Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Importância da Ásia nas Relações Externas do Brasil

18 de outubro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , , , ,

Um artigo publicado por Luciana Amaral no site da UOL informa sobre as providências do governo brasileiro para aumento dos relacionamentos comerciais com a Ásia, notadamente com o Japão e a China a partir de 21 de outubro. Mas que também se estendem pelo Oriente clip_image002Médio, nos Emirados Árabes, Qatar e Arábia Saudita, visando atrair os investimentos dos fundos daqueles países para projetos como de infraestrutura. 

A entronização do imperador Naruhito e sua esposa, princesa Masako, contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro

Naruhito, na qualidade de príncipe herdeiro, esteve no Brasil e a visita do presidente Jair Bolsonaro é considerada uma espécie de reciprocidade, pois ele não tem funções executivas. Haverá uma reunião com o primeiro-ministro ShInzo Abe ainda que não haja nada de concreto na pauta. Mas, além do incremento das exportações brasileiras que não estão crescendo recentemente para aquele país, também se visa sondar sobre o interesse de seus investimentos em infraestrutura, visando a retomada de operações mais agressivas.

A visita também envolverá uma viagem à China, onde deverá haver um encontro com o presidente Xi Jinping, pois, com a guerra comercial promovida pelos Estados Unidos, o Brasil espera aprofundar o relacionamento com os chineses, ainda que existam problemas de ordem política de toda natureza. Mas a China está intensificando o incremento de suas importações de alimentos com o resto do mundo, inclusive com os países africanos. O Brasil gostaria de contar com exportações de produtos de maior valor adicionado, além de investimentos na infraestrutura brasileira, como na geração de energia limpa e melhoria dos seus sistemas de transportes que estão atualmente deteriorados.

O fato concreto é que o Brasil não vem promovendo uma política clara de incremento de suas exportações, que exigem maior número de visitas de empresários e funcionários diplomáticos de alta qualificação. O mesmo acontece com a melhoria nos investimentos nos projetos de infraestrutura, que não dependem somente de contatos da cúpula governamental destes países, mesmo dos vários ministros que contam da comitiva, sem que haja uma pauta previamente discutida.

Nos países árabes, que também são importantes importadores de alimentos do Brasil, também não existe um programa claro para o seu incremento, como investimentos em infraestrutura que exigem muitas outras providências que vão preenchendo os problemas existentes até se chegar as cúpulas governamentais destes países. Parece que os brasileiros acreditam que podem resolver os problemas que envolvem muitos detalhes somente com eventuais visitas de cúpula, que também são necessárias, mas exigem constantes contatos de diversos níveis para ir resolvendo os problemas que possam existir. Não parece que a política externa brasileira tenha amadurecido, mas sempre o início de contatos mais frequentes ajuda muito pouco, aparentando ainda coisas de amadores, apesar do país contar com diplomatas qualificados que não estão sendo devidamente aproveitados.



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