Idiossincrasias e Herança Cultural Barram Fluência em Inglês
11 de maio de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Depoimentos, webtown | Tags: English fluency and alligator pits/Amy Chavez-The Japan Times-05/maio/2012, ideologias políticas, xenofobia e chauvinismo.
Nos meios acadêmicos esclarecidos, cada vez mais se reforça a ideia da internacionalização do ensino superior brasileiro. Mas a língua portuguesa ainda barra o intercâmbio de estudantes e professores estrangeiros, pois a maioria das aulas e exames de pós-graduação é ministrada somente em português. O ministro Aloísio Mercadante (ex-Ciência e Tecnologia, hoje Educação) já afirmou que a internacionalização é necessária para troca de experiências entre países e seria positiva para a ciência nacional: “Defendo a ideia de atrairmos pesquisadores de excelência do exterior”, diz. Aulas em inglês, por enquanto, existem por conta de professores e pesquisadores estrangeiros, brasileiros nem as levam em consideração. Para especialistas em direito à educação, é uma postura provinciana, mas tem fundamento, pois ofertas em inglês privilegiaria o acesso dos mais favorecidos.
Na verdade, há um quê de ideológico – para não dizer hipersensível xenofobia e chauvinismo, ou complexo de colonialismo – na resistência ao inglês não só no Brasil, como em Portugal, França, e alhures. Em países bem resolvidos, como Alemanha, Suécia ou Finlândia, cuja língua materna não é a inglesa, mas a maioria dos jovens já é bilíngue, as universidades, desde há muito tempo, têm aulas nesse idioma. Na comunidade europeia começa a procurar-se o domínio de três idiomas.