Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

José Alexandre Scheinkman e a Economia Brasileira

5 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Entre os acadêmicos brasileiros com grande prestígio internacional, está certamente José Alexandre Scheinkman, , atualmente professor na Universidade de Columbia, mas também foi um destaque em Chicago e Princeton, além de ser doutorado pela Rochester. Ele concedeu entrevista para Giuliana Vallone, da Folha de S.Paulo.

Professor José Alexandre Scheinkman

Como muitos bons acadêmicos internacionais que conhecem o Brasil, José Alexandre Scheinkman informa não ser um pessimista exagerado, apesar dos graves problemas existentes originários de causas internas do país.

Ele entende que os problemas dos Estados Unidos como a desaceleração do crescimento da China são menos preocupantes do que os criados pelo governo brasileiro, como os subsídios concedidos pelo BNDES que prejudicaram a elevação da produtividade e aumento do endividamento. Aponta também os obstáculos para os investimentos em infraestrutura, inclusive o pré-sal, com os problemas da Petrobras. Ele aponta que existe um problema do déficit fiscal crônico.

Segundo ele, desmontou-se o setor energético do Brasil quando ainda havia perspectivas como o etanol. As intervenções governamentais foram desastradas. O pré-sal não foi explorado enquanto era rentável e existem dificuldades nas concessões. Subestimou-se a capacidade de promover o ajuste e o CIDE teria sido mais inteligente do que a CPMF.

Existem privilégios concentrados em alguns setores e o aumento da produtividade não foi promovido, explorando-se pouco o comércio internacional. Mas, como muitos analistas que acompanham os problemas brasileiros, ele não se considera tão pessimista como o clima que vigora no país.

Existem analistas com a visão de que os problemas políticos brasileiros estão exacerbados com as disputas internas, com a participação exagerada da mídia, agravando a interpretação do quadro por muitos. Apesar dos problemas existentes, não se pode atribuir aos problemas do exterior, como a elevação dos juros do FED ou desaceleração do crescimento da China pelos problemas nacionais.

O clima exageradamente pessimista existente no Brasil, apesar das dificuldades concretas, não ajudam a resolver os graves problemas existentes, que dependem da confiança do setor privado nas ações governamentais, entre outros aspectos.



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