Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Equilíbrio Desejável na Comunicação Social

17 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Imprensa, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Parece mais que normal que os meios de comunicação social em todo o mundo procurem ser críticos, atendendo as demandas dos seus utilizadores, pois a maioria é privada necessitando ser sustentada pelos anúncios e suas vendas, que dependem de suas audiências. Procuram apresentar as manchetes mais atrativas sobre assuntos que atraem a população, que costumam ser as mais dramáticas. Alguns órgãos procuram desempenhar o papel de antecipador do que supõem que vá acontecer no futuro, além de exercer a imprensa investigativa, mesmo que sem a profundidade desejável. Criticar o que está errado parece fazer parte do seu papel legítimo, pois muitos desejam ocultar as suas mazelas, mas poderiam apresentar também sugestões para as suas soluções.

Mesmo compreendendo todas estas necessidades e limitações, parece que ocorrem recentemente exageros nos destaques de notícias chocantes. Ao mesmo tempo em que pouca atenção é dada aos fatos mais construtivos que podem emocionar menos, mas têm efeitos ao longo do tempo. Como temos insistido neste site, opinião que parece ser compartilhado por personalidades de grande destaque como o Papa Bento XVI.

Espremendo alguns jornais, revistas e programas de rádios e televisões, fica-se com as impressões inadequadas de que jorra sangue e fel, como em alguns filmes recentes de ficção. Mesmo não sendo saudosista para esperar versões românticas, um pouco de realismo não parece inadequado, mesmo que se entenda que se vendem sonhos. Não parece possível que a tendência atual esteja contribuindo na diminuição da violência no mundo, que está sendo mais noticiada.

As crianças estão sendo acostumadas aos jogos eletrônicos violentos, e parecem absorver que isto faz parte do normal de hoje, que exige impactos instantâneos. Não somos a favor da censura e a liberdade da imprensa deve ser ampla, mas parece que uma autorregulamentação seria desejável para evitar o exagero, mesmo que a violência tenha sempre existido e continue sendo uma triste realidade humana.

A mim parece que existe uma longa pauta, interminável de fatos positivos a serem noticiados, inclusive no Brasil. Aumentam os estudantes, verdadeiros heróis, com grandes sacrifícios pessoais, estão frequentando cursos de diversas naturezas, inclusive noturnos, reconhecendo que a educação é um meio de ascensão social. As escolas se multiplicam, de todos os tipos, ainda que a qualidade de muitos não sejam as melhores. Muitos cursos são oferecidos pelas mais variadas instituições, públicas e privadas, inclusive nas periferias das grandes cidades.

Apesar da crise por que passa a imprensa, o número de novas revistas lançadas, inclusive eletrônicas, impressionam em todo o mundo. Mais livros estão sendo editados, certamente por que existe demanda. Mais variados espetáculos teatrais estão sendo oferecidos, mesmo com um quase monopólio das grandes redes de televisão.

A solidariedade humana se multiplica, notadamente entre os membros de pequenas comunidades, dos que se conhecem pessoalmente. Mesmo sem a grande filantropia, existem muitos voluntários que doam seus esforços para o bem comum.

A saúde está preocupando a todos, a idade média da população está se elevando em todo o mundo. Os diagnósticos são mais rápidos, existindo técnicas para o tratamento de doenças, que ainda não chegam a todos, constituindo-se em desafios. A fome passou a ser fenômeno localizado, a agropecuária mundial passa por uma das fases mais brilhantes, o consumo de produtos orgânicos se espalha por todo o mundo. Não se pode atribuir ao acaso o aumento da expectativa de vida, mesmo com as necessidades de generalização mais rápida da saúde publica e do saneamento.

Basta ir aos mercados para notar que a variedade dos alimentos está aumentando, sendo oferecidos ao longo do ano. As flores vão além dos lírios dos campos, novas variedades estão sendo oferecidas, ajudando a minorar as agruras da vida. Muitas novas regiões passaram a produzir bebidas das melhores qualidades, mesmo naturais e sem álcool.

As roupas se tornaram mais práticas e simples, como os produtos eletrônicos que se tornaram quase descartáveis. A qualidade das habitações está melhorando, não somente para as populações de alto nível de renda, ainda que haja muitos desafios a serem suplantados nas ocupações dos terrenos para as classes populares.

A comunicação social passa por uma verdadeira revolução com a internet. Os celulares chegaram aos confins do mundo, dos mais variados tipos. O mundo se globalizou, e o que acontece no outro lado do globo é transmitido instantaneamente para todos, popularizou-se as informações para os que as desejam.

As imigrações estão sendo facilitadas, inclusive de profissionais qualificados. Os que tocam e cantam músicas aumentaram, o belo está sendo mais facilmente apreciado por todos. Existem poluições em exagero, mas medidas estão sendo tomadas para a sua redução. Energias estão sendo economizadas, as pesquisas se intensificam, novos produtos estão sendo colocados no mercado.

Os correios melhoraram, produtos são entregues mais rapidamente, as vendas pela internet se generalizam. Os esportes estão sendo praticadas, as disputas se globalizando. Academias de ginástica se multiplicam por toda a parte.

As eleições se multiplicam, as pressões sobre a transparência aumentam, as corrupções estão sendo combatidas. A duras penas, com muita luta, o mundo continua melhorando, ainda que não seja para todos. Mas as esperanças por dias melhores aumentam. Podemos aproveitar melhor as boas notícias, que nos deixam mais otimistas, que ajudam a melhorar o nosso desempenho.


Beate Sirota Gordon Que Mudou o Japão

16 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Somente uma pessoa no mundo, por semana, merece um obituário na revista The Economist. Apesar de poucos conhecerem a contribuição de Beate Sirota Gordon ao Japão, foi ela que redigiu o rascunho do artigo 24 da Constituição Japonesa ajudando o General MacArthur, que estabeleceu um novo patamar para as mulheres japonesas, que antes da Segunda Guerra Mundial eram cidadãs de segunda classe. Este fato só ficou conhecido em 1995 com a publicação de suas memórias. Segundo a revista, foi uma das pessoas que mais entenderam os japoneses, tendo também prestado um grande trabalho no pós-guerra para a divulgação da cultura japonesa no exterior, trabalhando para a Japan Society.

Beate Sirota viveu no Japão dos 5 aos 15 anos, antes da guerra, quando acompanhava o seu pai, Leo Sirota, um pianista ucraniano que lecionou na Academia Imperial. Conheceu profundamente os jardins japoneses, a flor de cerejeira, os olhos e cabelos negros das crianças, brincou com as japonesas, falava correntemente o idioma japonês e conheceu a condição das mulheres no Japão antes da guerra. Aos 22 anos, em 1946, apesar de não ser advogada, foi designada para ajudar o General MacArthur, tendo também o objetivo de encontrar seus pais que ficaram no Japão durante a guerra, o que ela conseguiu apesar de encontrá-los muito magros.

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Beate Sirota Gordon

Ela traduzia muito bem o japonês para as forças norte-americanas de ocupação no Japão comandadas pelo General MacArthur por entendê-los. No mais profundo segredo, ela foi encarregada de redigir o artigo da Constituição japonesa que tratava dos cidadãos, o famoso artigo 24, que numa tradução livre para o português com a ajuda do sistema da Google pode ser expresso como: “O casamento não será baseado apenas no consentimento mútuo de ambos os sexos e deverá ser mantida com base na igualdade de direitos entre marido e mulher. Com relação à escolha do cônjuge, direitos de propriedade, a escolha de herança, o divórcio, domicílio e outros assuntos relativos ao casamento e à família, as leis serão promulgadas a partir do ponto de vista da dignidade individual e da igualdade essencial entre os sexos”.

Havia muito mais que ela incluiu na sua missão com base na sua intensa pesquisa, mas se tratando de uma Constituição, outros detalhes foram excluídos. E o texto já era mais do que constava na Constituição dos Estados Unidos. Apesar do mesmo não agradar totalmente aos japoneses que negociavam a sua redação, aceitaram-no em consideração a Beate Sirota de quem muito gostavam, informados que o coração dela estava expresso naquele artigo. Sempre que ela voltava ao Japão, depois de conhecida a sua contribuição, as mulheres japonesas a acompanhavam como uma grande benfeitora e importante personalidade.

Em tempo de paz, a partir de 1954, na Japan Society, fez tudo que era possível para aumentar a compreensão do Ocidente sobre o Japão. Levou para os Estados Unidos mestres, de ambos os sexos, para demonstrações do arco e flecha, da cerimônia do chá, concertos de koto, da apresentação do Noh etc. A partir de 1970, ela passou para a Asian Society, promovendo o intercâmbio com aquela parte do mundo.

Segundo ela, não achava que o artigo 24 era o mais importante na Constituição japonesa, mas a renúncia japonesa ao uso da guerra, abraçando a paz. Mas colocava o artigo 24 como a segunda disposição de maior importância.

O seu passamento deve ser lamentado por todos, como bem fez a revista The Economist.


Interpretação de Michael Pettis Sobre o Momento Chinês

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Todos reconhecem que o professor Michael Pettis, da Universidade de Peking entre outros importantes cargos, está entre os mais qualificados para compreender o que está se passando na China. Ele vem sustentando que a economia chinesa só pode manter o seu crescimento promovendo reformas profundas, nos diversos artigos publicados no seu site. E lista uma série de pronunciamentos das novas autoridades no mesmo sentido, mas ainda não ficam claro exatamente quais são as reformas e como serão efetuadas.

Todos sabem que o recente desenvolvimento acelerado por que veio passando a economia chinesa aprofundou as desigualdades, notadamente entre o setor urbano industrial situado na costa leste e o interior rural, bem como entre as pessoas. Que o nível de poluição atingiu um ponto de comprometimento deste desenvolvimento, e que a economia chinesa precisa passar a depender mais fortemente do seu mercado interno, pois o resto do mundo não oferece os estímulos suficientes.

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Michael Pettis                                  Xi Jinping                             Li Keqiang

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Xintoísmo na Era Global e Ecológica

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um dos conceitos mais difíceis para ser entendido para os que foram criados em países onde prevalece o monoteísmo como o cristianismo, o judaísmo ou o islamismo é esclarecer o que acontece no Japão com a convivência do xintoísmo e o budismo, ou outras religiões, mesmo para os que adotam uma posição ecumenista, conversando com os membros de todas as religiões. No monoteísmo, tende-se a rejeitar as demais religiões, quando um japonês pode ser ao mesmo tempo xintoísta e budista, por exemplo. Um artigo publicado por Takeshi Nishide no The Japan Times relata um seminário realizado em Tóquio, onde se reuniu diplomatas e famílias estrangeiras para explicar no que consiste o xintoísmo, participando de algumas de suas práticas, o que foi entendido como uma experiência cultural.

Os participantes receberam aulas sobre os elementos xintoístas da vida no Japão, como a prática de visitar um santuário no início do ano novo, e para otradicional “shichi-go-san”, rito de passagem das crianças de 3, 5 e 7 anos. Eles tomaram parte de um pequeno “mikoshi”, uma espécie de procissão carregando um santuário simbólico nas costas, no ritmo de um “wasshoi”, que é repetido continuamente, com o uso de um quimono tipo “happy cout”. Nos festivais em diversas cidades japonesas, estes mikoshis reúnem toda a população e muitos visitantes.

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Mikoshi, festival japonês onde se carrega um santuário simbólico

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Aquisição de Terras Africanas Pelos Estrangeiros

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Peter Singer é um australiano, professor de ética na conhecida Universidade de Princeton dos Estados Unidos e Laureado Professor da Universidade de Melbourne na Austrália, e escreveu um importante artigo sobre a maciça aquisição de terras africanas pelos estrangeiros que merece uma adequada atenção. Parece que ele, ao generalizar o problema, pode levar a conclusões algumas vezes injustas, que deveriam ser ressalvadas. Ele informa que desde 2000 até hoje, mais de 83 milhões de hectares de terras agrícolas foram adquiridas pelos estrangeiros, nos países mais pobres, na África, principalmente, cifra que corresponderia a um país como Quênia.

Ele agrupa os investidores públicos e privados em três grupos diferentes: as economias emergentes como a China, a Índia, o Brasil, a África do Sul, a Malásia e a Coreia do Sul; os ricos países produtores de petróleo, como os do Golfo; e os desenvolvidos, como os Estados Unidos e os europeus. Em média, a renda per capita dos investidores seria quatro vezes maiores do que os que estão vendendo. Ele não inclui os australianos, devendo-se lembrar de que naquele país as terras agrícolas são concedidas por prazos longos, sem serem vendidas, como acontece em alguns países que foram influenciados pelos ingleses.

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Professor Peter Singer

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Poluição em Beijing e Outros Problemas Ambientais

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Todos sabem que os dois países que mais poluem no mundo são os Estados Unidos e a China, que continuam resistindo na fixação de metas quantitativas mesmo com as sucessivas reuniões internacionais, com o patrocínio das Nações Unidas, como a última realizada em Doha. As calamidades provocadas pelo aquecimento global estão à vista de todos. Além das matérias distribuídas pelas agências internacionais de notícias, até o China Daily, que é o órgão oficial do governo chinês, admite que Beijing chegou ao limite máximo tolerável, exigindo a paralisação ou a redução de muitas atividades, inclusive a suspensão das aulas nas escolas.

Aquele jornal oficial informa que o Índice de Qualidade do Ar na maior parte de Beijing chegou a 500, o máximo de poluição, pelo terceiro dia, exigindo a tomada de medidas de emergência, inclusive com as informações fornecidas pelas autoridades municipais sobre o assunto, a chamada Beijing Municipal Environmental Protection Bureau. Atividades esportivas ao ar livre foram suspensas, assim como as aulas nas escolas primárias e secundárias. As construções foram suspensas em 28 lugares, e 54 empresas reduziram em 30% suas atividades.

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Foto publicada no China Daily mostra a poluição que atingiu a chamada Third Ring Road no sábado

A foto publicada no China Daily é assustadora, e mostra a chamada Third Ring Road, ou seja, algo como a Estrada do Terceiro Anel de Beijing. O artigo informa que Beijing possui uma população fixa de cerca de 20 milhões de habitantes, com cerca de 5,2 milhões de veículos. E admitem que a poluição decorre dos combustíveis usados, inclusive com os carvões minerais utilizados no inverno rigoroso, sem que haja ventos que os transportem para outras áreas.

Também muitos cientistas norte-americanos admitem que as irregularidades climáticas, como o desastre provocado pelo furação Sandy, decorrem do aquecimento das águas dos oceanos, que está acelerando os degelos, ao mesmo tempo que ocorrem nevascas pouco observáveis no Hemisfério Norte. Inclusive em Israel, provocando também inundações na Palestina, regiões onde estes fenômenos são pouco frequentes, na intensidade observada.

As inundações que estão ocorrendo em muitas regiões dos trópicos são decorrentes de precipitações concentradas e elevadas, mostrando que o clima caminha de forma irregular, mais que o esperado. Ainda que as provas científicas não permitam diferenciar dos longos ciclos climáticos que afetam todo o globo, certamente a coincidência é chocante, com a perda de muitas vidas e grandes prejuízos materiais.

Não é possível que as autoridades dos dois maiores países poluidores do mundo continuem indiferentes. Medidas emergenciais pouco resolvem se não forem adotadas políticas claras, com metas definidas, procurando uma solução a prazo médio e longo. Ou os desastres continuarão se repetindo, possivelmente em maiores intensidades.

É evidente que todos têm que contribuir também os países emergentes como os em desenvolvimento, fazendo sua parte no esforço global. Mas os maiores responsáveis que estão sendo punidos com as consequências precisam ser os primeiros a adotarem uma política consistente.


TV Globo Divulga Alimentos Exóticos do Japão

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo publicado por João Fernando na seção TV* do jornal O Estado de S.Paulo informa sobre as experiências por que passou o jornalista Roberto Kovalick, da TV Globo, que será divulgado pela TV Hoje, na série Os Sabores do Japão. Ele informa ter dividido entre uma equipe de três pessoas um gigantesco caranguejo, que é conhecido como King’s Crab, e é pescado na região de Hokkaido. Os que desejarem experimentar este saboroso King’s Crab podem encontrá-lo já devidamente preparados de diversas formas no famoso Seryna, de Tokyo, na região boêmia de Roppongi.

Ele afirma que também experimentou o fugu, o famoso baiacu, que sem o devido cuidado pode provocar até a morte, com certa excitação. Mas ele costuma ser manipulado por chefs competentes que sabem exatamente onde estão as glândulas venenosas, podendo ser apreciado também em São Paulo, com espécies menos perigosas. Ele experimentou também a carne de wagyu, que também está bastante divulgada no Brasil, apesar de não apresentar a mesma qualidade.

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Roberto Kovalick com o caranguejo gigante

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Vantagens dos Aumentos das Patentes Chinesas

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O boom de requerimentos de patentes por parte dos chineses no World Intellectual Property Organization em Geneve, na Suíça, além de ser um dado impressionante, superando os Estados Unidos, provoca um efeito colateral importante, segundo um artigo publicado por David Cyranosk na consagrada revista semanal Nature, que trata de assuntos científicos. As autoridades chinesas efetuam esforços para construir o que chamam de economia da inovação, levando suas companhias a requerem patentes para proteger suas propriedades intelectuais, quando antes eram acusadas de copiar muitos de outros.

Entre 2008 a 2011, o crescimento dos requerimentos de patentes vêm aumentando ao impressionante percentual de 20% ao ano, e em 2011 solicitaram 526.412 superando os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, as disputas legais chegaram, segundo a Suprema Corte do Povo da China, a 7.819 casos, o dobro do que ocorre entre os norte-americanos. A tendência é que estas disputas continuem crescendo com mais patentes que são requeridas.

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Gráfico publicado na Nature

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Adaptações da Educação Japonesa à Globalização

14 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Este site vem constatando algumas dificuldades japonesas no seu processo de globalização, com as empresas japonesas enfrentando problemas com a compreensão adequada de culturas de países fora do Japão. O sistema educacional japonês vem procurando adotar medidas para a superação destas limitações. Dois artigos se referem a estes problemas, tanto no nível universitário como no primário. O jornal Yomiuri Shimbun, o de maior tiragem no mundo, relata a experiência do Ritsumeikan Asia Pacific University de Oita, no Japão, onde metade dos estudantes é de estrangeiros, e as aulas são dadas também em inglês. O suplemento Insight do Japan Today relata o caso de educação pré-primária de estrangeiros no Gyamboree Play & Music. São dois exemplos a serem observados.

No Ritsumeikan Asia Pacific University adota-se a filosofia da educação para compreensão mútua internacional e cerca de metade dos 5.600 alunos são estrangeiros provenientes de 80 diferentes países, de forma interagir com os estudantes japoneses. Esta escola mantém escritório em sete diferentes países, recrutando estudantes, e, como existem dificuldades com a língua japonesa, também oferecem cursos em inglês, de forma a poder competir com as dos Estados Unidos e da Europa.

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Evolução do Vidaqui para Revista Mensal

13 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , , , , | 3 Comentários »

Sempre é constrangedor falar de um projeto do qual, de alguma forma, procuro colaborar pessoalmente. O jornal semanal Vidaqui que cobre o bairro da Vila Mariana na Capital paulista já tem uma história de 12 anos, e vinha sendo distribuído semanalmente aos moradores do bairro, com ótima aceitação da população local. Agora, na virada do ano, passou a ser uma revista mensal de elevada qualidade. O julgamento feito por uma ex-professora com curso de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, que possui outros dois diplomas universitários, e também é uma dona de casa, que procura praticidade, parece mais adequado. Ela elogiou a revista, considerando-a muito bem elaborada, ajustada às necessidades das moradoras do bairro.

O jornalista Kazuhiro Kurita, que também colabora com este site é o seu editor e o número desta passagem do ano mostra a sua objetividade que conseguiu imprimir na revista. As matérias são as que interessam aos moradores do bairro de Vila Mariana, que guarda proximidade com os problemas e disponibilidade de sua vizinhança. Mas vão muito além do que seria desejado para o cotidiano, envolvendo aspectos culturais que despertam o interesse até de pessoas de elevado nível intelectual.

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Um exemplo é a matéria sobre o novo telhado japonês do templo budista Nikkyoji, na Chácara Kablin, parte do bairro, construído com uma milenar técnica do Japão, que mesmo lá naquele país já é uma raridade. Tanto que o marceneiro Shiuti Nishikawa veio especialmente daquele país distante, acompanhado de quatro técnicos, para usar seus conhecimentos de “miya daiku”, ou seja, de construção das partes de madeira dos templos. Não se utiliza nenhum prego ou parafuso, e todo ele é montado com encaixes de madeira, contando com variados ornamentos de cobre, inclusive telhas especiais.

Meu avô materno tinha o sobrenome Jinzenji, que pelo ideograma é possível saber que era um artesão que trabalhava num templo Zen, antes de imigrar para o Brasil, mas ele trabalhava com entalhes de pedras. Alguns palácios no Japão contam com um telhado especial, uma espécie de acumulação de gravetos e apesar de alguns exigirem restaurações depois de alguns séculos, não se dispõe mais de especialistas que dominem estas técnicas.

Mesmo aqui no Brasil, no município de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, existe um Casarão do Chá, construído por imigrantes, hoje transformado em Centro Cultural, que também é construído todo com madeira encaixada, sem o uso de nenhum prego ou parafuso.

A revista Vidaqui traz uma matéria detalhada sobre este templo, com muita precisão. Como exemplo, o triângulo que representa as asas de mil grous, aves que são normalmente confundidas com as cegonhas mais conhecidas no Ocidente e dos brasileiros. Um dos auxiliares do “miya daiku” Shiuti Nishikawa, de nome Kooji Shibutani, de 25 anos, completou um curso universitário relacionado ao meio ambiente e design do meio ambiente, segundo a revista, e, como trabalho de conclusão do seu curso, resolveu juntar-se a equipe que montou o telhado deste templo Nikkyoji. Ele relatou que participar do projeto “Foi uma experiência gratificante. Ninguém começa do zero, mesmo no Japão”. Até porque a construção deste telhado não conta com um projeto antecipadamente elaborado, foi feita no que se chama escala um por um.

Só este artigo da revista Vidaqui já a justificaria, dando uma mostra da sua elevada qualidade. Mas muito mais consta deste número, com uma riqueza de outras informações para alegria dos moradores do bairro da Vila Mariana.