Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupantes Práticas Japonesas Que Chocam o Mundo

23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: caça às baleias, matança de golfinhos, resistência dos ecologistas, sem significados econômicos e culturais

O mundo foi novamente abalado pela divulgação da matança de golfinhos efetuados pelos pescadores de Taiji, na Prefeitura de Wakayama. Os japoneses afirmam que tal prática faz parte da tradição cultural da região, mas elas chocam os ecologistas de todo o mundo, provocando até a manifestação de preocupação da embaixadora norte-americana Caroline Kennedy, ganhando espaços em muitos jornais do mundo. Estes pescadores juntam centenas destes golfinhos numa enseada, selecionam alguns para serem vendidos para locais que os aproveitam para shows aos visitantes de aquários, e simplesmente matam os demais, provocando cenas de sangue que chocam a opinião pública mundial. Algo semelhante ocorre com as baleias, que não têm mais significado econômico, mas são efetuados com as desculpas que se destinam às pesquisas, com fortes oposições como as do Greenpeace.

As práticas como a das caças às baleias eram toleradas no passado longínquo, tanto para a produção de óleos como de carnes. Como estes animais são pacíficos, contam com a simpatia da opinião pública mundial, que fica chocada com a quantidade de sangue provocada pela sua matança e esquartejamento nos navios baleeiros. Hoje, existem cotas sob a alegação que se destinam às atividades científicas, e o comércio de carne de baleia não tem nenhum significado econômico, pois é de consumo limitado. O seu óleo, que serviu até para a construção de muitos fortes e construções no litoral no Brasil colonial, hoje são substituídos por cimentos.

JAPÓN- DELFINESimagesS5J29T10

Leia o restante desse texto »


Diversidade da Culinária Oferecida em São Paulo

22 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: ampla diversidade dos consultados bem como das preferência, apresentação no suplemento Comida da Folha de S.Paulo, o problema geral da qualidade

Diante do 460º aniversário da cidade de São Paulo, o suplemento Comida da Folha de S.Paulo apresenta uma impressionante lista de preferências apresentadas por um vasto e diversificado grupo de pessoas ouvidas. Tratando-se de uma complexa metrópole, parece natural que se encontre esta saudável diversidade, não significando necessariamente que isto reflete uma desejada qualificação de um centro gastronômico expressivo que se destacaria no cenário internacional, marcada pela sua qualidade e pelas inovações. O máximo é que atende a todos os gostos, que nem sempre estão melhorando ao longo do tempo.

Algumas preferências expressas são surpreendentes, pois mostram que lugares simples que apresentam uma boa culinária a preços modestos também são conhecidos pelos grandes nomes na apreciação do que se dispõe em São Paulo, acabando por influenciar outros no conhecimento destas realidades. É o caso, por exemplo, de Nina Horta, colunista regular da Folha de S.Paulo, que com graça e amplo cabedal cultural comenta semanalmente o que lhe agrada, mostrando que ela conhece o lamen do Aska que reúne uma multidão de apreciadores, desde simples jovens que procuram uma cozinha barata, como conhecidas personalidades que se sujeitam a longas esperas para serem atendidos de forma modesta. Suas indicações são respeitáveis e criteriosas.

FSPKazu

Leia o restante desse texto »


A Dura Realidade Para os Japoneses Com os Chineses

22 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: a questão colocada no artigo do The Economist, as pretensões japonesas e falta de uma forte retaguarda dos EUA, formas de atuação dos japoneses, hipótese de um ato concreto | 4 Comentários »

Apesar das esperanças despertadas pela Abeconomics, é preciso constatar a dura realidade que os profundos problemas japoneses não podem ser resolvidos somente por medidas monetárias e creditícias. As restrições objetivas continuam existindo, havendo dúvidas internas que exigem resultados persistentes, ao mesmo tempo em que a economia mundial ajude a manter o Japão competitivo, sem criar novos problemas como os com seus vizinhos, que em nada ajudam na solução dos seus graves problemas. A revista The Economist elabora algumas alternativas sobre as disputas das ilhas com a China e o que poderia ocorrer nos casos extremos, como a ocupação das mesmas por tropas chinesas. Qual seria a reação possível dos japoneses, sem o respaldo dos Estados Unidos?

Uma coisa é evitar barcos pesqueiros ou outras pequenas embarcações nas proximidades das ilhas inabitadas Senkaku / Daioyu. Outra é enfrentar um desembarque de tropas chinesas nestas ilhas que pode ser feita pelo ar ou com submarinos. Os norte-americanos não pretendem entrar em conflitos militares com os chineses e tudo indica que os japoneses não contam com os recursos necessários para desalojarem os chineses, numa hipótese desta natureza. Há dúvidas sobre a capacidade das Forças de Autodefesa do Japão sem que isto vire um incidente militar de maior gravidade, segundo a revista The Economist.

ilhas-senkaku-size-59848YasukuniShrine

Ilhas Senkaku e Santuário Yasukuni

Leia o restante desse texto »


Davos Exige Um Novo Discurso

21 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a colocação de Klaus Schwab no Project Syndicate, a lenta recuperação da economia mundial, as mudanças no México, as mudanças provocadas pelos Estados Unidos com a mudança da matriz energética, o domínio do setor financeiro

A presidente Dilma Rousseff decidiu participar pela primeira vez da reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos com a intenção de provocar uma mudança da imagem do mundo empresarial sobre o Brasil. Será um desafio de maior significado que não poderá ser conseguido somente pelo discurso que vem fazendo no país, pois como colocou Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do World Economic Forum no seu artigo publicado no Project Syndicate, o mundo passa por transições épicas, com a desaceleração do seu crescimento e aumento das incertezas.

Nas quatro maiores economias do mundo, os Estados Unidos lutam por estimular o crescimento num ambiente político fraturado. A China está passando de um modelo de crescimento baseado no investimento e na exportação para o liderado pelo mercado interno. A Europa luta por preservar a integridade de sua moeda comum com muitos complexos problemas institucionais. O Japão tenta combater duas décadas de deflação com políticas monetárias agressivas. Todos deixam muitas incógnitas.

dilma-rousseff-300x188klaus_1015054c

Dilma Rousseff                                                     Klaus Schuwab

Os Estados Unidos vieram adotando o easing monetary policy que teve um efeito importante nos fluxos de capital, afetando os câmbios principalmente nos mercados emergentes como o do Brasil, que acabou se mostrando desastroso, devendo ser abandonado paulatinamente. O mundo se viciou em crédito fácil, segundo o autor, afetando a economia real. O sistema financeiro mundial aumentou a sua importância, e continua pouco controlado.

Os mercados emergentes tinham ganhado importância mundial, mas hoje os desenvolvidos contribuem mais para o crescimento global. As melhorias nos Estados Unidos são lentas, havendo problemas com um crescimento baixo e desemprego alto, mas os dados oficiais são frequentemente melhores do que o esperado, mostrando uma flexibilidade e capacidade inovadora de sua economia. Na zona do euro, as melhorias são mais tênues, mas parece que não haveria o desastre previsto, e a recessão começa a terminar.

Os países emergentes, que tinham conseguido um crescimento expressivo, enfrentam problemas de reformas, havendo em muitos agravamentos nas desigualdades econômicas. Os protestos populares aumentam as agitações sociais em alguns países com crescimentos econômicos mais modestos. Há que se conseguir avanços com o uso de tecnologias avançadas nestes países. Os investimentos em infraestrutura, educação, energia não poluente e agricultura sustentável podem elevar os retornos econômicos e sociais. O crescimento para o desenvolvimento sustentável requer novas políticas, um novo estado de espírito, mais empreendedoras, alicerçado na inclusão social.

O Brasil, apesar do seu pré-sal, enfrenta agora a mudança da matriz energética mundial e combustíveis mais baratos com a exploração do xisto nos Estados Unidos. Depois de considerado o preferido no mundo entre os países emergentes, com seu crescimento modesto, teve a posição ocupada pelo México, que efetua fortes reformas e se beneficia da vizinhança do mercado norte-americano.

Sem um discurso novo, a simples afirmação que vem executando trabalhos de infraestrutura com a participação do setor privado, não parece suficiente para atrair maciços e novos investimentos estrangeiros, ainda que seu agrobusiness venha desempenhando um papel importante no abastecimento mundial. Muitos outros países emergentes disputam os mesmos investimentos, oferecendo condições institucionais atrativos.

Parece que há um cansaço com a exagerada intervenção governamental, que não permite uma visão de longo prazo dos retornos que podem se conseguir no país. As insatisfações internas tendem a ser transmitidas para o exterior, e quando todos promovem reformas significativas, há que se manter a sua capacidade competitiva, promovendo uma inflexão nas tendências de elevação do chamado Custo Brasil. A concorrência internacional elevou-se e somente um significativo diferencial pode emocionar os investidores que contam com amplas oportunidades para retornos seguros em todo o mundo.

É preciso que a presidente Dilma Rousseff se convença que necessita de um discurso afirmativo não bastando sua presença e disposição de negociações. Mesmo que o Brasil disponha de potenciais, é necessário constatar que no passado recente os resultados obtidos não foram os mais animadores.


Dificuldades Creditícias Chinesas Com o Mercado Paralelo

20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as grandes dificuldades chinesas com o mercado paralelo, elevação dos juros e o custo das dívidas públicas, transferência das decisões para o mercado

Sempre existem os analistas brasileiros que entendem que os problemas brasileiros são de grande complexidade e que suas soluções beiram a impossibilidade. Quando se observam os problemas creditícios chineses, dentro da atual política que pretende deixar as suas principais decisões para o mercado, observam-se suas dificuldades, ainda que estejam mantendo performances invejáveis, com um crescimento elevado e baixas pressões inflacionárias. Como todos sabem, a China conta com um apreciável mercado creditício paralelo cujo controle exige cuidados para que não compliquem os seus problemas, como expresso num artigo publicado no site da Bloomberg.

Dentro das determinações tomadas pela cúpula das autoridades chinesas, o atual governo, que conta com o comando do primeiro-ministro Li Keqiang, persegue a meta para ampliar o papel do mercado nas principais decisões econômicas. Assim, o governo persegue uma redução do volume de crédito que é mais fácil de ser controlado no sistema bancário formal, que pratica uma taxa de juros mais razoável. O sistema paralelo, no entanto, que veio se ampliando de forma substancial, remunera de forma mais elevada as aplicações das poupanças, ainda que apresente um risco mais elevado. O problema é que, na medida em que os juros tendem a se elevar com as restrições, as dívidas públicas das autoridades locais tendem se tornar insolvíveis, limitando as suas possibilidades de colaborar com o programa de aumento da urbanização na China.

hk_china_yuan_455545641_39767437

Leia o restante desse texto »


Tendências da Economia Brasileira Segundo Mendonça de Barros

20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: correções indispensáveis, elaborado por José Roberto Mendonça de Barros, necessidades de visões de longo prazo, problemas agravados recentemente, tendências expressas no artigo publicado no O Estado de S.Paulo

José Roberto Mendonça de Barros é um economista competente, que participou do governo no período em que os tucanos tinham um papel relevante na formulação da política econômica. Suas análises sempre foram e continuam sendo ponderadas e, no artigo publicado neste domingo no O Estado de S.Paulo, ele indica sete tendências que estão agravando a percepção negativa da atual situação da economia brasileira. Ele começa por apontar a tendência de piora do regime fiscal, de um lado decorrente dos gastos fiscais correntes que aumentam acima do crescimento do PIB, sem crescimento dos investimentos. De outro, com as receitas infladas por eventos pontuais que menciona, ao lado de artifícios que disseminam a noção de um déficit fiscal acima do pequeno superávit anunciado oficialmente.

Como segunda tendência, aponta a piora no quadro inflacionário brasileiro, mostrando que existem inflações que já ocorreram e não estão registradas, como decorrência de artifícios que não permitiram sua explicitação. Cita os casos concretos em que subsídios estão sendo concedidos para tanto, que fica reconhecido com a necessidade de elevação da taxa Selic pelo Copom. Como terceira tendência, aponta a piora da balança de pagamentos, com as exportações estagnadas enquanto as importações continuam crescendo, denotando a perda de competitividade brasileira.

mendonça

José Roberto Mendonça de Barros

Leia o restante desse texto »


Marketing Para Produtos Voltados Para a Infância no Brasil

20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: comunicação com crianças da primeira infância, os sucessos como da Galinha Pintadinha, os usos dos meios eletrônicos, Patati e Patatá

Os analistas do mercado brasileiro para produtos voltados para a primeira infância ficam impressionados com o sucesso obtido pelos personagens criados no Brasil, que superam hoje os tradicionais e internacionais como os de Walter Disney. Aqueles que estão em contactos com as crianças, por serem avós, por exemplo, ficam impressionados com o poder de comunicação de personagens como a Galinha Pintadinha, criado e divulgado pela dupla Juliano Prado e Marcos Luporini, que é utilizada para venda de milhares de produtos. O assunto mereceu uma reportagem de Murilo Roncolato de O Estado de S.Paulo. De forma similar, Patati e Patatá estão sendo utilizados pelo jovem empresário Rinaldo Faria, que adquiriu os direitos do conjunto de circenses palhaços Tuti-Fruti e Pirulito, ilusionista Alacazam e a garota Pupy. Estas personagens fascinam até crianças que mal começam a falar.

O que parece existir de comum neste sucesso é a utilização dos meios de comunicação eletrônicos, que vão de canais como o You Tube, além de DVDs, Tablet e todas as redes sociais que são usualmente utilizados pelos jovens pais. Os produtos que são comercializados tirando partido destes personagens, mesmo com preços finais exagerados, esgotam-se nas lojas de brinquedos nas épocas como de Natal.

untitledturma-da-galinha-pintadinha-3

Leia o restante desse texto »


Minha Cidade de São Paulo de 460 Anos

19 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: 460 anos de São Paulo, amada e odiada, evolução desta metrópole, paulista e paulistano

Sou paulista e paulistano com muito orgulho, nascido nesta metrópole amada e odiada, antes da Segunda Guerra Mundial na hoje mal aproveitada Maternidade de São Paulo no bairro de Cerqueira César, perto da Avenida Paulista. Nesta assustadora e encantadora cidade, passei a maior parte de minha vida. Minha infância está ligada ao bairro da Liberdade até o atual Centrão, como a Praça da Sé e a Praça João Mendes. Na adolescência, estendeu-se à área do Pátio do Colégio, onde nasceu a cidade, da região do Mercado Municipal até a Praça da República. Os que conhecem São Paulo historicamente desde do tempo em que era uma simples cidade relatam que antes da imigração seus contornos mal iam até o Vale do Anhangabaú, o que está fartamente documentado. Tínhamos um conhecido que tinha um sítio junto ao riacho que vinha do atual MASP – Museu de Arte de São Paulo para seguir pelo Anhangabaú, hoje canalizado.

Nos tempos da Semana Modernista de 1922, sua parte nobre já se estendia pelos Campos Elíseos, Avenida Angélica, mal chegando a Avenida Paulista. Nas cartas de Massaki Udihara, o único oficial Nikkei da FEB – Força Expedicionária Brasileira, da Itália para sua noiva Maria, relatam seus passeios de antes da Guerra por São Paulo de então, como pela Rua Direita e o Mercado Municipal. No suplemento Ilustríssima da Folha de S.Paulo publica-se um roteiro da cidade com Paulo Bonfim, com citações desde o Parque da Luz no Bom Retiro, passando pela Barra Funda, Santa Cecília, Santa Efigênia, chegando-se ao Bexiga e ao Cambuci.

O que mais impressiona nesta metrópole é esta dinâmica mobilidade do seu Centro, que passou do núcleo inicial para a Paulista, estende hoje pela Faria Lima. Conta hoje com muitos centros, pois não há como contar somente com um, quando no passado Santa Amaro, Pinheiros, Penha e muitos outros eram outras cidades independentes. Não se consegue acompanhar o que acontece nas suas periferias todas do leste, oeste, norte e sul, que têm suas características próprias crescendo mais do que os seus diversos centros. A ascensão social da nova classe média é marcante nesta periferia.

_c30222lago

sp1SPnasAlturas24062012FotoMarcosSantos044

masps_

Sempre haverá os saudosistas que lembrarão que se podia circular pela Praça da Sé, Rua Direita sem nenhum risco. Lembro-me, como jovem bancário, de que eu ia a pé com uma maleta com muito numerário, de próximo do Largo São Francisco até a Tesouraria do Banco do Brasil, em frente ao Edifício Martinelli, passando por toda a área bancária sequer com um segurança.

São Paulo tinha bondes que vinham com seus estribos lotados, e quando havia greves, a cavalaria assustava até as simples crianças que mesmo nos primeiros anos do primário percorriam grandes distâncias de suas residências para as escolas, sem um acompanhante. Eu tinha uns parentes que tinham um sítio no Morumbi, e pegávamos um bonde chamado “camarão” para ir até o Brooklin, onde seguíamos de carroça pela atual Avenida que leva o nome do bairro.

São Paulo ficou com marcas do seu Quarto Centenário, como o Parque Ibirapuera, que serviu como oportunidade para reduzir a divisão dentro da comunidade Nikkei, que estava dividida entre os que acreditavam que o Japão não tinha perdido a Guerra e os que aceleravam a sua integração na sociedade maior.

São Paulo, popular foi cantado por Paulo Vanzolini, como a esquina da São João com Ipiranga, e Adoniran Barbosa, muitas vezes com licenças poéticas sobre os seus personagens como localidades. Os passeios dominicais usavam o trem da Cantareira para chegar ao Horto Florestal, passando por Tucuruvi, mas ficava longe de Jaçanã.

São Paulo recebeu e continua recebendo imigrantes de outras partes do Brasil como de todo o mundo. É ainda uma cidade em consolidação, que vem desde a contribuição dos indígenas que receberam de José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, como de João Ramalho, como de outros povos. Sua marca mais forte é esta sua miscigenação étnica e cultural, que proporciona a base da sua criatividade e dinamismo.

Quando a Universidade de São Paulo criava o seu campus, muitas de suas unidades ainda estavam espalhadas pela cidade. A região do Butantã aparentava ser muito longe, com dificuldades para o deslocamento para lá. Hoje, os limites da metrópole vão bem mais longe, muito além do campus que acabou ficando quase no seu centro.

Enfrenta suas crises de crescimento bem como aspirações pela ampliação de sua participação democrática. Muitas vezes, mais do que pode, com as limitações dos recursos com que conta, de forma pouco ordenada sem uma visão desejável de longo prazo, com um plano diretor sério.

Mas procura ser pragmático, com sua capacidade de improvisação, ainda que muito mais pudesse ser feito, com um mínimo de eficiência e redução dos seus desperdícios. Mesmo os que frequentam grandes metrópoles pelo mundo, admitem a sua ampla diversidade com elevada capacidade hospitaleira do povo brasileiro.

Depois de 460 anos de vida, parece que já é hora de definir a sua essência como metrópole, consolidando uma cultura própria com o que tem de melhor, não permitindo que eventuais problemas venham a arranhar sua longa e bela história.

Sua importância econômica já foi diluída, hoje têm fortes marcas culturais e centro de geração de novos conhecimentos e serviços, com uma forte aspiração de parte importante de sua população pelos instrumentos que permitem a ascensão social da população brasileira.


Os Limites do Apoio Norte-Americano aos Japoneses

17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: apoio condicionado ao Japão, os interesses dos Estados Unidos com a China, pesquisas de opinião com os norte-americanos

Um artigo escrito por Hiroyuki Akita para o Nikkei Asian Review mostra alguns dados expressivos das pesquisas de opinião efetuados regularmente desde 1960 pelos japoneses com os norte-americanos, que precisam ser devidamente considerados. Uma pesquisa efetuada no último verão informa que 67% dos cidadãos norte-americanos pesquisados e 77% dos considerados intelectuais se mostraram a favor da aliança com os japoneses, o que continua expressivo, mas houve uma queda de, respectivamente 22 e 16 pontos com relação às efetuadas anteriormente, seis meses depois da posse de Shinzo Abe, quando a economia japonesa dava indicações de melhoria, inclusive com a participação nos entendimentos da TPP – TransPacific Partnership. A queda é a maior observada desde o início destas pesquisas.

Segundo o professor Richard Samuels, de ciência política no MIT e um dos maiores especialistas em Japão, os cidadãos norte-americanos apoiam o Japão quando não existe uma disputa entre o Japão e a China. Mas não mantêm a mesma postura quando os conflitos no Mar da China poderiam envolver os Estados Unidos. Sabe-se que os Estados Unidos não manifestaram contrariedade com a China na sua ampliação do espaço aéreo envolvendo ilhas em disputa, ao contrário do Japão. Também os intelectuais aumentaram suas restrições. As autoridades japonesas consideram que o apoio norte-americano continua sólido.

Shinzo%20Abe%20and%20Barack%20Obama

Primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e o presidente norte-americano Barack Obama

Leia o restante desse texto »


O Que Está em Jogo na Tailândia

17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, disputas entre dois grupos na Ásia, o que está provocando os problemas na Tailândia

Yuriko Koike é uma ex-ministra de defesa do Japão e presidente do Partido Liberal Democrática daquele país e sempre se dedicou à análise de problemas geopolíticos da região. Ninguém mais qualificada do que ela para permitir uma análise dos problemas que estão provocando os distúrbios na Tailândia, pequeno país democrático que passa por uma fase crucial. Ela escreveu um artigo, como faz usualmente, para o Project Syndicate, que não é isenta, pois adota uma posição claramente a favor dos países democráticos, mantendo-se crítica com relação à China que ganha maior importância econômica no mundo, e amplia seus investimentos nas suas posições militares. Mas permite avaliar o que está em jogo nas atuais disputas.

Para quem conhece a Tailândia, além de sua riqueza cultural que atrai muitos turistas de todo o mundo, é um país que veio avançando economicamente e mantém uma tradição democrática, que está atualmente em risco. Sendo um país tropical, apresenta muitas semelhanças com alguns Estados do Norte/Nordeste do Brasil, inclusive nos alimentos de que dispõem, tanto vegetais e frutas, como frutos do mar, contando com um clima quente que é amenizado pelas chuvas intensas, conhecidas como monções. Tem um regime político monárquico parlamentar democrático.

Bangkok-TailandiaSri Maha Mariamman Templemapa_da_tailandia

Leia o restante desse texto »