Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estudos Japoneses Sobre Despesas Médicas

19 de agosto de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , , | 4 Comentários »

Se existe um país que antecipa os estudos sobre as tendências futuras, e que já conta com uma população idosa, que deverá se repetir no Brasil no futuro como em outros países ainda emergentes certamente este é o Japão. Como na recente visita do Primeiro Ministro Shinzo Abe ao Brasil começaram a se esboçar os intercâmbios na área de saúde entre os dois, parece oportuno que sejam analisadas algumas possibilidades futuras.

clip_image002                                                          The Yomiuri Shimbun

É evidente que os problemas existentes das despesas médicas no Japão e no Brasil são diferentes, mas as metodologias dos estudos efetuados naquele país podem ser adaptados para os brasileiros, havendo a possibilidade de alguns trabalhos serem efetuados em conjunto, absorvendo parte da tecnologia lá aplicada, dentro dos mecanismos que foram criados pelos dois governos.

Os dados disponíveis no Japão são abundantes, permitindo análises comparativas entre as diversas províncias, para aprofundar as causas que determinam alguns gastos mais elevados em algumas. Isto também pode ser observado no Brasil, ainda que os serviços médicos não sejam tão uniformes no país.

Mas, estes estudos permitem identificar ineficiências e desperdícios que possam estar ocorrendo em algumas regiões, estabelecendo-se metas regionais a serem alcançadas ao longo do tempo. Como tais despesas são astronômicas tendendo a um crescimento rápido, principalmente com o princípio constitucional existente no Brasil de serviços médicos universais para a população, não existem fontes de recursos suficientes que acabam sendo resolvidos injustamente pelas filas.

Entre as despesas que aparentam ser elevadas parece figurar a prescrição exagerada de medicamentos. Também os prazos de internação costumam ser elevados, como no Japão, quando todos sabem que os atendimentos ambulatoriais ou residenciais podem reduzir estas despesas em muitos casos.

A medicina preventiva utilizada no Japão permite visualizar as despesas que costumam ocorrer com os diagnósticos tardios que implicam em medidas de custo mais elevado.

Evidentemente, não existem medidas milagrosas que resolvam todas as situações. No entanto, se identificados os focos que necessitam ter atacados com prioridade, pode se estabelecer uma política de longo prazo para que os problemas de saúde sejam minorados em muitos casos.


4 Comentários para “Estudos Japoneses Sobre Despesas Médicas”

  1. Luis Maruta
    1  escreveu às 09:09 em 20 de agosto de 2014:

    Paulo. Julgo muito importante este dado para subsídio em gestão em saúde. Deve-se levar em conta que, até a pouco tempo, havia recurso abundante no Japão e agora tem que promover ajuste. Pelo menos neste quesito (gerir a saúde com poucos recursos), o Brasil pode ensinar alguma coisa aos japoneses. Por exemplo, o tempo de internação por evento é muito inferior no Brasil.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 18:56 em 20 de agosto de 2014:

    Caro Dr. Luis Maruta,

    Em matéria de saúde em todo o mundo, existem intercâmbios interessantes de experiências. Evidentemente o tempo de internação no Japão é exageradamente elevado, até porque as famílias não possuem condições de manter muitos pacientes em recuperação nas suas residências. Eles possuem um sistema chamado de Ninguem Doku, que permite um check up bastante eficiente e pouco custoso. Como o cobertor está curto em todo o mundo, as boas experiências de alguns lugares podem ser aplicadas em outros, neste mundo que está cada vez mais globalizado.

    Paulo Yokota

  3. Herberto M Yamamuro
    3  escreveu às 11:36 em 27 de maio de 2017:

    Prof Paulo ,
    Sempre oportuno esta atenção apontado em 2014 , com toda a razão apesar da Pirâmide Etária brasileira ainda apresentando a forma natural ,já em Cidades metropolitanas como São Paulo e visível a semelhança com que o Japão vem passando nos últimos anos e o efeito dramático das despesas com a Saúde, entendo a necessidade das entidades de Saúde passarem a pensar em como manter a qualidade de vida e convivência com as doenças existentes ao invés de de se identificarem como curadoras de doenças , esta mudança de vetor abrira um leque muito maior de tecnologias do cuidar das pessoas a custos sociais menos elevados . Podemos aprender muito com esta experiência da mudança de conceito que países como Japão aprenderam com os anos .

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 15:26 em 27 de maio de 2017:

    Caro Herberto M Yamamuro,

    O que me parece é que não estamos estudando adequadamente as experiências por que muitos países já passaram.

    Paulo Yokota


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