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O Líder Empresarial Kazuo Inamori Que Tem Muitos Adeptos

5 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: adeptos inclusive no Brasil., fundador da Kyocera e monge budista, participação na KDD e na JAL | 5 Comentários »

clip_image001Kazuo Inamori é um monge budista, empresário muito bem sucedido, que conta com uma legião de adeptos no Japão e inclusive no Brasil com a sua filosofia chamada Seiwajyuku divulgada de forma sistemática pelo mundo. Os resultados que vêm obtendo o credencia pela filosofia empresarial que adota e resume em pequenas publicações recomendadas a todos os funcionários das organizações que controla.

Uma matéria sobre ele elaborada por Tom Redmond e Takako Taniguchi foi publicada no site da Bloomberg. Também foi divulgada no The Japan Times, elaborada somente por Takako Taniguchi, praticamente com o mesmo conteúdo.

O ponto central dos recentes artigos refere-se a sua orientação de dar a máxima importância em contar com uma equipe de funcionários felizes, não centralizando as preocupações nos acionistas como é a marca fundamental do capitalismo. Contando com funcionários felizes, ele acaba conseguindo eficiência na empresa, beneficiando os acionistas, segundo ele.

Entre suas inovações empresariais, figura a que chama de “ameba”, ou seja, pequenos núcleos onde são divididos as empresas, onde as relações e os controles acabam sendo pessoais, evitando-se os inconvenientes de grandes organizações. Os funcionários se dedicam pontualmente nestas empresas, batizada de eficiência horária. O artigo chama a atenção para uma ideia dele que estaria na expressão: “se você quiser ovos, cuide da galinha”.

A Kyocera concentra suas atividades de alta tecnologia no setor eletrônico e conta também com instrumentos que utilizam a cerâmica fina. Junto com a KDDI, decorrente da privatização das operações das ligações telefônicas a longas distâncias no Japão, teria um valor de mercado de US$ 82 bilhões. Ele assumiu o comando da JAL – Japan Airlines, que havia falido em 2010, sem remuneração, conseguindo reduzir um terço do seu pessoal, cerca de 16 mil funcionários, obtendo a volta de suas ações na bolsa em 2012, onde já consegue retornos acima da média da bolsa.

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Gráfico das cotações ilustrando o artigo no site da Bloomberg

Apesar das ideias budistas de Kazuo Inamori, ele tem consciência que os acionistas visam retornos nos seus investimentos, e os resultados obtidos na KDDI e na JAL se mostram compensadores, como pode ser observado no gráfico.

Promove também atividades sem finalidade de lucro, como o Museu Inamori que se dedica a disseminar suas ideias pelo mundo, inclusive no Brasil. Financia também o Prêmio Kyoto, uma versão japonesa do Prêmio Nobel. Ele infunde a ideia budista do “shojin”, elevando a alma através da devoção a uma tarefa.

Mesmo com esta inspiração religiosa, ele não é um empresário com pretensão de mudar tudo, mas entende que as distâncias entre os mais ricos e os pobres precisam ser diminuídas.


5 Comentários para “O Líder Empresarial Kazuo Inamori Que Tem Muitos Adeptos”

  1. Setsuko Watanabe
    1  escreveu às 14:24 em 6 de novembro de 2015:

    Este tipo de reportagem positiva traz uma notícia que direciona , constróe e formata um pensamento para serem posto em prática com facilidade .
    Eu apreciei muito pois, eu estava buscando uma fonte capaz de apreender no meu pensamento aquilo que não vejo no entanto existe . É aquí. É o ponto de ajuste de foco necessário cujo valor só pode ser mensurado apoś tornar-se real.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:40 em 6 de novembro de 2015:

    Caro Setsuko Watanabe,

    Acredito que como Kazuo Inamori estamos precisando de grandes empresários que pensem grande, com possibilidade de influir nas mudanças que precisamos em diversos setores da atividade humana. Obrigado pelos seus comentários.

    Paulo Yokota

  3. Vanessa Di Cássia Fragosso
    3  escreveu às 13:51 em 24 de abril de 2016:

    Boa Tarde!
    Eu me chamo Vanessa Di Cássia, sou educadora e pesicoterapeuta.
    Atualmente estou escrevendo um livro sobre gestão educacional e estudando mestrado em tecnologias.
    Hoje, revisitei as leituras sobre as disciplinas de aprendizagem e ao chegar na pagina 167 do livro de Peter Senge, A Quinta Disciplina me inspirei em uma passagem cuja nota consta o depoimento do Senhor Kazuo Ianomori sobre a sua filosofia, o seu lema na empresa.
    Ao longo da leitura, a qual mencionarei no meu livro, me dei por curiosa em saber se
    1. A kyocera, que como cita o livro em 1985 era lider mundial em produtos cerâmicos, ela ainda é?
    2. A gestão do Senhor Ianomori, ainda é pautado no valor as pessoas como a molo potencializadora das empresas?
    3. quais os maiores desafios de uma gestão como esta?

    Eu gostaria muito de saber, de ouvir, de entender sobre essas perguntas.
    Ficarei imensamente grata se a equipe Kyocera puder contribuir para que eu mantenha a minha escrita pautada em dados atuais e claro, inspiradores!

    Confesso que tornei-me fã do Senhor K.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 15:32 em 24 de abril de 2016:

    Cara Vanessa Di Cássia Fragosso,

    Muito obrigado pelo uso do site Asiacomentada. Confesso que não sou especialista nas atividades do Sr. Kazuo Inamori, mas vou procurar responder a suas perguntas. A Kyocera é uma líder em produtos cerâmicos de um tipo especial que é utilizado na produção de facas e tesouras, ou seja, mantém o corte inalterado por anos, diferenciando do aço. Ele consegue que os gestores que seguem seus ensinamentos tenham uma grande eficiência, contando com muitos adeptos quase como se fora uma religião. Todas as técnicas de gestões procuram a maior eficiência possível e tudo indica que as recomendadas por ele conseguem resultados impressionantes, que se estendem até as atividades públicas fora de suas empresas. Existem muitas publicações que tratam do assunto.

    Paulo Yokota

  5. Nicolau Mituo Miyaura
    5  escreveu às 14:30 em 20 de agosto de 2019:

    Acredito que está filosofia é o caminho para transcender e harmonizar os conflitos entre oriente /ocidente, ou seja, um ponto comum no mundo.