Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupante Comportamento da Conta de Turismo

2 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: Preocupante Comportamento da Conta Turismo

Se existe um evidente aspecto da economia brasileira que exige uma mudança de atitude do governo brasileiro, um deles é o alarmante déficit da conta de turismo. No passado, o turismo internacional poderia ser estimulado para os brasileiros como mecanismo para constatar as oportunidades de exportação de produtos brasileiros para muitos mercados no exterior. Atualmente, o grosso do turismo de brasileiros não é de empresários que se dirigem para o exterior para prospectar mercados, mas de simples brasileiros que vão utilizar as preciosas divisas no exterior, para aumentar a importação de muitos produtos sem o devido pagamento das tarifas alfandegárias, Basta verificar o que está acontecendo na Flórida, nos Estados Unidos, ou em cidades como Nova Iorque onde os turistas brasileiros figuram entre os que mais adquirem produtos em suas lojas.

Muitos argumentam que os custos de uma viagem ao exterior são compensados pelas diferenças dos preços de muitos produtos com os que estão sendo praticados no Brasil, principalmente com a elevada carga tributária. Alegam que enxovais de bebês ou de casamentos são adquiridos no exterior, bem como havendo outras compras de produtos que poderiam ser feitos no Brasil, aumentando o emprego dos brasileiros e melhorando a sua renda. O câmbio, parcialmente corrigido, ainda não é suficiente para elevar os custos das viagens ao exterior, havendo necessidade de pensar-se não somente no impacto inflacionário com as importações efetuadas.

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Algumas Características que Começam a Ser Diferenciadas

2 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: diferença de política monetária com a norte-americana, diversos artigos, pragmatismo com uma situação ainda não definida totalmente

Muitas diferenças da política japonesa começam a ser destacadas em artigos publicados em jornais internacionais. No Financial Times, por exemplo, Ben McLannahan observa que, mesmo com os Estados Unidos cogitando o término da política do easing monetary policy, o Bank of Japan mostra-se disposto a continuar com as facilidades monetárias para consolidar a chamada Abeconomics, visando a recuperação da economia japonesa. Os resultados até agora conseguidos são ainda preliminares, dando uma boa indicação, mas muitos trabalhos mais profundos precisam ser efetuados, para consolidar a volta ao seu crescimento, com uma inflação tolerável de 2% ao ano como alvo.

O fato concreto é que a economia mundial ainda está com uma recuperação modesta, não facilitando o crescimento das exportações japonesas, mesmo com a desvalorização cambial que já foi expressiva. Evidentemente, existe uma reação de alguns parceiros comerciais dos japoneses, pois todos estão também enfrentando problemas similares, ainda que as cifras sejam diferentes.

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Tentando Definir o Caráter dos Japoneses

2 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Japan Times, considerações do australiano Gregory Clark, especialista em sociologia do japonês | 2 Comentários »

Segundo uma matéria divulgada no Japan Times, escrito por Casey Baseel, um estudioso dos japoneses por cinco décadas, com base num publicado no site chinês BW, haveria algumas características que definiriam o caráter dos nipônicos, que decorreria de sua história isolacionista num arquipélago. A primeira seria uma mentalidade que dá prioridade ao grupo em detrimento do indivíduo, que pode ser notado nas mais variadas circunstâncias, o que determinaria também uma hierarquia na sociedade japonesa. Ele observa também uma honestidade, que constatou quando esqueceu uma pasta numa linha de metrô. Ao comunicar a um policial, teria recebido a recomendação de aguardar a volta do trem, onde encontrou a mesma intacta.

Há que se considerar que o Japão também veio mudando recentemente, mas muitas destas características ainda são mantidas como regras. Ele destaca, ainda, o respeito pela ordem e pela limpeza, que é uma característica quando pública, pois nos lares dos jovens atuais observam-se desleixos nestes cuidados, até pela falta de tempo para tanto. Ele observa também que os japoneses preferem fazer as coisas manualmente, e escrever um bilhete seria considerado mais respeitoso que fazê-lo eletronicamente.

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The Economist Afirma Que Batista Mancha o Brasil

1 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: derrocada do grupo X de Eike Batista

O que impressiona a todos é a deficiência das avaliações dos investidores e financiadores, oficiais e privados que deveriam estar melhores aparelhados, considerando a derrocada do grupo X comandada por Eike Batista, que mereceu até um artigo no The Economist. Muitos sabiam que havia algo de muito estranho nas obtenções de licenças de exploração de variadas jazidas brasileiras por grupos privados, que decorriam de trabalhos preliminares com o emprego de recursos públicos, que vêm se repetindo há décadas. Eike Batista não era considerado nem mesmo por alguns dos seus familiares mais chegados pelo seu caráter pessoal e exuberância nas aparições públicas. A maioria dos seus empreendimentos só existia no papel. Ainda assim, criou-se um clima emocional com divulgações exageradas, que fizeram com que investidores e financiadores nacionais e estrangeiros, que deveriam contar com uma maior capacidade de avaliação, inclusive autoridades, tivessem um comportamento semelhante ao de manadas, explicitando que muitas decisões não são tão racionais e técnicas como aparentam, mostrando toda a fragilidade do sistema.

Muitos que ganharam nas especulações deveriam ser chamados nas suas responsabilidades por entidades que deveriam cuidar do mercado de valores como as bolsas. Se eles compraram quando ainda as cotações eram baixas e venderam nos seus picos, deveriam contar com informações privilegiadas. Os pequenos investidores gananciosos, responsáveis por assumir elevados riscos, acabam arcando com expressivos prejuízos. Mas o Brasil fica manchado pela fragilidade do seu

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Complexidades da Política Econômica na Prática

31 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: o caso da meta inflacionária no Brasil, o conjunto dos objetivos, os reajustamentos salariais no Japão

Dois artigos apresentados no Valor Econômico mostram as complexidades da política econômica que tem objetivos múltiplos, quando alguns instrumentos foram especializados para determinadas finalidades específicas. Um artigo de Eduardo Campos informa que o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, Luiz Awazu Pereira, estaria propondo, com base nos estudos efetuados por ele com Pierre Richard Agénor, da Universidade de Manchester, uma meta que se chamaria inflação integrada, incorporando explicitamente preocupações com a estabilidade financeira.

Outro artigo de Yoko Kubota e Maki Shiraiki, originário da Reuters, informa que o governo estimula as empresas a aumentarem os salários dos seus empregados, para que não haja uma redução do poder de compra, tanto com a inflação que estaria eliminando a deflação como com os aumentos dos impostos de vendas que passaram dos 5 para 8% no primeiro momento, tentando evitar que haja um acentuado crescimento da dívida pública com relação ao PIB daquele país. Ambas as preocupações indicam que os objetivos da política econômica são múltiplos e complexos, exigindo uma adequada coordenação de setores do governo, não resultando em resultados satisfatórios com segmentos do governo atuando com objetivos restritos ao seu setor, como seria o caso das autoridades monetárias.

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Dilema da Agricultura Japonesa

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento dos seus aspectos positivos, mudanças inevitáveis, precipitação com as discussões do TPP, reformas na agricultura japonesa

Intensificam-se as discussões sobre as difíceis reformas indispensáveis na agricultura japonesa com o afunilamento das negociações sobre a participação japonesa no chamado TPP – Transpacific Partnership. O professor Masayoshi Honma, da Universidade de Tóquio, apresenta seus pontos de vista no AJISS – The Association of Japaneses Institutes of Strategics Studies Commentary que reúne acadêmicos para a discussão destes temas complexos. Ele mostra que a agricultura daquele país vem perdendo a sua importância e, independentemente do TPP, eles precisam se ajustar à atual realidade internacional. O seu ponto crucial está na pequena escala da sua atual produção de arroz efetuada pelos idosos agricultores, de forma não competitiva com o que é feito no exterior. Nos demais segmentos, como a horticultura e a fruticultura, já haveria uma estabilidade com a forte concentração em algumas variedades especializadas.

O seu ponto de vista é que existem alguns segmentos como se fossem closters, como o que acontece na Holanda, com a consolidação de alguns vales especializados na produção de alimentos. Haveria a necessidade de envolvimento dos jovens, bem como um tempo para processar as mudanças indispensáveis. O governo perseguiria uma redução do custo da produção do arroz no Japão em 40%, com a intensificação de pesquisas, e certamente a concentração na produção de destacada qualidade diferenciada, para consumidores de alto poder aquisitivo.

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Reunião do AJISS Commentary                               Masayoshi Honma da Tokyo University

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Problemas Com os Bancos Internacionais

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: abusos dos bancos internacionais, necessidades de regulamentações mais rigorosas, notícias publicadas no The Wall Street Journal

Se estas notícias não tivessem publicadas num mesmo número do The Wall Street Journal poderia se desconfiar que uma campanha estivesse sendo desenvolvida contra os bancos internacionais. Desde os lamentáveis acontecimentos com os bancos em 2007, com volumosos créditos imobiliários incobráveis por má gestão, os bancos acabaram recebendo exageradas assistências das autoridades para que não ocorresse um problema sistêmico internacional. Tudo indica que os bancos se consideraram imunes de eventuais punições, pois eram demasiadamente grandes para serem abandonados. Esta falta de punição aparenta ter estimulado muitos dos seus dirigentes a efetuarem operações duvidosas que estariam os beneficiando, em prejuízo de toda a economia mundial.

Um artigo escrito por Devlin Barrett informa que parte das negociações do J.P.Morgan Chase & Co. e o governo dos Estados Unidos parece apresentar risco de colapso, segundo fontes bem informadas, diante dos desentendimentos sobre os esforços para reembolsar os fundos controlados pelo governo numa tentativa de resolver uma pendência criminal. O valor desta pendência poderia chegar a assustador montante de US$ 13 bilhões. O banco já teria acordado em pagar US$ 5,1 bilhões para a Agência Federal de Financiamento Habitacional, para resolver os títulos hipotecários que foram vendidos ao Fannie Mae e Freddie Mac que iniciaram a crise financeira atual no mundo. Se o acordo não for obtido, a questão poderá ir para o Judiciário, por iniciativa do Departamento de Justiça dos EUA.

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Nature Chama a Atenção Sobre a Poluição do Setor Rural

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: a revista científica Nature chama a atenção para a poluição provocada pelo setor rural, aperfeiçoamentos na pecuária, culturas da soja, o plantio direto

Um assunto que não é muito divulgado é que o setor rural mundial contribui com 14% das emissões de gases que provocam o efeito estufa, independente das provenientes das queimadas. A revista científica de prestígio internacional Nature publicou um artigo elaborado por Nicola Jones mostrando que se fazem esforços como no setor pecuário, que ocupa uma área expressiva no mundo. Uma equipe do CIAT – Centro Internacional de Agricultura Tropical localizado em Cali, na Colômbia, está trabalhando com a Dow AgroSciences para obter sementes de uma das espécies de brachiaria que evitaria esta dificuldade. Também no Brasil, a técnica do plantio direto, disseminada pela Embrapa principalmente para a soja, vem contribuindo para a redução da liberação destes gases do solo, ao mesmo tempo em que fixa o nitrogênio, um fertilizante importante.

Existe mais de 200 espécies de brachiarias conhecidas desta gramínea que tem origem em diversas partes do mundo. As mais utilizadas no Brasil humidícola, que se adaptaram muito bem nos cerrados, são de origem africana, mas são invasoras dominantes, impedindo o desenvolvimento de outras gramíneas nativas, e mesmo as consorciações de pastos.

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Multinacionais Brasileiras

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ausências notadas, dificuldades nas suas definições, levantamentos da Fundação Dom Cabral, suplemento multinacionais brasileiras do Valor Econômico

Não há dúvidas que muitas empresas brasileiras estão se tornando importantes no mundo, com suas atuações além das fronteiras, assunto que está sendo abordado pelo suplemento especial Multinacionais Brasileiras do Valor Econômico. Três indicações teriam sido utilizadas, com base nos dados elaborados pela Fundação Dom Cabral, fornecendo um ranking por índice de transnacionalidade, ganhos externos e mais atuações em países estrangeiros. Comentários de estudiosos relacionados com o assunto foram coletados, como da SOBREET – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

No entanto, acaba se ficando com algumas dúvidas sobre os critérios utilizados, em decorrência da ausência de nomes conhecidos. Entre as que causam estranheza pela ausência estão a Embraer, a Ambev/Imbev, as de sucos de laranja como a Cutrale e a Citrosuco, as que atuam com frangos como a Brazil Foods, entre as mais evidentes.

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Entrevista de Guilherme Estrella para a Folha de S.Paulo

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: Guilherme Estrella, posição ideológica, pragmatismo, reservas da Libra com a Petrobras

Guilherme Estrella é um conhecido geólogo que chegou a diretor de Exploração da Petrobras, sendo lhe creditado e à sua equipe a descoberta do pré-sal. Na entrevista concedida a Eleonora de Lucena, publicada na Folha de S.Paulo, expressa sua opinião que a reserva de Libra deveria ser exclusiva do Estado, contando com o monopólio da Petrobras, pois a sua magnitude seria estratégica para aumentar a importância do Brasil no mundo, como afirma que é feito também pelos outros países detentores deste tipo de reserva petrolífera e de gás natural. É, portanto, contrário ao que foi decidido no recente leilão que permitiu a participação de 20% da Shell anglo-holandesa, 20% da Total francesa e 10% cada das duas estatais chinesas, ficando a Petrobras com 40% da empresa que será criada para esta finalidade, que será a responsável pela sua exploração, além dos 41,65% da produção que ficaria com o governo brasileiro. O total acaba acima de 60% para o Brasil.

Em que pese a sua abalizada opinião, há que se considerar também outros fatos que exigem um pragmatismo que ele não leva em conta como técnico. A Petrobras encontra-se fragilizada do ponto de vista financeiro, não dispondo de todos os recursos indispensáveis para a sua exploração como monopolista, que não costuma proporcionar a eficiência desejada. Não se pode assegurar que o petróleo continuará a ter a importância atual como fonte de energia, pois a matriz energética mundial está se alterando, não somente com a economia de energia poluente, como outras fontes como a solar e a eólica que são pequenas, além do famigerado petróleo e gás do xisto que vem aumentando sua participação no curto prazo.

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Guilherme Estrella

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