Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Compreensível Indignação Com os Economistas

5 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , | 2 Comentários »

Um artigo de Caroline Baum, originalmente da Bloomberg, publicado no The Japan Times, mostra sua compreensível indignação com os economistas que teimam em considerar os seus conhecimentos como uma ciência, citando especificamente o professor Raj Chetty, da Universidade de Harvard. Apesar dos muitos erros de previsão dos economistas, utilizando como gancho as notícias dos selecionados neste ano para o Prêmio Nobel, cada vez menos destacados. Deve-se esclarecer que a Economia não fazia parte original desta prestigiada premiação sueca, tendo sido acrescentada posteriormente com o suporte do Banco Central daquele país. Muitos entendem que a economia, por não ter as precisões científicas das ciências exatas, deveria ser encarada mais como uma arte, notadamente quando se refere aos efeitos das políticas econômicas. Uma comparação feita no artigo com a Física, mencionando Isaac Newton, não parece adequada, mas poderia ser feita com outras ciências sociais, como a Sociologia, a Antropologia ou a Ciência Política.

Sempre que existe a participação dos seres humanos, que pensam e reagem muitas vezes de forma emocional e não racional, os problemas em discussão tendem a se tornarem mais complexos, principalmente quando utilizados para projeções. Envolvem uma elevada quantidade de influências que não podem ser simplificadas, como num modelo econométrico que reúne probabilidades, mesmo empregando os melhores conhecimentos disponíveis com as metodologias corretas, considerando as hipóteses que foram formuladas que nem sempre ficam explícitas.

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Sede do  Banco Central dos Estados Unidos

A autora expressa que os economistas não conseguem fornecer informações seguras sobre a taxa de crescimento econômico quando é dada uma taxa de juros de fundos governamentais; nem qual o efeito sobre a inflação de uma expansão monetária; qual o efeito multiplicador de um gasto governamental; qual o efeito do desemprego sobre a inflação ou os desempregados sobre os aumentos dos preços; e qual o efeito sobre o bem estar da elevação das cotações das ações. As respostas costumam ser de que eles dependem das outras condições.

Ela informa que os teoremas da Matemática terminam com a expressão como se desejava demonstrar, e que o mesmo deveria ser feito pelos economistas. O artigo expressa as preocupações concretas que estão afetando a população com as mudanças no sistema de saúde dos Estados Unidos que não consegue ser atendida, diante da falta de recursos, como também acontecem no Brasil e em outros países.

A jornalista informa que ela pode assegurar que a melhoria da qualidade dos professores acaba resultando na qualidade dos jovens e adultos decorrentes de suas contribuições. Mas os economistas sempre utilizam as respostas com o ceteris paribus, ou seja, se todas as demais condições estiverem constantes, o que não a satisfaz.

O que se pode afirmar, com certeza, é que muitos economistas são arrogantes e asseguram resultados que não podem garantir, na esperança que com sua demonstração de convicção todos ficarão convencidos, o que ajudaria na obtenção de muitos resultados almejados.

Isto não é somente culpa dos economistas, pois pela invasão de engenheiros e outros profissionais nos assuntos econômicos e financeiros que supõem conhecer um pouco mais de matemática e estatística e acabam afirmando com base nos seus “modelos” o que nem os mais sofisticados poderiam assegurar.


2 Comentários para “Compreensível Indignação Com os Economistas”

  1. Roberto
    1  escreveu às 07:47 em 11 de novembro de 2013:

    Mais e mais cresce a percepção de que o Japan Times enche suas páginas com material enlatado que não tem muito a ver com seus leitores. Este artigo é típico. Em que medida ele enriquece a experiência do leitor deles, o estrangeiro vivendo no Japão? O pior é que estão implementando o sistema de conteúdo pago. Pagar para ver este tipo de artigo? Será interessante acompanhar e ver se terão lucro com isso.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:28 em 11 de novembro de 2013:

    Caro Roberto,

    Acredito que toda a imprensa mundial passa por um momento difícil, alguns estão sucumbindo, outros procurando formas de sobreviver. Que atendam os seus anunciantes, parece compreensível, se desejam continuar com suas atividades. Até os jornais mais importantes do Japão estão passando por transformações, como me afirmou um grande empresário japonês, com volumosas atividades internacionais. Além disso, cada organismo tem suas preferências ideológicas, que devemos respeitar, ainda que lendo sabendo delas. Nós economistas somos merecedores de muitas críticas, pois houve um abuso no uso inadequado de instrumentos como os econométricos. É preciso, na minha modesta opinião, ver e ouvir todas as opiniões, mesmo aquelas com as quais não concordamos.

    Paulo Yokota


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