Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Início da Recuperação de Algumas Economias

18 de abril de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Ainda que as avaliações das recuperações de algumas economias possam ser precárias, pois estaria se comparando com níveis anteriores muito baixos, sempre são sinais animadores. No caso da China, a agência que cuida do assunto, a NBS – National Bureau of Statistics, anuncia que no primeiro trimestre deste ano a economia daquele país cresceu 18,3% chegando a US$ 3,8 trilhões. No caso dos Estados Unidos, o banco central daquele país, o SFR – o Sistema Federal de Reservas, estima que neste ano o PIB – Produto Interno Bruto chegue a 6,5% quando antes estava estimado em 4,2%.

Na China, a recuperação está ocorrendo com os gastos dos consumidores, retornando as condições imageanteriores à Covid-19. Mas eles mesmos ainda constatam que isto não é sólido, pois algumas empresas chinesas persistem com dificuldades. Mas a produção industrial cresceu 24,5% e as vendas no varejo superou as expectativas do mercado, chegando a 33,8%. Eles dependem das exportações e os países importadores ainda podem contar com dificuldades nesta área.

Indústria automobilística chinesa continua usando muitos robôs

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Ganhei Um Doce…

23 de março de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Apostei comigo mesmo que se eu encontrasse algumas notícias mais animadoras poderia comer um doce. Apesar da atual crise econômica e da pandemia da Covid-19, informa-se que duas pequenas empresas norte-americanas começam a operar nos Estados Unidos, com um tipo de transporte aéreo de baixo custo.

As empresas Breeze Airways e Aveio Airlines entrariam nos serviços de baixo custo, começando pelo uso de aeroportos menores, segundo notícia publicada no New York Times e clip_image002republicada no site de O Globo em portuguès. Encontrei-as após uma intensa garimpagem

Um dos aviões da frota da Breeze Airways, no pátio do MacArthur Airport (antigo Islip Airport), em Ronkonkoma, Nova York. Foto: Adam Macchia / The New York Times, constante do artigo no site do New York Times, que vale a pena ser lido na sua íntegra

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Economistas nos Períodos de Acentuadas Carências

27 de janeiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Todos sabem que os economistas em qualquer parte do mundo podem contribuir para opções políticas mais razoáveis que necessitam de decisões políticas. Com conhecimento da realidade, podem ajudar as autoridades a escolherem as prioridades dos usos dos recursos escassos, que são políticas e levam em consideração os valores de um governo. No caso brasileiro, parece que nada disso fica muito claro por deficiências econômicas e políticas, reduzindo a eficiência das ações que serão executadas.

Um artigo elaborado por Vinicius Sassine e publicado na Folha de S.Paulo, baseado num levantamento feito pelo CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, informa que, neste crucial período da pandemia, o governo Jair Bolsonaro reduziu recursos para importação de equipamentos para o Instituto Butantan e Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, que se empenham nas pesquisas voltadas ao combate da Covid-19. clip_image002Continuam sendo reduzidos com corte de 68,9% em 2020 para US$ 300 milhões, e US$ 93,29 neste ano de 2021.

O governo Jair Bolsonaro corta os recursos para pesquisas no Instituto Butantan e FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

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O Desenvolvimento Tecnológico Chinês

16 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política, Tecnologia | Tags: , , ,

Enquanto a maioria dos países do mundo está se recuperando da redução do PIB ocorrido neste ano com a pandemia da Covid-19, a China já está com sua economia acima do nível em que estava no começo deste ano. Isto vem ocorrendo principalmente com os lançamentos de clip_image002novos produtos e tecnologias, como o que ocorreu na semana passada na 22ª Feira de Alta Tecnologia da China, em Shenzhen, quando 1.790 novos produtos foram lançados, ao lado de 767 novas tecnologias.  

Um novo trator, utilizado na agricultura, onde a produção de arroz, por exemplo, é feita num polder

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O Possível em Tempos de Crise

2 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Todos no mundo atual de acentuada crise procuram formas baratas de turismo, aproveitando o que já existe. A imprensa chinesa informa que as estruturas que possuem para receber muitos turistas, até do exterior, estão sendo usados para que a população local conheça as diversas regiões agrícolas daquele país que produzem o que eles necessitam. O mesmo já foi feito nos Estados Unidos por Theodore Roosevelt para superarem a crise de 1929, criando a Tennesse Valley Authority. O Brasil adaptou a ideia, criando a CIBPU – Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai para aproveitamento integral dos investimentos feitos para gerar energia elétrica, usando as represas para o transporte pluvial, irrigação e turismo na região Centro-Sul do país.

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Shenzhen é Considerado o Vale do Silício da China

4 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , | 2 Comentários »

A brasileira Tatiana Prazeres é colunista da Folha de S.Paulo e sendo fellow na Universidade de Negócios Internacionais e Economia em Pequim, tendo sido secretaria de comércio exterior na Organização Mundial de Comércio, ela está credenciada para escrever sobre o desenvolvimento tecnológico que continua ocorrendo na China. Com a contribuição de Deng Xiaoping, muitos chineses aproveitaram as oportunidades de estudos no exterior, notadamente nos Estados Unidos. Hoje, ainda que considerado por muitos como politicamente autoritário, o fato concreto é que aquele país vem utilizando intensamente os mecanismos de mercado nos relacionamentos com o exterior, conseguindo ser um exemplo econômico que poderia ser aproveitado por outros países emergentes como o Brasil.  

Shenzhen na China, considerado o Vale do Silício naquele país que se multiplicou por outras cidades

Em Shenzhen é permitido, segundo a autora, que as empresas visem o lucro, demitam pesquisadores, remetam divisas para o exterior há quarenta anos, como a primeira área-piloto para atrair empresas estrangeiras. Hoje, existem 14 cidades na China que replicaram seu exemplo, experimentando mudanças para corrigir seus rumos, de forma pragmática. Provocou-se uma forte descentralização econômica. As maiores empresas chinesas que se voltam às tecnologias mais avançadas chegam agora a 30 mil, conhecidas internacionalmente.

Há um equilíbrio entre as forças do Estado e do setor privado e o que se conseguiu nestas cidades de desenvolvimento tecnológico utilizando o empreendedorismo local. Novas inovações continuam sendo adotadas, intensificando o intercâmbio com o exterior, o que chega a incomodar governos atuais como dos Estados Unidos.

Na atual fase, os chineses voltam-se ao esforço de utilizar o seu expressivo mercado interno, quando os recentes problemas reduziram o ritmo da globalização. Estes exemplos podem ser utilizados no Brasil com as devidas adaptações.

O que parece evidente é que há uma necessidade governamental de pensar em longo prazo, tendo um plano adequado para ser implementado pragmaticamente na medida em que vão ocorrendo mudanças significativas na economia mundial, não se restringindo às percepções emocionais restritas a poucos dirigentes.    


Reforma Administrativa do Governo Federal

3 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , , , , , , , | 2 Comentários »

Se o objetivo da reforma administrativa do governo federal brasileiro fosse procurar o mínimo de racionalidade, existiriam muitos exemplos ao longo da história do mundo para inspirar este complexo processo. No entanto, parece que se trata somente de reduzir a importância das carreiras no serviço público, dotando o governo da possibilidade de livre nomeação daqueles que lhes sejam convenientes, com simples novos aumentos dos custeios. O exemplo mais conhecido e antigo é o da China, onde se preparava os mandarins, pelos seus méritos, para ajudarem o imperador a administrar aquele gigantesco país. Na Era Meiji, no Japão, foram criadas as universidades imperiais, começando com a de Tóquio, com objetivos semelhantes.

École Nationale d’Administration Publique, França

O que se tornou mais famoso no mundo foi a École Nationale d’Administration Publique da França para formar funcionários públicos para depois passarem a serem parlamentares. Na Alemanha, preparou-se os funcionários do setor fazendário, que ajudou os brasileiros a fazer algo semelhante. No Brasil, na carreira militar existem diversos cursos de nível para se chegar ao generalato, o que se aprendeu com Napoleão Bonaparte. A Fundação Getúlio Vargas tinha no Rio de Janeiro um curso de administração pública e outro de administração privada em São Paulo. A FEA-USP, com professores vindos da Escola Politécnica, passou a contar com condições de formarem administradores públicos, e mais recentemente a London School of Economics criou do curso de Antropologia Organizacional para ministrar sobre o comportamento grupal de funcionários de qualquer tipo de organização. Portanto, existe um amplo cabedal de conhecimentos técnicos para os que desejam efetuar uma verdadeira reforma administrativa, visando o aumento de sua eficiência.

Tivemos oportunidade usar parte destes conhecimentos no Banco Centrai do Brasil e do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, fazendo com que os funcionários fossem promovidos por mérito e por antiguidade, como está estabelecido na legislação, pois muitos dos seus direitos estão assegurados, não sendo simples promover mudanças. Sem um planejamento prévio bem elaborado, o Judiciário terá que assegurar aos funcionários direitos adquiridos, ficando tudo somente no discurso bem intencionado.

Está se observando no Brasil atual que os funcionários públicos possuem um grande poder político, pois tanto os parlamentares como membros do judiciário dependem dos pareceres elaborados por estes funcionários com longa experiência, que conhecem os detalhes de muitos processos que foram se aperfeiçoando ao longo do tempo. Eles dificilmente atuarão contra seus próprios interesses e conhecem detalhes importantes, que não são do conhecimento dos que eventualmente passam pelo governo por tempos limitados.

Para se conseguir avanços importantes, há que se utilizar os conhecimentos destes especialistas, o que parece que não está acontecendo no momento.


A Diversidade do que se Possa Fazer

3 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Todos os analistas e autoridades ficam imaginando o que seria possível fazer para enfrentar a atual crise mundial que pode ter sido desencadeado a partir do setor de saúde, mas se estende pela política e a economia, dentro da aspiração geral de atender aos mais frágeis prioritariamente, aqueles que estão mais sujeitos aos seus efeitos deletérios. Mas, como as diferenças culturais entre os muitos países são acentuadas, parece difícil chegar-se a um razoável consenso do que seria mais recomendável, mesmo com as inovações criativas possíveis, parecendo mais seguro restringir-se inicialmente ao que já está funcionando ao longo do tempo.

Em muitos países, infelizmente, predominam no momento o caos, com as autoridades procurando adotar uma política popular e imediatista, visando a sua continuidade no poder. As medidas duras e realistas ficam somente em alguns discursos, sem que cheguem a ser implementadas, mesmo que elas tenham condições de gerar resultados mais seguros para o futuro. No Brasil, as autoridades pouco preparadas para situações difíceis tendem a optar por soluções emotivas, que aparentam não poderem ser suportadas pela dura realidade, mas são alimentadas por publicidades que abusam do uso das redes sociais, que utilizam até mecanismos duvidosos de seus financiamentos.

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Uma favela em São Paulo, uma das dificuldades difíceis de serem resolvidas

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Queda Brutal da Economia Norte-Americana

3 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Os recentes artigos publicados no Brasil não são precisos, mesmo se tratando da economia norte-americana, não se fornecendo a fonte das estimativas atuais de queda do PIB. De qualquer forma, como efeito da pandemia do coronavírus, tudo indica que o primeiro semestre não foi bom para os Estados Unidos, informando ter chegado no segundo trimestre deste ano até próximo a um terço de redução da sua economia. Isto levou o jornalista brasileiro Renato Andrade, de O Globo, a usar a expressão de James Carville na campanha eleitoral de 1992, que ficou famosa: “é a economia, estúpido”. George Bush (pai), republicano, acabou sendo derrotado por Bill Clinton, democrata, naquela época.

clip_image002O fato concreto é que o presidente Donald Trump propôs imediatamente o adiamento das eleições, o que depende dos parlamentares daquele país, que contam com maioria de democratas, sendo praticamente impossível de ser aprovado.

Presidente Donald Trump contrariado com a estimativa de queda do PIB dos Estados Unidos.

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Celso Furtado Completaria 100 Anos

26 de julho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

Todos os economistas da minha geração leram no mínimo dois livros de Celso Furtado, “Formação Econômica do Brasil” e “Desenvolvimento e Subdesenvolvimento”. Este nordestino que trabalhou em diversas organizações internacionais, destacando-se na França clip_image002como professor da Sorbonne. Ele tinha uma capacidade incrível de escrever um livro de história a partir de um esquema bem elaborado e lógico, ainda que não tenha feito nenhuma pesquisa de campo com fontes primárias. Outro livro obrigatório de história para os estudantes era de Caio Prado Junior, “Formação do Brasil Contemporâneo”.

Celso Furtado desempenhou funções importantes no Brasil e nos organismos internacionais

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