Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grande Exposição Chinesa no Museu Nacional de Tóquio

15 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Quando violentas e inúmeras manifestações ocorrem na China e no Japão as autoridades fazem  pronunciamentos veementes diante da disputa de ilhas, uma grande exposição de relíquias chinesas diversificadas é apresentada até dezembro próximo no Museu Nacional de Tóquio, com o claro apoio das autoridades chinesas, que pode até ser interpretado como de “soft power”. É evidente que a preparação de uma exposição desta magnitude que envolve 168 importantes itens, de diversas épocas e regiões, demanda muito tempo e não pode ser relacionada com acontecimentos recentes, mas sempre acaba despertando algumas curiosidades. O comentarista C.B. Liddell apresenta uma apreciação especial sobre o evento no The Japan Times, informando que a China não pode ser considerada homogênea, havendo uma grande diversidade em todo o seu território, bem como ao longo de sua milenar história, fazendo um paralelo com o que acontece hoje.

Com o tema geral “China: Grandiosidade de Dinastias” (tradução livre), a exposição apresenta cerâmicas, esculturas, trabalhos em metal e em jade, e estátuas de terracota dos soldados do Imperador Shi Huang. O curador Nobuyuki Matsumoto, do museu japonês, apresenta a exposição como manifestação do pluralismo. Como costuma ser da tradição chinesa, a exposição apresenta o quadro complexo dentro de um esquema histórico convencional e suas consecutivas dinastias. Mas pondera que se pretende somente a história política, pois a cultural apresenta mudanças dramáticas ao longo do tempo.

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Survivors of time: Gilt silver Ashoka pagoda (Northern Song Dynasty, 1011); Sandstone pillar plinth (Northern Wei Dynasty, 484); a bronze jue tripod wine vessel (Yin dynasty, 16th-15th century B.C.) NANJING MUSEUM; SHANXI MUSEUM; ZHENGZHOU MUSEUM

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Notícias do Japão na Imprensa Brasileira

13 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Logo depois de ter comentado com um importante diplomata japonês sobre a escassez de notícias sobre o Japão nos meios de comunicação do Brasil, apesar da simpatia com que os brasileiros viam os japoneses, fui surpreendido pela edição do último sábado da Folha de S.Paulo. Além de noticiar sobre a reunião do FMI/Banco Mundial que se realiza em Tóquio, como um acontecimento internacional parcialmente esvaziada pela crise mundial, as eleições de novos dirigentes em muitos países do mundo, o boicote dos principais líderes chinesas do segmento econômico-financeiro ao evento diante das disputas sobre algumas ilhas, fui surpreendido por duas outras notas que ressaltam os comportamentos dos japoneses e algumas mudanças em marcha.

O diplomata e escritor Alexandre Vidal Porto escreverá regularmente numa coluna da Folha de S.Paulo, e comenta que o individualismo está sendo recuperado no Japão, principalmente entre os jovens, ao lado do coletivismo que era a marca mais acentuada da organização japonesa. Álvaro Pereira Junior comenta na sua coluna semanal sobre o Japão gentil, diante de algumas experiências por que passou naquele país.

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Álvaro Pereira Junior                        Alexandre Vidal Porto

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Aperfeiçoamentos na Interpretação Entre Idiomas

2 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

São frequentes os problemas de interpretação entre idiomas diferentes, principalmente entre os menos utilizados no mundo, como o japonês e o português. Agora, a Kimber Streams informa que a companhia telefônica japonesa NTT Docomo, que opera com celulares, lançará no próximo dia 11 de outubro um aparelho que permite a interpretação tanto de vozes como textos, inicialmente entre o japonês, inglês, chinês e coreano, chamado Hanashite Hon’yaku (interpretação de conversas) gratuitamente. Ele permite também o Utsushite Hon’yaku (tradução de cópias fotografadas).

A partir de 1º de novembro, serão adicionados gratuitamente também o francês, alemão, indonésio, italiano, português, espanhol e o tailandês, para smartphones e tablets que funcionam com Android 2.2 ou superiores. Eles utilizarão os smartphones com câmera. Embora já exista outros tradutores, como o do Google Translate, espera-se que a concorrência permita opções para melhorar estes trabalhos.

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As deficiências atualmente constatadas nas traduções efetuadas pela Google decorrem das limitações dos bancos de dados dos textos aproveitados em diversos idiomas. Como a intensidade das traduções, como exemplo entre o japonês e o inglês, é muito elevada, os japoneses estão utilizando gigantescos bancos de dados que permitem a melhoria tanto das expressões, como novas palavras que não existem nos dicionários tradicionais, como na internet.

Evidentemente, as frases são construídas de formas diferenciadas em idiomas com raízes diferentes, como o japonês e o chinês, que utilizam, além dos ideogramas, muitas frases nas ordens que não são usuais nas que tem bases no latim, como na maioria das latinas de uso na Europa.

Mas as capacidades de memória estão se elevando, permitindo muitos aparelhos eletrônicos, principalmente de comunicações, que propiciam trabalhos melhor efetuados. Espera-se que, com estes avanços que estão se tornando mais rápidos, as comunicações entre pessoas que utilizam idiomas diferentes melhorem substancialmente.


Achados Arqueológicos Importantes no Vietnã

1 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O jornal vietnamita Viêt Nam News publica um artigo anunciando a descoberta de importantes sítios arqueológicos feita por uma equipe do Museu Há Noi, num sepulcro no distrito de Dong Ha Noi Anh. Espera-se que as novas descobertas permitam esclarecer a antiguidade daquele país, constituindo-se numa relíquia e patrimônio do Vietnã, que espera ser reconhecido internacionalmente, inclusive para ajudar no seu conhecimento detalhado. Cerca de 500 achados da Idade da Pedra, Idade do Metal e das civilizações conhecidas como Pa Cham – Oc Eo naquele país.

Os trabalhos estão sendo comandados pelo professor Tong Trung Tin, reitor do Instituto Nam Viet de Arqueologia. Descobriu-se um sistema de cavernas que eram moradias de povos antigos entre 20.000 a 4.000 anos atrás, e o sítio está sendo considerado Patrimônio Nacional, mas os vietnamitas aguardam que seja reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial. Isto permitiria a colaboração de equipes internacionais para examinar os achados, bem como constituir um arquivo destes materiais arqueológicos.

Equipe do Ha Noi Museum durante escavação em Ha Noi’s Dong Anh District

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Chieko Aoki e Toda a Sua Personalidade

25 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Raras vezes numa entrevista, uma personalidade como Chieko Aoki consegue transmitir tanto de si, com uma franqueza comovente. Ela foi feita por Silvana Assumpção e Jaqueline Couto para a revista The President, e consta de sua edição 09, de junho/julho de 2012, ocupando quase 20 páginas, de finíssima impressão. Quem a conhece há muito tempo, bem como o seu marido John Aoki, hoje afetado por um violento derrame não tendo condições de trabalhar, descobre novas e fascinantes facetas dela na sua leitura, que enriquece a todos.

Conheci antes John Aoki que tinha sido um alto funcionário do Ministério de Finanças do Japão, onde somente os melhores preparados têm condições de ingressar. Numa visita do ministro Delfim Netto, então da Fazenda do Brasil, ao ministro Takeo Fukuda, ainda ministro das Finanças e depois primeiro-ministro do Japão, ele confessou: “Estou bem informado sobre o Brasil, pois o Aoki aqui presente, hoje um importante empresário que tem investimentos no Brasil, me mantém informado sobre o seu país”.

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A entrevista revela desde quando Chieko era criança e veio com os seus pais para o Brasil, com ricos detalhes. Como estudou com afinco na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, enquanto trabalhava como secretária. Quando a rede Caesar Park foi criada por John Aoki no Brasil, em parceria com sócios brasileiros, Chieko foi lá trabalhar com ele que seu tornou o seu esposo. Ele já comandava um grande grupo, a Aoki Incorporation, em substituição ao seu pai, que ampliou internacionalmente suas atividades hoteleiras. Tive o privilégio de manter diversos contatos no Brasil e no Japão com este magnífico casal.

Chieko Aoki, segundo a entrevista, teve oportunidade de conhecer o que havia de melhor em hotelaria no mundo, comandando, a partir dos Estados Unidos, uma rede como a Westin, que se distribuía pelo mundo, com os hotéis mais expressivos, como o tradicional Algonquin, de Nova Iorque, Century Plaza, em Los Angeles, e o Beverly Wilshire, entre os mais conhecidos, todos pertencentes à Aoki Corporation.

Ela conta com detalhes o que aprendeu de melhor da hotelaria conhecida no mundo. Bem como as dificuldades na economia japonesa e a doença do marido que a levou ficar com a atual rede Blue Tree. Mas Chieko é uma lutadora que vê somente para frente, tendo novos projetos.

Muitos lances de criatividade, aproveitando ideias simples, sempre dando o seu toque pessoal de elegância e simpatia, utilizando a flexibilidade apreendida no Brasil. Sua preocupação com todas as necessidades dos seus hóspedes, bem com as preocupações com detalhes de forma que seus funcionários incorporem suas ideias de forma permanente.

Informa sobre muitas orientações que adota como regras, mas que necessitam ser atualizadas de tempos em tempos. Foi na prática que ela aprendeu alguns inconvenientes, como também as que deram origem a inovações que hoje são adotadas por outras redes hoteleiras.

Ela, que hoje é reconhecida como uma importante líder empresarial, informa o que pensa do papel que desempenha, bem como as potencialidades da hotelaria no Brasil, onde as atenções pessoais com seus hóspedes são importantes.

Ela já hospedou altas personalidades, como o atual Casal Imperial do Japão, mais de uma vez, mostrando que eles são pessoas simples que desejam, na intimidade, fugir das exigências dos rígidos protocolos japoneses.

A leitura completa desta reveladora entrevista seria extremamente útil para todos. Não consegui a sua localização pela internet, e somente alguns privilegiados poderão ter acesso à edição do segundo aniversário da revista The President.


A Cachaça e a Caipirinha Brasileiras

24 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No suplemento da Folha de S.Paulo de hoje, que inclui artigos publicados no The New York Times, um artigo de Robert Simonson informa que a cachaça brasileira está sendo incluída em muitos coquetéis consumidos pelos norte-americanos. Com o aumento do interesse pelo Brasil diante das próximas Copa do Mundo e Olimpíadas, e as pressões dos produtores brasileiros, as autoridades dos Estados Unidos iniciaram o processo do reconhecimento da cachaça brasileira, que até o momento era rotulado como “Brazilian rum”.

Ainda que em outros países a cachaça brasileira venha ganhando mercado, sendo mais conhecida no consumo na forma de caipirinha, que utiliza o limão com um pouco de açúcar, os norte-americanos a estão utilizando nos variados coquetéis que misturam com outras bebidas e frutas, como estão mais habituados. As grandes organizações do país que trabalham com outras bebidas esforçam-se para aproveitar a onda atual de interesse pelo Brasil. É o caso da Diageo, gigantesco conglomerado que está atrás da marca Ypioca, informa o artigo.

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Novas Ondas nos Assuntos Sexuais e Pornográficos

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 5 Comentários »

Se há um assunto que ganhou uma desenvoltura que assusta os mais conservadores é o trato de questões sexuais até antes considerados pornográficos na forma de literatura de alto padrão, ou na imprensa não especializada. O suplemento Ilustríssima da Folha de S.Paulo deste fim de semana trata do assunto com toda a liberdade, abandonando o moralismo da imprensa que já não corresponde à vida atual dos adultos e até adolescentes. Sou de uma geração que ainda estranha uma mulher usando o que se chamava palavrão numa conversa livre entre amigos de muitos sexos, que antes eram dois.

Mesmo que o livro de E.L.James com a trilogia “Cinquenta Tons” seja considerado um fenômeno de vendas, as repercussões que está provocando mostram que estão sendo expostas com franqueza as realidades que fazem parte do cotidiano de muitos, ainda num ambiente restrito. Com todos os tabus ou preconceitos ainda existentes, diferindo de cada pessoa, principalmente no seu trato público. Ou o artigo de Naomi Wolf, originalmente publicado no The Guardian e reproduzido em português no suplemento Ilustríssima da Folha de São Paulo, falando da vagina, com a expressão “bocetini”.

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E.L.James e Naomi Wolf

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Reflexões Sobre os Esforços da Índia

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado por Esther Dyson, uma líder empresarial nas tecnologias digitais emergentes, no Project Syndicate provocam reflexões sobre os fatores que determinaram as diferenças de desenvolvimento em diversos países, e que soluções econômicas estão sendo adotadas atualmente para reduzir os atrasos existentes. Os exemplos apontados mostram que existem soluções para reduzir as diferenças entre os elevados padrões de qualidade de vida nos países desenvolvidos e os emergentes.

Esta influente empresária que colabora com diversas organizações visitou recentemente a Índia e descreve alguns projetos que conheceu. Um foi o do já conhecido mundialmente Jaipur Foot, organização que já proporcionou gratuitamente 1,3 milhões de próteses baratas para os que perderam seus membros inferiores. Conseguem produzir estas próteses por cerca de US$ 45 quando nos Estados Unidos chegam a custar US$ 8.000, atendendo modestamente muitos que necessitam destas ajudas. Outro foi a Amrita University, fundada por Sri Mata Amritamandamayi Devi, conhecida como Amma.

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Próteses da Jaipur Foot e D.R.Mehta, criador do Bhagwan Mahaveer Viklang Sahayata Samiti

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Amrita University e sua fundadora Sri Mata Amritamandamayi Devi

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Exposição “Paixão Por Porcelanas” Chinesas em Londres

17 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um artigo de Sheila Melvin do The New York Times foi publicado em português no suplemento da Folha de S.Paulo falando da importante exposição que se realiza em Londres, no Museu Victoria & Albert. É uma promoção conjunta do Museu Britânico com o Museu Nacional da China, com peças preciosas da dinastia Song (960 a 1279), da dinastia Ming (1368 a 1644) e da dinastia Qing (1644 a 1911), mostrando que o interesse pela porcelana chinesa na Europa remonta desde 1300. Mais informações podem ser obtidas pela Google: Passion for Porcelain: masterpieces of ceramics in Victoria & Albert Museum, inclusive no Images com algumas fotos.

Os chineses produziam cerâmicas de alta temperatura e até porcelana, que adiciona o caulim, na dinastia Song, quando na Europa só se trabalhava com cerâmicas de baixa temperatura, rudimentares. Informa-se que estas porcelanas foram objeto de comércio, junto com o chá e a seda, desde quando os mercadores portugueses chegaram à Ásia no século XVI, como comércio era feito antes pela Rota da Seda, por terra. A sua procura acelerou-se na dinastia Ming, quando com o uso do cobalto obtinha-se a coloração branca-azul.

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Dificuldades no Atendimento das Necessidades Culturais

16 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Sempre houve no Brasil publicações voltadas aos que já possuem uma bagagem para consumir artigos de alto nível intelectual, em número mais limitado. Atualmente, nota-se que se multiplicam os esforços para incluí-las nos veículos de comunicação mais ampla, como são bons exemplos os suplementos Eu & Fim de Semana do Valor Econômico e o Ilustríssima da Folha de S.Paulo, iniciativas que devem ser elogiadas. Visando ampliar o público que possa se interessar por estas leituras mais profundas, poderia se sugerir algumas orientações mais acessíveis para os que possuem predisposição para ingressar nestes temas mais árduos, principalmente entre os jovens.

Isto não ocorre somente nos textos que exigem um mínimo de preparo intelectual. O mesmo acontece nas artes plásticas, onde o adequado entendimento da arte contemporânea exige uma orientação mais organizada. A maioria dos visitantes de exposições como a Bienal de São Paulo, apesar de ficarem impressionados por algumas obras, confessa que não conseguiram entender o que os artistas desejam apresentar. O mesmo acontece com a disseminação da música chamada erudita, que além dos clássicos vem apresentando peças contemporâneas que fogem aos que muitos se acostumaram a ouvir.

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Como os editores destas publicações são competentes, tudo indica que a demanda por tais artigos mais difíceis de serem compreendidos está em alta, havendo também uma contribuição para que representem a vanguarda de uma tendência neste sentido. O que seria possível de se sugerir é que os mesmos contassem com introduções com linguagens mais acessíveis, sempre que possível, para facilitar o significado destas contribuições para aqueles que estão se iniciando nas suas apreciações. Muitas vezes isto é difícil, pois mesmo os autores ainda estão numa fase exploratória, especulando sobre assuntos que ainda não estão consagrados.

Ainda que nem tudo fique muito claro, pois poucos possuem a capacidade de avaliar muitos movimentos que ainda estão se iniciando, existem algumas tendências que já estão claras nos países culturalmente mais avançados, onde estas sofisticações já se tornaram usuais, estando consolidadas.

As elogiáveis tentativas de muitos intelectuais procurarem novas fronteiras dos conhecimentos, ou sofisticadas elaborações filosóficas são sempre bem-vindas, mesmo sabendo-se que não serão facilmente entendidas por todos. Mas poderiam se proporcionar alguns conhecimentos mais pedestres para os que estão se iniciando na apreciação de temas mais profundos, como uma forma quase educativa.

O Brasil já dispõe de intelectuais que possuem uma ampla formação que nos orgulha a todos. O que parece conveniente é uma massa crescente de brasileiros possa dar o devido valor às sofisticações que estão sendo alcançadas. Mesmo reconhecendo que existem especializações, nem sempre possíveis de serem compreendidos por todos, pode-se pretender que sejam acessíveis a um número crescente de leitores.

Um grave problema da comunicação faz com que mesmo pessoas que disponham de diversos cursos superiores na área das ciências humanas se desinteressem na leitura de artigos mais sofisticados, por exemplo, de economia, mesmo sabendo que suas consequências atinjam a todos. Alguns autores escrevem num “economês” difícil de ser compreendidos pelos que não são especialistas, ou entendidos superficialmente até por aqueles que possuem cursos superiores em economia.

Cada vez mais os seres humanos parecem necessitar de conhecimentos de humanidades que extravasam suas especialidades para poderem exercer seus papéis de verdadeiros cidadãos. Espera-se que os responsáveis pelos veículos de comunicação social possam ajudar a facilitar tais processos que são de interesse para o país. Escrever resumos introdutórios em linguagem acessível a todos certamente não desqualificará mesmo aqueles que se consideram que já conquistaram o elevado status de intelectuais.

Muitas vezes, a simplicidade é a marca de um grande intelectual.