Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Zona de Livre Comércio no Extremo Oriente

25 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 6 Comentários »

O jornal japonês Daily Yomiuri, que tira cerca de 15 milhões de exemplares diários entre as edições matutinas e vespertinas, num artigo escrito por Koichi Uetake, informa que o Japão, a China e a Coreia caminham para chegar a um acordo de Zona de Livre Comércio, depois da visita do premiê da China, Wen Jiabao, e do presidente da Coreia, Lee Myung Bak, que se reuniram com o primeiro-ministro japonês Naoto Kan. A resistência era dos chineses, mas o premiê Wen Jiabao expressou a esperança que o estudo seja concluído ainda este ano, o que reacendeu as esperanças de todos para a negociação no próximo ano.

As economias combinadas dos três países do Extremo Oriente representam 20% do total mundial. A China tenta proteger o seu mercado interno colocando tarifas sobre as importações, mas parece que o desenvolvimento que estão atingindo permite que sejam competitivos com seus vizinhos.

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Wen Jiabao, Naoto Kan e Lee Myung Bak

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Tsunami de Informações Sobre a China

11 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

O verdadeiro tsunami de informações sobre a China que está ocorrendo com a visita da presidente Dilma Rousseff àquele país dificulta a seleção das notícias mais relevantes. Muitas informações originárias de jornais internacionais, mesmo tentando ser isentos, sempre apresentam vieses ideológicos e naturais interesses de outras potências, como o exagero dos assuntos relacionados aos direitos humanos, ainda que eles sejam importantes e possam ser mencionados genericamente nos comunicados conjuntos.

O Brasil tem uma melhor consciência do que é de seu interesse nacional, como o relacionamento de longo prazo com a atual economia mais dinâmica no mundo. O que interessa é estabelecer bases sólidas para um intercâmbio como o de tecnologias, onde ambos os países possuem avanços em determinados setores, podendo interessar uma parceria para a sua evolução. Os chineses, pela estrutura do Partido Comunista Chinês, presente em todas as organizações relevantes e com uma estratégia profundamente estudada de longo prazo, sabe exatamente o que pode obter de interessante no intercâmbio com o Brasil.

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1. Presidente Dilma Rousseff desembarca na China. Foto Frederic J. Brown – AFP.

2. Capa do suplemento espcial do Valor Econômico

O jornal Valor Econômico inclui na edição de hoje um suplemento especial referindo-se às oportunidades e desafios nas relações bilaterais, com alguns textos resumidos em inglês. Como operação de consequências imediatas, noticia que será anunciada durante a visita a compra de 35 jatos BEM-190 da Embraer, com capacidade para 114 passageiros, pelas empresas chinesas, dentro da linha de aumentar as exportações brasileiras de produtos de maior valor agregado. E noticia a possibilidade de produzir na joint venture que mantém naquele país os jatos executivos do tipo Legacy 600.

A grande comitiva que acompanha a presidente Dilma Rousseff poderá colher alguns resultados interessantes, mas a sua finalidade básica deve ser aumentar o conhecimento recíproco para identificar as oportunidades de negócios interessantes, principalmente que tenham conteúdo tecnológico mais avançado.

É preciso entender que a China é um país e uma economia complexos, com longa história e vasta cultura, com diversidades pelas suas muitas regiões. Com o rápido crescimento por que vem passando nas últimas décadas, desenvolveu tecnologias avançadas em muitos setores, como o da construção civil e infraestrutura, dispondo de elevada capacidade de investimentos. No entanto, só nos interessam na medida em que não exijam a utilização de seus recursos humanos, que são abundantes, em obras locais, como estão fazendo em países de menor nível de desenvolvimento. O Brasil já conta com um complexo industrial, agrícola e de serviços, mais avançado do que o normal para economias do mesmo nível de renda.

Sendo o Brasil um país relativamente jovem, com história ainda recente, e uma elevada miscigenação étnica e cultural, contando com uma invejável disponibilidade de recursos naturais, uma biodiversidade impar no mundo, tem todas as condições para discutir de igual para igual, como já fez com os Estados Unidos. Mas, como todos os jovens, algumas vezes somos mais ousados e muitos dos nossos empresários procuram resultados de curto prazo.

Os interesses nacionais brasileiros devem ser colocados acima de tudo, como os chineses também os fazem. Há mais interesses comuns do que aspectos que nos separam. Vamos procurar tirar o máximo proveito desta oportuna viagem da presidente Dilma Rousseff que será relativamente longa, até a reunião de cúpula do BRICs que deverá ocorrer na próxima quinta feira.


Os Investimentos Em Pesquisas e Desenvolvimentos

16 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , , ,

Os dados publicados por Gautan Naik num artigo no Wall Street Journal Asia informam que a China supera em 2011 os investimentos que serão efetuados em pesquisa e desenvolvimento pelo Japão, tornando o segundo no mundo, ainda liderados pelos Estados Unidos que despenderam US$ 395,8 bilhões em 2010. Eles estão baseados nos estudos efetuados pelo Battelle Memorial Institute, que pode ser considerada uma instituição insuspeita, pois gerenciam seis laboratórios nacionais para o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Os chineses continuam aumentando seus investimentos nestas áreas, tendo despendido US$ 141,4 bilhões em 2010 e programam US$ 153,7 bilhões em 2011, enquanto os japoneses investiram US$ 142,0 bilhões e pretendem despender US$ 144,1 bilhões em 2011. Outros dados desta instituição informam que o Brasil firma-se como líder latino-americano, ainda longe dos asiáticos, pois também a Índia apresenta uma perspectiva auspiciosa.

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O Luxo em Alguns Países Emergentes

15 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , , | 2 Comentários »

Lamentavelmente, o processo de desenvolvimento acelerado da economia é acompanhado, na maioria dos países, por uma maior concentração da renda, como acontece na China e na Índia. O Brasil é uma honrosa exceção em decorrência dos resultados atingidos pelo governo Lula da Silva, que se concentrou na melhoria da distribuição de renda, com a substancial melhoria da situação das camadas mais pobres, ainda que os extremamente ricos tenham se beneficiado dos elevados juros e lucros financeiros, que estão entre os mais altos do mundo.

Algumas revistas brasileiras, como a Veja São Paulo, Edição Especial, com o seu Almanaque do Luxo, trazem informações impressionantes sobre os consumidores que chamam de AAA. Outras como Wish e especializadas em clientes de determinadas ruas que concentram lojas voltadas aos consumidores de altíssimo poder aquisitivo de São Paulo apresentam apreciáveis anúncios de produtos de luxo internacional. A Folha Online postou matéria sobre a expansão das lojas das grandes grifes nesta Capital. Para estas camadas parece que as dificuldades econômicas não existem.

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Capa da Revista Wish e da edição especial de Veja São Paulo, Almanaque do Luxo

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Japão Interfere no Seu Câmbio

15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

Dada a extrema valorização do yen japonês que está afetando as exportações japonesas, ao mesmo tempo em que aumenta as suas importações, depois de muito tempo, forçou as autoridades do Japão a entrarem no mercado. Isto ocorre para tentar compensar a extrema desvalorização do yuan chinês como do dólar norte-americano. Informam que foram adquiridos, somente num dia, mais de US$ 13 bilhões, e ainda assim a cotação que estava em torno de 82 yens passou para 85 por dólar, diante da expectativa que tal política tenha continuidade.

A pergunta que se faz é se as autoridades brasileiras não poderiam fazer algo semelhante. Muitos aguardavam que o real brasileiro terminaria o ano em torno de 1,80 e 1,90, mas está em torno de 1,70 podendo chegar a 1,60 por dólar norte-americano. As autoridades brasileiras vêm adquirindo dívidas estrangeiras num volume incapaz de alterar as tendências atuais do câmbio, apesar de estarem preocupadas com a competitividade internacional das empresas brasileiras.

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Objetivos Agressivos no Turismo Asiático

22 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: , , , ,

O jornal Japan Times informa que houve uma reunião dos principais responsáveis pelo turismo dos três países do Extremo Oriente, China, Coreia e Japão, em Hangzhou, tendo estabelecido uma meta de 26 milhões de turistas anuais, o dobro da cifra do ano passado, 2009. Quem tem visitado estes países verificam que esta meta é perfeitamente atingível, tanto pelos locais a serem visitados como pelo atual ritmo de crescimento deste turismo, com uma adequada infraestrutura para atender a demanda decorrente.

Os aeroportos do Extremo Oriente, suas companhias de aviação, os transportes complementares ferroviários e rodoviários, as instalações hoteleiras, os serviços para atender a massa de turistas com qualidade, tudo cresce a uma velocidade impressionante. E o nível de renda das populações ansiosas para conhecer as formas de bem viver dos países vizinhos já são suficientes.

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“Confucius” de Yasushi Inoue

19 de agosto de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Livros e Filmes | Tags: , , , | 5 Comentários »

Confúcio ensinando, retratado por Wu Daozi, Dinastia Tang Na China dos anos 771-221 a.C., aproximadamente 170 estados familiares nobres reinavam fora do controle central. Cada estado tinha a sua capital murada; formavam alianças e ligas entre si, e também travavam acirrados combates militar-diplomáticos, tentando dominar um ao outro. Na era dos Estados Guerreiros, sete reinos dominavam a Planície Central ao Norte do país, entre os Rios Amarelo, Huai e seus volumosos afluentes.

Paradoxalmente, essa época de guerras também suscitou o aparecimento de pensadores que propunham bases teóricas para cultivar uma sociedade humana em harmonia com a ordem do Universo à qual pertenciam. Os reinos, cansados de guerras e destruições, ansiavam por ordem e paz. Pensadores tentavam inspirar reis a procurar viver em harmonia sob o domínio de um único rei, como contava a lenda de uma época dourada quando a China era unificada.

Confúcio (551-479 a.C.) e seus discípulos faziam parte de um grupo de pensadores precursores desse tempo. Foram contemporâneos de grandes mestres da Índia (Buda, circa 560-480 a.C.) e da Grécia (Platão, 420-340 a.C. e Aristóteles 380-320 a.C.), entre outros. Época que historiadores denominam “idade axial” – quando se estabeleceram as primeiras formas básicas do pensamento da civilização no mundo.

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Trens Asiáticos ou Mundiais

14 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: , , , , , ,

Quem observar os noticiários asiáticos sobre negócios de trens acaba ficando confuso. Tem para todos os gostos, desde a visita da presidente argentina à China e os acordos firmados, como entendimentos de empresas japonesas, coreanas, com tecnologias europeias, para atender mercados até norte-americanos. No meio de tudo isto, o anúncio da concorrência no Brasil para ser julgado ainda este ano.

O que se pode sentir é que o setor ferroviário se globalizou com empresas, tecnologias, financiamentos, mão de obra, componentes e tudo que envolve grandes obras de logística. Devem ser consórcios que montam verdadeiros quebra-cabeças, com contribuições das mais variadas, nem permitindo saber quem é concorrente de quem.

Se os custos mais baixos, as tradições de operação por prazos mais longos, tudo é incluído no currículo dos componentes de um grande consórcio, vai acabar ficando difícil discriminar o que é de quem. Como está se tratando de projetos que devem operar por muitas décadas, envolvendo riscos econômicos e humanos, parece ser mais conveniente julgar tudo com muito cuidado.

Não se trata somente do Brasil ou de um determinado país, mas acaba se tornando um grande negócio internacional onde a segurança deve ter o devido peso. As lições das dificuldades do Golfo do México devem servir para os mais variados projetos, onde as responsabilidades pelos riscos devem ser desafios para os melhores contratos, com foros claros que não podem ser definidos somente do ponto de vista político.

Que todos nós sejamos sensatos para antecipar, no que forem possíveis, os problemas que vamos enfrentar no futuro, que pode ser distante. Não deve ser um problema simples para qualquer autoridade, pois necessita de um equilíbrio entre a autonomia nacional e os interesses supranacionais.


Mudanças no Varejo dos Países Emergentes

10 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , | 4 Comentários »

É natural que os empresários de todo o mundo estejam atentos às mudanças das demandas que estão ocorrendo, notadamente nos países emergentes. Novos segmentos da população estão passando a figurar como consumidores, e as empresas procuram formas e produtos para atender esta demanda em todo o mundo globalizado.

Da China, vêm informações que grandes produtores mundiais de produtos alimentícios, principalmente, estão procurando colocar os seus produtos com embalagens e conteúdos adaptados às preferências locais no varejo. Da Índia, onde a participação de cadeias estrangeiras era insignificante, organizações multinacionais procuram formas de participar deste mercado. No Brasil, além do que já existiam nas grandes cadeias, muitas delas controladas por estrangeiros, aparecem pequenos mercados locais que procuram, com maior agilidade, atender as novas demandas que crescem.

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Esforços Asiáticos Para Atuações Conjuntas

19 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , ,

São crescentes os esforços efetuados pelos três principais países do Extremo Oriente, China, Coreia e Japão, para incrementar as atuações conjuntas. Por iniciativa dos principais jornais econômicos destes países, o japonês Nikkei, o chinês Xinhua News e o coreano Joong Ang Ilbo, ex-altos dirigentes se reuniram em Nara, antiga capital japonesa.

Entre os muitos assuntos discutidos, constataram que o intercâmbio entre estes países continuam aumentando, e medidas adicionais devem ser tomadas visando à integração crescente. O ex-vice-premier chinês Zeng Peiyan estimulou o trabalho conjunto para fortalecer a recuperação econômica da região após a recente crise.

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