Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Síndrome de Galápagos e a Globalização

4 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

Todos sabem que algumas economias desenvolvidas enfrentam grandes dificuldades para se adaptarem ao atual ritmo de globalização e estão à procura de caminhos para que isto possa ocorrer, conectando-os com as correntes dinâmicas proporcionadas pelas economias emergentes. Um artigo de Malcon Foster, do Associated Press, foi aproveitado em diversos jornais, inclusive O Estado de S.Paulo, referindo-se aos recentes problemas japoneses.

Generalizou-se no Japão o conceito de que os japoneses sofrem da chamada Síndrome de Galápagos, por terem desenvolvido num arquipélago uma cultura com condições muito particulares, sem uma miscigenação que dificulta suas atividades do exterior. Suas lideranças políticas, empresariais e da administração pública, depois de impressionarem o mundo com o milagre econômico de recuperação do pós-guerra, enfrentam décadas de baixo crescimento, enquanto a sua população envelhece rapidamente. Suas iniciativas para romperem este estado de coisas ainda são limitadas, quando comparado com as efetuadas por outros países.

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Há que se admitir que ao longo da história da humanidade muitos povos passaram por fases de ascensão, auge e declínio, e a China está provando que elas podem voltar a se repetir, ocupando novamente uma posição de liderança. Em muitos casos houve uma diáspora de povos que os permitiu absorverem conhecimentos de outras regiões que foram incorporados para uma nova fase do seu desenvolvimento.

Muitos exemplos indicam que, no atual mundo globalizado, está havendo também uma migração empresarial de alguns executivos, como o Valor Econômico traz uma matéria inusitada e interessante de neozelandeses no Brasil, no interior da Bahia, numa produção de leite e seus derivados, numa joint venture onde os brasileiros são minoritários, como consta de um artigo da Alda do Amaral Rocha.

Os chineses e os hindus estão espalhando suas atividades em todo o mundo, mas principalmente nos países emergentes, como se relata em outro artigo da Loretta Chao, do The Wall Street Journal, também reproduzido no Valor Econômico.

Muitos povos estão aproveitando os descendentes dos seus imigrantes para intensificar suas relações econômicas com outros países, sempre procurando efeitos dinâmicos para suas economias. Há casos em que os mecanismos tradicionais não funcionam adequadamente, como o uso das redes bancárias e de instituições como as tradings companies, sendo que as mais agressivas são as pequenas e médias organizações que pretendem expandir suas atividades.

Na América do Sul, como regra geral, os japoneses contam com uma imagem positiva, de bons trabalhadores, confiáveis e que possuem boas tecnologias e capacidades de financiamentos em condições favoráveis. E podem proporcionar contrapartidas razoáveis, pois continuam sendo importadores de produtos do exterior.

Tudo indica que existem muitas oportunidades que podem proporcionar vantagens recíprocas, mas é preciso que todos estejam conscientes que estão trabalhando internacionalmente com populações que possuem outras tradições históricas e culturais, havendo necessidade de se adaptarem em ambientes que são bastante diversos dos seus próprios países.

A consciência que existem alternativas parece que está se generalizando, restando que haja determinação para a execução de tarefas que certamente serão trabalhosas.



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