Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Zona de Livre Comércio no Extremo Oriente

25 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 6 Comentários »

O jornal japonês Daily Yomiuri, que tira cerca de 15 milhões de exemplares diários entre as edições matutinas e vespertinas, num artigo escrito por Koichi Uetake, informa que o Japão, a China e a Coreia caminham para chegar a um acordo de Zona de Livre Comércio, depois da visita do premiê da China, Wen Jiabao, e do presidente da Coreia, Lee Myung Bak, que se reuniram com o primeiro-ministro japonês Naoto Kan. A resistência era dos chineses, mas o premiê Wen Jiabao expressou a esperança que o estudo seja concluído ainda este ano, o que reacendeu as esperanças de todos para a negociação no próximo ano.

As economias combinadas dos três países do Extremo Oriente representam 20% do total mundial. A China tenta proteger o seu mercado interno colocando tarifas sobre as importações, mas parece que o desenvolvimento que estão atingindo permite que sejam competitivos com seus vizinhos.

Tokyo_Summit_May_2011_China_Wen_Jiabao_(L),_Japanese_Prime_Minister_Naoto_Kan_(C)_and_South_Korean_President_Lee_Myung-bak

Wen Jiabao, Naoto Kan e Lee Myung Bak

Na reunião do último fim de semana, o Japão decidiu postergar a sua decisão de participar da Zona de Livre Comércio que se discute dentro do chamado Parceria Trans-Pacifica, que reuniria países como Brunei, Chile, Nova Zelândia, Cingapura, Austrália, Malásia, Peru, Estados Unidos e Vietnã. Os chineses esperam que o Japão escolha entre este grupo ou o Extremo Oriente, o que não deve ser uma decisão fácil.

Não se sabe ainda se a posição do premiê Wen Jiabao reflete a política da China ou ainda se espera a reforma ministerial que deverá ocorrer naquele país no próximo ano. Na Coreia, existem vozes que acham que o país acabará sofrendo os desequilíbrios comerciais.

Da parte japonesa, existem as dificuldades relacionadas ao seu setor agrícola, que exige reformas. Ainda que seja economicamente pouco importante, pois o seu sistema de voto distrital concede grande poder político ao segmento rural.

Mas todos os três países entendem que existem ganhos com o início das negociações, havendo muitas idas e vindas que terão que ser superadas. Nos meios de comunicação da China como da Coreia não se observam ainda muitas perspectivas positivas quanto às conclusões destes acordos.

Mas sente-se que as discussões sobre estas e outras medidas de integração regional continuam se intensificando.


6 Comentários para “Zona de Livre Comércio no Extremo Oriente”

  1. Mário
    1  escreveu às 09:44 em 27 de maio de 2011:

    Sem dúvida o livre comércio seria bom para o Japão, permitiria a longo prazo superar o trauma da colonização japonesa na Ásia.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:56 em 27 de maio de 2011:

    Caro Mário,

    Na realidade, por mais lamentável que seja, o Japão sempre absorveu as coisas fundamentais da China, por intermédio da Coreia, ainda que o nacionalismo das eras Taisho e Showa, fomentadas por um militarismo que preparava a Segunda Guerra Mundial, tenha transmitido um sentimento diferente que ficou muito arraigado na população japonesa, que parte imigrou para países como o Brasil, e acabou cristalizando estes sentimentos. Parece que a história está retornando para o seu curso normal, ainda que diferenciações regionais estão tendendo a se aprofundar em todo o mundo, até como meio de identificação dentro de uma comunidade, o que deve ser aplaudido.

    Paulo Yokota

  3. Tiago
    3  escreveu às 19:57 em 28 de maio de 2011:

    Sr° Paulo Yokota,

    “… que reuniria países como Brunei, Chile, Nova Zelândia, Cingapura, Austrália, Malásia, Peru, Estados Unidos e Vietnã.”

    Cadê Taiwan? Assunto meio off, mais o que o senhor acha da ilha Formosa? Ela deveria ser uma província da China ou um país independente? Quem são os ”bad guys” desta historia?

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 22:57 em 28 de maio de 2011:

    Caro Tiago,

    Muitos países já consideram Taiwan no mesmo status de Hong Kong e Macau, como parte da China. O máximo que possuem é uma representação comercial, não uma Embaixada, pois a China assim o exige para manter uma relação diplomática com ela. Trata-se de um pragmatismo político.

    Paulo Yokota

  5. natalia silva
    5  escreveu às 18:19 em 25 de agosto de 2011:

    Vcs estao tentando mudar nosso Brasil. Espero que esteja melhorando.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 18:31 em 25 de agosto de 2011:

    Cara Natalia Silva,

    Esteja certa, que com todos os problemas, o Brasil está melhorando.

    Paulo Yokota


Deixe aqui seu comentário

  • Seu nome (obrigatório):
  • Seu email (não será publicado) (obrigatório):
  • Seu site (se tiver):
  • Escreva seu comentário aqui: