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Meiji Jingu é o Coração Verde de Tóquio

1 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: artigo de Mark Brazil, naturalista escreve sobre Meiji Jingu, uma reserva natural dentro de uma metrópole

O jornal The Japan Times recebe regularmente artigos do naturalista Mark Brazil que mora em Tóquio, mas viaja por todo o mundo, especialista em aves asiáticas, com muitos livros publicados. Ele já esteve diversas vezes no Brasil e escreveu neste fim de semana sobre a sua visita ao parque Meiji Jingu, construído no começo do século XX em homenagem ao Imperador Meiji, naquela época com 100.000 árvores de diversas partes do Japão. Hoje está com mais de 170.000 de 250 espécies, sendo um local muito frequentado pelos habitantes da metrópole. Na visita chamou-lhe a atenção um piar que ele notou, quando identificou um casal de falcão do norte fazendo a corte prematura, ainda que fossem somente meados de janeiro em Tóquio.

Este parque tem instalações que são utilizadas para casamentos, pois é frequentado pelos lindos patos conhecidos como Mandarin, que são o símbolo da fidelidade marital. Fica dentro da metrópole de Tóquio e impressiona os visitantes, sendo uma espécie de Mata Atlântica que pode ser acessada com facilidade. Os que têm a oportunidade de visitá-lo se impressionam com a exuberância de sua mata, que se assemelha a uma tropical, tanto pela diversidade de sua vegetação como pelos pássaros que a procuram, entre eles muitos migrantes anuais.

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O autor destaca que nos últimos 60 anos Tóquio ficou cheio de edifícios e é difícil encontrar um paraíso como Meiji Jingu. O verde domina o ano todo. Durante o ano, diversos tipos de flores das mais variadas espécies ocupam seus jardins, destacando-se o tsubaki, a camélia japonesa, atraindo com o seu néctar as aves.

Como especialista, ele enumera as diversas espécies de aves que encontra pelo parque, cujos nomes ficam difíceis de serem traduzidos por leigos. A floresta oferece a paz para os que desejam apreciar a natureza, e legiões de fotógrafos procuram o parque, suas árvores e suas aves.

Destaca-se no parque um templo xintoísta, chamando a atenção os kami (deuses) que representam a harmonia entre os seres humanos e a natureza, principalmente em janeiro, quando os visitantes saúdam o ano novo nos templos, augurando os 12 meses que se seguirão. Em cada estação do ano, os pássaros que frequentam o parque acabam variando.

O templo foi parcialmente destruído pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, mas o que estava danificado foi totalmente reconstruído em 1958, mostrando a capacidade japonesa de se renovar.

Para os que visitam Tóquio, conhecida pela apressada movimentação de multidões, seus edifícios e luminosos, quando desejarem um momento de reflexão e paz, recomenda-se que se procure o Meiji Jingu.