Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ajuda Internacional nos Problemas Nucleares Japoneses

31 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: , ,

Depois da incompreensível e criminosa demora japonesa na solicitação da ajuda técnica internacional para enfrentar os problemas das usinas de Fukushima Daiichi, pelas informações veiculadas pelos principais jornais internacionais, os franceses enviaram seus especialistas da Areva, a empresa de energia nuclear da França, inclusive seu presidente, antes da visita do presidente Nicolas Sarkozy, que visitando o Japão estabeleceu alguns entendimentos com o primeiro-ministro Naoto Kan, de interesse mundial. Eles tentam ajudar no controle das águas contaminadas encontradas em algumas unidades de Fukushima. Como se sabe, a França é o país que conta com maior percentual de energia atômica na sua matriz energética.

Os norte-americanos, tradicionais aliados dos japoneses nas questões de defesa, que sempre estiveram presentes nas proximidades dos lugares afetados, mas só depois do terceiro telefonema de Barack Obama a Naoto Kan é que estão se envolvendo diretamente enviando robôs construídos para manipular bombas. Estão preparados para atuar onde seres humanos correriam riscos elevados, detectando radiações e enviando imagens. Estão mandando 450 técnicos especializados no controle de danos provocados pelas radiações, como noticia o site do Daily Yomiuri Online.

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Presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro japonês Naoto Kan

Muitas outras ajudas internacionais especializadas estão a caminho, como roupas especializadas para proteção da radiação dos americanos, materiais especiais para esfriamento, como os provenientes da Coreia do Sul e equipamentos pesados da China para concretagem de cimentos da empresa Sany, a mesma que está se preparando para se instalar no Brasil. A Alemanha envia equipamentos de compreensão de ar e armazenagem de combustíveis nucleares.

Nenhum país dispõe de todas as tecnologias hoje existentes para enfrentar grandes desastres nucleares como a que está afetando o Japão. Mas, juntando o que muitos países dispõem, a eficiência dos trabalhos permite que os danos sejam minimizados, num prazo mais curto, impondo menos angústias e sofrimentos a todos, principalmente aos japoneses.

A dura lição que, infelizmente, está afetando o Japão deve acelerar a superação da sua síndrome de Galápagos, abrindo o seu país para o mundo globalizado, com maior respeito aos avanços tecnológicos que se observam também em outras partes do universo. Sem a necessidade de sacrifícios de verdadeiros kamikazes.

Os japoneses também podem contribuir com suas ricas tecnologias para evitar desastres naturais, como se observou nas aplicadas na construção civil resistentes a grandes sismos. Com sua capacidade de reconstrução rápida, uma defesa civil eficiente, um treinamento de toda a população para enfrentar os desastres, cria uma cultura indispensável sobre o assunto.

Lamentavelmente, muitos desastres naturais ainda serão enfrentados em variadas partes do mundo, e estas duras lições precisam ser absorvidas com a máxima urgência por todos os arrogantes, como autoridades brasileiras que recusaram a oferta japonesa de assistência técnica na defesa civil para enchentes e outros acidentes naturais.



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