Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Bancos Internacionais Superam Restrições Brasileiras

2 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Segundo uma notícia publicada no site da Bloomberg, alguns bancos internacionais como o JPMorgan e o Credit Suisse encontraram um mecanismo com alguns estados brasileiros para superar as restrições existentes de empréstimos externos aos municípios. Ainda que as taxas de juros tenham baixado na última operação para 4,216 por cento ao ano em dólares norte-americanos, quando a anterior teria sido feita com 5,33 por cento, estes empréstimos teriam como base os bônus de 15 anos emitidos por municípios, utilizando uma empresa de propósitos especiais do Estado, como o de Minas Gerais. O montante teria sido de US$ 1,27 bilhão e este mercado já contaria com operações idênticas feitas com o México, que somariam US$ 4,85 bilhões. Evidentemente, as taxas de juros são superiores aos empréstimos feitos para o Estado ou a União, atraindo os bancos internacionais, que contariam com garantias federais idênticas.

O artigo informa que em agosto do ano passado o governo brasileiro autorizou 21 Estados brasileiros a tomarem empréstimos até o montante de R$ 60 bilhões, ou seja, cerca de US$ 30 bilhões. Outros estados, como o Paraná e o Mato Grosso, também estariam cogitando destas operações, mas nem todos os estados são avaliados como seguros para estas operações pelos bancos.

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Cultura de Negócios do Japão

2 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Muitos analistas afirmam que a cultura de negócios do Japão é das mais diferenciadas no mundo, como está no interessante artigo de Andrew Miller, publicado no Japan Today. O autor destaca cinco tópicos, mas a nossa longa experiência no assunto nos autoriza a fazer algumas considerações sobre eles. Ele escreve que estes itens decorreram dos contatos que teve com variados empresários estrangeiros que se encontravam no Japão, dois franceses, um inglês e um norte-americano, que normalmente passam uma temporada no país, sendo deslocados posteriormente para outros. Na realidade, parece que entender a cultura empresarial japonesa exige um estudo mais demorado, passando por diversas experiências concretas, pois também existem diferenças entre empresas e organizações, como é natural.

Ele listou cinco itens que achou mais interessante, começando por observar que quando um japonês afirma que é capaz de concluir uma tarefa deve-se levar isto a sério, o que parece natural, mas em muitos países seria usual os interlocutores afirmarem o que estaria acima de sua capacidade. Um empresário inglês afirmou que os japoneses costumam ter o claro conhecimento da sua escala de produção e o tempo necessário para tanto, estando capacitado a cumprir o prometido, como a entrega de uma encomenda num prazo certo. Em muitos países, quando não é possível cumprir o prometido, coloca-se a responsabilidade nos outros, mas no Japão o problema passa a ser também uma questão de honra pessoal.

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The Wall Street Journal Comenta Eike Batista

2 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Ainda que muitos acontecimentos tenham cercado recentemente o grupo comandado por Eike Batista, é sempre desconfortável comentar o que acontece com grupos privados brasileiros. Mas, como o assunto mereceu um amplo artigo publicado num jornal de prestígio internacional como o The Wall Street Journal, escrito por Luciana Magalhães, Paulo Winterstein e Matthew Cowley, ele não pode ser mais ignorado. Envolve suportes do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, além de volumosos recursos levantados junto a importantes grupos internacionais, que devem contar com competentes analistas.

Todos mencionam a elevada capacidade de Eike Batista, que tem na sua retaguarda seu pai, Eliezer Batista, que foi fundamental no desenvolvimento da Vale, que deslanchou com a construção do porto de Tubarão, e outros projetos brasileiros importantes como a de Carajás, que escoa a sua produção pelo porto de Itaqui. Ele se movimenta com desenvoltura, possuindo relacionamentos internacionais, ainda que seus projetos efetivos sejam limitados diante da magnitude dos seus ousados planos.

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                                           Eike Batista

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O Nebuloso Comportamento da Coreia do Norte

1 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Todos sabem que a Coreia do Norte passa por um período de grandes dificuldades econômicas e fica difícil de compreender-se as descabidas ameaças militares feitas pelo jovem líder Kim Jong Um. Elas se dirigem à Coreia do Sul e aos Estados Unidos, e envolvem diretamente o Japão pela proximidade, desobedecendo às orientações emanadas das Nações Unidas, que recomendam a cessação de lançamentos de foguetes e testes nucleares.

A guerra entre a Coreia do Norte e Sul, que os nortistas consideram não terminada, acabou dividindo a pequena península em duas partes, pela zona desmilitarizada junto ao paralelo 38. Ainda que a parte mais rica em minérios e recursos naturais tenha ficado ao norte, a Coreia do Sul, com a ajuda dos aliados, principalmente dos Estados Unidos, acabou se desenvolvendo aceleradamente como um dos “tigres asiáticos” conquistando com seus produtos importantes mercados externos, desenvolvendo tecnologias que são intensamente utilizadas tanto pelas gigantescas chaebol como as pequenas e médias empresas.

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Estudantes Pós-Graduados Brasileiros no Japão

1 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , | 2 Comentários »

Uma notícia publicada no jornal econômico japonês Nikkei confirma os detalhes que foram acertados entre o governo brasileiro e o japonês envolvendo o envio de 100 mil estudantes brasileiros ao Japão. Ela informa que 1.300 estudantes de ciências do Brasil, anualmente, seriam enviados a partir do outono deste ano. Seriam 550 para doutorados, 350 estagiários, 300 alunos de pós-doutorado e 100 universitários de engenharia, física e química.

As universidades japonesas que receberiam estes estudantes seriam a de Tokyo, de Tohoku, Nagoya, Kyushu, Sophia e o Instituto de Tecnologia de Shibaura. A organização Japan Student Services seria uma entidade independente que atuaria sob o Ministério de Educação do Japão, e estes estudantes brasileiros seriam enviados para as instituições japonesas dependendo de suas especializações.

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Tokyo University                                                  Tohoku University

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Nagoya University                                           Kyushu University,

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Sophia University                                             Shibaura Institute of Technology

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Queda do Custo do Crédito no Brasil

1 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O jornal Valor Econômico publica uma extensa matéria de Fernando Torres e Carolina Mandl mostrando que as pressões das autoridades provocaram expressivas quedas do custo do crédito no Brasil nestes últimos doze meses. As linhas para as pessoas físicas, segundo o levantamento do jornal, foram mais expressivas na Caixa Econômica, com mais de 30%, e até nos bancos privados a queda mais baixa foi de mais de 10%. Entre as pessoas jurídicas, a maior queda foi do Banco do Brasil, com 24,5%, e as menores quedas nos bancos privados chegaram a 12,7%, tudo considerado desde março do ano passado, quando começou a campanha do governo. No geral, os cortes foram superiores aos observados na taxa Selic, provocada pelo Banco Central.

As quedas foram mais expressivas nos primeiros meses, como em abril do ano passado, sendo menores ao longo do tempo, mas elas continuaram se prolongando principalmente com relação aos empréstimos para as pessoas jurídicas. No crédito imobiliário, chegou-se ao novo normal, com uma taxa média em torno de 9% ao ano. Os executivos dos bancos afirmam que somente em linhas específicas ainda existem alguns espaços para quedas, como no crédito consignado.

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Butique Hotel em Xangai com Gastronomia de Destaque

1 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: , ,

Xangai é uma metrópole chinesa diferenciada, pois teve áreas que eram concessões de franceses, ingleses e japoneses, que mantêm algumas destas marcas históricas. O jornal China Daily publica uma inusitada reportagem de Pauline D. Loh sobre um hotel butique na antiga concessão francesa, que, mantendo o seu charme, apresenta o que há de melhor naquela fabulosa metrópole. Ela descreve como se estivesse no consagrado Rodeo Drive de Los Angeles, mas com as marcas profundas do que há de melhor na China, neste início de primavera daquele país.

Trata-se de um hotel butique da cadeia Starwood, que consta de sua lista Luxury Collection, de nome Twelve at Hengshan. No seu jardim do atrium central, destaca-se nesta época uma magnólia que mostra o seu brilho no entardecer de Xangai. Ela informa que o taxista que a levou não sabia que lá existia este hotel de somente seis andares, com um número limitado de suítes, que só podem ser reservados por visitantes destacados, com uma decoração elegante, e não intimidador. Mas sua atração principal seria o seu restaurante, conduzido por um chef chinês de Cingapura, Chung Kuy Fai, com um amplo curriculum internacional, mas concentrado no que há de melhor na cozinha cantonesa.

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A tiny bowl of braised beef and radishes came with a delicate lotus-leaf shaped steamed bun. Photos by Pauline D. Loh / China Daily

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Paiter Suruí Até no Washington Post

1 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Ainda que se alegue hoje que se procurou tomar o cuidado possível com as reservas indígenas identificadas quando se executou o programa Polonoroeste, que tinha como eixo principal a rodovia Cuiabá – Porto Velho, há que se admitir que muitas barbaridades foram cometidas, das quais somos parcialmente corresponsáveis. Quando assumi a presidência do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária na década dos setenta do século passado, a ocupação do atual Estado de Rondônia estava num ritmo acelerado, causando danos desnecessários neste processo, mas difíceis de serem evitados. Formava-se o que ficou conhecido como Espinha de Peixe, com uma precária rodovia que chegada à capital Porto Velho, e ao seu longo formavam-se as atuais principais cidades do Estado. Dela partiam linhas simplesmente retas, com a divisão de lotes nos quais eram assentados colonos sem maiores cuidados, com mínimas preocupações para a preservação da floresta ou de eventuais reservas indígenas que ainda não estavam todas adequadamente identificadas e demarcadas. Os contatos da Funai – Fundação Nacional dos Índios com os Paiter Surui começaram em 1969, mas também havia outros grupos na Amazônia que somente foram contatados posteriormente.

Há que se esclarecer que toda esta região era o prolongamento do chamado Escudo Amazônico, divisor de águas, da qual alguns rios do atual Estado de Mato Grosso iam em direção sul, contribuindo para a formação do pantanal mato-grossense, para a bacia do rio da Prata. Outros rios iam em direção ao Amazonas, e, portando, não se localizavam na parte central de sua imensa bacia. Parte destas terras era fértil, mas, dada a grande distância dos principais mercados do país, as atividades madeireiras e pecuárias é que eram consideradas as mais viáveis do ponto de vista econômico e muitos se dedicavam a elas de forma predatória. Ainda que a legislação brasileira fosse rigorosa, há que reconhecer que sua fiscalização nunca foi eficiente e muitas áreas que deveriam ser preservadas como florestas acabaram sendo desmatadas de forma criminosa.

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Chefe Almir Narayamoga Suruí. Foto: Juan Forero/TWP

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Grático reproduzido do The Washington Post

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Os Percalços da Terceira e Quarta Idade

31 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , , , , , | 9 Comentários »

Todos sabem que as populações da terceira e quarta idade estão aumentando no mundo, mesmo nos países emergentes como o Brasil e, ainda que estejam efetuando esforços para o seu melhor atendimento, continuam havendo problemas que dificultam suas vidas. Não parece conveniente que tentem iludir os idosos como se esta fosse a melhor idade, pois eles continuam lúcidos e são realistas ao imaginarem que precisam conviver com crescentes problemas naturais de saúde procurando manter o melhor padrão de vida possível, evitando, como acontece com muitos, entrar em depressão que acaba complicando todos os demais problemas.

Muitos consideram que o magistral filme do diretor Michael Haneke, Amor, com as excepcionais interpretações principais de Jean Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, foi muito triste. Poderia ter uma evolução e final diferente, mas parece à dura realidade enfrentada por muitos no final de suas vidas. Pessoalmente, sofri também um AVC – Acidente Vascular Cerebral com consequências menos danosas, mas preciso conviver com algumas sequelas, o que faço mantendo o possível otimismo por recomendação de muitos médicos, além dos exercícios físicos habituais aos idosos, medicação e alimentação a mais sadia possível, além do exercício intelectual e profissional, evitando o avanço inexorável de muitas limitações naturais à idade.

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Interessantes Estudos Comparativos do IEDI

31 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O IEDI – Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial é custeado pelas suas empresas membros, que não rasgam dinheiro, pois não são beneficiadas pelos tributos para fiscais que sustentam as entidades de classe, chamadas contribuições sindicais, tendo a independência para suas opiniões preocupadas com o atual desestímulo para as atividades industriais no Brasil, que caminham a passos demasiadamente lentos. Segundo dados da WDI – World Development Indicator, o Brasil ocupa atualmente a posição de 30º exportador de produtos industriais, atrás da Malásia (19º), da Tailândia (20º) e da Indonésia que vem acelerando o ganho de suas posições recentemente (31º), que fazem parte do SEANICS – SouthEast Asian Newly Industrialized Countries, que hoje são nossos concorrentes diretos.

O resumo do relatório, que envolve a divulgação de amplos dados comparativos e sua íntegra pode se obtida na Carta IEDE nº 565 de 25 de março de 2013, informa um crescimento espetacular do PIB e da renda per capital nestes países no período 1980 a 2010, o que vem sendo conseguido por uma expressiva participação do seu setor industrial, como exemplos da história econômica recente mundial, segundo o relatório, pois elas cresceram uma média de 8% ao ano.

A Indonésia possui uma forte indústria de alimentos e bebidas, mas também de petróleo refinado, energia nuclear, de metais e veículos automotores. Na Malásia, além da tradicional borracha (o Brasil importa este produto tradicionalmente daquele país, operação em que estive envolvido pessoalmente), plásticos e produtos químicos. Na Tailândia são equipamentos de escritório, mensuração, contabilidade incluindo computadores, vestuários e automóveis. Eles recebem muitos investimentos estrangeiros como do Japão e estão integrados com suas empresas nas atividades internacionais, tirando partido das condições locais.

O Brasil tinha uma estrutura industrial mais diversificada e estava integrada com empresas estrangeiras, mas perdeu um precioso tempo num período crucial que concentrou seus interesses nas atividades de exportação de produtos primários, sem contar com o parque industrial de que dispunha.

Os demais de quatro países comparados continuaram com suas atividades primárias, mas trataram de adicionar valor para as suas exportações com o estímulo às atividades industriais locais, e que cresceram na Indonésia 55%, na Malásia em 44,5% e na Tailândia em 87,5%, inclusive com uma pequena participação de empresas brasileiras que consideravam suas condições melhores que as encontradas no Brasil para atender seus clientes no exterior.

Os custos da mão de obra nos países do SEANICS não são ainda os diferenciais importantes, mas também lá eles vêm subindo, refletindo o desenvolvimento por que passam. Os juros são mais competitivos, aspecto que o Brasil está corrigindo. Seus investimentos estrangeiros diretos são ainda mais baixos dos que os brasileiros.

O que ficou claro no estudo comparativo é que a indústria de transformação continua sendo o principal motor daquelas economias, como já foi no Brasil, ainda que suas atividades primárias continuem em crescimento. Observa-se uma diversificação nas suas economias e o ambiente macroeconômico também se mantêm controlados. Eles aproveitam melhor as condições dos recursos locais que dispõem, ainda que tenham ainda problemas na melhoria da distribuição de renda e avanços nos seus sistemas democráticos.

Os desafios que precisam enfrentar são grandes, mas o IEDI insiste no aspecto cambial, que parece relevante. No entanto, o que parece é a necessidade de uma estratégia de desenvolvimento industrial que abrange uma ampla gama concatenada de providências, que poderia ser entendida como política industrial, incluindo pesquisas, preparo de recursos humanos, eliminação dos gargalos de infraestrutura, custos energéticos, reduções racionais das tributações, encargos previdenciários e inclusive contribuições para fiscais que parecem mais voltadas ao atendimento das aspirações políticas do que interesses da economia brasileira, entre os múltiplos aspectos que necessitam ser tratados numa colocação mais sistêmica e de estratégia de curto, médio e longo prazo, com a ativa colaboração do setor privado, que se sente divorciado das decisões governamentais, sendo que alguns destes aspectos estão sendo providenciados, ainda sem a comunicação social devida, concentrada demasiadamente nos objetivos eleitorais.