Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grandes Mudanças nos Setores Pesados da Economia

14 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Enquanto uma parcela substancial do mundo preocupa-se com os problemas conjunturais e financeiros que abalam as economias internacionais, parece que os setores pesados desta mesma economia se concentram em pensar nas décadas futuras, promovendo substanciais inovações tecnológicas e procurando posicionar adequadamente os seus grandes conglomerados. Alguns parecem estar cansados destas especulações de curto prazo para cuidar do que é realmente importante para o bem-estar da população mundial, que continua vivendo e exigindo infraestrutura adicional para atender suas necessidades.

O setor siderúrgico mundial é um deles. Mesmo sendo uma indústria pesada, cujas mudanças se observam ao longo de muito tempo, nota-se que cada novo projeto introduz substanciais inovações tecnológicas, pois necessitam produzir com eficiência produtos para atender as demandas, que vão apresentando novos materiais que competem com os metais, como os desenvolvidos pelos setores petroquímicos. Um indicativo artigo saiu no jornal econômico japonês Nikkei, resumindo a acirrada disputa que ocorre na siderurgia mundial, hoje comandada pelos asiáticos, ainda que instalados em todo o mundo.

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A Nippon Steel está detalhando a sua fusão com a Sumitomo Metals não somente para procurar a segunda posição depois da indiana AcelorMittal, que é hoje a maior do mundo em volume de produção, mas para alcançar a coreana Posco (que conseguiu a maior capitalização universal) no seu resultado sobre as vendas que gira em torno dos 10%, enquanto os dois japoneses ainda estão em 5,5% e 2,4% em 2010.

As tecnologias destas siderurgias avançam a olhos vistos, pois necessitam produzir produtos sofisticados como os aços utilizados nas indústrias automobilísticas, leves e resistentes, que tenham competitividade com as fibras de carbono e os plásticos biodegradáveis, exigindo menores consumos de combustíveis. Cada novo projeto já traz uma nova tecnologia, e os produtores de equipamentos como a Ishikawajima Harina já conseguiram fazer com que as laminações que exigiram cerca de 800 metros, passassem a ser feitas em torno de 60 metros, do ferro gusa para as bobinas de aço da melhor qualidade.

A coreana Posco que foi, segundo o artigo do Nikkei, um aluno da japonesa Nippon Steel, transformou-se hoje num professor. Este esforço se observa em todo o mundo, deixando norte-americanos e europeus defasados.

Tudo indica que nas próximas décadas será o Brasil o palco das grandes disputas siderúrgicas, prevendo-se que a AcellorMittal e a Nippon Steel aqui já instaladas tenham que disputar com a coreana Posco e com a chinesa Bao Steel um mercado que tenderá a sofisticar-se tecnologicamente, tanto para atender seus grandes projetos de infraestrutura quanto uma avançada indústria automobilística de nova geração, como as demais demandas de um sofisticado setor industrial, se as autoridades e o setor privado tiverem a adequada visão tecnológica voltada para o futuro.



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