Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cópias e Plágios na China

12 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre plágios na arquitetura chinesa, cópias de projetos brasileiros, reproduções de trabalhos chineses no mundo

Um artigo publicado por Silas Marti na Folha de S.Paulo informa que muitos trabalhos arquitetônicos de todo o mundo foram copiados pelos chineses. A torre Eiffel tem uma cópia idêntica na China, como outros trabalhos de arquitetos conhecidos, inclusive de projetos executados no próprio país. Alguns estão provocando processos legais sobre os direitos de autorias, mas outros, como a reprodução de um vilarejo austríaco de Hallstatt em Guangdong na China, geraram a simpatia da original, cujo prefeito firmou uma parceria com os chineses, estimulando o turismo para a Áustria.

Segundo o artigo, este costume de copiar os projetos é considerado uma habilidade na China, desde a antiguidade, informando que alguns imperadores reproduziram palácios que foram conquistados, mostrando que são capazes de construí-los até melhores. No caso da Eiffel, torres semelhantes também existem em Tóquio, que serviam para as transmissões de telecomunicações, que está sendo substituído pelo atual novo Skytree.

imagestokyotower_012580505_484945004880841_296741089_n

Torre Eiffel de Paris, Tower de Tóquio e réplica da Eiffel em Beijing

Não há dúvidas que os chineses copiaram diversos projetos, inclusive do Brasil. A usina hidroelétrica de Tree Gorges na China foi parcialmente copiada de Itaipu, como aeroplanos idênticos com os da Embraer foram produzidos pelos chineses, alguns antes da produção conjunta dos mesmos numa joint-venture com os brasileiros. São inúmeros os casos semelhantes apontados por diferentes países.

Mas também se pode afirmar que o Ocidente reproduziu muitos dos trabalhos que se originaram na China, como alguns tipos de porcelana, sendo os mais conhecidos os que possuem desenhos azuis. Os europeus solicitaram aos chineses a produção dos mesmos, para serem comercializados no resto do mundo, mas produções concorrentes passaram a ser produzidos em outras localidades, como em Portugal e inclusive no Brasil.

Alem dos produtos industriais, alguns artesanais utilizam designs originalmente chineses, como os tecidos de seda. Certamente, no passado, os direitos autorais não eram preservados claramente pelas legislações.

Mais recentemente, produtos industriais como roupas, tênis e até eletrônicos foram produzidos na China, com os ocidentais aproveitando os baixos custos salariais. No entanto, produtos similares apareceram no mercado, sem o pagamento dos direitos devidos, principalmente de forma informal.

Não se pode dizer que isto se deve exclusivamente aos chineses. No pós-Segunda Guerra Mundial, os japoneses passaram a produzir alguns tecidos “Made in England”, e quem percorreu diversos países do Sudeste Asiático encontrou produtos similares aos originais ocidentais. Alguns são produzidos com licenças, inclusive no Brasil, mas é difícil afirmar que todos pagam os direitos devidos.

O mesmo pode se afirmar sobre o MPB – Música Popular Brasileira, cujas produções piratas ocorrem tanto no Brasil como no exterior. Quando seus volumes são grandes, e as diferenças de preços significantes, os seus controles acabam sendo difíceis. Mas muitos autores brasileiros obtêm mais direitos autorais no exterior que no próprio Brasil.