Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grupo Japonês Oferece Uma Plataforma Para o Pré-Sal

21 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 4 Comentários »

O importante jornal japonês Yomiuri Shimbun informou que o governo japonês e um consórcio de estaleiros e fabricantes de máquinas pesadas pretendem desenvolver uma estrutura gigante, uma plataforma que tem 315 metros de comprimento por 80 metros de largura, que vai servir de apoio para as atividades de extração de petróleo e gás do pré-sal brasileiro. Ela ficaria localizada offshore, a cerca de 200 quilômetros do litoral e a cerca de 100 quilômetros de algumas unidades de extração. O seu pedido seria formalizado até o final de 2014, para construção até 2016.

O governo entraria com um subsídio de 1,45 bilhão de yens (cerca de US$ 16 milhões), num período de três anos por intermédio do seu Ministério de Terra, Infraestrutura e Turismo, para ampliar as exportações de equipamentos. O consórcio de nome J-DeEp foi formado na última segunda-feira e se conseguir a encomenda esta plataforma será a primeira no mundo habitável, esperando poder acomodar até 200 trabalhadores offshore em petróleo e gás, que seriam transportados pelos helicópteros. Este tipo de plataforma seria utilizado também no Japão para desenvolver recursos em zonas especiais exclusivas.

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O artigo informa que grandes reservas de petróleo e gás foram localizados a cerca de 300 quilômetros da costa, no Brasil. As informações técnicas da Petrobras afirmam que estas reservas são difíceis de terem suas dimensões exatas estimadas, com as tecnologias atualmente disponíveis, havendo necessidade de prosseguimento das pesquisas tecnológicas que estão sendo efetuadas. Também as extrações apresentam desafios que ainda terão que ser superados.

Os japoneses consideram que o transporte dos trabalhadores por navios e helicópteros da costa acaba sendo ineficiente, exigindo um ponto de apoio nas proximidades dos locais de extração. A nova plataforma serviria de centro da logística, aumentando a eficiência de todo o sistema.

Como principais participantes do consórcio, o Yomiuri Shimbun menciona a IHI Corp., a Mitsubishi Heavy Industries, a Kawasaki Heavy Industries, a Japan Maritime United, a Mitsui Engeneering & Shipbuilding e a NYK Line. Também participam do consórcio a National Maritime Research Institute e Nippon Kaiji Kyokai.

Se o consórcio ganhar o pedido, esta gigantesca plataforma contará com cinco partes que serão construídas separadamente nos estaleiros japoneses, com a montagem final efetuada no Brasil. Eles estão chamando esta plataforma gigante de Megafloat.

Este tipo de montagem de grandes projetos está indicando que o Japão volta a contar com a colaboração entre grandes empresas, sob a coordenação governamental, envolvendo o apoio financeiro de suas agências oficiais, como a JBIC – Japan Bank for International Cooperation, devendo envolver créditos de bilhões de dólares. Algo parecido com o que permitiu o Japão a realizar o que se chamou seu milagre japonês, com uma sistematização do tipo projeto nacional, que permitiu uma ativa colaboração com o Brasil no passado.

São notícias alvissareiras que indicam que os japoneses estão vivamente interessados em voltar a aumenta a sua presença internacional, notadamente com países emergentes que contam com volumosos recursos naturais, como o Brasil.


A Difícil Conciliação Entre a Preservação e o Desenvolvimento

21 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um desafiador quadro está sendo apresentado pela jornalista Giovana Girardi nos seus artigos publicados pelo suplemento Planeta – Sustentabilidade & Meio Ambiente, do jornal O Estado de S.Paulo. A região chamada de Calha Norte fica no Oeste do Estado do Pará, fazendo fronteira com o Estado do Amapá, tendo ao Sul o rio Amazonas, a Oeste o Estado de Amazonas e ao Norte tem fronteiras internacionais com o Suriname e a Guyana, ocupando nada menos que 27 milhões de hectares, sendo 74% preservados por reservas indígenas e florestais. Mas é das mais pobres do Pará como da Amazônia utilizando qualquer indicador, com uma população de 321 mil habitantes, segundo as pesquisas do Imazon – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia.

A população da região vive do extrativismo da castanha do Pará, do óleo de copaíba e de uma mineração de bauxita que é feita desde fins dos anos 1970 por uma empresa da Vale com as de alumínio, a Mineração Rio do Norte, que é a única atividade econômica de expressão nesta área. O manejo sustentável da floresta, com a extração racional da madeira ainda é um sonho.

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Rapidez Nas Decisões Empresariais

19 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo foi publicado recentemente pelo jornal econômico japonês Nikkei informando que o grupo coreano Lotte, que vai desde a petroquímica, hotéis até redes de varejo para a colocação dos seus produtos, tem a figura do proprietário no seu comando, Shin Dong-bin. Isto lhe permite uma grande velocidade nas decisões sobre vultosos investimentos no Sudeste Asiático, muito mais rápido que seus concorrentes coreanos, como a Samsung e a Hyundai, com idêntica agressividade comercial. Quando comparado com a maioria dos grupos japoneses, as diferenças são acentuadas, mas começam a aparecer também algumas exceções no próprio Japão, segundo o jornal.

A Lotte Mart tornou-se a loja âncora no Gandaria City, um enorme shopping center em Jacarta, na Indonésia. Visa atender a nova classe média, com uma grande variedade de produtos que não são os mais luxuosos, e planejam contar com uma rede naquele país. Teriam como concorrente a rede Aeon japonesa, que ainda é muito menos agressiva, segundo o artigo. No Japão, o grupo Lotte é tradicionalmente conhecido, mas com suas atividades em doces e gomas, mas é o quinto grupo coreano, envolvido até na indústria pesada.

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Shin Dong-bin

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Transformações na Lendária Crotonville

18 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Segundo uma excelente matéria elaborada por Stela Campos para o jornal Valor Econômico, incluindo uma entrevista com a principal executiva da Crotonville, Susan Peters, a tradicional escola de formação de líderes da GE, ela passa por transformações. Ela veio formando CEOs que se tornaram famosos não somente na GE como em outras empresas, mas as qualificações hoje necessárias são mais amplas, com capacidade para enfrentar inovações que ocorrem rapidamente em toda a economia. É conhecida a longa preocupação da GE com a formação de seus altos funcionários, que, além de conhecimentos especializados, necessita de um amplo conhecimento humanístico, além da capacidade de gestão de projetos num ambiente de rápidas mudanças.

Situada a 45 minutos de trem de Nova Iorque, a Crotonville seleciona executivos para serem treinados na instituição, mas, por ter contado com carismáticos líderes como Jack Welch, a GE procura se manter atualizada no quadro em que se processam as atuais rápidas mudanças, mas tendo a adequada perspectiva de longo prazo e das alterações tecnológicas que vêm ocorrendo. O mundo acelerou o seu ritmo de mudança, num mundo globalizado que exige o conhecimento amplo das mais variadas culturas, onde o relacionamento com seus liderados como com o mercado e todas as personalidades envolvidas.

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Susan Peters e instações de Crotonville

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Noticiários Sobre o Kabuki do Japão

18 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Uma das marcas mais importantes da cultura japonesa está expressa no tradicional kabuki que já é conhecido em todo o mundo, e vem sendo noticiado com grande frequência nos meios de internacionais de comunicação sociais mais expressivos. O The Economist traz uma matéria registrando o desaparecimento de dois atores dos mais consagrados, Danjuro Ichikawa XII, ou seja, o décimo segundo a desempenhar este papel, neste mês de fevereiro, ele que, segundo a revista, seria uma espécie de Laurence Olivier para os ingleses, para os apreciadores japoneses desta arte. Sua família participa há 300 anos do kabuki, estabelecendo uma longa tradição nesta arte. Também desapareceu Kanzaburo Nakamura XVIII, em dezembro do ano passado, também o décimo oitavo a desempenhar o seu papel. Estas perdas colocariam, segundo a revista com a tradicional ironia inglesa, o teatro Kabukiza, que será reinaugurado de abril próximo, no mesmo local que estava o anterior, no mesmo estilo, porém modernizado, em risco de manter a sua qualidade.

A agência francesa de notícias AFG distribuiu a matéria elaborada por Jacques Lhuillery e Kioko Hasegawa, publicada no jornal de maior tiragem do Japão, o Yomiuri Shimbun, falando sobre o ator Tamasaburo Bando que só desempenha o papel feminino, considerado tesouro nacional vivo, título outorgado pelo Imperador, por preservar a cultura do seu país. Ele vem estudando as mulheres toda a sua vida, a forma como elas se movem, andam e utilizam suas mãos. Isto é tradicional no kabuki, pois todos os papéis femininos são desempenhados pelos homens, conhecidos como onnagata, que não são normalmente homossexuais.

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Danjuro Ichikawa XII

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Incapacidade de Regular a Economia Mundial

18 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Mesmo com a clara evidência de que havia uma guerra cambial em curso, os ministros e presidentes dos Bancos Centrais dos países membros do G20 reunidos na Rússia no último fim de semana se limitaram a uma breve manifestação informando que todos se esforçariam para evitá-la, como noticiado nos principais jornais do mundo, sem condenarem os que estavam mais criticados, como o Japão ou o Brasil. Na realidade, eles sabem que a política monetária mais flexível que vem sendo adotado pelo FED norte-americano desencadeou a desvalorização do dólar com relação às outras moedas, e os que puderam reagiram para manter a sua competitividade internacional que afetam seus comércios com o exterior.

Ainda que poucos desejem discutir o assunto em profundidade, o The Economist publicou na sua edição deste fim de semana mostrando num conjunto de artigos que se estima em US$ 20 trilhões o volume dos recursos depositados nos paraísos fiscais, que é maior que o PIB dos Estados Unidos. Na sua maioria, decorrem de fraudes e evasões fiscais, lavagens de dinheiro e produtos da corrupção, não havendo uma forte disposição em acabar com estes problemas. Assim, as demais medidas acabam parecendo quase abstrações acadêmicas, pois somente este montante chegaria próximo dos 20% da economia mundial. E não haveria força no mundo capaz de interferir nas políticas econômicas dos Estados Unidos, do Japão, do Brasil e outros países que procuram desvalorizar os seus câmbios. Portanto, seria um simples acordo de cavalheiros, onde não existem cavalheiros, ainda que não haja interesse a ninguém numa guerra cambial mundial aberta.

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Inovações Para Superar as Limitações

17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 4 Comentários »

Na história da humanidade, sempre os desafios representados pelos problemas que se apresentam serviram para a introdução de inovações que estimulam o desenvolvimento. Observam-se os significativos aumentos das idades médias das populações em quase todo o mundo, aumentando a quantidade relativa de idosos, que apresentam desafios específicos. As exigências recentes para a sustentabilidade exigem inovações para a economia do consumo de energia, num mundo onde fortes flutuações das condições climáticas parecem aumentar nos mais variados países, desenvolvidos ou não.

Na imprensa japonesa, noticiam-se inovações para enfrentar estes problemas com muitas inovações, algumas difíceis de serem imaginadas nos países tropicais. No jornal econômico Nikkei, informa-se que a Panasonic engajou-se com um grupo de 30 construtores de edifícios para construírem complexos voltados para os idosos, com as instalações adequadas a eles e suas convivências com outros, bem como todos os serviços que eles necessitam para manter uma razoável qualidade de vida.

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Publicada no Jornal Nikkei

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Linha Editorial da Folha de S.Paulo

17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , , | 1 Comentário »

Sempre tendemos ser críticos aos trabalhos da imprensa, tanto do Brasil como do exterior, inclusive da Ásia que procuramos acompanhar para inspirar alguns artigos que são postados regularmente neste site. Mas, para ser justo, procuramos ressaltar também as contribuições positivas que vêm sendo dadas, como no caso da Folha de S.Paulo, mesmo convicto que o principal papel da imprensa continua sendo a de apontar as irregularidades que se observam em qualquer país, como um dos instrumentos mais importantes para a democracia. No número deste domingo, podemos destacar o artigo que faz parte da série “O Brasil que mais cresce” que já cobriu 45 localidades pelo interior deste país, ou mesmo no litoral, fora dos grandes centros urbanos do Brasil.

É natural que a imprensa privada, para poder sobreviver, destaque sempre os assuntos que são de maior interesse dos que anunciam em suas páginas. São as grandes empresas, notadamente os componentes do sistema financeiro, onde as críticas à política econômica costumam se destacar. É evidente que existem dificuldades que devem ser apontadas, mas voltar os olhos para a produção e o que está acontecendo neste país também precisa ser de conhecimento da população, o que parece apresentar algumas insuficiências.

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Tecnologias de Construção Civil no Brasil

17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Como os custos dos salários eram relativamente baixos no Brasil, notadamente na construção civil, os avanços tecnológicos que vinham se observando no exterior demoraram a ser adaptadas às condições locais. Comparando com o que já ocorre no resto do mundo, as construções brasileiras ainda era de mão de obra intensiva, com baixo uso de tecnologias avançadas nas elaborações dos projetos, bem como nos usos de materiais pré-fabricados que tendiam a reduzir o tempo de construção, além de outras reduções de custo. Como os custos dos recursos humanos aumentaram significativamente no passado recente no país e as exigências de sustentabilidade estão aumentando, as tendências atuais são no sentido da aceleração das adaptações das tecnologias já empregadas no exterior.

No Japão, por exemplo, há muitas décadas os recursos humanos eram mais elevados, as energias disponíveis escassas e a ocorrência de muitos terremotos forçaram o desenvolvimento de suas tecnologias de construção civil, tanto nas obras públicas como nas edificações comerciais ou residenciais. O planejamento exigia um custo mais elevado, mas na execução dos projetos contava-se com muitos materiais pré-fabricados, reduzindo o tempo de execução, levando-se em consideração a sustentabilidade de um país arquipélago, com longa tradição de conservação do meio ambiente.

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Casart Terra Homeda Panasonic e planta de aproveitamento geotérmico

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O Complexo Processo de Eliminação das Corrupções Políticas

15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

A revista internacional The Economist chama a atenção dos seus eleitores que, mesmo em tempo de Carnaval no Brasil, foram colhidas 1,36 milhão de assinaturas numa petição popular, 1% do eleitorado brasileiro, para solicitar a destituição do novo presidente do Senado Federal eleito no dia primeiro de fevereiro último. Isto ocorreu em somente 10 dias, pois a petição já contava com estas assinaturas no dia 11 de fevereiro, segunda feira de Carnaval. Como é sabido, Renan Calheiros, que já foi presidente do Senado entre 2005 a 2007, teve que renunciar acusado de muitas irregularidades, com o suporte para um filho seu fora do casamento por uma empreiteira, como a absurda alegação de que ele contava com recursos necessários para tanto pela venda de gado de sua fazenda, entre outros fatos.

A revista informa que potenciais candidatos da oposição para a Presidência da Republica em 2014, como Aécio Neves e Eduardo Campos, apesar de se manifestarem por um nome alternativo, não contaram senão com uma votação insignificante contra Renan Calheiros. Mesmo a atual presidente Dilma Rousseff teve que adotar uma posição de “real politik”, admitindo-o, quando não tomou partido dos seus partidários no julgamento do processo conhecido como “mensalão” no Supremo Tribunal Federal, tentando firmar uma imagem de campeã contra a corrupção.

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Máscaras de Joaquim Barbosa foram uma das mais procuradas durantre o Carnaval

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