Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

US Open 2020 Cheio de Surpresas

12 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Esporte | Tags: , , , , ,

US Open 2020 Cheio de Surpresas

Seção: Tênis, Editoriais e Notícias. Tags: vitória da dupla masculina com o brasileiro Bruno Soares, a japonesa Naomi Osaka passou para as finais, problemas dos seus participadores com as questões raciais, derrota da veterana Serena Willians, volta da experiente Victoria Azarenka, desclassificação de Novak Djokovic.

Quando todos esperavam um US Open 2020 sem muitas emoções, diante dos problemas com a covid-19 e sem a presença do público, as surpresas começaram com a desclassificação do consagrado Novak Djokovic diante do seu comportamento pessoal, de insatisfação cm a própria atuação, quando uma bola lançada por ele atingiu uma juíza de linha. O veterano brasileiro Bruno Soares que disputou a dupla masculina foi informado na sua viagem a Nova York que estava contaminado pela covid-19, não podendo se preparar para a disputa, mas acabou se consagrando campeão do torneio, que deve ser dos seus últimos, pois já está em idade de se aposentar. A japonesa Naomi Osaka passou para as finais que disputará com a veterana Victoria Azarenka, ela que derrotou a também veterana Serena Willians que sofreu problemas físicos. Alguns jornais e patrocinadores japoneses da Naomi Osaka manifestam suas discordâncias que problemas raciais sejam envolvidos, ela que, tendo pai negro, vem usando máscaras mencionando vítimas raciais dos policiais, notadamente nos Estados Unidos. São emoções demais, até extra campo, que destacam o atual US Open 2020, que não eram esperados.

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Bruno Soares ao lado do croata Mate Pavic Foto: Justin Lane/ EFE, foto constante do artigo publicado no site do Estadão, que vale a pena ser lido na sua íntegra.

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O veterano jogador brasileiro de dupla masculina não se preparou adequadamente para o jogo por ter contraído a covid-19, assintomático, nas vésperas da disputa, mas com sua longa experiência jogou bem, conseguindo se consagrar como campeão masculino de duplas no US Open 2020. É possivelmente um brilhante encerramento de sua carreira, pois já está com idade para a sua aposentadoria.

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Naomi Osaka derrota Jennifer Brady. Foto constante do site do Tênis, que vale a pena ser examinada na sua íntegra

A japonesa Naomi Osaka, um pouco ajudada pela rede, acabou derrotando a jovem norte-americana Jennifer Brady, considerada a novidade deste torneio, pois vinha desenvolvendo uma campanha surpreendente. Como Naomi Osaka tem um pai negro, ela já vinha, como muitos atletas, manifestando-se contra os problemas raciais, usando máscaras com os nomes das vítimas das ações policiais. Isto, segundo a imprensa, vinha criando algumas restrições de seus patrocinadores, que não concordavam totalmente com a mistura do esporte com as manifestações claras de discordância com os policiais que continuam discriminando pessoas de cor, notadamente nos Estados Unidos. Aqueles que conhecem o Japão sabem que o país é um arquipélago, com pouquíssimos de sua população com miscigenações raciais. Deve-se ponderar, no entanto, que o tênis está globalizado, não se restringindo somente a alguns países e, com os problemas atuais dos isolamentos, os meios mais utilizados acabam sendo a televisão, que transmite os jogos para muitos países do mundo.

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Duas veteranas, Serena Willians e Victória Azarenka, em jogo vencido pela segunda, que disputará a final com Naomi Osaka

Numa outra chave feminina, duas veteranas, a norte-americana Serena Willians aparecia como a favorita, frente à bielo-russa Victória Azerenka, que também voltava à quadra depois de uma temporada fora, quando teve um filho. Mas Serena acabou sofrendo um problema físico bem explorado pela adversária, que acabou se qualificando para a final a ser disputada com a Naomi Osaka.

Para um evento como US Open 2020, esvaziado pelas atuais circunstâncias, todos estes problemas acabam destacando a sua importância, que, além da televisão, acaba ocupando importantes espaços na imprensa escrita, para surpresa de todos.


Lições de Democracia Para Todos

9 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Esporte | Tags: , , , | 4 Comentários »

Confesso que em matéria de esportes tenho preferência pelos coletivos aos individuais, mesmo que os assim chamados também dependam de uma grande equipe que lhes deem os suportes necessários. Ainda assim, na disputa profissional como do US Open, um famoso campeão como Novak Djokovic acabou sendo desclassificado por ter cometido um erro considerado grave. Ele manifestou a sua contrariedade com o seu próprio desempenho no jogo lançando uma bola, involuntariamente, que atingiu o pescoço de uma juíza de linha, a ponto de deixá-la atordoada por um bom tempo, o que exigiu a presença de médicos na quadra. Há que se entender que uma bola lançada por Djokovic tenha uma velocidade respeitável e ele, arrependido pelo seu ato, correu para assisti-la.

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Navak Djokovic correu para assistir à juiza de linha que foi atingida no pescoço por uma bola involuntária que ele lançou, como manifestação de insatisfação com seu próprio jogo, mas ele foi desclassificado do US Open.

O regulamento do tênis profissional é claro neste comportamento mesmo involuntário e os juízes aplicaram o que estava previsto, mesmo se tratando de um campeão como Novak Djokovic, que, além da desclassificação, deverá ter uma multa correspondente ao que ele já havia ganhado neste torneio.

Mesmo tratando-se de um esporte profissional, a punição prevista era severa e os juízes responsáveis não tiveram dúvidas na sua aplicação, demonstrando uma norma democrática mesmo sobre uma personalidade conhecida. O que seria desejável é que também na política houvesse uma aplicação rigorosa das regulamentações democráticas existentes, de forma idêntica, não dependendo de quem tenha cometido a irregularidade.

As lições provenientes dos esportes poderiam ser importantes também para a política, notadamente nas verdadeiras democracias, não dependendo de quem tenham cometido as irregularidades ou que posições eles ocupem, ou os relacionamentos que possuam com os que estejam no poder.