Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novo Papa Francisco e a Ásia

14 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Surpreendendo a todos os chamados especialistas em Vaticano, o cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio acabou sendo eleito Papa, tendo escolhido o nome Francisco. Ele representa uma grande inovação na Igreja Católica Apostólica Romana, pois acaba sendo o primeiro sob diversas qualificações. É o primeiro Papa jesuíta, o primeiro Papa das Américas, o primeiro a escolher o nome Francisco, procurando corresponder ao anseio de renovações na Igreja Católica e marcando as características do seu pontificado. Existem dois renomados santos que levam o nome Francisco: o de Assis e o Xavier, o primeiro que apesar de ter nascido rico, optou pela pobreza e ficou ligado aos animais e ao meio ambiente, sendo que o segundo tem um forte relacionamento com a Ásia onde atuou como missionário evangelista, região do mundo onde muitos são seus adeptos, também caracterizado pela sua humildade.

As informações sobre os principais motivos que teriam levado em conta seus colegas cardiais para a sua escolha para Papa teriam sido a sua humildade e sobriedade, além do seu empenho na evangelização com nítida prioridade para os pobres, fugindo dos padrões que acabaram marcando o exagero do Vaticano, cujas características encontram-se em questão. A escolha do nome Francisco tem sua marca pessoal, que caracteriza a sua opção por uma vida franciscana que terá limites pela pompa que cerca o protocolo da nova posição de Papa, chefe da Igreja Católica que tem o status de Chefe de Estado. Informa-se que na Argentina, onde este filho de imigrante italiano nasceu, ele costumava preparar a sua própria comida e utilizar o transporte público, ainda que tivesse a posição de cardeal exercendo suas funções de bispo em Buenos Aires.

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Papa Francisco e pinturas de São Francisco de Assis e São Francisco Xavier

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Extração Pioneira de Gás Natural Offshore no Japão

13 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , ,

A notícia da descoberta e início da extração experimental de gás natural offshore de gás natural de hidrato de metano está sendo publicada praticamente por todos os jornais japoneses, com base na nota distribuída pela agência oficial de pesquisas minerais do Japão, a Jogmec, em conjunto com a agência de notícias Kyodo. É motivo de inusitado entusiasmo naquele país, pois ela é considerada uma descoberta pioneira no mundo e o Japão é um dos países mais carentes de fontes de energia de todo o globo, tendo que importar quase a sua totalidade. Com a queima do gás extraído em torno das 9h30 numa pequeno navio de perfuração de nome Chikyu (parece mundo em japonês, dependendo do ideograma) na última terça feira do Japão, dia 12 de março, todos os detalhes estão sendo divulgados para não deixar qualquer dúvida. O gás começou a ser separado antes das 6h locais por uma escavadeira do hidrato de metano solidificado que seria uma espécie de gelo, localizado a cerca de 1.000 metros de profundidade, a cerca de 100 quilômetros do litoral da Província de Aichi, no centro do Japão.

A ocorrência de hidrato de metano, que é um composto de moléculas de metano cristalizado de gás presas em água, nos mares em torno do Japão, está estimada como suficiente para o consumo japonês de gás por 100 anos, ao nível da demanda atual. O MITI – Ministério da Indústria e Comércio do Japão objetiva comercializar em 2018 esta preciosa descoberta. Informa-se que este gás é menos poluente que os demais convencionais. Parece que este tipo de gás foi descoberto no Canadá em torno de 2007 e 2008, mas lá a sua exploração foi considerada antieconômica quando comparada com a do petróleo/gás, inclusive do xisto, mas o Japão pretende desenvolver a tecnologia para baixar o seu custo no país, segundo o The Yomiuri Shimbun.

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Navio Chikyu (Foto: Yomiuri Shimbun) e queima de gás (Foto:The Japan Times)

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Política Monetária Japonesa Com Novo Governo

12 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Com a política que está sendo denominada “Abeconomics”, adotada pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, está sendo indicado para a presidência do Banco Central do Japão, o Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, ex-vice ministro para assuntos internacionais do Ministério de Finanças do Japão, ex-presidente do Asian Development Bank, que era crítico a imobilidade da política econômica anterior do país. As expectativas com estas novas medidas são tão altas que o yen já desvalorizou cerca de 20% nos últimos meses, e a bolsa acusa elevações com a expectativa do mercado com a melhoria da competitividade japonesa.

Haruhiko Kuroda é a favor do “easing monetary policy” que deverá perseguir uma elevação da inflação para o objetivo de 2% ao ano, quando o Japão sofria uma deflação crônica. Todos estão constatando que seus efeitos virtuais, como no câmbio, são mais rápidos que as medidas monetárias efetivas, que demanda, no mínimo seis meses para provocarem efeitos. Mas, ainda que as expectativas não sejam tudo, elas ajudam a criar um cenário geral mais otimista.

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Shinzo Abe                                                      Haruhiko Kuroda

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Futebol de Robô para Interessar pela Engenharia

12 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um interessante artigo foi publicado por Keiko Sugiyama no jornal de grande tiragem no Japão, o Asahi Shimbun. Um jogo de futebol de robô controlado por rádio está sendo oferecido como um kit de automontagem para estimular as crianças a desligarem as televisões e jogarem uma contra outra usando um computador. 16 crianças do ensino fundamental utilizaram ferramentas, parafusos e porcas para montar os jogadores de robô de plásticos, num centro para estímulo de várias vocações. Elas trabalhavam na montagem de placas para os robôs, que empurravam a bola com seus pés a fim de colocarem no gol.

Os robôs, como os humanos, tinham que determinar o ângulo para definir a trajetória da bola. Os robôs podiam driblar os adversários. Um menino de dez anos informava: “a parte mais interessante é a forma como posso fazer alterações para ajustar os chutes exatamente como quero”. A empresa IAI de Shimizu Ward, Shizuoka que tem uma indústria de brinquedos de plástico está muito ligada ao futebol do Japão.

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                      Foto: Asahi Shimbun)

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Shinkansen entre Mumbai e Ahmedabad na Índia

11 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O jornal japonês Yomiuri Shimbun informa que praticamente estão concluídos os entendimentos entre a Índia e o Japão para a construção de cerca de 500 quilômetros de um sistema de trem rápido entre o maior centro metropolitano da Índia, com mais de 20 milhões de habitantes, e o tradicional centro industrial Ahmedabad, com mais de 6,3 milhões de habitantes, passando por uma região intensamente habitada. Para concluir os entendimentos, está prevista a viagem do primeiro-ministro Manmohan Singh ao Japão em maio próximo, para encontrar o primeiro-ministro Shinzo Abe. O custo do projeto está estimado entre US$ 10 a 11,5 bilhões, abaixo do atualmente previsto para ligar Campinas-Guarulhos-Rio de Janeiro. O projeto decorre de entendimentos entre os dois governos e sua execução deve realizar-se pelo setor privado junto com uma estatal japonesa, evidentemente reduzindo o seu custo comparado com uma concorrência internacional, no chamado sistema de “turn key”.

Devem participar do projeto a East Japan Railway e a Kawasaki Heavy Industries. Mumbei, que no passado era conhecida como Bombay, é a principal cidade portuária da Índia, situada a oeste daquele país. Ahmedabad também fica próxima do litoral, ao norte de Mumbei, e pode-se chegar à capital New Delhi que fica a em direção norte-nordeste destas duas cidades. Os japoneses e indianos já vêm discutindo um amplo programa de um grande eixo de New Delhi a Mumbei, num entendimento bilateral que envolve o desenvolvimento de muitas facilidades utilizando todos os grandes grupos econômicos japoneses, do qual deve fazer parte este sistema de trem rápido, voltado ao transporte de passageiros, que reduzirá o trajeto a duas horas, quando hoje se necessita de dez horas.

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Mumbei                                                           Ahmedabad

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Brasileiros na Competição Por Investimentos no Mundo

10 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , ,

Parece ser preciso que o Brasil tenha a humildade para reconhecer que deixou de ser o “queridinho do mundo”, quando os investidores estrangeiros identificavam a possibilidade de realizar bons lucros, período que não foi bem aproveitado. Uma equipe do governo efetuou, como no passado, um road show por diversos centros importantes de decisões empresariais apresentando os projetos cogitados, pois muitos outros países concorrentes apresentam também condições atrativas, que também precisam ser consideradas na balança das decisões. A China anuncia que deseja investidores estrangeiros nos projetos da sua gigantesca rede ferroviária por intermédio do seu ministério específico, como vem fazendo a Índia em diversos projetos de infraestrutura. O México, além da sua expansão no mercado interno, apresenta a possibilidade de exportação para os Estados Unidos dentro do acordo do Nafta, acordo de livre comércio que envolve também o Canadá. Os países emergentes do Sudeste Asiático se apresentam com crescimentos elevados que foram se ampliando com a expansão da China. A África está sendo redescoberta como mostrou a edição especial do The Economist. Alguns vizinhos da América do Sul mostram que estão crescendo mais que o Brasil.

Mesmo que o Brasil demonstre que vem melhorando a sua distribuição de renda, ampliando a sua nova classe média, os resultados econômicos recentes foram modestos, com atrasos sensíveis na execução dos seus grandes projetos de infraestrutura, além da exploração do pré-sal. Os aumentos da produção mundial de petróleo e gás do xisto, com baixos custos, alteram o quadro energético mundial de forma significativa. O mercado mundial de minérios está ficando cada vez mais competitivo, no cenário em que a economia mundial ainda não ganhou a vitalidade desejada. A produção agrícola ainda conta com condições melhores, mas até a China vem elevando a sua produção de forma significativa.

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Inovações Japonesas no Combate ao Câncer

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , , ,

As lamentáveis radiações atômicas sofridas pelos japoneses em Hiroshima e Nakasaki, devido aos bombardeios atômicos, ou na região de Fukushima com o vazamento de sua usina atômica diante dos desastres naturais, acabam provocando esforços para avanços substanciais na medicina para o tratamento dos seus efeitos. Hiroshima tornou-se o centro mundial para o desenvolvimento de tecnologias para os tratamentos dos problemas de pele que chegam hoje até os cosméticos. No caso de Fukushima, anuncia-se que o Southem Tohoku General Hospital, que dista somente 60 quilômetros da usina danificada, torna-se o primeiro hospital no mundo a tratar os pacientes de câncer usando o chamado boron-neutron capture therapy (BNCT), um inovador tipo de terapia por radiação, segundo artigo publicado no site do jornal econômico Nikkei. Este hospital é tradicional no tratamento do câncer.

O hospital terá as facilidades no estado de arte para radioterapia, que não exige reator nuclear. O equipamento foi desenvolvido pela Universidade de Kyoto e a Sumitomo Heavy Industries, que esperam exportá-lo. Espera-se que o hospital ajudará a reconstruir Fukushima, que ainda sofre muito com os rumores das contaminações radioativas com os desastres de dois anos atrás.

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Southem Tohoku General Hospital em Koriyama

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Pioneiros Economistas Preocupados Com o Meio Ambiente

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Houve um período na história da FEA-USP – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que o intercâmbio com o exterior e a vinda de importantes professores já consagrados mundialmente eram mais intensivos. O reconhecido professor Nicholas Georgescu-Roegen esteve por alguns anos como visitante dando suas lições e ajudou a ampliar as possibilidades de formados na Faculdade poderem obter mestrados e doutorados em consagradas universidades no exterior. No próximo dia 20 de março, haverá um lançamento do seu livro, em português, com a participação do professor Delfim Netto que foi diversas vezes ministro e conviveu com ele, e Ibrahim Eris, que foi presidente do Banco Central do Brasil, que foi orientado pelo professor na Universidade de Vanderbilt, conforme nota postada no site da Amália Safatle.

Além do seu profundo conhecimento de ciência econômica, raro no Brasil da época, Georgescu-Roegen publicou o seu livro “The Entropy Law and the Economic Process” pela prestigiosa Cambridge University Press, em 1971, possivelmente um dos primeiros dos economistas de primeira linha que se preocupavam com o meio ambiente, como destaca José Eli da Veiga, ex-professor na FEA-USP no prefácio do livro na versão brasileira. Ele cruzava o conhecimento econômico com o da Física e da Biologia, bem como História e outras ciências sociais, demonstrando uma formação universal, como era mais frequente na Europa daquele período, prejudicado pela excessiva departamentalização do conhecimento que ocorreu nos Estados Unidos.

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Diversificação do Uso do Etanol nos Veículos

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Um amplo artigo publicado por Fabiana Batista e Bettina Barros no Valor Econômico informa a diversificação que está ocorrendo no Brasil com o etanol que começou sendo utilizado nos automóveis populares e caminham para outros veículos poluentes. Os aviões agrícolas já utilizam o etanol há alguns anos, as motos e os caminhões passam agora por uma fase da expansão do seu uso. Na realidade, todos estes veículos são importantes poluidores do meio ambiente, tanto de monóxido de carbono e material particulado como dióxido de enxofre.

O Brasil foi pioneiro no uso intensivo de etanol, puro ou misturado à gasolina. A partir de 2003, com a contribuição da Bosch, desenvolveu-se a tecnologia flex que permite o uso alternativo da gasolina ou do etanol nos motores, dependendo dos preços dos combustíveis, considerando as diferenças de potência deles. O mundo passou a utilizar os chamados híbridos, principalmente de gasolina e energia elétrica. Mas também o diesel vem sendo substituído por combustíveis não poluentes.

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Frotas de caminhões e motos flex vêm aumentando

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Nova Comprovação do Comércio nos Mesmos Setores

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Muitos analistas tradicionais ainda entendem que o intercâmbio bilateral entre dois países ocorre quando existem, por exemplo, complementaridades, com riqueza de matérias-primas em um deles e produtos industrializados em outros. Na realidade, muito do comércio internacional efetua-se intraempresas neste mundo globalizado, onde partes ou alguns modelos são produzidos em determinados países, intercambiando com outros produzidos em outros países. O mesmo parece acontecer com setores da economia, como indica um artigo publicado pelo The Economist sobre o que vem acontecendo entre os Estados Unidos e a China que são importantes parceiros comerciais, no segmento de energias renováveis.

A economia chinesa tem uma elevada capacidade de produzir grandes quantidades de produtos destinados à produção de energia solar, eólica e mesmo tecnologias avançadas para a produção e uso inteligente da energia, que acabam sendo exportados inclusive para os norte-americanos. Os Estados Unidos possuem tecnologias que estão embutidos em componentes avançados nos mesmos setores, que são exportados para a China para que sejam incluídos nos produtos que vão importar. Este tipo de intercâmbio comercial ocorre entre muitos países desenvolvidos com os emergentes que não se resumem na exportação de produtos primários, mas que já agregam valores adicionados utilizando estes produtos.

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