Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Recursos Privados Para as Novas Rotas das Sedas

18 de maio de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Com a China na liderança mundial, que vem aumentando os projetos de infraestrutura ligados à ideia geral das novas Rotas da Seda que, além de ligar a Ásia à Europa, também imageatendem as necessidades regionais e locais, envolvendo cifras astronômicas de recursos, provoca-se o receio de algumas possibilidades de uso militar. No entanto, como estes projetos atendem às necessidades do comércio internacional, fundos privados com os de Hong Kong já estão sendo alocados.

Projeto ferroviário ligado às novas Rotas da Seda em Jacarta, na Indonésia, com financiamento privado. Foto constante do artigo no Nikkei Asian Review

O fato concreto parece ser que mesmo projetos com predominância de interesse local ou regional, quando rotulados como parte das novas Rotas das Sedas de iniciativa chinesa, acabam encontrando até financiadores privados com maior facilidade. Os asiáticos, principalmente, apreciam quando existe uma concepção sistêmica global que facilita o entendimento das vantagens de alguns projetos, quando devidamente inserido no conjunto maior. Ao lado dos bancos oficiais, como os da China, recursos da bolsa de Hong Kong, emitidos em dólar norte-americano, dólar australiano e dólar neozelandês, atraíram investidores estrangeiros. É a quarta emissão de títulos com a marca do Belt and Road de liderança chinesa, chegando ao total acumulado de US$ 10 bilhões em projetos de infraestrutura.

Objetivamente, os recursos privados são indispensáveis, segundo o artigo, pois a Swiss Re prevê que os projetos da Belt and Road consumirão nada menos do que US$ 7,44 trilhões até 2030, mas o fundo estatal chinês conta somente com US$ 55 bilhões, ao que se acrescentaria o do Asian Infrastructere Investment Bank, que até agora concedeu somente US$ 4,4 bilhões em financiamento. Um instituto de pesquisas do governo chinês estima que US$ 500 bilhões em financiamento anual serão insuficientes, segundo a imprensa de Hong Kong.

Os chineses esperam que o Banco Industrial e Comercial da China que estreou com um centro de cooperação Ásia-Pacífico em abril último, com a possibilidade de financiamentos no exterior usando o yuan. Este banco já tem uma forte presença na África e provavelmente estará envolvido com cerca de 200 projetos relacionados com a Belt e Road.

As instituições financeiras privadas globais veem a Belt e Road como um caminho para expandir seus negócios na China, como já aconteceu com o HSBC, enquanto o Citigroup assinou memorando com o Banco da China e o China Merchants Bank. Também o Banco Mizuho, do Japão, assinou um acordo de cooperação com o Export-Import Bank of China. Uma pesquisa realizada nas bolsas de Hong Kong, Xangai e Shenzhen revela que 65% das empresas listadas planejam expandir seus negócios relacionados comm o Belt e Road.

Mas também existem os que se preocupam com o envolvimento político e militar destes projetos com a China.



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