Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Monge Jianzhen de Volta à China 13 Séculos Depois

8 de dezembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Depoimentos | Tags: , , , | 2 Comentários »

Uma estátua do monge budista Jianzhen (Ganjin, no Japão), em madeira laqueada, foi recebida com festa e comoção em sua cidade natal, Yangzhou, vizinha a Nanjin, província de Jiangsu. Devotos do monge estão reverenciando, a distância, a peça protegida por vidro no Hall Jianzhen do antigo Templo Daming Si. A imagem esteve exposta também em museu de Xangai, onde atraiu 360 mil visitantes.

Tesouro Nacional do Japão, a estátua do século VIII pertence ao Templo Todaiji de Nara, e faz esta peregrinação à China como parte da comemoração dos 1.300 anos da fundação da cidade de Nara, cuja construção foi inspirada no plano da cidade de Chang’an (atual Xi’an), a capital chinesa de 11 dinastias que teve seu auge durante a Dinastia Tang (618-907). Inaugurada em 710, o Imperador Shomu (699-756) ali estabeleceu a capital do Período Nara (710-794). Por seu envolvimento com a civilização Tang, na época Nara foi incluída como ponto mais oriental da Rota da Seda.

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México e Índia na Mira de Empresas Japonesas

2 de dezembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , , | 4 Comentários »

Mazda Mazda investe maciçamente no México: A fim de impulsionar vendas no florescente mercado latino americano, a Mazda Motor (pronuncia-se Mátsudá) vai instalar fábrica no México. A empresa vai atuar com a Sumitomo Corporation e iniciar a produção dentro de três anos. Pretende montar 100.000 carros pequenos por ano, visando o mercado de países das Américas Central e Sul, incluindo México e Brasil. A Mazda escolheu o México aproveitando os recentes acordos comerciais concretizados pelo país com o Japão. Sem dúvida, trata-se de nova e audaciosa estratégia global da Mazda, depois que sua maior acionista, a Ford Motor, reduziu drasticamente sua parte.

Japoneses aprofundam laços com a Índia: O Japão aumenta investimentos na crescente economia indiana. Acordos comerciais bilaterais totalizaram, nestes últimos 12 meses, 11 bilhões de dólares, quase o dobro de sete anos atrás. O número de companhias japonesas atuando na Índia já passou de 700, o triplo de três anos atrás.

Entre as empresas de peso, a Nissan Motor começou sua produção na Índia em maio passado. A Nippon Steel, maior produtora de aço do Japão, planeja começar a produção de chapas de aço para veículos em 2012, através de uma “joint venture” com uma empresa local. Em Bangalore, sul da Índia, a Toyota Motor anunciou que a empresa lançou carros compactos no próspero mercado indiano. O Etios, com capacidade de 1.200 e 1.500cc bateu o mercado de carros na semana passada. A competição promete com os compactos da Nissan, enquanto a Honda anuncia que venderá compactos a partir do próximo ano, a preço aproximado de US$ 10.000. Prevê-se que este ano a venda de carros na Índia ultrapasse, pela primeira vez, dois milhões de unidades. Carros pequenos de até US$ 12.000 respondem por quase 70% do mercado.

Porém, não só companhias japonesas estão de olho no mercado indiano. Segundo a NHK-TV, a Coreia do Sul assinou um amplo acordo de parceria econômica com a Índia, para fomentar o livre comércio e investimentos. O acordo começou a prevalecer com força total no começo deste ano. Pressionado pelo empresariado, o governo japonês prepara-se para concluir efetivamente o acordo mais abrangente de parceria econômica bilateral com a Índia, que vem sendo negociado carinhosamente desde setembro deste ano.


Cenas do Outono Japonês

30 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , ,

capivara Capivaras ganham piscina a 40º: Roedores gigantes, quatro capivaras se tornaram atração no parque temático Izu Shaboten (parque de cactos), da cidade de Ito, sudoeste de Tóquio. Animais tropicais nativos da América do Sul, eles se ressentem do frio japonês. Nesta época, o parque providencia uma piscina aquecida a 40º. Ótimos nadadores, eles possuem membrana natatória entre os dedos das patas, e mergulham e nadam graciosamente ao redor da piscina. O banho quente deles poderá ser visto até março próximo, quando a primavera chegar.

“São tão lindos e fofos”, “Que simpáticos nadadores”, as crianças são as mais entusiasmadas. Não se divulgou como as quatro capivaras foram parar nesse parque. Tampouco sabemos como capivaras vieram parar nas margens dos poluídos rios Tietê e Pinheiros na cidade de São Paulo. Tornam-se notícia quando algum deles é atropelado nas avenidas marginais, mas aparentam estar felizes e de bem com a vida. Piscinas aquecidas no inverno? Nossas capivaras talvez se contentassem com muito menos.

 

Crianças ganham piscinas de folhas tingidas: O que fazer com as montanhas de folhas que caem nessa época, após o koyo? O aquário Aquamarine Fukushima, da cidade de Iwaki, Província de Fukushima, aproveitou e encheu uma piscina octogonal de 16 metros quadrados com folhas avermelhadas de bordos e carvalhos. Após visita ao aquário, crianças pulam ou são jogadas na piscina. Mergulham no meio das folhas, e atiram folhas umas nas outras.

“É macio como um sofá”, “Gostoso e quente”, comemoram. Um ou outro pai mais afoito se atira no ofuro de koyo, impregnado do cheiro de outono, pelo prazer de voltar à infância.

 

Chiba Lotte Marines ganha recepção de chuva de papel picado: O time de baseball da cidade de Chiba vizinha a Tóquio, sagrou-se campeão da “Japan Series”, equivalente ao Brasileirão de futebol no Brasil. Após sofrida campanha, o feito foi considerado heroico. O governador da Província de Chiba cortou a fita para abrir a parada festiva de homenagem ao time, que percorreu 1,6 quilômetros ao longo das principais ruas, em carros abertos e ônibus. Chuvas de papel de jornal picado foram jogadas de prédios e calçadas pela torcida enlouquecida, de quase 200.000 pessoas. E já recebiam críticas pela sujeira que provocavam. Assim que o cortejo passou, porém, dezenas de jovens, crianças e adultos apareceram com enormes sacos de lixo. Correndo em grupos, os fãs do Lotte cataram os papéis, picados em tamanhos não muito pequenos para facilitar a “colheita”. Em questão de minutos, as ruas estavam imaculadas, sem um único pedaço de papel no chão ou nos galhos das árvores.

Se o gesto obteve aprovação admirada dos que assistiam à transmissão da NHK pelo país, fãs de times rivais desdenharam o patético fanatismo da torcida do Lotte. Bem, se todo e qualquer fanatismo radical – ideológico, religioso, político, esportivo – terminasse em gestos similares, quiçá o Planeta seria um lugar um pouquinho melhor para se vegetar. E se começássemos pela Avenida Paulista?


Neve e “Jûhyô” do Monte Zaô Ameaçados

24 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , ,

Na região profunda de Tohoku, a nordeste de Honshu, entre as províncias de Yamagata e Miyagi, ergue-se, bela e majestosa, a outrora isolada Cordilheira Zaô, com suas montanhas de abetos e pinheiros eternamente cobertas de neve e seu silêncio de milênios. Hoje, suas estações de esqui e spa-onsens (termas) se tornaram hits para esportistas e turistas.

O que torna as Montanhas Zaô únicas no mundo, porém, é o fenômeno chamado jûhyô – maravilha da natureza que pode ser vista em algumas das altas montanhas da cadeia durante os meses mais frios, entre dezembro e março. Condições climáticas típicas locais colaboram para que as camadas de neve que caem sobrepostas nos galhos se congelem e se cristalizem, tomando estranhas formas de “monstros de gelo”. A neve extremamente úmida do Mar do Japão, carregada do noroeste pela gélida e forte corrente siberiana, se “gruda” nos galhos fechados das coníferas. Com a temperatura permanecendo a -5ºC, o jûhyiô se conserva por meses e continua a crescer com o acúmulo de mais neve, e a mudar de forma. Camadas de neve de dois a três metros costumam cobrir a região.

Conforme informa a NHK-TV, cientistas da Universidade de Yamagata alertam agora que, se o aquecimento global continuar avançando no passo atual, o fenômeno do jûhyiô na Cordilheira Zaô pode desaparecer dentro de quatro décadas. A pesquisa examinou a formação do jûhyiô usando dados e fotos datando desde começos do século XX, e constatou-se que, há 70 anos, o fenômeno podia ser observado a partir de 1.400 metros de altitude. Hoje, o jûhyiô só pode ser observado a partir de 1.600 metros. A montanha mais alta da cadeia tem 1.800 metros de altitude. Com o gradual aquecimento, a temperatura próxima ao cume aumentou uns 3ºC nos últimos 70 anos, cerca de 1ºC a cada 40 anos. Estudos avaliam que apenas mais um grau de aumento significaria o fim do fenômeno. Além do mais, o período em que se pode observá-lo se encurtou em mais de 60 dias, se comparado aos dados de 70 anos atrás.

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Notícias do Japão – Livros em Kanda, Hagoita, Daruma-san

22 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , ,

Feira e leilão de livros antigos em Kanda: Kanda/Jinbôchô, em Tóquio, tradicional distrito de sebo e livros antigos, se movimentou com a feira anual e leilão de livros raros, com milhares de itens centralizados em obras anteriores à Era Edo (anos 1603-1868). Nota-se presença cada vez maior de colecionadores e compradores chineses. Livros antigos chineses são raros e com preço proibitivo na China, onde ainda se ressente do expurgo sofrido pela arte e literatura durante a Revolução Cultural nos anos 1970. No Japão, os preços estão até mais acessíveis para chineses, cujo poder aquisitivo continua crescente. Eles se interessam por livros e objetos chineses de épocas como a da Dinastia Song (960-1279), injetando saudável movimento turístico-cultural-comercial nesta área de Tóquio.

Produção de raquetes hagoita a todo vapor: Meninas não jogam mais hanetsuki no Ano Novojogo tipo “peteca em que duas jogadoras vestidas com kimonos festivos procuram manter no ar, o maior tempo possível, uma bolinha leve adornada com plumas, impulsionada por raquetes de madeira. Brincadeira delicada e elegante, hoje se vê apenas em festivais ou apresentações. Mas raquetes hagoita continuam muito apreciadas como ornamento e talismã na época do Ano Novo: as pessoas presenteiam amigas e familiares, como símbolo de sorte e felicidade. Confeccionadas artística e artesanalmente, são decoradas com figuras clássicas de gravuras ukiyo-ê ou do teatro kabuki, pintadas em telas de seda e coladas na face da raquete. A cidade de Kasukabe, na província de Saitama, ao norte de Tóquio, é uma das grandes produtoras de hagoita. No mês de dezembro, acontecem hagoita ichi pelo Japão inteiro, feiras onde se vendem as raquetes. Em Tóquio, a mais concorrida é a feira ao redor do templo Asakusa Jinja, onde hagoitas custam entre US$ 60 a 500.

Artesãos ultimam bonecos Eto Daruma: O costume de se presentear no Ano Novo vem de um Japão de outrora quando não existia tradição natalina. Outro okurimono (lembrancinha) muito popular para o Ano Novo é o Daruma, robusto boneco feito em madeira ou papier-mâché. Com grandes olhos, sobrancelhas espessas e sem pernas, espelha-se no monge budista hindu Bodhidarma (séc. V-VI DC) que introduziu as artes marciais e a seita budista de meditação Chan, na China (zen-budismo, no Japão): ao ficar nove anos virado contra um muro, meditando de joelhos dobrados, perdeu a mobilidade dos mesmos. Ao ganhar um Daruma-san, pinta-se um dos olhos enquanto se faz um pedido. Realizado o pedido, pinta-se o outro olho. No fim do ano, o boneco é incinerado. A cidade de Takasaki, na Província de Gunma, é o maior centro produtor de Eto Daruma, típico da região. Artesãos ultimam centenas de bonecos, pintados de tradicional vermelho. Porém, para 2011, “ano do coelho” conforme o calendário chinês, alguns Daruma-san estão sendo pintados com longas orelhas de coelho e desenho de cenoura, augurando-se votos para um ano repleto de “auspiciosos saltos para frente” (como os de um coelho). Segundo a NHK-news, a cidade não está dando conta dos pedidos.


Séculos de História e Arte em Nihonbashi de Tóquio

17 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , | 2 Comentários »

A poucas quadras da atual Ginza, a ponte de pedra sobre o Rio Nihonbashi substituiu, em 1911, a ponte de madeira que Utagawa Hiroshige (1797/1858) imortalizou como tema inicial de gravuras ukiyo-ê na série “As 53 vilas da estrada de Tokaido”. Agora, ela se prepara para comemorar o centenário, e contratou-se tecnologia alemã, a mesma que fez a limpeza da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e da Praça de São Pedro, no Vaticano: a ponte está sendo purificada carinhosamente, com água quente. Centro mercantil e empresarial da antiga Edo, depois Tóquio na era Meiji, é dessa área que partiam estradas para o resto do Japão, inclusive a Tokaido ligando Edo a Quioto. Nos anos 1600, ali se abrigavam os cavalos do correio que levava e trazia notícias e cartas da época. Próxima da ponte, na margem norte do rio, está o marco zero de Tóquio, em bronze.

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Gravura Ukiyo-ê Nihonbashi, de Utagawa Hiroshige

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“Kôyô Zensen” – Matizes de Outono

28 de outubro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Depoimentos | Tags: , , ,

Apesar da exígua extensão territorial se comparada a países continentais como o Brasil, 70% das terras do Japão são montanhas não habitadas, cobertas de florestas e banhadas por riachos cristalinos. Terras são muito prezadas pelos japoneses, suas montanhas e florestas, reverenciadas. Grande parte de árvores dessas florestas preservadas se constituem de espécies deciduifólias, como nas outras regiões do hemisfério norte: árvores que se desfolham no inverno, cujas folhas se tingem de diferentes matizes de amarelo, laranja e vermelho, no outono.

São bordos e ácers diversos (kaede, momiji, sugar maple), ginko bilobas (ichô), sumagreiras (urushi, árvore que produz o verniz de charão), altaneiras (keyaki), paulownias (kiri), entre outras. As folhas começam a mudar de cor em meados de setembro, a partir da região norte, desde Hokkaido. A coloração outonal avança em direção ao sul, nos meses de outubro e novembro, acompanhando a feliz disposição geográfica do arquipélago. Chamado de kôyo zensen -“frente de folhas tingidas”, esse avanço é anunciado diariamente pela mídia. Jornais estampam fotos das montanhas e colinas coloridas, emissoras de televisão mostram espetaculares paisagens tingidas de tons que vão do amarelo claro ao vermelho escuro, passando pelo laranja, misturados ao verde contrastante das árvores de folhas perenes.

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COP10 Nagóia e o Ano Internacional da Biodiversidade

15 de outubro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , ,

“Represa de Billings recebe 400 toneladas de lixo por dia”, “Mercúrio em área pública contamina crianças no interior de São Paulo”. Duas notícias publicadas no mesmo caderno de jornal, no mesmo dia (Folha de S.Paulo, 15/out/2010). Elas falam sobre falta de saneamento ambiental básico e de disposição e manejo inadequados de resíduos produzidos pelo homem. Nossas crianças, nossas águas, plantas, pássaros e animais pedem clemência. E estamos em pleno Ano Internacional da Biodiversidade. A ocupação desordenada de áreas naturais, a exploração predatória de recursos da natureza e a poluição são algumas ações humanas que têm produzido consequências danosas, contribuindo para a perda cada vez maior de espécies animais e vegetais no Planeta.

Esses temas estarão em jogo durante as discussões da 10ª Conferência das Partes, da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas, na cidade de Nagóia, Província de Aiichi, Japão, nos próximos dias 18 a 29 de outubro. O Ano Internacional da Biodiversidade foi aberto em janeiro deste ano, na 2ª Reunião de Curitiba sobre Cidades e Biodiversidade, organizada pelas Nações Unidas. Representantes de 16 países de diferentes continentes tentaram definir um plano de ação focando a preservação da biodiversidade. O estudo conduzido será apresentado em Nagóia, durante o COP10.

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Rota do Chá e do Cavalo: O Chá “Pu’er” (I)

8 de outubro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , ,

Reprisado pela TV5-Monde, Sur la route légendaire du thé, produção franco-chinesa de 2007, este belíssimo documentário em três episódios nos desvenda a lendária Rota do Chá e do Cavalo. Quase desconhecida no Ocidente até o século XX, ligava o Sudoeste da China – atuais províncias de Sichuan, Yunnan e Qinghai – à Lhasa, no Tibete, através de planícies e platôs a 2000 metros de altitude, entre montanhas nevadas, traiçoeiros penhascos e desfiladeiros, e florestas selvagens. Na região conhecida como “teto do mundo”, dos mais inóspitos lugares da Terra.

No milênio que antecedeu a era cristã, quando a China mantinha com sucesso o monopólio do bicho da seda e da sua produção, a Rota da Seda ligava chineses ao mundo mediterrâneo, proporcionando intensa troca de cultura e comércio de raras e valiosas mercadorias. Mas a origem e a principal base do longo e contínuo comércio Leste-Oeste através dessa rota estava na troca da seda chinesa por cavalos da Ásia Central. Cavalos, de primeira necessidade para o imenso território: para transporte e segurança, para abastecer o exército do país. Quando o segredo do bicho-da-seda foi quebrado, a seda começou a ser produzida desde a Índia ao Bizâncio, e se tornou produto mediterrâneo. A China perdeu definitivamente o monopólio que era a razão de ser da Rota da Seda; mas continuava a precisar dos cavalos da Ásia Central. A partir da Dinastia Tang (séc.VII d.C.), os chineses descobriram outro produto muito apreciado por povos do Tibete e da Ásia Central, e entre nômades da Mongólia: o chá, proveniente das folhas da Camellia sinensis largamente nativa no Sudoeste da China, mas não cultivável nos gelados platôs tibetanos, nem nas estepes ou desertos da Mongólia. Rica moeda de troca por cavalos.

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Tsukimi – Em Busca do Luar da União

30 de setembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: , , , | 2 Comentários »

  Juntamente com o budismo e o confucionismo que se difundiram no Japão vindos da China, através da Coreia, conceitos inerentes a esses ensinamentos constituem cultura comum entre os três países. Como a consciência do fugaz: a profunda harmonia que se estabelece entre o belo e o efêmero do mundo exterior com a emoção interior das pessoas, provocando sentimento de pesar patético pelo momento breve que se esvai sem piedade.

Explicado como mono-no-aware, esse conceito domina a estética japonesa, mais precisamente a partir do período Heian (794-1185, Quioto). Explorado com talento em obras como Genji Monogatari, impregnaria para sempre as artes – literatura, música, pintura, arquitetura, paisagismo. E também o próprio dia a dia no Japão. A refinada corte de Heian apreciava buscar a beleza da natureza cambiante. Assim, a contemplação de flores na primavera (hanami); no verão, excursões por campos e montanhas, a caça a vagalumes (hotaru-gari); no outono, o misterioso apelo do luar (tsukimi), o cricrilar de insetos (mushi-kari) e a contemplação de folhas se tingindo de vermelho (momiji-gari); no inverno, enfim, o silencioso cair da neve (yukimi).

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