Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Eficiência Energética e Dependência dos Combustíveis Fosseis

11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Jules Kortenhorst no Project Syndicate, eficiência energética depois da OPEP, nova rodada sugerida pelo Rocky Mountain Institute

Jules Kortenhorst é CEO do Rocky Mountain Institute que opera nos Estados Unidos e tem procurando maior eficiência energética preocupado com os problemas das mudanças climáticas. Num apanhado histórico, informa que a cerca de 40 anos atrás, quando se formou a OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo, formando um cartel para a substancial elevação dos seus preços, o mundo enfrentou um grande desafio. Os Estados Unidos organizaram o DOE – Department of Energy em 1977 e um ano antes aprovaram a National Energy Act para efetuar a regulação industrial e de incentivos fiscais para promover a eficiência no uso dos combustíveis e de energia renovável.

Estas medidas resultaram, segundo o artigo, numa grande melhoria energética, tanto que, entre 1973 a 1985, o consumo de energia por dólar nos Estados Unidos diminui 28%, cinco vezes mais rápido do que nos 25 anos anteriores. Mas o declínio correspondente da demanda fez com que o preço do petróleo caísse em 1986, inaugurando uma nova fase de energia barata, facilitando o crescimento econômico de duas décadas, reduzindo a pressão sobre o governo para continuar perseguindo esta eficiência.

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A Incrível Coreia do Norte

11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Japan Times, execuções por motivos banais, receios exagerados sobre influências de outras culturas

Uma inacreditável notícia foi publicada pelo The Japan Times com base nas informações provenientes da agência AFP informando que cerca de 80 execuções foram efetuadas nos últimos meses na Coreia do Norte, muitas pelo fato dos condenados serem acusados de assistirem a programas de TV contrabandeados da Coreia do Sul, que foi noticiado num jornal deste último país. O conservador Joong Ang Ilbo citou uma fonte não identificada, mas no mínimo um grupo de refugiados do norte confirmaram os rumores que dão credibilidade à notícia. A fonte familiarizada com os problemas internos da Coreia do Norte, que recentemente retornou daquele país, informa que as execuções ocorreram em sete cidades, no dia 3 de novembro último.

No porto leste de Wonsan, informam que as autoridades reuniram 10 mil pessoas para assistir às execuções de oito pessoas por um pelotão de fuzilamento, que foram feitas num estádio esportivo, com base na testemunha ao jornal. As informações informam que dramas sul-coreanos de televisão, que são populares inclusive no Japão, foram assistidos por estas pessoas, alguns envolvendo a prostituição. Wonsan como Pyongson foram designadas como zonas econômicas especiais para acolher investimentos estrangeiros, visando impulsionar a economia local.

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Líder norte-coreano Kim Jong Un / Foto: KCNA/AFP/Getty Images

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Aumento de Estudantes Chineses nos Estados Unidos

11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no China Daily, aumento de 21% nos estudantes chineses nos Estados Unidos, outros asiáticos

Um artigo escrito por Chen Weihua foi publicado no China Daily, na sua edição voltada para os Estados Unidos, com base nos dados fornecidos pelo relatório 2013 Open Doors Report on International Educational Exchange, publicado pelo IIE – Institute of International Education. Segundo as estatísticas deste relatório, os estudantes chineses aumentaram 21,4% nos Estados Unidos durante o ano acadêmico 2012/2013, enquanto os indianos e os coreanos do sul, que eram os segundo e terceiro, declinaram. Os chineses chegaram a 233.597, representando 28,7% de todos os estrangeiros que estudam nos Estados Unidos nos mais variados níveis. Esta verdadeira invasão não ocorre somente com os estudantes, como também com executivos, turistas e imigrantes, mostrando que os chineses continuam altamente interessados nos Estados Unidos, apesar dos potenciais problemas políticos.

O salto mais expressivo ocorreu entre os estudantes universitários chamados undergraduate, que representam agora 39,8% do total, enquanto os 43,9% são graduates, ou seja, estão efetuando cursos de mestrado ou doutorado. O restante são estudantes chamados Optional Practical Training, que costumam ser de um ano. Outros países como o Brasil e a Arábia Saudita estão aumentando seus estudantes, mas ainda são pouco expressivos quando comparados aos asiáticos. A China, a Índia e a Coreia do Sul contam com 49 por cento de todos os estrangeiros estudando nos Estados Unidos.

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Executivos Estrangeiros Preferem Xangai na China

11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: o problema da poluição, pesquisa publicada no China Daily, preferência por Xangai

Xangai sempre foi uma das cidades mais internacionais da China, tendo havido um período antes da Segunda Guerra Mundial onde os ingleses, os franceses e os japoneses contavam com concessões, verdadeiros bairros que eram considerados como áreas extraterritoriais, como se fossem embaixadas ou consulados. Sempre foi estratégica para os que desejavam se relacionar comercialmente com aquele país, pois o porto de Xangai é dos mais privilegiados, facilitando o intercâmbio com o exterior. Suas construções deixaram marcas que perduram até hoje, reconstruída em algumas partes. Sempre foi uma metrópole internacional, um importante centro comercial e financeiro.

Hoje, os estrangeiros que necessitam morar na China preferem Xangai por estar no litoral e sujeito a menos poluição do que Beijing, a capital, quando existem períodos críticos quando o ar se torna praticamente irrespirável, ainda que estejam sendo tomadas medidas para a sua redução. A China continua sendo a maior lançadora de CO2 do mundo, e muita da energia utilizada tem como fontes o carvão mineral e o petróleo, notadamente na indústria que tenta se tornar mais limpa, mas que demandará um vigoroso programa por décadas.

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Xangai é uma das cidades da China preferidas por estrangeiros

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Por que a Nova Zona de Livre Comércio em Xangai

10 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Zhang Monan no Project Syndicate, benefícios para o mercado interno chinês, competitividade internacional, indústria de alto padrão tecnológico inserido na economia global

Um artigo espetacular e esclarecedor da conhecida Zhang Monan, que é fellow do China Information Center, do China Foundation for International Studies e pesquisadora do China Macroeconomic Research Platform, foi publicado no Project Syndicate. Informa o papel da nova Zona de Livre Comércio que está sendo instalada em Xangai, um dos centros mais avançados da China e onde já se contava com 393 MNCs – Multinational Corporations em setembro de 2012. Esta é uma medida que antecipa as reformas que estão sendo decididas na China, de forma que sua economia continue crescendo conectada com o exterior, mas com a visão no dinamismo do mercado interno.

O que impressiona na emergente economia chinesa é sua capacidade pragmática para pensar a longo prazo, criando mecanismos ousados para consolidar as condições para absorver conhecimentos externos para melhorar a produtividade de toda a economia, que deixa de contar com recursos humanos baratos para dispor de tecnologias avançadas para continuar competitiva no mundo, que não vem apresentando o dinamismo que seria desejável. Promove-se uma abertura para investimentos, comércio e finanças, procurando a sua inserção numa cadeia de valor global, promovendo mais uma rodada de liberalização. Acaba provocando uma inveja no países emergentes como o Brasil, que passam por dificuldades semelhantes.

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Zhang Monan

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Discussão da Independência ou Autonomia do Banco Central

9 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as considerações pragmáticas, frequentes discussões sobre o Banco Central, problemas de política econômica

Muito papel e tempo são gastos na discussão sobre as conveniências de independência ou autonomia do Banco Central, que não se restringe ao caso brasileiro. Um artigo sobre o assunto foi publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico. Parece que existe uma apreciável maioria sobre a eficácia da política econômica quando existe um mínimo de coordenação sobre os instrumentos disponíveis para as autoridades, onde há um destaque para a política fiscal e monetária, mas que podem envolver outras como a salarial, industrial, de comércio exterior etc. Para tanto, os que representam o governo eleito democraticamente cabe a responsabilidade pelos resultados, e não seriam os aprovados indiretamente, com mandatos fixos, que poderiam se sobrepor à vontade popular, ainda que algumas pessoas achem que tecnocraticamente poderia se impor restrições ao poder Executivo. Se esta lógica for aceita, a discussão seria acadêmica ou política, e não da eficácia econômica.

Existem as mais variadas situações para as autoridades monetárias no mundo, e os analistas que não possuem experiências executivas tendem a imaginar que o mandato para os dirigentes do Banco Central seja somente a meta inflacionária, estabelecida por alguma autoridade. No Brasil, esta é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, hoje constituído por uma ficção, pois se restringe ao Ministro da Fazenda que é o seu Presidente, Ministro Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, e ao Presidente do Banco Central, que é o seu Secretário Executivo. Os que são realistas admitem que tal Conselho não existe na realidade, havendo no máximo uma troca de ideias gerais entre estes poucos membros.

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Pragmatismo do Dalai Lama

8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: entrevista do Dalai Lama para o Financial Times, o problema da ocupação do Tibet pela China, preservação da cultura dos tibetanos

O Dalai Lama, reconhecido como o grande líder do Budismo Tibetano no mundo, talvez um dos mais influentes pensadores atuais, Prêmio Nobel da Paz, concedeu uma longa entrevista a Amy Kazmin, correspondente para o Sul da Ásia do Financial Times, em sua residência no exílio em Larrive em Dharamsala, na Índia. A entrevista foi divulgada na sua íntegra em inglês no Financial Times Magazine. Ele mostrou um grande pragmatismo com relação ao atual problema do Tibet com a China, entendendo que existe uma grande possibilidade de convivência, respeitando uma autonomia limitada e cultural do povo tibetano, talvez algo como o que existe hoje em Hong-Kong. Ele vê os atuais líderes chineses na sua evolução histórica desde Mao e Deng até os mais recentes, alimentando esperanças de uma razoável convivência. Todos sabem que os chineses não vão permitir a independência do Tibet, pois fica próximo do Himalaia e de suas geleiras nascem as águas vitais para os poucos rios que abastecem a China e muitos países do Sudeste Asiático.

Dalai Lama vem percorrendo o mundo todo para estabelecer relações com os líderes, bem como divulgar a atitude de não violência que foi incorporada na cultura tibetana. Sua residência atrai populações de todo o mundo, reconhecendo o poder das ideias, sem que haja uma conotação restrita ao aspecto religioso. Ele vem adotando uma posição ecumênica, respeitando todas as religiões, dando até a sua contribuição para o avanço científico dos conhecimentos como os relacionados com os mais atualizados aspectos de neurologia. Ele costuma reunir os mais respeitados especialistas de todo mundo para promover encontros regulares, visando entender a força das ideias até nos comportamentos diários dos seres humanos, com repercussões nos assuntos relacionados com a saúde.

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Consolida-se Uma Nova Aliança Sino-Brasileira

8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: financiamentos chineses com pagamentos em exportações brasileiras, importância num momento crucial da economia mundial, investimentos chineses no Brasil, o encontro do Vice-Presidente Michel Temer com o Presidente Xi Jinping

A imprensa mundial não está dando a devida importância para uma nova aliança Sino-Brasileira que está se consolidando cada vez mais. Tanto o Brasil como a China, duas importantes economias emergentes, encontram-se bastante isoladas dos entendimentos internacionais que se consolidam mundo afora. Nada mais natural que ambos procurem intensificar seus intercâmbios visando vantagens recíprocas que são relevantes, utilizando os setores onde possuem e estão mais avançados. Quando da visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011, foram estabelecidos importantes acordos, que continuam se desdobrando posteriormente, com entendimentos objetivos e concretos em 2013.

A China vem intensificando a participação na exploração brasileira de petróleo, utilizando suas reservas externas que são as maiores do mundo, principalmente num dólar que está se desvalorizando. Os montantes que não passam despercebidos, ainda que não destacado pela imprensa mundial, estão sendo investidos no Brasil. O Brasil tem um elevado potencial de exploração do petróleo, e a China necessita desta fonte de energia assegurada. Também a China demanda muitas produções agropecuárias para a alimentação de sua gigantesca população, e o Brasil vem aumentando a sua produção competitiva no mundo. Nada mais natural que ambos os países procurem todas as oportunidades para fortalecer entendimentos de interesse mútuo, como nesta recente visita do vice-presidente Michel Temer à China.

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Michel Temer com empresários chineses e o presidente Xi Jinping

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Presidente do IEDI Publica Seu Artigo na Folha de S.Paulo

8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a posição do IEDI, artigo de Pedro Luiz Passos, propostas que poderiam ser feitas, um posicionamento mais ousado

O IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial é um organismo sustentado pelos recursos dos seus membros que são empresas industriais, diferindo das entidades sindicais como a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CNI – Confederação Nacional das Indústrias, que representam a indústria, mas vivem dos impostos sindicais patronais. Estas entidades são responsáveis também pela administração do SESI – Serviço Social da Indústria e do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Por isto, sua opinião da IEDI é mais representativa das indústrias. Como consta do artigo de seu presidente Pedro Luiz Passos, que também é conselheiro da Natura, publicado na Folha de S.Paulo, o IEDI publicou recentemente um documento relacionando as mudanças e as reformas necessárias para a volta do desenvolvimento industrial, considerado indispensável para sustentar o crescimento da economia brasileira. A íntegra do artigo pode ser obtida no: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/137886-ousadia-para-mudar-a-economia.shtml

Segundo o artigo, o desenvolvimento econômico e social do Brasil depende de melhorias significativas na educação e na infraestrutura, com ganhos no bem estar da população e elevação da produtividade industrial, para o que a parceria público-privada seria importante. O sistema tributário brasileiro necessita de reformas que o torne mais justo e menos complexo, havendo necessidade de elevação da eficiência do setor público. Deveria se adequar a legislação trabalhista às novas tendências do mercado.

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Pedro Luiz Passos

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Variados Esforços para Aumento da Democracia na China

7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: diferenças com o Ocidente, esforços adicionais para aumento da democracia na China, natural aspiração dos que estão melhorando de padrão de vida, uso de mecanismos de comunicação social

Temos que entender que o conceito de democracia pode variar entre diversas culturas. No Ocidente, generalizou-se o conceito de democracia a partir das conquistas obtidas pela Revolução Francesa e Norte-Americana, esperando que todos nós sejamos iguais perante a Lei, possuindo com os votos universais os mesmos direitos políticos. No entanto, há que se admitir que existam poderosos econômica e politicamente, que possuem mais poder de influir nas organizações dos nossos governos. O Extremo Oriente, a influência do confucionismo foi profunda, e as sociedades são hierarquizadas por diversos fatores: os pais costumam ser mais influentes que os filhos, os professores mais valorizados que os alunos, os idoso mais que os jovens, não sendo, portanto, todos iguais, mas mesmo assim razoavelmente democráticos.

Na China, apesar de muitos entenderem que o poder está concentrado no Partido Comunista Chinês, existindo um regime autoritário que restringe os direitos individuais, há que se admitir que nem o presidente e o primeiro-ministro podem fazer tudo que desejam. Existe um poder distribuído pelos membros do Partido, e há um processo de descentralização que vai concedendo maior poder para as autoridades locais, muitos sendo eleitos pela população. Mas, na medida em que vai se elevando o padrão de vida material da população, parece natural que as aspirações por mais democracia aumentem, o que vem ocorrendo pelos meios mais criativos, em que pese às resistências de algumas autoridades.

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