Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esforços Japoneses Para Gerar Energia Renovável

23 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: energia solar no Japão, incentivos fiscais

Há um crescente esforço em todas as partes do mundo para a geração de energia renovável, aproveitando as condições que possuem. No caso do Japão, que depende fortemente da energia importada, principalmente do petróleo que representa cerca de 50% de sua matriz energética, está-se estimulando a utilização da energia solar, mesmo nas residências.

Um artigo publicado no jornal Nikkei informa que isto provocou um surto, aumentando em 120% as residências que passaram a contar com equipamentos para aproveitamento da energia solar. Segundo uma pesquisa efetuada pela Fuji Keizai, esta tendência deverá continuar num ritmo forte, em torno de um crescimento de 150% a partir de 2009.

Matriz2008_GRAFICO

Na realidade, comparando o Japão com outros dados disponíveis mundo afora, nota-se mesmo na média mundial, a dependência do petróleo é mais baixa. No caso brasileiro, há um grande esforço para aumentar a participação de energias renováveis, sendo que a cana de açúcar já representa mais que a energia hidráulica.

No caso dos países nórdicos, eles estão usando o máximo da energia hidráulica, muito mais que o Brasil, chegando a cerca de 58% de sua matriz energética.

O Brasil é um país que conta ainda com muitas alternativas, optando pelos que são menos custosos. Certamente haverá aumento do uso da energia solar com eólica, pois existe uma grande resistência pela atômica, que muitos países industrializados são obrigados a utilizar.

O debate que se trava hoje com a concorrência da usina hidroelétrica de Monte Belo parece necessitar reduzir o seu componente emocional, ainda que pudesse ter sido tratado com maior cuidado e melhor informação para a opinião pública. A outra usina em construção é a Jirau, também na Amazônia, onde parece ser possível aumentar o seu potencial, com um mínimo de investimentos adicionais.

É evidente que todos os projetos hidroelétricos nesta região geram debates emocionais, mas tudo indica que alternativas como as atômicas provocariam mais controvérsias.

Na região Centro Sul do Brasil, o aproveitamento hidroelétrico foi planejado com uma visão de prazo mais longo, construindo-se uma série de represas em regiões muito mais densamente ocupadas. Qualquer orientação que seja adotada gerará discussões sobre os seus custos, de variadas naturezas.