Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades dos Japoneses Com Operações Com Cereais

6 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Lamentavelmente, um artigo de Bettina Barros publicado no Valor Econômico informa que a Miltigrain, subsidiária da Mitsui brasileira, pode paralisar suas operações diante dos prejuízos que acumula.

Multigrain, trading de grãos no Brasil, subsidiária da Mitsui brasileira

Não é novidade que as tradings japonesas que importam apreciáveis quantidades de cereais brasileiros tenham dificuldades operacionais no Brasil, o que já aconteceu com empresas de outros grupos. Diversas características podem estar contribuindo para tanto, como a falta de agilidade dos seus operadores que dependem de autorizações provenientes da matriz para acompanhar as mudanças que estão se observando neste mercado muito nervoso. Tudo indica que outras grandes operadoras mundiais estão delegando estas decisões para a obtenção de volumes apreciáveis de cereais, como a soja e o milho, para médias operadoras locais, das quais adquirem estes produtos usando as cotações do mercado internacional, que são informadas em Chicago, USA. Haveria necessidade de que estas atuações se estendessem para todo o mundo, não se concentrando em fornecimentos brasileiros para as importações japonesas.

As compras dos agricultores dependem da habilidade do gerente que possua conhecimentos específicos dos produtores, não dependendo somente de informações do mercado. Todos apreciam ser tratados de forma especial e as decisões precisam ser rápidas, não dependendo de outras autoridades superiores.

As multinacionais que operam no mercado internacional de commodities agrícolas costumam ser centenárias, conhecendo também adequadamente os importadores aos quais costumam financiar cifras expressivas. Nem sempre uma pequena diferença de preços determina a conclusão das operações. Por estas e outras causas, são limitadas em número no mundo, notadamente as maiores, que ainda cogitam de fusões para sobreviverem. Ainda que as general trading companies japonesas operem em grande volume, atuam simultaneamente com muitos produtos, não sendo tradicionais com estas commodities agrícolas.

Ainda que o Japão seja um grande importador, existem outros no mund, e as empresas que atuam neste mercado necessitam contar com outros importadores, adquirindo os produtos em todo o mundo, notadamente no mercado norte-americano.

No passado, uma subsidiária da Petrobras foi organizada para atuar também como trading e, apesar do expressivo volume de suas operações, não se mostrou competitiva com as chamadas majors das commodities agrícolas. Numa operação voltada à Rússia, seus preços eram mais baixos, mas os russos preferiam os tradicionais fornecedores com os quais operavam há mais de um século.



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