29 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: dificuldades do premiê Hatoyama, falta de uma liderança marcante, precariedade do governo | 1 Comentário »
Nas últimas eleições parlamentares japonesas, a oposição representada pelo PDJ – Partido Democrata do Japão, apesar de já envolvido em escândalos de contribuições políticas, acabou vencendo o tradicional PLD – Partido Liberal Democrático, desgastado pela sua pouca eficiência.
Entre as promessas eleitorais do PDJ figurava a solução da complexa questão das bases militares norte-americanas em Futanma, em Okinawa. No entanto, o premiê Yukio Hatoyama, cujo partido estava coligado com o PSD – Partido Social Democrata, tendo a líder Mizuho Fukushima como uma das ministras, teve que demiti-la, pois não concordava com a precária decisão sobre esta base militar. Como também acontece com muitos eleitores.
A falta de uma solução razoável provocou o rompimento da precária coalizão. O prestígio do atual governo já estava muito baixo, contando com menos de 20% de suporte dos eleitores, pela incapacidade de formular políticas razoáveis com rapidez.
Assim, os opositores já pedem a demissão do premiê Yukio Hatoyama, num momento crucial para a Ásia, dada as dificuldades entre as duas Coreias. Há um elevado risco da queda do governo, antecipando as eleições, como acontece no parlamentarismo.
O Japão, que ainda não conseguiu recuperar-se da crise econômica, passa a enfrentar também uma grave crise política. Na realidade, não existem fortes lideranças políticas que possam retirar o país deste atoleiro.
29 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: problemas entre as Coreias do Norte e Sul, realocação da base de Futenma
Uma declaração conjunta do Japão e dos Estados Unidos foi divulgada sobre o deslocamento da atual base aérea de Futenma, encravado numa região urbana, criando constantes atritos com os moradores da proximidade. Seria para próximo de Henoko-saki, na mesma província de Okinawa. Apesar de ainda nem todos os detalhes terem sido acertados, esta decisão já começa a provocar reações. O Tratado de Cooperação Mútua e Segurança firmado entre os dois países completa 50 anos e continua sendo importante tanto para o Japão como para a Ásia do Pacífico.
Haja vista a crise que está evoluindo entre as duas Coreias, com os incidentes relacionados aos danos causados numa embarcação militar do Sul, com muitas mortes. O Japão, derrotado na Segunda Guerra Mundial, renunciou a ter seu complexo militar, dispondo somente de um sistema de autodefesa, e depende da presença incômoda de bases norte-americanas no seu território.
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28 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: cultura empresarial, desaparecimentos, gerações diferentes, importância na agricultura
O jornal Valor Econômico noticia, lamentavelmente, que a família Maeda alienou o controle do seu grupo empresarial, que ficou com um fundo, o Arion Capital, controlado por espanhóis, que ainda vai continuar seus exames. Este fundo vem efetuando investimentos no Brasil, tendo começado pelo setor imobiliário. Com isto, desaparece mais um importante grupo empresarial de descendentes de imigrantes japoneses, que aparentemente tem um grande passivo financeiro, que deverá ser reestruturado.
O grupo Maeda foi um dos pioneiros no cultivo do algodão em grande escala, o que vem fazendo há gerações, continuando de controle familiar, com tentativas de profissionalização dos seus executivos. A cultura do algodão envolve riscos elevados, tanto pelos muitos insumos que utiliza como pelas flutuações dos seus preços no mercado internacional, acabando por exigir substanciais créditos rurais. O grupo veio diversificando suas atividades, tanto para soja, pecuária como participação na produção de etanol, entre outros produtos de origem rural.
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28 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: construção naval, encomendas da PetrobrAs, oportunidades perdidas, planejamento de prazo mais longo
As necessidades atuais de navios-sondas da Petrobras, visando a exploração das reservas já localizadas como no pré-sal, estão estabelecendo uma espécie de política industrial, ainda que não admitida pelo governo federal. Encomendas que envolvem cerca de R$ 50 bilhões, como noticiado na Folha de S.Paulo ontem, exigindo que os mesmos sejam produzidos no Brasil, provoca tais efeitos. Mesmo que as partes relevantes destes navios ainda sejam importadas.
Os que conhecem um pouco da história da indústria naval brasileira devem lembrar-se de que o Brasil já contou com a maior do mundo, chegando a lançar cerca de 2 milhões de TDW de navios ao ano, superando o Japão e a Coreia. A falta de continuidade daquela política levou todo o setor à insolvência, que durou duas décadas, e a recuperação vem ocorrendo lentamente, voltando aos poucos ao mesmo nível de emprego já atingido há décadas.
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27 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: dificuldades em diversas regiões, necessidade de entendimentos, o abuso do poder político
A humanidade possui pontos de vistas diferentes que precisam ser acomodados para uma convivência difícil, mas possível, que exige muita atividade diplomática. Hoje, os detentores de armamentos atômicos tentam evitar a sua disseminação, achando que eles são éticos e os demais podem se descontrolar. Os casos da Coreia do Norte e do Irã dão dramáticas mostras destas complexidades.
Ainda que a Coreia do Norte seja um dos países mais atrasados na Ásia, tanto política como economicamente, que enfrenta dificuldades para a alimentação da sua própria população, os seus dirigentes desenvolveram o seu programa atômico com objetivos militares, e hoje fazem parte do clube dos que representam elevados riscos. E podem desestabilizar toda a Ásia se medidas diplomáticas eficazes não forem tomadas.
O Irã, dominado recentemente por uma radical orientação político-religiosa, detém uma reserva petrolífera respeitável. Além dos seus objetivos de uso pacífico da energia atômica, é considerado por muitos países como um daqueles que desejam ingressar neste clube restrito, desequilibrando o precário equilíbrio do Oriente Médio.
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27 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: desenvolvimento, empresas estrangeiras, salários na China
O jornal japonês Nikkei noticia que indústrias automobilísticas japonesas instaladas na China, bem como produtoras de autopeças, enfrentam dificuldades com as elevações dos salários naquele país, citando muitos exemplos. Esperar que a economia daquele país se desenvolvesse mantendo salários reais baixos, seria um grande absurdo.
Algumas destas empresas estão efetuando investimentos em outros países do Sudeste Asiático onde os salários continuam abaixo dos chineses. Mas, com o desenvolvimento daqueles países, também lá os salários vão se elevar, naturalmente. Ainda que existam grandes massas de desempregados, ou daqueles que estão se transferindo das atividades rurais para as urbanas, este processo é inevitável e desejável.
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26 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: Carajás-Itaqui, fornecimentos e empréstimos à Petrobras, o desenvolvimento dos cerrados, saneamento | 4 Comentários »
Ainda que o Japão venha ajudando significativamente nos projetos de desenvolvimento brasileiro, nota-se que os japoneses contam com dificuldades para aproveitar esta expressiva cooperação para estimular o seu intercâmbio bilateral com o Brasil. Alguns projetos, como o do desenvolvimento dos cerrados brasileiros, são um exemplo expressivo desta limitação.
Poucos sabem que o JBIC – Japan Bank for International Cooperation é um dos maiores financiadores da Petrobras, pelos fornecimentos de plataformas, aperfeiçoamentos de refinarias, instalação de gasodutos etc. Mas não se faz publicidade destes fatos, que somam a cerca de US$ 8 bilhões de empréstimos, não ajudando a opinião pública brasileira a ter uma imagem correta da importância desta colaboração japonesa.
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26 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: investimentos chineses e hindus, investimentos japoneses, realidades sempre comprovadas
Um artigo do jornalista Eduardo Laguna, do jornal Valor Econômico de hoje, sob o título “Máquinas chinesas já representam 12,2% das importações brasileiras”, volta a comprovar uma realidade há muito conhecida. Os diversos estudos publicados pelo antigo Eximbank do Japão, hoje JBIC – Japan Bank for International Cooperation, já comprovavam que investimentos efetuados pelos grupos japoneses no exterior contribuíam significantemente para o incremento do seu comércio internacional.
Os novos investimentos que chineses e hindus efetuam no Brasil trazem na sua esteira, como é natural, um aumento das importações brasileiras de máquinas ecomponentes daqueles países.
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25 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: pesquisas chinesas na Índia, Sony com a Samsung, trabalhos transnacionais conjuntos
O que pode parecer estranho para os ocidentais está acontecendo entre os asiáticos, mostrando que eles são mais pragmáticos que aparentam, principalmente quando se trata de negócios. Os gigantes em eletrônica, como a coreana Samsung e a japonesa Sony, estão trabalhando em conjunto, entrando na sua terceira fase de colaboração conjunta, como noticia a MK Business News.
E as empresas chinesas de telecomunicação estão instalando suas unidades de pesquisa na Índia, como consta de um artigo publicado no Nikkei, pois alguns dispositivos não são podem ser exportados para a China, por motivo de segurança nacional, possivelmente inspirado pelos norte-americanos.
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24 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: administração pública, controles adequados, utilizações de cartão de crédito
Ninguém pode negar que o uso de cartões de crédito, cada vez mais sofisticados e inteligentes, estão se generalizando, servindo para as mais variadas finalidades. No Brasil, a falta de um adequado planejamento do seu uso, acabou confundindo os cartões corporativos com abusos no setor público.
Em muitos países, estes dinheiros plásticos, que possuem um custo mais baixo que os abusivos do Brasil, são utilizados para aumento da eficiência dos mais variados serviços. No Japão, por exemplo, são utilizados nos metrôs, nos pedágios, e em outras finalidades, quando os seus portadores simplesmente passam pelos controles que registram suas entradas.
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