Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problemas Econômicos do Atual Governo Japonês

7 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Além das dificuldades enfrentadas pelas economias norte-americanas e europeias, o mundo globalizado também conta com problemas que começam a se acumular no Japão. O atual governo do Japão, comandado pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda, necessita do suporte dos seus eleitores e da Dieta para avançar nas questões sobre os orçamentos indispensáveis para os programas de reconstrução, e de iniciativas como as chamadas TPP – Trans-Pacific Partnership. Pretende-se discutir com os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, além de alguns países do Sudeste Asiático e da América do Sul, os termos de um acordo de livre comércio. Os mesmos facilitariam as exportações de produtos industriais do Japão, mas eles precisam fazer concessões para a importação de produtos agrícolas.

As pesquisas de opinião pública feitas pela agência Kyodo indicam um razoável equilibro no eleitorado, entre os que são a favor do início das discussões e os que são contra. Muitos adotam a posição que o governo não forneceu à população todas as informações sobre as implicações destes acordos, e o próprio suporte ao atual governo tende a reduzir-se, ao lado do desgaste natural que vem ocorrendo ao longo dos primeiros iniciais desta administração.

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Primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda

Noda participou da última reunião do G-20 na França, no qual também a presidente Dilma Rousseff esteve presente, mas não houve um acordo, pois não existe um consenso sobre o suporte a ser dado aos países europeus. Mesmo os franceses e alemães não parecem dispostos a dar um forte suporte aos gregos e agora também aos italianos que começam a enfrentar suas dificuldades.

O fato concreto parece ser a necessidade de cada país cuidar primeiro dos seus próprios problemas, pois seus bancos continuam vulneráveis as perdas do perdão de parte das dívidas e seu reescalonamento. Como o primeiro-ministro da Grécia já renunciou, o quadro parece se complicar, pois as próprias populações não aceitam facilmente os aumentos dos impostos para enfrentarem a situação. Algo parecido acontece no Japão, onde também existem resistências ao aumento dos impostos.

Todos os eleitores de diversos países acabam entendendo que os problemas internos merecem prioridade à ajuda aos demais países, principalmente quando exigem impostos adicionais. Não há indicações do surgimento de fortes lideranças capazes de superar as muitas dificuldades de situações que se diferenciam entre os países, porque não existe um razoável consenso das diversas correntes políticas destes países.

O mundo globalizado vai se complicando, reduzindo a capacidade das exportações sustentarem o crescimento das diversas economias, exigindo crescimentos dos mercados internos, que não parecem fortes suficientes para manter um crescimento razoável mesmo nas economias emergentes.

Com tudo isto, há indicações que o crescimento possível está se reduzindo até nos países como a China, a Índia e o Brasil. Os investimentos diretos estrangeiros acabam se tornando mais cautelosos, ainda que reconhecendo as potencialidades destas economias, que apresentam perspectivas mais otimistas, principalmente diante do excesso de recursos financeiros que não contam com rentabilidades razoáveis.



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