Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Redução do Consumo de Energia no Japão

1 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

Como faz usualmente, o Valor Econômico de hoje reproduz um artigo de Peter Landers que está em Tóquio e publicou o seu artigo no Wall Street Journal, que recebeu o controvertido título “Japão mostra que é possível viver sem tanta eletricidade” (Japan snaps back with less power). Com os desastres naturais do Japão, segundo o autor, experimentou-se uma redução de um quinto do suprimento de energia elétrica. As luzes têm se mantido acesas e a capacidade extra da maioria dos dias poderia abastecer Nova Iorque. O impacto econômico não foi significativo e as bolsas japonesas voltaram ao nível anterior ao terremoto.

Poupar eletricidade se tornou um movimento nacional e mesmo com o calor intenso os aparelhos de ar condicionado estão limitados a 27 graus. Adotou-se o “super cool biz”, e as montadoras de automóveis estão operando nos fins de semana, fora do horário de pico. O consumo da região de Tóquio vem se mantendo 23% abaixo do verão passado.

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Há uma sensação, segundo o autor, que o Japão vai depender cada vez menos das usinas nucleares. O sucesso do país em evitar os apagões se deve à maior oferta e à queda do consumo que depende da população, e todos estão colaborando.

Alguns idosos têm exagerado no corte do consumo e o número de internações nos hospitais devido ao excesso de calor está muito alto. Até no Palácio Imperial chegaram a usar somente velas e lanternas à noite, onde o imperador e a imperatriz já têm mais de 80 anos.

Deve-se ponderar ao autor que o sacrifício da população tem sido grande, tanto para restringir o consumo como para adaptar-se colaborando com o racionamento do consumo, inclusive com muitos tendo que trabalhar no fim de semana, quando algumas fábricas funcionam fora do pico da demanda.

Está se superando as metas estabelecidas, mas esta situação é decorrente de uma emergência, onde o povo como o japonês se dispõe a colaborar, apesar dos sacrifícios que faz. Não pode ser entendido com uma possibilidade de redução do consumo de energia elétrica de forma permanente.

Como o custo da energia elétrica no Japão sempre foi elevado, muitos equipamentos já adotaram tecnologias para a redução do seu consumo, esforço que está sendo redobrado na presente situação. Como a produção de muitas delas são poluentes ou apresentam riscos de contaminação radioativa, com os constantes terremotos que continuam se repetindo, deve-se aplaudir o esforço que os japoneses estão efetuando.

E absorver parte desta tecnologia, mesmo nos países como o Brasil que ainda desperdiçam muita energia, pois seus custos são menos onerosos. De qualquer forma, esta queda abrupta que está se conseguindo no consumo deve ser entendido como uma colaboração coletiva e heroica diante da emergência a que estão sendo submetidos os japoneses.



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