Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças nos Consumos Mundiais e Brasileiros

25 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Observam-se mudanças nos padrões de consumo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os consumidores, tanto dos países industrializados como emergentes, parecem acompanhar os rápidos desenvolvimentos tecnológicos, que lançam novos produtos com frequência cada vez maior. Assim, tudo indica que, em vez da preferência por produtos de elevada qualidade e durabilidade, normalmente mais custosos, há fortes tendências por aqueles que incorporam novos aperfeiçoamentos tecnológicos, cujos preços baixam com grande rapidez e constância. Os eletrônicos, por exemplo, como os telefones celulares ou computadores, estão sendo lançados com inovações mais de uma vez por ano, induzindo os consumidores a considerarem-nos quase descartáveis. Muitos alimentos estão se tornando práticos, como os fast foods, havendo aqueles que são semipreparados para uso quase instantâneo, com evidente queda de qualidade e preços. As roupas passam a ser utilizadas por pouco tempo, não se importando mais com a sua qualidade, mas com a sua aparência. Os designs ganham importância cada vez maior.

Novos consumidores estão sendo incorporados nos mercados, tanto por pertencerem às economias emergentes que vêm crescendo rapidamente mesmo com uma piora da distribuição de renda, como está melhorando em alguns países como o Brasil, com o surgimento de uma nova classe média, cada vez mais importante para o mercado local.

imagesCABTNKO5ipadsNano, da Tata Motors

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Os meios de transporte estão se tornando disponíveis mais rapidamente aos jovens consumidores, com motos baratas de vários modelos e fabricantes. As habitações estão se tornando pré-fabricadas e minúsculas, na sua média, ainda que a propaganda destaque as de luxo. Os vestuários de grifes diferentes, ou até sem elas, estão sendo produzidos em grandes quantidades nos países como os asiáticos, onde a mão de obra ainda é menos custosa. E são oferecidos a preços acessíveis pelas grandes cadeias de lojas, muitas internacionais.

Sempre continuará havendo produtos de luxo, mas destinados somente para uma elite limitada, e novos ricos. A grande massa de consumidores continua sendo a classe média, a qual está sendo incorporados novos segmentos, na medida em que os preços de muitos produtos industriais estão sendo oferecidos a baixos preços, depois de um primeiro lançamento que amortiza parte dos custos das pesquisas para as inovações, bem como os de lançamento.

Algumas economias possuem uma agilidade menor para o ajustamento da oferta a estas rápidas mudanças na demanda, gerando momentâneos desequilíbrios que podem pressionar alguns preços. Mas, com a globalização que está ocorrendo em todo o mundo, os efeitos estão sendo sentidos rapidamente, ao mesmo tempo em que as facilidades do comércio exterior e da logística acabam atendendo as demandas que aparecem por todos os países, com defasagens mínimas, ajudada pela mídia.

Evidentemente, a velocidade de inovações tecnológicas acaba ganhando importância e ela necessita ter a competência de lançamentos constantes de novos produtos. Nos países onde a capacidade empresarial tem uma longa tradição comercial parece mais ajustados às novas condições da atual economia mundial. Tudo indica que os chineses estão entre os primeiros que tiram o máximo partido destas qualificações, ao mesmo tempo em que aproveitam as dimensões de sua população.



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