Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Colaboração Sino-Japonesa

23 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , ,

fujio Uma missão do Keidanren – Federação das Organizações Econômicas do Japão planeja para maio próximo uma visita à China. Seu presidente, Fujio Mitarai, concedeu uma entrevista para o jornal econômico Nikkei explicando os objetivos da mesma.

O Keidanren pretende que a colaboração sino-japonesa seja contínua e planeja que estas reuniões bilaterais sejam anuais. Pretende oferecer a colaboração japonesa no atendimento das necessidades chinesas, com a tecnologia que possuem e capacidade de mobilização de recursos.

As áreas prioritárias seriam na preservação do meio ambiente e desenvolvimento da infraestrutura chinesa. Apesar dos chineses planejarem a construção de um amplo sistema de trem rápido, os japoneses entendem que sua experiência com o Shinkansen poderia ser útil para os seus vizinhos.

Fujio Mitarai interpreta que os chineses evoluirão no respeito aos direitos relacionados com as patentes, não temendo a cópia de tecnologias desenvolvidas no exterior. Considera o mercado chinês de forma separada com o restante da Ásia, pois conta com uma classe média de mais de 400 milhões de membros, superior ao da Comunidade Europeia.

Deve se entender esta missão como uma tentativa de aprofundar o intercâmbio entre os dois países, que já são os maiores parceiros recíprocos. A dimensão do mercado chinês atrai os japoneses, que já produzem muitos dos produtos nas empresas nipônicas instaladas na China.

Na medida em que as duas grandes potências econômicas aprofundam seus entendimentos, há que se considerar as suas consequências nos mercados mundiais, inclusive para os sul-americanos. Ainda que sejam concorrentes em diversos setores, deve-se admitir que os japoneses possuem tecnologias que interessam aos chineses. Existem muitos setores onde a colaboração pode se transformar em projetos.

O Brasil e o Japão instituíram um mecanismo semelhante no passado, que funcionou muito bem. Imagine, por exemplo, a formação de um consórcio sino-japonês-brasileiro para concorrer na implantação do projeto brasileiro de construção do sistema de trem rápido no Brasil. Usando as tecnologias e experiências japonesas, os baixos custos de produção dos chineses e os conhecimentos e relacionamentos locais dos brasileiros, seriam imbatíveis.



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