Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Especialistas Recomendam Cuidados com Estudos Médicos

12 de julho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , ,

clip_image002Um artigo de Ivan Couronne foi publicado no Japan Today com base nos depoimentos feitos pelo professor de medicina da Universidade de Stanford, John Ioannidis (foto). Começa por citar que dois pesquisadores pegaram 50 ingredientes que relacionavam com riscos de câncer, incluindo sal, farinha, salsa e açúcar. Constataram que 40 deles não tinham o adequado fundamento quando as pesquisas foram repetidas de forma adequada, pois utilizaram amostras limitadas do ponto de vista científico.

Existem muitos modestos pesquisadores que estão trabalhando com amostras limitadas, dado os custos destes trabalhos, e conseguem que sejam publicados, mesmo sendo meros indícios que precisariam experimentados em escala maior, com muito rigor científico. Quando se trata de revistas especializadas de grande prestígio, como o New England Journal of Medicine, os trabalhos que lhes são apresentados são revisados por especialistas que se mantêm incógnitos, havendo muitas vezes repetições dos trabalhos com grande exigência científica.

John Ioannidis recomenda que diante da enxurrada de pesquisas publicadas todos os dias, faça-se no mínimo as seguintes perguntas: isto é algo novo ou o que já foi visto em outras pesquisas? É um estudo pequeno ou grande? Isto é uma pesquisa aleatória? Quem financiou a pesquisa? Os pesquisadores são transparentes?

Muitos trabalhos que constatavam descobertas mostraram-se falhas e até prejudiciais. Lembro-me, pessoalmente, de uma instituição no Japão que fornecia pareceres sobre os benefícios ou danos do café para seus consumidores. Metade deles eram positivos e metade eram negativos, dependendo de quem solicitava estes documentos.

Existem analistas que opinam que a mídia, muitas vezes, na ânsia de fornecer novidades, nem sempre toma o cuidado de examinar a qualidade dos trabalhos. São constantes os artigos que se referem aos benefícios de produtos da biodiversidade brasileira, com base na opinião dos seus usuários, sem que trabalhos científicos tenham constatado os componentes que possam ajudar nestas recomendações.

Os brasileiros possuem na lembrança que houve uma época que a casca do ipê roxo era considerada popularmente um santo milagre. Recentemente, proliferam notícias que atribuem efeitos benéficos para a maconha, que em casos específicos e devidamente processados possam ajudar em poucos casos extremos que devem ser prescritos por profissionais médicos. Mas, lamentavelmente, existem os seus usuários que, para terem facilidade de acesso ao produto, espalham notícias que nem sempre correspondem às verdades científicas.

Todo cuidado é pouco.



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