Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Complexa Limpeza dos Bancos na Europa

26 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

A revista The Economist publicou um artigo mostrando que as dívidas das empresas europeias podem ser tão complexas como os débitos soberanos dos seus países, e que o rigoroso presidente do BCE – Banco Central Europeu, Mario Draghi, já colocou na agenda para procurar resolvê-los em 2014. Como todos sabem, a crise financeira mundial começou em 2007 pelos créditos imobiliários incobráveis dos bancos norte-americanos. Eles acabaram recebendo volumosos recursos do governo daquele país para não falirem e provocaram um problema sistêmico. Os devedores familiares podiam entregar seus imóveis deixando de honrar os seus compromissos com os bancos. A legislação europeia é mais rígida e as empresas que contraíram estes empréstimos continuam com débitos que os bancos não podem cobrar e que continuam constando dos seus balanços.

Depois de conseguir estancar os débitos públicos dos países que não podem honrar os seus compromissos, a partir do próximo ano os bancos sofrerão um exame mais profundo dos seus ativos, estimando-se que em alguns países eles são elevados. O FMI – Fundo Monetário Internacional estima grosseiramente que em Portugal, Espanha e Itália eles podem chegar a 50, 40 ou 30% dos creditos dos bancos, que são incobráveis. Não se poderão adotar medidas como as que foram tomadas nos Estados Unidos, ainda que Angela Merkel já venha adotando atitudes menos rígidas no que se refere à solução dos problemas fiscais.

EZB senkt Leitzins auf Rekordtief

Mário Draghi

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79 Anos da Imperatriz Michiko do Japão

21 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Apesar de ser a atual imperatriz do Japão, Michiko nasceu plebeia com o nome de Michiko Shoda há 79 anos, que completou neste domingo, dia 20 de outubro. Ela conheceu o então príncipe herdeiro Akihito em Karuizawa, uma pequena cidade nas montanhas próximas de Tóquio, semelhante com Campos do Jordão no Brasil, onde praticavam tênis, frequentada pela elite japonesa, hoje mais popularizada com muitos turistas. Acabou contraindo o seu matrimônio sob a rígida supervisão da Casa Imperial, tendo sofrido no seu duro e longo processo de adaptação à vida palaciana, havendo um período que tinha perdido a sua capacidade de fala com as pressões psicológicas que sofria. Mas, pessoalmente, ela é uma senhora de conversa muito agradável, que foge um pouco do antigo padrão da nobreza japonesa.

Tive o privilégio de alguns contatos pessoais com ela, na companhia do imperador Akihito, quando ele ainda era o príncipe herdeiro ou já ocupava o Trono do Japão. Ela visitou algumas vezes o Brasil, quando Akihito ainda era o príncipe herdeiro, e sempre nas conversas bastante elegantes costumam revelar as saudades que sentem do Brasil, cujas impressões transmitiram para seus filhos, que também tiveram a oportunidade de visitar o Brasil. O Japão tem a plena consciência que o Brasil é o país que conta com maior número de imigrantes japoneses e seus descendentes, tendo-os acolhido num período onde o excedente populacional japonês era um problema.

Mas foi quando ocupei a posição de Comissário do Governo Brasileiro para a EXPO TSUKUBA 85 que tive mais oportunidades para estes contatos, inclusive para explicar o significado do Pavilhão Brasileiro que já apresentava na ocasião a tecnologia do álcool, que depois ficou mais conhecido como etanol.

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Casal Imperial do Japão. AP Photo/Imperial Household of Japan

Com o longo treinamento de muitos contatos oficiais, ambos são dotados de uma memória respeitável. Tanto que os encontrando novamente em São Paulo num evento, depois de um rápido cumprimento em Brasília, eles tiveram a gentileza de mencionar que tinham a lembrança do nosso encontro na Capital brasileira.

Os nobres japoneses costumavam conversar somente sobre assuntos gerais como a natureza sem se referirem as questões corriqueiras das vidas das pessoas. Mas tanto Michiko como Akihito procuravam romper estas antigas tradições, para se referirem de seus sentimentos com relação aos brasileiros, notadamente aos descendentes dos imigrantes, cujos sofrimentos na sua adaptação ao Brasil parecem comovê-los sinceramente.

Quando da apresentação do Pavilhão brasileiro em Tsukuba, por exemplo, o então príncipe herdeiro, quando lhe apresentei um quadro pintado pelo meu amigo Manabu Mabe, entre outros trabalhos artísticos de nikkeis brasileiros, que lembrava num estilo figurativo o perfil de um imigrante revelando a sua saudade do Japão, Akihito perguntou algo que me deixou impressionado. Ele, que deve ter estudado muitas coisas dos artistas nikkeis, perguntou-me se Manabu Mabe não trabalhava somente com o estilo abstrato, ao que lhe informei que na sua fase inicial ele era figurativo, como em alguns dos seus períodos mais maduros havia uma mistura de algo figurativo, ainda que com forte conotação abstrata e gesticular.

Mas o que mais me impressionou, como a todos que participaram no Japão dos eventos relacionados com o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, foi que o Casal Imperial rompeu totalmente o que estava previsto no protocolo. Previam-se somente alguns discursos num evento que seria seguido de um coquetel. Para desespero dos que cuidavam da segurança, eles fizeram questão de permanecer no evento circulando entre os convidados, por um longo período de tempo, aceitando que muitos aproveitassem não somente para conversar com eles, como tirar fotografias juntos, o que não deveria ser protocolar.

É muito confortante saber que o Casal Imperial, mesmo com a idade e os problemas de saúde que já foram enfrentados no passado, agora está bem para poder comemorar os 79 anos da Imperatriz Michiko. Vida longa para eles.


Discutíveis Premiações das Contribuições Econômicas

16 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Existem muitas opiniões de que as premiações concedidas pela Real Academia Sueca de Ciências, no mínimo na área da Economia nos últimos anos, não expressam necessariamente as contribuições relevantes para o aumento dos conhecimentos neste discutível ramo que denominam ciência. Se existe um setor onde os economistas estão falhando gritantemente são nos setores relacionados com o mercado financeiro, criando dificuldades como os que provocaram os problemas recentes em todo o mundo. O Financial Times expressa o estado de confusão em que se encontram os economistas com a premiações deste ano, ainda que pessoalmente este acadêmicos, Eugene F. Fama e Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago, e Roberto J. Shiller, da Universidade de Yale, todos eles possuam trabalhos interessantes.

Parece que procuraram premiar em 2011 os que contribuíram à capacidade de prever no longo prazo o movimento dos preços dos ativos, segundo o artigo. Neste ano, o professor Fama e Shiller escreveram sobre a hipótese de eficiência do mercado, principalmente no mercado financeiro, com Fama apontando que era extremamente difícil fazer estas previsões no curto prazo, sendo que Shiller é crítico com relação a esta hipótese. Hansen teria contribuído com métodos estatísticos para estes trabalhos. Alguns desconfiam que as opiniões do setor financeiro mundial acabaram influenciando nestas escolhas para as quais não parece existir um consenso.

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Eugene Fama                               Roberto Shiller                          Lars Hansen

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Expectativa dos Mercados Ainda Emergentes

16 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Depois de um boom de interesse pelos países emergentes, notadamente dos chamados BRICS, após a crise que começou em 2008 nos mercados financeiros dos países desenvolvidos, muitos avaliavam que o mundo voltaria ao comportamento anterior. No entanto, este artigo de Richard Cooper, professor de economia internacional na Harvard University, e da Jaana Remes, do McKinsey Global Institute de San Francisco, USA, publicado no Project Syndicate e reproduzido em português no Valor Econômico, estima que muitas multinacionais futuras terão sede em cidades do mundo emergente, notadamente chinesas, mas incluindo até São Paulo e Campinas, no Brasil.

Eles utilizaram nas suas análises e projeções dados do MGI CompanyScope (http://bit.ly/ZN2Y95), uma nova base de dados de todas as empresas com receitas superiores a US$ 1 bilhão, que são atualmente 8 mil em todo o mundo, 75% localizadas no mundo desenvolvido. Informam que até 2025, o número deverá aumentar em 7 mil novas empresas, com 70% localizadas em regiões de mercados emergentes, não se explicando claramente a metodologia utilizada. Fizeram um mapeamento (http://cnnmon.ie/13xktBp) da localização de suas sedes, constatando que as 20 maiores cidades abrigam 30% destas empresas, sendo que somente cinco delas estão em mercados emergentes.

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Richard Cooper, da Universidade de Harvard, e Jaana Remes, da McKinsey

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Jornalistas Indianos Esclarecem Problemas da Índia

15 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Um dos problemas comuns entre o Brasil e a Índia é a falta de explicações dos seus problemas no exterior. Um simpósio organizado em Tóquio pelo Keizai Koho Center com jornalistas indianos permitiu suprir parte desta lacuna, assunto que foi divulgado pelo The Japan Times num artigo elaborado por Takashi Kitazume, procurando mostrar o potencial da crescente classe média em expansão naquele país. Participaram das exposições Sankhadip Bas, do diário Anandabazar Patrika, Bharat Bhushan, do Conselho Indiano de Pesquisas em Ciências Sociais, Subhomoy Bhattacharjee, do Indian Expres, e Kaushik Mitter, do Asian Age.

Como é sabido, a Índia e o Japão firmaram um acordo entre seus governos onde o Japão ajuda na implementação de um corredor de exportação de Delhi a Mumbai, suprindo uma das grandes dificuldades de infraestrutura do país. Muitas empresas japonesas estão presentes na Índia, mas somente agora começam a entender as mudanças de comportamento daquele mercado, e os jornalistas procuraram esclarecer os problemas que enfrentam, inclusive com as próximas eleições que podem mudar a orientação do atual governo, que não vem contando com elevado prestígio na condução de sua gigantesca economia. A Índia, que também sofreu uma desaceleração no crescimento de sua economia, ainda não conta com um plano como o que vem sendo elaborado pela China.

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Subhomoy Bhattacharjee (right) of the Indian Express daily discusses the Indian economy during a symposium in Tokyo, as Kaushik Mitter of Asian Age listens. | SATOKO KAWASAKI

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Reportagem Sobre o Mercado de Carne Canina na Ásia

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um longo artigo elaborado por Kate Hodal foi publicado no suplemento Ilustríssima do fim de semana da Folha de S.Paulo. Tenho também restrições ao consumo de carne canina, talvez por uma questão cultural, nas não consigo ver claramente por que a sua aversão acentuada, quando comparada com outros animais que também eram domésticos. Hoje, existem produções maciças de frangos, porcos, bovinos, cabras, perus, coelhos, cavalos, peixes e uma grande infinidade de outros animais, que no passado eram domésticos, mas passaram a ser fornecedoras de proteínas, que só sofrem restrições de vegetarianos. Conheci pequenos sitiantes que chamavam suas vacas, cavalos e outros animais pelos seus nomes. No antigo meio rural brasileiro, muitas aves e pequenos animais conviviam pela casa e seus arredores, de forma muito semelhante com os cães.

É possível que os cães tenham muitas relações afetivas como os seres humanos, havendo também felinos, como gatos, aves, como papagaios e outros, e até cágados e outros animais que são apreciados em suas companhias com as crianças. Para mim, há atualmente um exagero nos cuidados com estes animais, fazendo com que as lojas que oferecem produtos para os pets, as clínicas que cuidam de suas saúdes e manutenção estejam lotados, no Brasil como no exterior. Os gastos com os mesmos acabam sendo superiores quando comparados com as crianças, que continuam aos milhares abandonados sem merecerem adoções sempre burocratizadas. Muitos se dedicam à defesa dos animais, principalmente os em riscos de extinção o que é considerado altamente meritório.

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Entrevista de Lakshimi Mittal na Folha de S.Paulo

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Quando a Folha de S.Paulo entrevista Lakshimi Mittal, CEO do maior grupo siderúrgico do mundo, há que se prestar atenção às suas informações, ainda que ela tenha sido prestada pelo e-mail, com todo o cuidado. Como todos os grandes empresários, com tradição familiar no setor industrial pesado, revela um otimismo moderado com uma visão de longo prazo. Pois, na realidade, a China, hoje a maior produtora de materiais siderúrgicos, com capacidade para um bilhão de toneladas ano, está utilizando somente 70% de sua capacidade, situação que não é muito diferente em todas as partes do mundo, mas voltado basicamente para o mercado interno. Ele acredita que a China vai continuar a demandar produtos siderúrgicos, notadamente na demanda para a infraestrutura e produções que devem ocorrer no Oeste chinês, menos desenvolvido que a parte litorânea.

A grande marca dos empresários do setor pesado é que possuem uma visão ampla, dando importância para o desenvolvimento tecnológico, fundamental para o que acontecerá no futuro de muitas décadas, ainda que considerem as situações presentes. E o setor siderúrgico, apesar das dimensões dos seus investimentos, passa por um período de grandes transformações com novos produtos voltados para as condições atuais, que exigem economia de energia e desafios para a exploração de recursos menos poluentes em condições mais difíceis. A indústria pesada, pela sua natureza, não conta com flexibilidades para mudanças rápidas, pois seus investimentos demandam anos para se efetivar, o mesmo acontecendo com suas desmobilizações.

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Lakshimi Mittal

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Surpreendente Programação na Sala São Paulo

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , ,

Na Paulicéia Desvairada atual e no contexto de um mundo hoje envolvido em calamitosos problemas, no feriado de Nossa Senhora Aparecida, uma plateia privilegiada foi contemplada com um programa de raro deslumbramento, algo totalmente fora do comum. O coral da Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em conjunto com o coral Acadêmico, com o apoio da Sinfônica Heliópolis, que se encontra em ascensão, criada na favela do mesmo nome, magnificamente regido pelo consagrado maestro Isaac Karabitchevisky, ofereceu um consagrador concerto, comovente sob todos os aspectos. Teve o dom de provocar a lavagem da alma de todos quantos estavam na plateia, uma experiência próxima da religiosa.

O ponto alto foram as Quatro Peças Sacras de Giuseppe Verdi, compreendendo Ave Maria, Stabat Mater, Laudi Alla Vergine Maria, Te Deum, raramente tocadas no seu conjunto. Sublime, confortante, de rara beleza, com todos os dois coros preparados pela maestrina Naomi Munakata e pelo maestro Marcos Thadeu. Algo raro de se assistir, com a ajuda da jovem Sinfônica de Heliópolis, que está sendo reconhecida no seu esforço de pessoas humildes, regida com competência por Isaac Karabtchevsky, que conta com uma larga experiência e um consagrado nome. Uma peça para revigorar qualquer pessoa que esteja sobrecarregada com os problemas do duro cotidiano. Algo como uma ressurreição, comovente, como poucas vezes apreciada pelos que atendem regularmente as apresentações na Sala São Paulo, considerada pelos especialistas como uma das melhores do mundo.

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Coro da Osesp com a Naomi Munakata, Coro Acadêmico da Osesp com Marcos Thadeu

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Sinfônica Heliópolis com Isaac Karabtchevsky

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Seminários Folha Sobre Mobilidade Urbana

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

A Folha de S.Paulo também aderiu ao sistema de promover seminários sobre determinados assuntos, para depois publicar um suplemento, conseguindo publicidade abundante voltado para um público interessado neles. O desta semana refere-se à mobilidade urbana, uma das reivindicações das manifestações populares que começaram em junho deste ano. Diante do inusitado aumento de veículos, principalmente automóveis de uso particular, em detrimento ao transporte público, sem que a infraestrutura para tanto fosse providenciada, provocou-se um aumento do tempo gasto pela população para os deslocamentos indispensáveis de suas residências para os locais de trabalho e em condições precárias.

Especialistas foram reunidos num debate promovido pelo jornal, e o assunto acabou merecendo o suplemento, com abundante publicidade, que ajuda no difícil equacionamento econômico-financeiro que está sendo enfrentado por parte substancial da imprensa escrita não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Dois aspectos parecem se destacar nestas discussões, que também envolvem exemplos de outras cidades. Uma seria a necessidade de um novo planejamento da ocupação das cidades, aproximando os locais de trabalho das residências, minimizando a necessidade de demorados deslocamentos. Outro seria a prioridade para o transporte coletivo, pois até o momento o aumento de veículos particulares para uso de um número limitado de pessoas veio sendo privilegiado, considerando que a indústria automobilística teria um forte impacto sobre os demais setores econômicos na promoção do desenvolvimento.

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Especialistas sugerem pedágios nas marginais (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapres)

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Os Problemas da Desindustrialização Prematura

12 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O conhecido professor de ciências sociais Dani Rodrik, do Institute for Advanced Study, Princeton, New Jersey, USA, apresenta no seu artigo divulgado pelo Project Syndicate um instigante problema da desindustrialização cada vez mais prematura nos países emergentes, inclusive no Brasil. Ele faz um rápido apanhado histórico mostrando que desde a Revolução Industrial, que começou na Grã-Bretanha, o pico do percentual do emprego industrial ocorreu antes da Segunda Guerra Mundial, quando atingiu 45% do total dos empregos. Já em 1970 estava em torno de 30%, e atualmente encontra-se em menos de 10%, mas ajudou no aumento da produtividade da mão de obra, que marcou o seu processo de desenvolvimento.

Ele cita outros dados dos países desenvolvidos, onde os Estados Unidos cuja indústria empregava menos de 3% da força de trabalho no início do século XIX, atingiu 25-27% no terço médio do século XX, e está absorvendo menos de 10% nos últimos anos. Na Suécia, chegou-se a um pico de 33% em 1960, e mesmo na Alemanha, considerada a economia industrial mais forte do mundo, o seu pico foi em torno de 1970, com cerca de 40% do emprego. Segundo Robert Lawrence, da Universidade de Harvard, a desindustrialização a desindustrialização é um fenômeno comum e antecedeu a recente onda de globalização econômica.

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