Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Migrações Que Continuam Ocorrendo

22 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

A Suíça é um dos países onde a taxa de desemprego é das mais baixas, ainda em 2,8%, e a sua legislação permite a imigração de outros países da Comunidade Europeia. A BBC informa, numa notícia reproduzida no site da UOL, que algumas pequenas cidades suíças acabaram ficando com grande contingente de portugueses que exercem atividades simples que não são executadas pelos nascidos naquele país. Menciona-se o caso do vilarejo de Täsch que hoje é de 1.270 habitantes, com 700 deles portugueses. Sempre houve dentro da Europa fenômenos semelhantes das regiões menos desenvolvidas para as mais desenvolvidas, sendo que parte destes imigrantes é ilegal, mas encontram-se formas criativas e convenientes de convivência para ambas as partes, que são toleradas.

No passado, era comum encontrar turcos na Suíça, como portugueses na França, para a execução de trabalhos domésticos. Também existem pequenas comunidades de brasileiros que prestam serviços como o de cuidar da faxina ou das crianças, principalmente junto às famílias estrangeiras que moram na Suíça. Em Täsch, os depoimentos mostram que a comunidade dos portugueses acabou criando uma cultura local, com lojas que atendem as necessidades destes imigrantes, e tornou-se comum ouvir o idioma português.

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Imigrantes trabalham em hotéis e restaurantes na pequena cidade turística de Täsch

Täsch é um pequeno vilarejo que vive do turismo, e os imigrantes trabalham nas construções, como lavadores de pratos nos hotéis, bem como arrumando os quartos, trabalhos que não são mais exercidos pelos suíços.

Informa-se que em 2011 chegaram à Suíça 140 mil imigrantes, com um aumento de 6% sobre o ano anterior. Evidentemente, criam-se alguns choques culturais, pois os suíços costumam ser reservados, fazendo o mínimo barulho, mantendo-se isolados com o mínimo de convivência comunitária.

Os grupos de portugueses são mais alegres, falam alto, como a maioria dos demais imigrantes que vivem em outros países. Muitos possuem dificuldades de idioma, principalmente os seus filhos que hoje já são maioria nas escolas elementares locais. Isto exige um esquema para facilitar a integração com a população local, como ocorre no Japão com os descendentes de japoneses provenientes da América do Sul.

Tudo isto está gerando algumas reações locais. O Partido Popular da Suíça, de direita, está fazendo um movimento para que a Suíça abandone esta liberalidade, estabelecendo no mínimo uma cota de imigrantes.

Mas também existem opiniões diferentes. Como um pequeno país cuja população local não cresce, existem vilarejos que não permitem a manutenção de escolas por falta de alunos. Com os filhos dos imigrantes, apesar dos problemas, acaba sendo possível a sua manutenção.

E quem vai continuar a exercer as tarefas que são recusadas pelos suíços? Para o entendimento mais amplo dos leitores, é preciso explicar que a Suíça é uma confederação com cantões que usam idiomas diferentes, como o francês, o italiano e uma espécie de alemão arcaico que predomina nos Alpes, ainda que a grande maioria dos suíços domine estes idiomas, além do inglês. O seu território possui uma dimensão como a do Estado de São Paulo.

A imagem da Suíça é de um país pacífico que manteve a sua neutralidade até na Segunda Guerra Mundial. Mas os cidadãos suíços precisam fazer o serviço militar, despendendo um mês por ano nos treinamentos, necessitando manter uma metralhadora em sua residência até atingirem 50 anos. Nas montanhas dos Alpes, existem aeroportos militares camuflados de onde seus aviões decolam para a sua defesa, que custam somas apreciáveis para os seus orçamentos.

Sendo uma confederação, muitas leis diferem por Cantão e até recentemente o voto das mulheres não era admitido em alguns cantões. Há que se respeitar suas diversidades.



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