Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Japão, China e Coreia do Sul Tentam Avançar no FTA

20 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Ainda que nenhum acordo de livre comércio seja fácil para os diversos países participantes, comparando-se suas vantagens com os inconvenientes, sempre se acaba concordando sobre o balanço favorável. Mas as resistências dos setores prejudicados, como a agricultura japonesa, continua tendo um poder político respeitável, havendo que se obter algumas compensações para os seus agricultores. Parece que a declaração conjunta do primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, e do presidente da Coreia do Sul, Lee Myung Bak, revela a evidência que um primeiro avanço dos entendimentos entre os três países é mais pragmático que conversações que envolvem muitos outros países, com os que pertencem ao bloco do Asean – Associação dos Países do Sudeste Asiático, ou outros entendimentos relacionados com os países da Bacia do Pacífico, que podem se agregados posteriormente. A notícia foi divulgada hoje pelo jornal japonês Nikkei.

yoshihiko-nodauntitledSouth Korean President Lee Myung Bak Apologies PQZbJ4V5Fo8l

Yoshuhiko Nodam Wen Jiabao e Lee Myung Bak

 

Esta atual declaração é uma reafirmação de outras já efetuadas, mostrando que é uma tendência forte e natural que se formará uma comunidade de livre comércio envolvendo estes três países do Extremo Leste Asiático, que representam em conjunto 20% da economia mundial. O volume de comércio entre eles já é substancial sendo que a China e o Japão são já os maiores parceiros comerciais no mundo, havendo uma grande complementaridade nas suas economias. Também estão sendo estabelecidos entendimentos entre grupos econômicos privados dos três países, mesmo nos setores em que são concorrentes.

Parece falsa a ideia que o comércio internacional ocorre entre economias que apresentam fortes complementaridades. Muitas empresas, no atual mundo globalizado, produzem alguns modelos em cada país, e o intercâmbio intraempresas chega a representar cerca de 50% das transações internacionais.

A crise econômica que assola atualmente o mundo globalizado exige dos dirigentes políticos atitudes ousadas, sem as quais acabam sendo substituídos pelas pressões sociais, como está se observando na Europa. Como saída para compensar as quedas das transações internacionais, parece evidente que mecanismos de livre comércio entre países necessitam ser implementados, com a urgência possível.

Muitos países entendem que os entendimentos globais, como a da Rodada de Doha, estão inviáveis, e alternativas necessitam ser colocadas em prática. O Brasil, que concede prioridade ao estabelecimento de um acordo do Mercosul com a Comunidade Europeia, que envolve um número elevado de países membros, acaba se atrasando.

Colhendo ensinamentos dos entendimentos entre os três grandes países asiáticos como a China, o Japão e a Coreia do Sul deve procurar, de forma pragmática, os acordos que forem possíveis, abandonando orientações rígidas, pois acabará se atrasando no processo que está em andamento no mundo atual. Mesmo que sempre existam setores que vão se considerar prejudicados, pois as vantagens gerais são evidentes, e o todo não pode ser prejudicado pelas conveniências de pequenos setores, que devem contar com compensações de outra natureza.



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