesa transformou-se num tsunami. Porém, para mim, não passa de uma mareta, ou seja, de uma onda pequena. Beijos.

  31. Paulo Yokota
    31  escreveu às 14:42 em 21 de fevereiro de 2014:

    Cara Ana Paula Silva,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  32. Filipe Cardoso
    32  escreveu às 20:37 em 22 de fevereiro de 2014:

    A pesquisadora ianque Kate Elwood sabe que nos EUA há muita discriminação contra asiáticos, latinos e negros?

  33. Paulo Yokota
    33  escreveu às 01:12 em 23 de fevereiro de 2014:

    Caro Felipe Cardoso,

    Agradeço o comentário. Acredito que sim, mas se os norte-americanos fazem suas discriminações, não parece razão para que os japoneses façam o mesmo. Paulo Yokota

  34. Roberto Bourdeaux
    34  escreveu às 14:11 em 23 de fevereiro de 2014:

    Propaganda inofensiva. Já vi bem piores pelo Brasil, nos EUA, na França etc.

  35. Paulo Yokota
    35  escreveu às 10:29 em 24 de fevereiro de 2014:

    Caro Roberto,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  36. Mirza
    36  escreveu às 19:20 em 23 de fevereiro de 2014:

    Paulo,

    Hilária a propaganda!

  37. Paulo Yokota
    37  escreveu às 10:28 em 24 de fevereiro de 2014:

    Mirza,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  38. Olavo Maciel
    38  escreveu às 19:00 em 24 de fevereiro de 2014:

    Senhor,
    Se os nipônicos estão proibidos de brincar com os ocidentais (caucasianos ou não), então, a meu juízo, a recíproca deveria ser verdadeira. Abraços.

  39. Paulo Yokota
    39  escreveu às 07:14 em 25 de fevereiro de 2014:

    Caro Olavo Maciel,

    Obrigado pelo comentário. Acredito que seja problema de sensibilidade, e os que condenaram o anuncio foram os próprios japoneses que se esforçam para contar com padrões mais globalizados.

    Paulo Yokota

  40. Ricardo Soares
    40  escreveu às 21:32 em 6 de março de 2014:

    Já viu a propaganda do “Volkswagen up!” ? Por que censurar, por conseguinte, a propaganda japonesa da ANA?

  41. Paulo Yokota
    41  escreveu às 18:08 em 7 de março de 2014:

    Caro Ricardo Soares,

    Se houve alguma censura foram dos japoneses que entendem que devam evitar considerações pejorativas com relação aos estrangeiros. É preciso entender o que parece natural para nós, não é necessariamente para eles.

    Paulo Yokota

  42. André Filomeno de Souza
    42  escreveu às 11:54 em 27 de fevereiro de 2015:

    A propaganda é apenas jocosa e não racista.

  43. Paulo Yokota
    43  escreveu às 19:36 em 28 de fevereiro de 2015:

    Caro André Filomeno de Souza,

    Precisamos estar atento, mesmo na propaganda, para não ferir os outros.

    Paulo Yokota