Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Desequilíbrio Econômico Mundial

27 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

O conhecido professor emérito da Universidade de Stanford Ronald McKinnon publica um artigo no Project Syndicate dando sua posição no interminável debate sobre o atual desequilíbrio econômico mundial. Ele ensina no seu artigo que os atuais enfoques estão errados, tanto no suporte como na crítica, e para tanto elaborou o seu livro “The Unloved Dollar Standard: From Bretton Woods to the Rise of China”, que numa tradução livre poderia ser “O não amado padrão dólar: de Bretton Woods à ascensão da China”. As críticas que costumam ser feitas é que a taxa de juros do Fed – Banco Central dos Estados Unidos está baixa, com sua política favorecendo a expansão do crédito, tanto no país como em todo mundo inundado de dólares, com o aumento da dívida pública, o que faz com que o câmbio acabe valorizando as demais moedas (o que corresponde uma desvalorização do dólar), dificultando as exportações de muitos países, favorecendo as dos Estados Unidos. Apesar disto, o dólar continua como a principal reserva de valor, desde o término da Segunda Guerra Mundial e a realização da reunião de Bretton Woods, que criou o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, para promover a recuperação da Europa e o Japão, destruídos durante o conflito, promovendo o chamado Plano Marshall.

McKinnon_0

Ronald McKinnon

A China, o Brasil e os países europeus reclamam da política norte-americana, que também já provocou no passado a valorização do yen, como no chamado Acordo de Plaza. Mas o professor Ronald McKinnon ressalta que o problema não está nos aspectos monetários nem cambiais, mas no déficit fiscal de muitos países como nos Estados Unidos, que vem atrapalhando a economia mundial, como já ocorreu no passado.

Ele apresenta um gráfico mostrando os períodos onde os produtos japoneses e depois os chineses inundam os Estados Unidos, que continuam não resolvidos pelas medidas de política econômica, segundo o autor.

clip_image001

Com tudo isto, infelizmente, todos continuam insatisfeito, e fazem o que entendem como mais favorável para o seu país, pois não conseguem diminuir os seus déficits fiscais, mais por questões políticas a que estão condicionados, como se vê tanto nos Estados Unidos, Europa como no Japão.


Resumo das Decisões do G20 em Seul

12 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , , , , | 2 Comentários »

A importante reunião de cúpula do Grupo dos 20 em Seul, na qual compareceu o presidente Lula da Silva acompanhado da presidenta eleita Dilma Rousseff, procurou um avanço nos entendimentos possível entre posições divergentes de países relevantes no atual cenário internacional. Não se podia esperar por decisões radicais, mas tudo indica que há uma consciência geral que o mundo passa por uma fase importante, e que todos necessitam envidar esforços para correção dos desequilíbrios que possam ser identificados.

No comunicado conjunto que veio sendo elaborado ao longo de semanas de negociações entre as delegações dos diversos países, anuncia-se um Plano de Ação de Seul que orienta as principais medidas a serem tomadas até a próxima reunião em fins de 2011, a ser realizada na França.

g2o_lideres

Líderes mundiais durante encontro do G20, em Seul. Foto AP

Ficou decidido que serão elaborados indicadores dos desequilíbrios econômicos que estejam ocorrendo nas relações entre os diversos países, com a ajuda do FMI – Fundo Monetário Internacional, a fim de permitir a identificação e a correção para a sustentabilidade da economia globalizada, e eles devem ser objetos de decisão na próxima reunião de 2011.

Reafirmou-se que o câmbio entre as diversas moedas deve continuar a ser estabelecido pelo mercado, evitando-se a desvalorização competitiva que está ocorrendo atualmente, mantendo-se a flexibilidade cambial. Na análise da situação mundial, prestigiou-se o papel do FMI, que está sofrendo ajustamentos para acomodar a importância que os países emergentes ganharam no cenário internacional.

Os diversos fóruns específicos, realizados no âmbito das Nações Unidas, foram reconhecidos, como os relacionados com o clima, a biodiversidade, insistindo-se que os esforços de liberalização do comércio devem ter prosseguimento, ainda que as rodadas como a de Doha continuem com dificuldades, estimulando iniciativas de acordos regionais ou bilaterais de livre comércio ou de parcerias econômicas.

Numa análise ainda preliminar, deve-se admitir que esta reunião do G20 acabou sendo de grande utilidade para a colocação franca das posições de muitos países sobre os problemas econômicos internacionais, ainda que não seja possível tomar ações corretivas por ora. Ficou claro, no mínimo, que há um consenso sobre os desconfortos de todos, havendo necessidade da elaboração de indicadores que permitam o estabelecimento de negociações sobre os limites de suas variações, bem como os mecanismos que serão adotados para suas correções.

Seria muito difícil conseguir resultados mais concretos, mas as reafirmações dos chefes de governos e das principais organizações mundiais sobre estes problemas aparentam um avanço, estabelecendo um compromisso com os aperfeiçoamentos necessários, que deverão ser discutidos e negociados durante um ano.


Crescentes Atritos Entre a China e o Resto do Mundo

23 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

A China insiste que necessita de um crescimento econômico mínimo de 8% ao ano a fim de criar os empregos necessários para a sua população, e mantém um câmbio desvalorizado, que melhora as condições para as suas exportações e dificulta as importações.

Isto dentro de um quadro em que o resto do mundo luta para recuperar-se da crise que abalou a maioria das economias industrializadas, emergentes e em desenvolvimento.

Leia o restante desse texto »


Entrevista do Professor Delfim Netto

19 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

# O professor Antonio Delfim Netto concedeu uma longa entrevista ao jornalista João Villaverde, que foi publicada pelo jornal Valor Econômico de ontem, ocupando uma página inteira. Aborda os principais problemas mundiais e brasileiros com a sua usual clarividência.

Apresenta uma visão realista, aproveitando para tocar de forma elegante em alguns problemas fundamentais do país. No seu ponto principal, mostra que o desenvolvimento brasileiro não pode viver só de recursos vindos do exterior, mas haverá necessidade de elevação da poupança interna, que tem como contrapartida uma moderação do seu consumo global. Tanto no setor público como privado.

 

Leia o restante desse texto »


É o Câmbio

3 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

É famosa a expressão “é a economia, idiota!” que um esperto político vociferou para um auxiliar sobre o que estava acontecendo no processo eleitoral em que estava envolvido. Por mais que se faça numa campanha política, não se pode ignorar o efeito da economia sobre o ânimo de toda a população.

Muitos economistas e formuladores da política econômica, principalmente os mais liberais, costumam se concentrar na política fiscal e monetária, cuja importância não pode ser ignorada. Mas todos sabem que, num prazo mais longo, o câmbio acaba fazendo a diferença. Explicitou-se isto no Plano Marshall, quando as economias japonesa, alemã e italiana foram recuperadas, com câmbios fixos desvalorizados por um longo tempo.

Leia o restante desse texto »


Interesses Estrangeiros na América do Sul

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , , , , , | 2 Comentários »

Sempre há interesse em separar o joio do trigo.  Todos sabemos que os interesses de grupos estrangeiros tendem a se comportar como manadas, com muitos especuladores aproveitando a ingenuidade dos mais inocentes, antecipando-se a fatos que alimentam o imaginário coletivo.  Não podemos nos interessar em bolhas que valorizam o câmbio e acabam prejudicando os legítimos interesses locais.

A recente valorização das Bolsas, ainda que parte seja uma recuperação da queda ocorrida anteriormente, parece a “exuberância” a que se referia Greenspan.  Se os investimentos estrangeiros contribuírem para a ampliação da capacidade interna, competitiva internacionalmente, trazendo tecnologias, criando empregos para os trabalhadores locais, muito bem !  Se só se destinam a ganhos financeiros de curto prazo, aproveitando um câmbio extremamente valorizado, juros altos em termos internacionais, uma mera troca de papeis, há que se tomar a devida cautela.  Mesmo admitindo que a especulação ajuda a lubrificar o mercado, e possa representar a vanguarda de investimentos diretos.

Leia o restante desse texto »