Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Exploração do Xisto Comparada com a Corrida do Ouro

2 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: corrida ao Xisto comparada com a do ouro na Califórnia, experiência de Serra Pelada no Brasil, o caso de Dakota do Norte

Um artigo publicado no The Economist no final do ano passado compara o fenômeno observado com a exploração do xisto em Dakota do Norte em 2011 com a corrida do ouro em 1848 na Alta Califórnia. Como em casos semelhantes, também no Brasil, em Serra Pelada, a descoberta acaba atraindo desordenadamente migrantes trabalhadores que se destinam exclusivamente à sua exploração. As condições para o deslocamento para as duas regiões norte-americanas são evidentemente diferentes com mais de um século e meio decorrido, mas existem muitos aspectos que são comuns, como observaram jornalistas que foram constatar as condições atuais, comparando com as descritas brilhantemente no livro “A Idade do Ouro” (The Age of Gold, H.W.Brands) no passado e atualmente na pequena localidade de Willston. Este assunto também foi veiculado numa matéria divulgada pela Globo News no seu programa Cidades e Soluções com base no que está acontecendo na Pensilvânia, também nos Estado Unidos, afirmando que diversas áreas do Brasil com o potencial idêntico deverão ser licitados brevemente.

Este site vem publicando matérias sobre o assunto que é controvertido, apresentando sensíveis inovações tecnológicas, que podem ser executadas por grandes empresas com baixos custos de produção. Mas que danos estão sendo sofridos por pequenos produtores rurais vizinhos parecem evidentes, não havendo um adequado cuidado sobre a sua sustentabilidade, ainda que a exploração do xisto esteja fortemente estimulada pelas autoridades norte-americanas, interessadas na sua independência energética. São chocantes as cenas com o fogo que pode ser provocado nas nascentes, ou nas torneiras de casas, bem como todos os resíduos certamente contaminantes que estão prejudicando criadores de gado, mas que não contam com o devido apoio até do Judiciário de diversos Estados norte-americanos para serem indenizados. Muitos estão vivendo dos aluguéis de suas terras para outras atividades.

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Exploração do gás e do petróleo com a tecnologia do fracking shale

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A Recuperação dos Estados Unidos é um Lanche Grátis?

31 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a desvalorização do dólar norte-americano, o crescimento da importância do setor financeiro, os problemas da exploração do xisto, quem paga pela recuperação da economia norte-americana, se não existe lanche grátis | 4 Comentários »

Não se conhece ninguém que fique triste com a recuperação da economia norte-americana que continua liderando a mundial e a sua melhoria beneficia a todos. Então existiria o lanche grátis, e ninguém teria que arcar com os seus custos? Se os adultos não acreditam mais em Papai Noel, como ensinou Joan Robinson, alguém está arcando com os substanciais custos das astronômicas assistências dadas aos bancos que foram os responsáveis pela crise mundial de 2007/2008. Com a ameaça de uma crise sistêmica que poderia igualar-se a crise de 1929, as autoridades proporcionaram as volumosas assistências aos bancos para poderem absorver os grandes prejuízos que tiveram com os créditos imobiliários irresponsáveis, acabando até por premiar muitos dos seus dirigentes.

Para estimular a recuperação da economia norte-americana, o FED – Banco Central dos Estados Unidos veio injetando US$ 85 bilhões mensais, que agora começaram a reduzir para US$ 75 bilhões mensais. Seria uma mágica tão simples não havendo ninguém prejudicado? Evidentemente a política chamada de easing moneraty policy provocou a desvalorização do dólar norte-americano desencadeando uma guerra cambial, com outras acompanhando estas desvalorizações, na medida em que suas moedas eram aceitas no mercado internacional. Foi o que aconteceu com os ingleses e mais recentemente com os japoneses, para se manterem competitivos no mercado internacional, promovendo também suas exportações. Quem não tinha como desvalorizar suas moedas na mesma proporção, como o Brasil, sofreram quedas de suas exportações e empregos de qualidade, enquanto seus gastos em moedas fortes foram aumentando. Além de tomar medidas para os controles dos fluxos financeiros mundiais.

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Sede do FED e mapa dos Estados Unidos

Evidentemente, muitos desfavorecidos norte-americanos também arcaram com o desemprego, tendo que viver da ajuda do governo para sobreviverem. Somente poucos do setor financeiro acabaram gozando dos privilégios que foram concedidos para os bancos, que não satisfeitos com todos estes benefícios ainda manipularam as taxas de juros como o Libor – London Interbank Rate como as taxas de câmbio nos fechamentos cambiais naquele mercado, como comprovado por muitas investigações. Acredita-se que alguns serão punidos por estas manipulações que afetam fluxos de trilhões de dólares diários, mas serão poucos.

Os bancos estão pagando multas de dezenas de bilhões de dólares, mas não se divulgam os lucros que obtiveram com estas e outras operações que foram certamente muitas vezes maiores. Eles continuam não aceitando regulamentações razoáveis sobre estes fluxos, ainda que organizações como o BIS – o Banco Central dos Bancos Centrais, e o BCE – Banco Central Europeu procurem adotá-las.

Uma parte da recuperação da economia norte-americana deve-se também às novas explorações do xisto, com a produção de petróleo e gás baratos, que os está levando a contar com a sonhada independência energética do país, com baixos custos. Ainda que aleguem que estão reduzindo as utilizações de combustíveis mais poluentes como o carvão mineral, todos sabem que a utilização de combustíveis fosseis continuam provocando o aquecimento global, elevando as irregularidades climáticas. Além da exploração do xisto estar provocando a contaminação das águas subterrâneas, afetando também os vizinhos destas explorações, que são os próprios norte-americanos.

As irregularidades climáticas atingem mais duramente os pobres de todo o mundo, aqueles que moram nas zonas mais baixas atingidas pelas inundações, sendo uma parte nos próprios Estados Unidos, mas mais duramente em países como as Filipinas. Ainda que não exista uma evidência científica ligando estes fenômenos, os que estão sendo afetados sentem a incapacidade das autoridades de muitos países decidirem sobre metas de lançamento como o CO2, com substanciais resistências dos principais países poluidores como os Estados Unidos e a China.

O ano de 2013 foi profícuo em manifestações populares contra muitas mazelas, mas ainda não foram capazes de atingir o fulcro dos grandes problemas mundiais. Mas cada vez maior número de habitantes deste mundo globalizado está ficando consciente que medidas importantes e duras precisam ser tomadas. O que se espera é que 2014 não seja somente de eventos esportivos e algumas eleições importantes, como destaca The Economist no seu número para o próximo ano, mas de alguns avanços substanciais nos grandes problemas que nos afetam a todos.


Multiplicação de Hoteis Fazenda no Interior Brasileiro

29 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aumento das famílias morando nos apartamentos, estruturas disponíveis para as férias, necessidade das crianças conhecerem um pouco do meio rural

Existem inúmeras informações disponíveis sobre muitas fazendas que se transformaram em hotéis, para atender a população brasileira que cada vez mais mora em apartamentos, com as crianças conhecendo pouco até da origem dos alimentos que consomem. As férias acabam sendo oportunidades para conhecer de perto animais e vegetais que conhecem somente pelas fotos, televisões e revistas, que não dão a ideia viva do que acontece no meio rural, criando-os ou plantando-os. Mas é natural que os pais e os responsáveis pelas crianças desejem contar também com o conforto com que estão acostumados, notadamente nos conjuntos habitacionais e nos grandes centros urbanos, evitando enfrentar o terrível tráfego das rodovias nos deslocamentos necessários.

Sempre existe a possibilidade que se utilize o contrafluxo destes intensos tráfegos, escolhendo localidades que não sejam as mais distantes das residências habituais e as datas convenientes para aqueles que contam com liberdade das mesmas para estas rápidas visitas. Aproveitando o interregno entre o Natal e o Ano Novo, tive a oportunidade de conhecer um no bairro de Maracanã, em Atibaia, a menos de 50 quilômetros de São Paulo. Fiquei surpreso por encontrar um nível de instalação e serviços, inclusive gastronomia, com o uso do pessoal local treinado para o bom atendimento dos hóspedes. Muitos dados semelhantes a estes podem ser encontrados em sites, onde o www.recantodapaz.com.br é um simples exemplo. Outro seria www.refugiocheirodemato.com.br que fica em Mairiporã, ao lado da represa, mais próximo ainda de São Paulo, como muitos outros semelhantes.

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Boa comida e áreas de lazer para a criançada são comodidades nos hotéis-fazenda

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Medidas Econômicas Brasileiras Visando 2014

29 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: elevação da tributação de automóveis e outros produtos, elevação do custo do turismo externo, medidas contra a tempestade perfeita | 2 Comentários »

Muitos na imprensa brasileira se mostram surpresos que no final do ano o governo tome medidas que são consideradas antipopulares, visando efeitos num ano que é eleitoral. Na realidade, o professor Delfim Netto estava alertando que poderia ocorrer uma tempestade perfeita, com os Estados Unidos reduzindo seus incentivos para manter a sua economia em recuperação com a redução da chamada easy monetary policy, e o Brasil sendo reclassificado pelas agências internacionais de rating, diante das dificuldades que estaria enfrentando. O que se constatou é que as autoridades monetárias norte-americanas se mostraram extremamente cautelosas somente reduzindo a sua expansão monetária de uma aquisição mensal de US$ 85 bilhões, para US$ 75 bilhões, que indica apenas um início do processo de redução paulatina e cuidadosa de suas facilidades monetárias.

Isto manteria a balança internacional de turismo extremamente deficitária mesmo no próximo ano. O governo resolveu impor um aumento do IOF de 6% sobre os principais meios de gastos dos turistas no exterior, que foi considerada por alguns analistas econômicos opositores ao governo como insuficiente, que segundo eles decorreria da elevação tributação existente no Brasil. Isto mostra que muitos deles não entendem adequadamente o funcionamento do mecanismo dos preços, que não necessita ser efetuada com grandes saltos, mas efetuar os ajustamentos por pequenos passos. Ao mesmo tempo, mesmo com os primeiros indícios de queda da expansão da demanda interna de diversos produtos, as autoridades brasileiras demonstraram publicamente que estão dispostas a tomar medidas mesmas antipopulares, num ano eleitoral. É uma indicação importante para as agências de rating, afastando a necessidade de reclassificação da economia brasileira.

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Noticiário do Natal na Mídia Brasileira

26 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: demanda do público, notícias variadas, pouco sobre o Natal, problemas no mundo

Há que se reconhecer que a televisão continua sendo o meio de comunicação social que mais alcança o público em todo o mundo, ainda que esteja passando também por mudanças diante dos avanços dos meios eletrônicos de variados tipos. Acompanhando o noticiário mundial, nota-se que mesmo no Natal poucos assuntos relacionados diretamente com o nascimento de Jesus Cristo acabaram ocupando o espaço da imprensa. É evidente que a Missa do Vaticano como a de Jerusalém entrou na pauta, como muitas ações de filantropos que distribuíram seus presentes para as crianças pobres, como fazem habitualmente.

O verdadeiro sentido do Natal ainda foi pouco explicado, comentando-se mais as dificuldades que a Virgem Maria teria hoje para se deslocar de Nazaré para Belém, diante das restrições para o deslocamento em Israel e a Palestina. Evidencia que ainda não se conseguiu que os homens de boa vontade superassem as divergências políticas que continuam alimentando atentados absurdos, vitimando inocentes. As mensagens de solidariedade com os mais pobres e desfavorecidos ainda não se transformam nas dominantes nos noticiários. Os eventos comerciais ocupam mais espaços, até nas televisões oficiais e públicas.

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Papa Francisco durante Missa de Natal e avião da FAB leva médicos para assistência voluntária

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Natal e Diferenças de Necessidades dos Países Não Cristãos

25 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: adaptações no mundo globalizado, Natal no Japão, profundezas culturais

Para o brasileiro, o Natal é uma das maiores datas do ano e a população está culturalmente influenciada pelos hábitos que cercam a data. Desde os dias que o antecedem, os preparativos eram mais marcantes do ponto de vista religioso, como as montagens do presépio, além das preparações espirituais como treinamento dos coros, roupas para missas e cultos, ao lado de meditações sobre o nascimento de Jesus Cristo. Lamentavelmente, passaram a ser dominados pelas compras de presentes e preparo das culinárias das ceias e almoços familiares. Mas nota-se a forte mudança do espírito de todos, com as vésperas sem expedientes de trabalho para muitos, viagens para se juntar aos familiares.

Nem todos se dão conta que isto não é universal, pois uma grande parcela do mundo não é cristã, ainda que os hábitos comerciais já tenham sido adotados, como as promoções das lojas. No Japão, por exemplo, não sendo o Natal um feriado, um brasileiro ou outras pessoas criadas no mundo cristão sentem as fortes diferenças existentes. O expediente de trabalho é normal, e somente à noite os familiares e amigos se reúnem para a sua comemoração, que nem sempre é como imaginado. Lembro-me, também, que existe uma imaginação que constatei quando estava em Veneza, na Itália na noite do Natal e pensava que haveria missa em todas as igrejas católicas da cidade, mas não consegui descobrir nenhuma. A população acompanhava a televisão que transmitia a que ocorria no Vaticano.

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Papa Francisco na missa de Natal. REUTERS/Tony Gentile / Loja enfeitada para o Naral

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Um Natal Brasileiro

22 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: desde o Papai Noel às ceias, mania de imitação dos brasileiros, um Natal brasileiro, volta às origens

Verificando as notícias sobre o Natal nos órgãos de comunicação social do Brasil, verifica-se, tristemente, que só se fala das vendas de presentes. Pode parecer piegas, mas tenho o sonho e a esperança da volta do Natal às suas origens e adaptados às condições brasileiras. O que está se comemorando é o nascimento de Jesus Cristo, que condenou os vendilhões no templo e o que se observa é a data máxima da cristandade transformada num evento comercial para “comprar” os afetos das crianças com os brinquedos. O uso da figura de um Papai Noel ridículo para mim, que nada tem com as regiões tropicais, com roupas inadequadas para o clima, com uma barba que assusta até as crianças. Na culinária, começo a leitura entusiasmada de um artigo no suplemento Eu e o Fim de Semana do jornal Valor Econômico escrito pelo chef Felipe Bronze falando de sua rejeição das outras importações de hábitos. Mas fico frustrado quando a sua receita recomendada é nada mais que o bacalhau vindo da Noruega, junto com a sua apreciação da rabanada também de origem europeia.

O discurso sobre uma ceia brasileira ficou totalmente falsa, ainda que se destaquem os ingredientes que poderiam ser locais, como frutas, legumes, carnes e peixes tipicamente tropicais, sem nenhum exagero e luxo. Como é difícil deixar a forte carga cultural e continuar dependendo do que é de outras regiões com climas totalmente diferentes da brasileira. Que decepção, ainda que não seja preciso ser um radical tropicalista.

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Frutas e peixes tropicais

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Recuperação do Turismo no Japão em 2013

21 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ainda modesto comparado com outros que contam com muitos turistas, atingiram 10 milhões antes de completar o ano, recuperação do turismo no Japão

Um artigo publicado no The Japan Times informa que o turismo de estrangeiros no Japão está aumentando, permitindo que antes de completar o ano fosse atingida a meta de 10 milhões destes turistas. Ainda que seja um país que oferece uma boa estrutura para tanto, todos sabem que o terremoto seguido de maremoto no nordeste do Japão, e a continuidade da contaminação radioativa vieram prejudicando a ida de estrangeiros para o país. Os que estão aumentando são os provenientes do Sudeste Asiático que vêm melhorando o seu padrão de vida, e todos procuram conhecer um país que apresenta melhor nível de renda per capita como o Japão.

No entanto, os problemas políticos ainda afetam este fluxo, com os chineses que visitavam muito o Japão e ainda se mantêm retraídos. O Japão possui metas ousadas para o futuro, esperando atingir 20 milhões de turistas estrangeiros em 2020 e triplicar o atual nível até 2030, o que é possível, com as melhorias que estão ocorrendo na Ásia, inclusive dos meios de transporte em massa com o uso de aeronaves de grande porte.

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Monte Fuji, templo em Kyoto e a Torre de Tokyo: locais turísticos do Japãoe

Em 2010, atingiu-se apenas 8,61 milhões de turistas estrangeiros, em 2011 enfrentaram-se as dificuldades naturais por que passou o Japão. As exigências burocráticas para os turistas estrangeiros estão sendo relaxadas, com a eliminação dos vistos para os da região do ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático. No entanto, estas medidas precisam ser recíprocas em ambos os países, fazendo com que os que mantêm a exigência de vistos como o Brasil, também tenham que obter os vistos para visitar o Japão.

No Sudeste Asiático, os provenientes do Vietnã apresentaram em 2013 um crescimento de 53,5%, os da Indonésia em 36% e os da Tailândia em 69%, mostrando tanto a melhoria econômica nestes países como as facilidades com as reduções dos custos para as viagens para o Japão, tanto nos transportes internacionais como as desvalorizações cambiais na economia japonesa.

Ainda assim, o Japão comparando com os países de forte turismo internacional, ainda está em níveis modestos, pois em 2012 mais de 27 países superaram a marca de 10 milhões de visitantes. Tudo isto mostra quanto o Brasil necessita se esforçar, por contar com tantos atrativos naturais, podendo reverter as contas relacionadas ao turismo, que são altamente deficitárias, com os brasileiros gastando muito no exterior, e atraindo poucos estrangeiros para o país.


Previsões Para a Economia Chinesa em 2014

20 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: consultas feitas pelo Nikkei Asian Review, previsões para o crescimento chinês em 2014

A economia chinesa continua muito importante para a Ásia como para o mundo, e todos se interessam em saber como ela deve se comportar em 2014. O jornal japonês Nikkei mantém um site que analisa o que deve acontecer na Ásia, chamado Nikkei Asian Review, que consultou muitos economistas que atuam naquele país, tanto os que estão em Hong Kong como na China Continental, para chegar a uma avaliação média, que não varia muito, conseguindo 21 respostas sobre os questionários enviados. Em 2012, a economia chinesa cresceu 7,7% medida pelo seu PIB. No trimestre de julho a setembro último, chegou a 7,8% ao ano, havendo uma previsão de 7,7% no último trimestre, que resultaria uma desaceleração para 7,6% no ano todo.

A maioria dos consultados entende que em 2014 o crescimento deve se manter estabilizado neste nível. A desaceleração observada deve-se às reformas anunciada por Xi Jinping, mas todos entendem que as exportações chinesas já se recuperaram beneficiadas pela melhoria da economia japonesa, dos Estados Unidos e da Europa, permitindo que desde meados de 2013 a situação permita avaliar a sua continuidade no próximo ano.

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A previsão dos analistas é uma ligeira valorização do yuan, quase a mesma que a atual, em torno de 6,07 por dólar. Estaria relacionada com a ênfase no mercado interno que se propõe nos planos. A inflação também teria um crescimento modesto de 2,7% em 2013 para 3,2% em 2014 como 2015, não havendo um grande temor com a bolha imobiliária.

Sobre as reforma programadas, as respostas recebidas foram menores, mas são favoráveis, havendo indicações que as autoridades chinesas conseguirão executá-las, com maior liberalização sobre a taxa de juros e redução dos controles sobre os preços dos alimentos como da energia.

Há certo ceticismo sobre a probabilidade das reestruturações das estatais chinesas e melhoria das finanças das autoridades locais. Também existe reservas sobre as possibilidades de avanços no Estado de Direito na China.

Como em todos os países, os analistas dispostos a responder as questões formuladas estão trabalhando, na maioria, nas instituições financeiras nacionais como estrangeiras.


A Escolha Brasileira do Caça Sueco

20 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: lamentações da Boing e da Dassault, notícia mundial, riscos, tecnologia conjunta, vantagens do Saab

Ainda que a maioria brasileira aprove a escolha do caça Gripen NG da Saad sueca para aparelhar a Força Aérea Brasileira, como é natural, parte da imprensa mundial estranha que F-18 da Boing norte-americana e a Rafale F3 da Dassault francesa tenham perdido a disputa. O brigadeiro Juniti Saito, comandante da FAB, sempre se mostrou a favor da opção sueca, nas discussões que demandaram 12 anos para o anúncio da decisão final. Todos sabem que o custo do Gripen NG é bem inferior aos dos concorrentes, e que a tecnologia será desenvolvida ainda em conjunto com os brasileiros, pois necessitam de testes complementares para ser comprovado como eficientes, mesmo que já tenham feitos os testes iniciais de voo.

O Brasil já teve problemas com a exportação de aviões militares, pois os Estados Unidos não aprovavam estas operações, alegando que eles tinham componentes de sua fabricação. Os franceses se esforçaram até o final, enviando o presidente François Hollande para o Brasil, que já tinham fornecido o Mirage no passado. No entanto, a preferência técnica da FAB acabou prevalecendo, ainda que os concorrentes possam alegar problemas políticos como as das espionagens, ou a falta de tradição dos suecos neste tipo de aeronave. Os especialistas em aeronáutica sempre preferem ficar com a preferência sobre a tradição de outras aeronaves, pois até os maiores fabricantes enfrentam problemas como a Boing com o seu 787, e os japoneses ainda não conseguiram fazer os testes completos ainda que tenham prontas as aeronaves que podem concorrer com as da Embraer.

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SAAB Gripen NG                                                                            Brigadeiro  Juniti Saito

com a Embraer que é competente para a produção de aeronaves, inclusive militares e pretende ser um produtor importante tanto para atender as suas necessidades futuras como até para a sua exportação. O domínio da tecnologia é de extrema importância, sem contar com problemas para tanto, o que é possível com os suecos que também já contam com outras encomendas relevantes na Europa.

O Brasil conta com uma vasta fronteira internacional que precisa proteger. Bem como está ampliando seus investimentos na costa brasileira, principalmente na chamado pré-sal, que vão além das águas territoriais que são admitidas por muitas potências internacionais. Contar com adequado equipamento suficiente para tanto não se resume somente nos caças, mas também submarinos e equipamentos navais militares.

Com a tradição comprovada da Embraer, a que somam experiências passadas na produção competitiva de equipamentos militares, como tanques e helicópteros, conta com as condições básicas para dispor de produção própria para as suas necessidades, que são imensas. A escala permite cogitar também das exportações para seus vizinhos e outros mercados como já comprovou no Oriente Médio e na África, sem depender de outros países que restringem nossas operações.

A FAB e o Brasil estão de parabéns pela decisão tomada, mesmo que sempre existam alguns riscos, que podem ser minimizados com as condições já conquistadas.