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Contatos Para a Fusão da Hitachi Com a Mitsubishi Heavy

5 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , ,

Quando duas empresas japonesas gigantescas como a Hitachi e a Mitsubishi Heavy iniciam os seus entendimentos visando a fusão, mesmo em prazo médio, é natural que o assunto seja discutido na imprensa internacional. A revista The Economist e o jornal Financial Times publicam assuntos a respeito da operação, examinando-a sob ângulos distintos, um sobre as complementaridades de suas tecnologias e outro sobre a volta de atuações como a do antigo Japan Inc.

Tanto estas empresas quanto a Toshiba estavam voltadas prioritariamente para o mercado de usinas nucleares que apresentava uma perspectiva promissora para a produção de energia elétrica, que tanto no Japão quanto no exterior acabou se reduzindo drasticamente após os problemas de Fukushima Daiichi, afetando inclusive a imagem japonesa. Para poder sobreviver, estão sendo obrigadas a expandir suas atividades em outros setores usando todas as tecnologias que dispõem, mas visualizaram a possibilidade de contarem com as vantagens de trabalhos conjuntos. Com a evolução desta linha de trabalho, é possível que venham a contar também com a Toshiba num futuro mais distante.

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A Hitachi já é a segunda empresa no Japão atrás da Toyota, contando com cerca de 360 mil empregados, atuando em torno de 100 países e a Mitsubishi Heavy representa mais de sua metade em dimensão com cerca de 70 mil empregados produzindo mais com equipamentos pesados. A Hitachi atua numa ampla gama de produtos que vai desde eletrodomésticos até equipamentos para usinas hidroelétricas.

A Hitachi possui uma ampla tecnologia na área da energia não poluente, mas não vinha conseguindo resultados nesta área. A Mitsubishi Heavy também tem as suas limitações. Ambas atuaram coletivamente no chamado Japan Inc. sob coordenação do Nippon Keidanren, contando com a retaguarda das agências oficiais do governo japonês.

Mas vinham tendo problemas das críticas externas como o orgulho de suas empresas. Agora, diante das dificuldades de todas as empresas de equipamentos pesados são obrigados a atuar em conjunto, e o mundo mudou com a aceitação de atuações indutoras das agências governamentais.

Ambas as empresas atuam no exterior em combinação com outras diferentes empresas estrangeiras. Muitos ajustes terão que ser feitos, bem como eliminação de setores que contam com sobreposições. Estes processos são sempre difíceis, pois nas empresas japonesas o poder dos grupos que existem dentro delas é apreciável, notadamente no chamado middle management, exigindo profundos trabalhos de antropologia organizacional para compatibilizar seus interesses, para resultar numa verdadeira fusão formando somente uma equipe com uma nova cultura empresarial.



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