Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Acirrada Competição Internacional

30 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Se existe uma vantagem na acirrada concorrência que se processa no mundo globalizado é que ela ajuda a baixar os custos, melhorar a qualidade e os financiamentos. Como noticia hoje a jornalista Josette Goulart, do Valor Econômico, além dos fornecedores tradicionais de equipamentos pesados, outros novos entraram no mercado, com o firme suporte das autoridades dos seus países de origem. Alguns deixaram de ser competitivos, como eram no passado, e precisam de arranjos criativos para voltar ao mercado.

Não se trata somente de Belo Monte, mas dos grandes projetos brasileiros. Como o trem rápido, pré-sal, reaparelhamento dos portos, melhoria da malha rodoviária, saneamento, energias alternativas etc. A maioria dos potenciais fornecedores está necessitando garantir encomendas para os seus arrojados programas de expansão. E pressionam as autoridades dos seus países para proporcionarem condições para melhorar suas competitividades.

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Suporte Oficial Japonês Para o Trem Rápido

1 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque, Trem Rápido | Tags: , , , , ,

Depois de perder uma grande concorrência de projetos de usinas nucleares nos Emirados Árabes Unidos, o governo japonês acordou para a atual realidade internacional.  Sem uma intensa coordenação das agências governamentais com o consórcio de empresas japonesas, não há como ter condições competitivas.

O respeitável jornal econômico japonês Nikkei noticia hoje que o governo japonês está ciente desta necessidade, tanto que o primeiro-ministro revelou a disposição de ajudar o setor privado japonês numa concorrência na Ásia.  O mesmo fará no Brasil.

Agora, este jornal noticia que, por intermédio do JBIC – Japan Bank for International Cooperation, haverá uma assistência oficial para o consórcio japonês participar da concorrência que será efetuada no Brasil, ligando Campinas a São Paulo, Guarulhos até chegar ao Rio de Janeiro.  Volta a atuar como o consagrado “Japan Inc.”

A concorrência será acirrada, pois franceses, alemães, chineses e coreanos estão dispostos a participar da concorrência brasileira, usando todos os instrumentos que dispõem.  Como o edital permite a exploração do complexo ligado ao trem rápido, por um longo prazo de 40 anos, o consórcio que deverá incluir uma empresa ferroviária japonesa ganha competitividade, com a experiência acumulada no Shinkansen.

O adequado aproveitamento dos imóveis próximos de onde se localizam as estações ferroviárias se torna estratégico para baixar os custos das tarifas, ponto importante no edital.

A tecnologia japonesa é considerada adequada para as características brasileiras, pois há um desnível de cerca de 700 metros entre São Paulo e Rio de Janeiro, e a nipônica, que apresenta tração em todos os vagões, ajusta-se aos trechos acidentados.

O ponto crucial torna-se, agora, os participantes brasileiros do consórcio japonês, por conhecerem as especificidades brasileiras, além de longa experiência em projetos de envergadura, inclusive de exploração de infraestrutura depois da privatização, envolvendo conhecimentos que vão além da engenharia.  Os problemas enfrentados pela Toyota mostram a importância do conhecimento local muito profundo.

Uma visita do mais alto escalão do governo japonês ao Brasil seria oportuna, pois outros países estão realizando a mesma.  Uma conversa direta com o governo brasileiro sempre resulta num posicionamento estratégico, como está se notando no caso dos aviões para a FAB.  Tudo exige o máximo cuidado.

O jogo está se tornando interessante, com grandes vantagens para o Brasil.


Concorrência Para o Trem Rápido Brasileiro

23 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: , , ,

Entrevistas dadas pelas autoridades brasileiras do setor de transportes anunciam que as tarifas mais baixas e a menor solicitação de financiamentos locais devem ser os fatores relevantes para o julgamento do vencedor, que preencherem as demais condições exigidas pelo edital.

Se assim for, sem se examinar profundamente as outras condições, as chances dos chineses ficam atrás. A recente inauguração de uma linha de mais de mil quilômetros ficou com uma tarifa em torno de US$ 100,00 para os passageiros, e informa-se que eles dispensam o financiamento do BNDES, dispondo-se até a conceder um empréstimo adicional para custear o projeto.

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Engenharia Para o Trem Rápido

18 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: , , ,

O Brasil comprovou que é fazendo que se aprende a projetar com maior eficiência. Quando os chineses se propõem a executar em poucos anos 16.000 quilômetros de trem rápido, há que se respeitar a sua capacidade de projetar túneis, viadutos e outras obras de arte.

Quando o Brasil projetou e construiu Itaipu, tinha acumulado a melhor engenharia na construção de grandes barragens e hidroelétricas, pois vinha construindo um grande número de usinas à montante, que teve um coroamento com o complexo de Urubupungá, com Ilha Solteira e Jupiá.

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Viabilidade do Trem Rápido

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: , , , , , ,

Neste texto, um pouco mais técnico, vamos tentar esclarecer este tema, recapitulando alguns aspectos que são de conhecimento geral, mas que ficam esquecidos nas nossas memórias. Todos sabem que os projetos ferroviários são de longa implementação e que seus resultados são obtidos num prazo muito longo, incluindo atividades paralelas.

Muitas ferrovias foram viabilizadas pelo aproveitamento dos benefícios que os imóveis próximos obtiveram, proporcionando ganhos de capital. As áreas limítrofes às novas ferrovias se valorizam, e é muito comum serem taxadas com as chamadas “contribuições de melhoria”. No passado histórico, nos Estados Unidos e inclusive no Brasil, foram feitas concessões de grandes glebas de terras que foram loteadas, para projetos de colonização, por exemplo. Isto proporcionou aos investidores substanciais retornos paralelos às tarifas que são cobradas dos passageiros e das cargas.

Mais recentemente, os projetos foram beneficiados por grandes patrimônios imobiliários que eram de propriedade das ferrovias, que foram privatizadas. No Japão, foi criada uma empresa especial de imóveis, procurando dar melhor destino às grandes áreas que pertenciam às ferrovias estatais. As estações se tornaram pontos de vendas, e sobre os pátios foram construídos os mais modernos edifícios.

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Trem Rápido Brasileiro

2 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: , , , , ,

O Japão foi o primeiro país que lançou o sistema de trem rápido, em 1964, chamado de Shinkansen (nova linha de trem), entre Tóquio e Osaka, uma distância equivalente a São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, o sistema atende o Japão, praticamente, de norte a sul, com novas tecnologias constantemente desenvolvidas. E os japoneses se orgulham que nunca houve um acidente de monta, considerando-o tecnologicamente mais avançado do mundo, ainda que custoso. Além de atender regiões planas, o seu sistema de tração nos próprios vagões permite o desmembramento de um trem em diversos trechos, e diferentes áreas, até para as montanhosas.

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Janelas para o Mundo

2 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , , , , , , | 4 Comentários »

Entre as muitas inovações de 2009 na imprensa brasileira, ressaltamos duas: o suplemento semanal da Folha de São Paulo com algumas traduções de artigos publicados no The New York Times, que já eram acessíveis pela Internet em inglês; e o JP On Line da rádio Jovem Pan, que começa a generalizar a chamada multimídia, envolvendo a Internet, utilizando imagens gravadas em vídeos, como se fora uma TV.

No suplemento da Folha, no artigo de Edward Wong “China exporta trabalhadores, alvo de rejeição”, destaca-se os problemas que estão ocorrendo no Vietnã com os trabalhadores chineses. Este fenômeno já vem acontecendo em diversas partes do mundo, como no Japão, onde trabalhadores legais e ilegais chineses competem com outros asiáticos e sul-americanos legais, em grande número. Chegam como turistas, estudantes ou estagiários legalmente, mas permanecem depois de espirar os prazos que lhes são concedidos, aceitando condições penosas de trabalho.

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2010 e o Intercâmbio Asiático-Sul-Americano

2 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Não obstante as sempre ressaltadas potencialidades deste intercâmbio, ele vem se recuperando, depois de ter registrado no passado um nível que impressionava o mundo. Montou-se, na segunda metade do século passado, um sistema logístico que permitia que os navios carregados de minérios brasileiros chegassem aos portos e siderúrgicas asiáticos, de forma competitiva, e trouxessem o petróleo do Oriente Médio.

Depois da crise mundial que recentemente abalou tanto a América do Sul como a Ásia, 2010 apresenta novas oportunidades de aumento do intercâmbio bilateral. A televisão digital de alta definição, com tecnologia nipo-brasileira, já se estende por alguns países sul-americanos e deve ganhar um grande impulso com a Copa do Mundo na África do Sul. Existem possibilidades para se instalar o trem de alta velocidade no Brasil, até com um consórcio internacional, que poderá ser definido nos próximos meses. Assim como diversos intercâmbios na área energética e ecológica, que devem crescer bastante.

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