Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Revisão Histórica das Organizações Globo

8 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a mudança de opinião das Organizações Globo depois de 50 anos, as críticas formuladas por Mino Carta, devolução dos benefícios auferidos

É usual que os meios de comunicação social efetuem as correções de matérias publicadas tão logo sejam constatados os erros que são humanos. No entanto, uma admissão como a que foi feita pelas Organizações Globo, depois de 50 anos, sobre as suas posições políticas por um longo período não deixaram de chamar a atenção pelo seu inusitado. O experiente jornalista Mino Carta, que tem uma longa história profissional de coerência nos mais variados órgãos da imprensa, inclusive na Folha de S.Paulo, no Grupo O Estado de S.Paulo onde lançou o Jornal da Tarde e na Veja da Editora Abril que lançou e dirigiu por um longo período, detendo atualmente a Carta Capital, expressa com seu editorial a profunda ingratidão da Globo, que parece valer a pena ser lida na sua íntegra no: http://www.cartacapital.com.br/revista/765/a-ingratidao-da-globo-8943.html

Segundo Mino Carta, a Globo vomita no prato em que comeu, ainda que a expressão não seja simpática. O que consideravam a Revolução de 1964 enquanto Roberto Marinho estava vivo, passou a denominarem o Golpe de 64, deixando claro que foi um dos importantes estimuladores do movimento. Na companhia dos importantes órgãos de comunicação social da época, citando explicitamente O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil e o Correio da Manhã, aos quais poderiam ser acrescentados outros de diversas regiões do Brasil.

Sou daqueles que interpretam 1964 como um movimento provocado pelos civis articulado com alguns militares, numa ação contrarrevolucionária, utilizando as Forças Armadas que acabaram ficando como os seus principais custos políticos. Seus eventuais benefícios ficaram com os civis, do ponto de vista político como econômico.

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O editorial de Mino Carta é duro, sem meias palavras, como costuma ser nas suas colocações, tendo como exemplo quando deixou o comando da Veja nas divergências com os Civitas. Ele afirma que Roberto Marinho era um dos donos do poder civil, tendo influenciado diretamente no golpe de 64, que resultaram nos anos de chumbo para muitos que também foram os anos de ouro da Globo, que chegou até os limites do monopólio.

O seu apoio de 64 continuou por 21 anos, só sendo alterado pelo MDB de Ulysses Guimarães que redimiu o pecado original reunindo todos que se opunham à situação. O Globo apoiou o Ato Institucional nº 5, combateu Leonel Brizola e os movimentos sindicais que começaram em São Bernardo e Diadema com Lula da Silva. Admite-se a sua mudança, mas não seria preciso fazer a revisão de sua história.

Nas Diretas Já, um veículo da empresa Globo foi incendiado em 1984. A Globo apoiou Fernando Collor em 1989. Cita os apoios recebidos de José Sarney, de Antonio Carlos Magalhães, que foi ministro das Comunicações e de Armando Falcão, ministro da Justiça de Ernesto Geisel, que certamente não foram poucos.

Menciona que o governo Fernando Henrique Cardoso quebrou o país três vezes, sempre sob o aplauso da Globo. Roberto Marinho acreditou cegamente na sua colunista Miriam Leitão, que asseguraria a estabilidade da moeda, que logo desvalorizou e a Globo foi salva das suas pesadas dívidas em moeda estrangeira pelo BNDES.

Roberto Marinho teria se mantido coerente chamando de Revolução o movimento de 1964 até a sua morte, que agora passou a ser o Golpe. Mino Carta reconhece que alguns jornalistas perseguidos pelo regime autoritário foram protegidos nas redações da Globo, como também aconteceu em outros jornais.

Mas menciona a vulgarização provocada pelas telenovelas, movida pelo consumismo e pela importação de matérias vindas do exterior. Não deixa de mencionar a briga na proporção de cem contra um, se possível de mil de todos que ousam confrontá-los. O que se estranha é o silêncio sobre a mudança ocorrida pelos políticos, que continuam temendo o poder da Globo.

Um observador arguto do cenário político e econômico observa que se realmente houve uma mudança nas Organizações Globo que estão sendo hostilizada nas manifestações populares recentes, ela deveria devolver tudo que recebeu de benefícios nos períodos autoritários.

Não é preciso concordar com nenhuma das posições, mas parecem relevantes que sejam registradas as divergências, pois muitos continuam se expressando como se o Brasil sempre tenha somente uma visão dominante, sem que existam vozes que apresentam visões diferenciadas, que também devem ser consideradas.


Visita do Chanceler Fumio Kishida ao Brasil

4 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: energia nuclear, outros aspectos em pauta, temas gerais, visita protocolar

Como o primeiro-ministro Shinzo Abe deve visitar Buenos Aires para tentar a escolha de Tóquio para as Olimpíadas de 2020, haveria a possibilidade de visitar também o Brasil. Como a última visita foi a brasileira ao Japão, protocolarmente deveria ser do primeiro-ministro do Japão ao Brasil, mas não vem se conseguindo uma data para tanto. E haveria o risco de ser interpretado pelo Brasil como uma mera passagem, provocando uma diminuição para o país. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Rousseff já se dispunha a viajar para o Japão, o que acabou sendo cancelado diante das manifestações populares que ocorreram no país.

Como uma espécie de compensação, resolveu-se por uma visita protocolar do ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio KIshida, e, por não contar com uma pauta substancial, as discussões se resumiram nos aspectos gerais das políticas externas dos dois países, efetuada com o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo.

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Ministro de Negócios Estrangeiros do Japão Fumio Kishida

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Medicina e Diplomacia Brasileira no The Economist

31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos do The Economist, mudanças na diplomacia brasileira, os problemas dos médicos no Brasil

Dois assuntos momentâneos do Brasil mereceram artigos do The Economist da próxima semana: o problema dos médicos brasileiros que evitam regiões difíceis e as mudanças no Ministério das Relações Exteriores, ainda que o foco desta edição seja a Síria. Colocam que entre os assuntos das reivindicações populares recentes estava a situação precária da saúde no Brasil, havendo uma concentração dos médicos nos grandes centros urbanos, ainda que a Constituição estabelecesse o atendimento universal de saúde para todos. O governo teria dado como resposta o programa Mais Médicos, e para tanto estaria promovendo a vinda de estrangeiros, notadamente de Cuba, num arranjo especial. O artigo aponta que o número de médicos é baixo no Brasil comparado com outros países.

Num outro artigo aborda-se o problema que ocorreu com a Bolívia com um senador que estava refugiado na Embaixada Brasileira e foi transferido para o Brasil, criando um problema entre os dois países, provocando a queda do ministro Antonio Patriota, que teria sido substituído por Luiz Alberto Figueiredo. Ainda que estes assuntos sejam de relativo interesse no exterior, o fato da presença de um correspondente da revista em São Paulo acaba provocando esta intensidade de artigos sobre os problemas brasileiros nesta revista que procura abranger os problemas mundiais.

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Os Critérios de Escolha dos Líderes Chineses

28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: estudos efetuados e publicados no Vox, indicações das eficiências nas gestões provinciais, relacionamentos com os líderes anteriores, um sistema de meritocracia | 2 Comentários »

Um grupo de pesquisadores formados por Ruixue Jie, professora assistente na Escola de Relações Internacionais e Estudos do Pacífico da Universidade da Califórnia, San Diego, Masa Kodamatsu, professor assistente do IIES da Universidade de Stockholm, e David Seim, professor assistente em economia da Universidade de Toronto, publicaram em conjunto um interessante trabalho sobre quem chega ao topo da política chinesa. O trabalho foi publicado no Vox, que divulga os estudos e análises feitas por reconhecidos economistas com base em pesquisas realizadas. Eles procuraram preencher uma lacuna existente sobre como são escolhidos estes líderes da China, país que tem uma importância econômica e política no mundo atual, mas que não conta com um sistema eleitoral amplo, mas restrito ao comando do Partido Comunista Chinês, não sendo um processo transparente.

Eles constaram que os escolhidos não foram somente os leais e incompetentes, como costuma ser usual nos sistemas autocráticos, mas há uma rotação dentro do Partido, o que ajuda os que trabalham em conjunto com os líderes, permitindo que a cúpula escolha os mais competentes entre um grupo de subordinados de confiança. Evidentemente, são indicações importantes que não esgotam todos os dados, como sobre os cursos que efetuaram nem os estágios iniciais de suas carreiras, mas os resultados econômicos que obtiveram nas administrações provinciais e os relacionamentos que tinham com os componentes da cúpula partidária.

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Ruixue Jia                          Masa Kidamatsu                  David Seim

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O Brasil Visto por um Brazilianist Japonês

23 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: análise do Brasil atual pelo professor Kotaro Horisaka, manifestações populares, o relacionamento bilateral

Recebi do meu amigo professor emérito da Universidade de Sophia de Tokyo, Kotaro Horisaka, o seguinte artigo, cuja tradução livre para o português está abaixo. Ele é considerado merecidamente o mais credenciado “brazilianist” do Japão, tendo morado no Brasil por diversos períodos, onde trabalhou como correspondente do jornal econômico japonês Nikkei para a América Latina, além de participar de diversos trabalhos de vital importância no intercâmbio bilateral entre o Brasil e o Japão. Ele publicou recentemente este artigo em inglês que pode ser encontrado integralmente no site do Japanese Institute of Strategic Studies, que pode ser acessado pelo: http://www2.jiia.or.jp/en_commentary/201308/21-1.html .

A Onda de Choque na Meca do Futebol, Brasil – Uma Orientação Para Entender a Individualidade dos NICs – New Industrialized Countries

horisaka01O futebol está talvez entre as primeiras coisas que vem à mente dos japoneses quando se pensa no Brasil. Os atletas brasileiros participam com frequência como jogadores da Liga Profissional de Futebol do Japão (J-League), e alguns trabalham como técnicos nos clubes de futebol japoneses. Foi neste país com a rica história do futebol que incidentes ocorreram de forma veemente como a apresentar a pergunta: “Por que na Meca do futebol, Brasil?”. No meio à Copa das Confederações da FIFA – a competição intercontinental de futebol – um mês de protestos contra a corrupção varreu o país como se os manifestantes tivessem tomado o seu esporte preferido como refém.

Enquanto eventos esportivos internacionais como os Jogos Olímpicos ou a Copa do Mundo cativam as audiências pelo show dos esforços incríveis dos participantes e suas capacidades atléticas, eles são também oportunidades para a nação-sede mostrar sua prosperidade para o mundo. No Japão, os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 serviram para apresentar o seu próspero desenvolvimento no cenário internacional. A rápida melhoria da sua infraestrutura se manifestou não só nos recintos desportivos, mas também nos trens de alta velocidade e na rede de rodovias que foi desenvolvido para atender os Jogos. Os taxistas japoneses que eram conhecidos tradicionalmente pelas conduções imprudentes e conhecidos como “kamikazes” puseram fim a tais procedimentos, e foi nesta época que o espírito de bons serviços aos clientes ou “omotenashi”, foi aperfeiçoado no Japão e consolidado no glossário da indústria da hospitalidade existente no país.

O Brasil está programado para sediar a Copa do Mundo da FIFA em 2014, apenas um ano após a Copa das Confederações, e em 2016 deve sediar também os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul, no Rio de Janeiro. Japão e Brasil compartilham laços históricos de mutuas imigrações. Por cerca de sete décadas, os imigrantes vieram do Japão para o Brasil desde 1908 (interrompido temporariamente durante a Segunda Guerra Mundial) e do Brasil para o Japão desde fins da década de 1980.

Os eventos a serem realizados no Brasil servem para aproximar ambos os países. É crescente o interesse pelo Brasil neste início do século 21 que se contrapõe o arrefecimento dos investimentos japoneses nas décadas passadas. Particularmente, tem havido uma mudança na área dos investimentos da tradicional indústria siderúrgica e recursos naturais para os varejos, publicidades e produtos industriais de consumo, uma tendência que acompanha o desenvolvimento da sociedade brasileira. Acompanhando esta tendência, novas empresas que no passado não obtiveram sucesso estão aumentando a sua presença no Brasil.

Foi no meio deste período de crescimento do interesse dos japoneses que as demonstrações populares ocorreram. Nas telas das televisões, os brasileiros que protestavam estavam pintados como os da “Primavera Árabe” ou o clamor público contra a austeridade econômica em certas partes da zona do euro e na Turquia. Os manifestantes portavam cartazes como “Escolas e Hospitais, não Copa do Mundo”, pareciam que projetavam a contrariedade até contra o esporte mais apreciado.

No entanto, examinando de perto as queixas individuais dos milhões de manifestantes, fica claro que as demonstrações não eram meras críticas ao governo, mas sim a erupção de demandas públicas que acompanham a democratização brasileira. O Brasil afastou-se do regime militar e deu inicio ao regime democrático em 1985. Desde então, reformas sistêmicas estão sendo executadas, enquanto aumenta a conscientização pública que tem contribuído para a elevação do nível de vida. No entanto, a paralisia política levou à falha na continuação em reunir respostas eficazes para a melhoria da infraestrutura defasada, talvez um ponto focal da indignação do público. Conquanto o presente clamor público possa se assemelhar com o de outros países, a fonte de tal descontentamento decorre de questões específicas do Brasil.

Na Copa das Confederações, o Brasil derrotou a Espanha em 24 de julho, considerada frequentemente como o Rei do Futebol, triunfou contra o Paraguai na Copa Libertadores – o torneio organizado pela Confederação Sul Americana de Futebol. O público brasileiro tem apreciado as consecutivas vitórias de sua seleção nacional. Não se pode concluir que os protestos foram intencionalmente organizados para serem realizados durante os eventos esportivos internacionais que colocavam o Brasil em evidência. No entanto, não se pode negar que as demonstrações serviram para impulsionar ainda mais a demanda dos manifestantes por reformas.


A Questão do Monopólio Estatal do Petróleo

18 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a questão no México, monopólios sempre ineficientes, paralelo com o Brasil, uma assunto emocional e político

A questão do monopólio estatal do petróleo no México, exercida pela Pemex é muito similar com a da Petrobras no Brasil, e está sendo objeto de mudança, como relata o artigo do The Economist desta semana. Também lá na década de 1930, o presidente Lázaro Cárdenas, considerado herói nacional, desenvolveu uma campanha com o mesmo lema do Brasil: o petróleo é nosso. Agora, diante da triste realidade da Pemex não dispor de recursos nem de tecnologia para continuar a sua exploração tanto em águas profundas como na exploração do xisto que ainda é poluente mesmo nos Estados Unidos, aquele país enfrenta a redução da produção nacional. O atual presidente Enrique Peña Nieto está propondo a reforma constitucional para permitir a exploração por outras empresas, ainda que poucos acreditem que o problema chegue a resultados compensadores, mesmo num prazo elástico.

Ainda que o assunto continue extremamente emocional em todo o mundo, com poucas empresas multinacionais dominando o mercado mundial de petróleo e seus derivados, a realidade é que está se caminhando a longo prazo para que este produto responsável pelo grosso do lançamento de poluentes na atmosfera perca a importância que já teve. Além das economias do seu consumo, fontes energéticas sustentáveis estão ganhando espaço e dia chegará, inclusive com a contribuição do hidrogênio, que o avanço tecnológico reduza ainda mais a sua importância na matriz energética mundial. No caso brasileiro também, ainda que continue persistindo a importância dos partidários do monopólio estatal pela Petrobras, vai ficando mais claro que ela, diante de suas limitações econômicas e tecnológicas, continue ampliando a importação de derivados do petróleo, causando um rombo na balança comercial. Fica cada vez mais evidente que o pré-sal é extremamente custoso, possivelmente não competitivo, principalmente com a atual expansão da exploração do xisto, por exemplo, e outros avanços tecnológicos nas fontes alternativas.

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Forma Indiana de Superar a sua Desaceleração do Crescimento

14 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a diáspora da população hindu, artigo no The Economist, procura de centros que demandam seus trabalhos, recursos humanos de alta qualificação, tradição de migração

Cada país encontra suas formas de enfrentar a atual desaceleração do crescimento da economia, e a revista The Economist apresenta o caso da Índia que, como os demais países, enfrenta problemas que são comuns no mundo globalizado. Aquele país sempre contou com um excedente populacional que emigrou para o exterior, tanto países desenvolvidos como os que contavam com oportunidades para seus recursos humanos, notadamente nos seus momentos de crise. Entre os países emergentes, a Índia conta com muitos profissionais treinados internacionalmente, inclusive acadêmicos em prestigiosas universidades, como Oxford e Cambridge, no Reino Unido, do qual era colônia no passado.

O artigo do The Economist informa que a diáspora de 25 milhões de indianos é algo que precisa ser considerado. Nos tempos em que a Índia era dominada pelo Reino Unido, os indianos, principalmente bons comerciantes, se espalharam pelo Oriente e Caribe, podendo se incluir o leste da África. A segunda onda, de 1970 até meados de 1990, ocorreu quando o país era semi-socialista. No boom do Golfo Arábico e do Sudeste Asiático, seus empresários e recursos humanos bem preparados foram para estas regiões. Seus bons profissionais chegaram até o Vale do Silício. Suas grandes empresas, como a Arcelor Mittal ou a Tata, ampliaram suas atividades no exterior.

Os indianos estão também em Dubai como em Cingapura, como chegaram com sua indústria cinematográfica em Hong Kong, para suprirem as necessidades chinesas. Até nos Alpes aproveitam os cenários nevados, mais do que no vizinho e familiar Caxemira. Para os voos de longa distância, os indianos utilizam o Emirates, e para as curtas distâncias empresas de aviação da Índia. Enquanto os empresários chineses são a elite, os indianos costumam serem os empresários medianos que estão se tornando grandes. Procuram também trabalhar com joias e pedras preciosas, e procuram paraísos fiscais como as ilhas Maurício ou Dubai.

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Dificuldade em Lidar Com os Problemas Recentes

9 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Economist, as análises das demonstrações que começaram em junho, debate no Valor Econômico, dificuldades operacionais, manifestações de insatisfação e desejo de participação

Dois meses depois do início das manifestações populares no Brasil, parece que só é possível extrair algumas considerações genéricas sobre o que aconteceu, dada a amplitude dos problemas colocados de formas variadas. O suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico apresenta um resumo do debate promovido pelos jornalistas principalmente com alguns cientistas políticos. Só parece ser possível entender que os mesmos mobilizaram grandes massas, contaram com o apoio da população, expressaram insatisfações com o atendimento de suas aspirações e desejo de participação democrática. Foram feitos paralelos com o que aconteceu na Turquia e Egito, com o sentimento de mudanças importantes que deverão continuar, mas não se identificando como estes sentimentos serão canalizados no futuro.

De outro lado, um artigo publicado no The Economist constata a brutal queda da popularidade do governo Dilma Rousseff, mas sem que fique claramente definida qual sua consequência política nas próximas eleições presidenciais. Também constatam que os principais opositores declarados com chances eleitorais não foram beneficiados, sendo que a mais expressiva melhoria teria sido da Marina Silva, com a chamada Rede de Sustentabilidade, ainda pouco claro nas suas propostas de um programa para atender as insatisfações manifestadas popularmente.

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Foreign Policy Preocupado com o Japão

1 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a terra do sol nascente, artigo no Foreign Policy, riscos para os Estados Unidos | 3 Comentários »

Esta importante revista de política internacional Foreign Policy publica um artigo elaborado por Philippe De Koning e Phillip Y. Lipsey mostrando suas preocupações com o Japão e a política de Shinzo Abe. Segundo eles, o atual governo faz pouco para tranquilizar seus vizinhos asiáticos, pois determinou ao seu ministro da Defesa, Itsunori Onodera, uma prioridade para trabalhar sem nenhuma trégua, o que o levou a solicitar revisões expressivas. Ele estaria aparelhando sua frota marítima, admitindo até alguns ataques preventivos sobre ilhas em disputa. Os chineses e os coreanos do sul estariam exacerbados em suas tensões, constatando por uma pesquisa do Pew Reserch Center que 85% teriam agravados seus sentimentos desfavoráveis ao Japão com as disputas de ilhas.

Com a estrondosa vitória eleitoral na Câmara Alta, estaria em condições de provocar uma reforma constitucional. O fato concreto é que, com os cortes orçamentários feitos no passado, o Japão não está atualizado para aventuras militares. Seus recursos diminuíram em 5 por cento na última década. Enquanto o da China aumentou em 270%, Coréia do Sul em 45% e Taiwan em 14%. Atualmente, o orçamento japonês é um terço do chinês para finalidades militares. Como no Japão as tendências são de manutenção dos empregos, os cortes recaíram sobre os investimentos em equipamentos. Portanto, o que o Japão consegue fazer é somente a manutenção do que dispõe. Planeja adquirir 42 F-35 na próxima década, somente para substituir os velhos F-4EJ, mas tudo indica que isto acabará sendo adiado.

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Yuriko Koike Escreve Sobre o Japão Atual

1 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: exageros de otimismo, minimiza as dificuldades, uma visão partidária, Yuriko Koike é parlamentar importante do LDP | 2 Comentários »

Yuriko Koike foi ministra da defesa do Japão e sempre teve importância na formulação da política do seu partido, o LDP – Partido Liberal Democrático do Japão. Escreve regularmente no Project Syndicate, mas o seu mais recente artigo parece refletir um otimismo partidário com o atual governo de Shinzo Abe, que conseguiu uma expressiva vitória eleitoral para a Câmara Alta. Ela critica os governos do partido DPJ – Partido Democrático do Japão, que teve muitas mudanças de ministros ao longo dos 39 meses em que esteve no poder, com uma longa deflação e uma estagnação econômica, ao lado do enfraquecimento de sua política externa.

Ela afirma que estas ansiedades foram superadas com o novo governo que se consolida com elevado prestígio eleitoral, entusiasmo popular e do empresariado, melhoria das cotações na sua Bolsa, e uma nova política externa, que está sendo denominada Abeconomics. Nas suas duas primeiras setas, teria provocado à flexibilidade monetária que desvalorizou o yen, garantindo a sua competitividade externa, e com a política fiscal expansionista teria conseguido uma ativação de sua economia. Mas reconhece que a terceira seta seria a mais complexa com a desregulamentação de sua economia e outras reformas estruturais, para forçar os poderosos grupos a se ajustarem à nova política.

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