Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Patisserie Francesa no Japão

15 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: , ,

Perdoem-me os franceses e os europeus, mas as melhores iguarias da pâtisserie francesa eu apreciei no Japão. Elas são mais leves, menos doces e utilizam menos manteigas, e contam com apresentações esmeradas. E eu, sempre que possível, as aprecio nos melhores estabelecimentos, tanto da França como da Áustria ou do Japão, que superam os de outros centros gastronômicos do mundo, para deleite e comparação. Mas, um artigo publicado Angela Erika Kubo no The Japan Times informa que novos aperfeiçoamentos foram efetuados, pois se dispõe agora na loja da Marunouchi Maison du Beurre a manteiga mais famosa do mundo, a secular Écheré francesa, que vem sendo utilizada nos doces mais sofisticados disponíveis no Japão, com a mesma qualidade, e evidentemente com os preços compatíveis.

Alguns chefs franceses não fazem concessões, costumam carregar na manteiga como no açúcar, não se adaptando ao mundo contemporâneo onde os consumidores se movimentam menos fisicamente, sofrendo problemas de excesso de açúcar ou gordura. No Japão, é uma questão cultural, e tanto os alimentos, bebidas como os doces contêm historicamente menos destes ingredientes. Os doces de qualidade equivalente e até superior dão prosseguimento às tradições japonesas, pois sempre foram acompanhamentos nas cerimônias como as de chá, ainda que em pequenos bocados. Os estabelecimentos que servem a melhor pâtisserie de origem francesa abundam por metrópoles como Tóquio e os japoneses são vidrados pelos produtos que consideram os melhores do mundo, principalmente de uma grife consagrada. E convenhamos, um pecadinho eventual, mesmo com um pouco mais de gordura, acaba tendo um sabor especial, principalmente quando acompanhado do melhor chá, na temperatura, nas louças e ambientes adequados.

clip_image001

Spreading it thick: Echire butter cakes at Tokyo’s Maison du Beurre are unlikely to sit on display for long, as the store makes a limited number each day. | ANGELA ERIKA KUBO

Leia o restante desse texto »


Bilionária Indiana Procura Soluções Para a Saúde

15 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: , , ,

Um interessante caso de ação filantrópica está noticiado no site da Bloomberg referindo-se a Roshi Nadar Malhotra, filha de um bilionário hindu Shiv Nadar que fez fortuna nos negócios de computadores. Ela está investindo US$ 168 milhões para construir uma rede de clínicas de saúde para o tratamento de doenças agudas e crônicas, incluindo diabetes, asmas, estômagos e condições de peles. Sua empresa começa com 50 centros nos arredores de Nova Delhi, utilizando conhecimentos acumulados na área da eletrônica. Como os médicos de família desapareceram também na Índia, estão sendo criados ambulatórios, sem contar ainda com hospitais.

As ações básicas não chegam aos pobres indianos e os seus gastos chegam a US$ 280 bilhões em 2020, segundo um estudo efetuado pela Federação das Câmaras Indianas de Comércio e Indústria. O esforço que está sendo efetuado é conhecido como HCL Avitas e procura uma alternativa barata para aqueles que querem o tratamento para a gripe, congestão do peito, resfriados comuns e outras moléstias consideradas banais. As consultas nesta organização serão de um quarto do que é usual na Índia, que é de US$ 20. O Banco Mundial entende que estas ações básicas são vitais para um país de população pobre, pois os hospitais estão especializados em doenças mais graves, sendo que os mais simples podem ser resolvidos em ambulatórios.

roshni-nadaavitas

Roshni Nadar Malhotra

Leia o restante desse texto »


Relatório Especial Sobre o Brasil no Financial Times

15 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

O Brasil vem chamando a atenção do mundo por alguns motivos especiais: entre os emergentes, é um dos que vem apresentando mais problemas, com um crescimento baixo, quando era considerado de elevada potencialidade e a Copa do Mundo faz com todos fiquem atentos ao que acontece no país. É o caso do Financial Times, que publica um extenso relatório especial. Um dos artigos de destaque deste relatório foi elaborado pelo Henrique Meirelles, que foi o presidente do Banco Central do Brasil no governo Lula da Silva e por ser conhecido internacionalmente e ter executado uma política conveniente para os bancos acabou evitando problemas potenciais diante da natural desconfiança despertada pela eleição de um líder sindical dos trabalhadores. Ele ajudou com que o Brasil não sofresse uma carência de recursos internacionais, bem como os bancos brasileiros continuassem suportando a produção da economia brasileira.

Algumas críticas também podem ser feitas à sua administração que não deu a devida atenção às exportações que foram beneficiadas pela expansão mundial, quando os preços dos principais produtos exportados pelo Brasil permitiram a geração de divisas, sem que houvesse uma efetiva expansão quantitativa de produtos industriais que assegurasse a sua sustentabilidade para um processo mais expressivo do crescimento econômico. Também, na medida em que havia uma tendência clara de desvalorização do câmbio ao longo do tempo, as rentabilidades dos recursos externos aplicados no Brasil eram superiores a uma taxa de dois dígitos, sem que houvesse riscos para os aplicadores externos. Mas, no balanço, é possível afirmar-se que sua contribuição foi positiva.

mapa-brasil

Leia o restante desse texto »


Pimentas Brasileiras

14 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: , ,

Um artigo de Leão Serva foi publicado no suplemento Comida da Folha de S.Paulo informando que uma pimenta autenticamente brasileira seria a primeira com selo de origem controlada. Ela é a jiquitaia (mas no frasco dela está tipo jiquitaia) e seria produzida pelos índios baniuas (mas no frasco aparece baniwa), sendo recomendável que fosse adotada uma uniformização na nomenclatura se a pretensão é ajudar na consolidação desta marca. O chef Alex Atala estaria ajudando na sua divulgação, e ela seria uma farinha de pimenta com sal na língua tupi. Seria um pó ocre, feito da mistura de frutas de diversas variedades da espécie Capsicum spp, plantadas e colhidas por famílias indígenas baniuas, na bacia do rio Içana, na Amazônia.

Esta mistura de diversos tipos de pimenta ocorre com frequência, como no Japão, onde uma espécie famosa muito utilizada em pó reúne sete variedades diferentes. O conhecido Tabasco mexicano, vendido em todo o mundo, também é um blend de diversas pimentas, que acabam permitindo uma estabilidade maior no sabor que são afetados pelas condições climáticas e muitas outras condições como secagens, apresentando pequenas variações. Acabam se assemelhando aos vinhos ou as cachaças que, quando comercializados em quantidade, são a junção de diversas produções.

pimentakazu

Leia o restante desse texto »


Tendências das Patentes na China, Estados Unidos e Japão

14 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Um artigo publicado pelo Yomiuri Shimbun informa sobre a atual tendência das patentes depositadas, mostrando que o Japão, que tinha uma cifra superior aos Estados Unidos e a China em 2005, foi superado pelos norte-americanos em 2006 e pelos chineses em 2011, sendo que a China atualmente consegue 2,5 vezes mais que o Japão. Isto preocupa muitos analistas japoneses que veem o fenômeno com uma diminuição das suas inovações tecnológicas, que pode comprometer a qualidade dos seus produtos. Na realidade, a tendência neste período é de redução das patentes japonesas e um crescimento substancial das chinesas.

clip_image002

The Yomiuri Shimbun

Shigeo Takakura, ex-examinador do Japão do Escritório de Patentes e atual professor da Escola de Pós-Graduação de Direito da Universidade de Meiji, informa que mesmo que as patentes sejam concedidas, muitas vezes os tribunais as invalidam. Mesmo assim, estas estatísticas são alarmantes, diante da tendência clara de redução das japonesas, enquanto as norte-americanas continuam crescendo, e as chinesas estão explodindo.

Nos outros países, estas estatísticas não são tão expressivas. No mundo emergente, inclusive o Brasil, não se consegue acompanhar o que vem acontecendo no mundo desenvolvido, e bem menos o que acontece na China.


Cooperação Espacial Internacional Russo-Japonesa

14 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

O jornal japonês Yomiuri Shimbun, num artigo de Hiromichi Uemura, noticiou com destaque a volta com sucesso do astronauta japonês Koichi Wakata, comandante da ISS – (International Spacial Station) Estação Espacial Internacional, tendo retornado a bordo da nave russa Soyuz. Ele passou seis meses no espaço, tendo companhia de cinco astronautas norte-americanos e russos. O programa continua nos próximos anos, quando está previsto que dois outros astronautas japoneses vão passar seis meses cada no ISS, cuja utilização foi prorrogada até 2024. Esta é atualmente a única estação espacial que se encontra em órbita, prevendo-se que os Estados Unidos lançarão em 2017 uma estação privada.

Esta cooperação internacional que envolve a Rússia e os Estados Unidos também pode ser interrompida, pois os russos estão descontentes com a atitude dos norte-americanos com relação à Ucrânia. O governo japonês, por intermédio do chefe de gabinete Yoshihide Suga, revelou a sua satisfação, informando que o astronauta japonês completou a sua missão com honra. Sabe que muitos projetos estão sendo executados nesta estação espacial, pois o desenvolvimento futuro exige o conhecimento das reações de muitos fenômenos, por longo período, numa estação espacial.

clip_image001

Astronauta japonês Koichi Wakata. Kenichi Matsuda / The Yomiuri Shimbun

Leia o restante desse texto »


Recursos Para as Universidades

14 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Visitou o Brasil para o lançamento do seu livro, David Swenen, diretor de investimentos da Universidade de Yale, que ajudou a consolidar um sistema denominado “endowment” que, além de promover doações principalmente de ex-alunos, administra estes fundos para ajudar a manter as atividades de uma universidade, bem como as bolsas de estudos para muitos estudantes. O sistema está consolidado nos Estados Unidos, e outras Universidades como Harvard, Texas, Stanford, MIT e Princeton contam com fundos de bilhões de dólares obtidos com doações. Também no Brasil, ainda que recentemente, começam a se consolidar sistemas semelhantes, adaptados às condições locais que não contam com volumes tão expressivos de doações.

Estes fundos são administrados com suas aplicações diversificadas como de um portfólio, visando uma rentabilidade. Somente as rendas obtidas são utilizadas, preservando-se o principal. Nos casos brasileiros que ainda são recentes, além destes fundos serem modestos, a sua experiência não é tão longa, não permitindo que somente a sua rentabilidade seja suficiente para manter uma Universidade, mas parte delas já é sustentada. Muitas bolsas de estudos ainda dependem de doações generosas, na maioria de empresas e instituições financeiras, bem como alguns cursos e contratações de professores que precisam ser preservados. Os recursos orçamentários e as rendas conseguidas com os cursos ainda são mais relevantes.

swensen

Leia o restante desse texto »


McDonald Aderiu ao Feijão Com Arroz

13 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: , ,

Uma notícia alvissareira de Denyse Godoy foi publicada no site da Bloomberg. O tradicional feijão com arroz dos brasileiros também pode ser experimentado pelos turistas estrangeiros nas lojas do McDonald, inclusive no período da Copa do Mundo. Basta pedir um prato executivo. É que o prato é de preferência dos funcionários daquela rede, que ficam saturados com os hambúrgeres com batatas fritas, preferindo o que estão acostumados em suas casas para suas refeições diárias. Na realidade, este prato, que pode ser incrementado com um bife, uma salada, uma farofa e até um ovo, veio sustentando a saúde dos brasileiros, por conter os nutrientes adequados para a população de um país tropical como o Brasil.

A informação constante do artigo informa que em 119 países onde estão presentes as lojas do McDonald, elas estão se esforçando para introduzir algumas preferências locais como o McKafta, no Egito, o Filet O Shrimp, no Japão ou o McVeggie, na Índia. O artigo observa que mesmo os restaurantes finos, como o Mani da famosa chef Helena Rizzo, servem o tradicional feijão com arroz para os seus funcionários, sendo que muitos servem o chamado picadinho, que é uma sua variação um pouco mais sofisticada, onde até os gourmets preferem em alguns dias da semana.

(Kazu, favor ilustrar este artigo com uma foto de um feijão com arroz, que V. deve encontrar pelo Google Images, ou usar o que está no artigo da Bloomberg que vai abaixo)

clip_image002

Leia o restante desse texto »


Seleção Japonesa Para a Copa do Mundo

13 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Ainda que a seleção japonesa de futebol não figure entre as favoritas para a Copa do Mundo 2014, ninguém pode negar que ela esteja entre as mais abnegadas e disciplinadas, empenhando-se coletivamente sob o comando do treinador Alberto Zaccheroni, de origem italiana, podendo chegar a posições destacadas. Dos 23 jogadores convocados, mais da metade atua no exterior, possuindo experiências acumuladas nas melhores equipes europeias. O Brasil já amargou uma derrota para o Japão, não podendo ser considerada como formada por jogadores ingênuos, mas empenhados desde quando foi formada a J.League de futebol profissional. Estudos foram efetuados sobre os esportes profissionais, chegando à conclusão que metade das verbas era destinada no mundo para o futebol, levando a organização extremamente elaborada do seu sistema nacional.

Os clubes foram formados com o suporte das empresas japonesas, tendo como sede as principais cidades e a utilização de treinadores e alguns jogadores estrangeiros, principalmente brasileiros. Muitos destes se consolidaram no Japão, tendo mudado até de cidadania, onde alguns são astros locais requisitados para as grandes campanhas publicitárias, mesmo não sendo famosos no Brasil. Toda a organização é profissional, e os estádios ficam lotados com torcidas organizadas mais disciplinadas, que cantam o tempo todo pelas suas equipes de preferência. O Japão veio organizando a Copa do Mundo de clubes, originalmente a Copa Toyota, hoje da FIFA, onde muitos times brasileiros disputaram até a final com campeões europeus, conseguindo se consagrar campeões mundiais. Muitos jogos são apresentados pela televisão, e o futebol compete com outros esportes populares do Japão, como o beisebol e o sumô.

clip_image001

Leia o restante desse texto »


Crescimento do Emprego no Interior Brasileiro

12 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Uma informação que não é uma surpresa para os que observam o que acontece no interior brasileiro, mas pode surpreender muitos analistas situados nos escritórios das grandes metrópoles, acaba de ser fornecido num artigo de Alicia Martins e Tainara Machado publicado no Valor Econômico. Ainda que o emprego formal tenha decrescido nas seis regiões metropolitanas brasileiras em quase 9% no primeiro trimestre deste ano, no restante do país aumentou em 22,6%. Os cálculos são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD, que abrange 3 mil municípios, o desempenho do interior na criação de novas ocupações também tem sido mais favorável.

Havia uma discussão que a mudança de metodologia do IBGE poderia resultar em dados mais negativos e por isto estaria sendo postergado pelas autoridades. Estes dados devem proporcionar uma conclusão inversa. Deve-se entender que as atividades agropecuárias continuam suportando parte importante da economia brasileira, ampliando também os serviços no interior, com a ampliação da construção civil como instalação de muitos shoppings centers. Também alguns projetos industriais, inclusive da indústria automobilística, estão se instalando em cidades de menor porte, evitando problemas das grandes metrópoles.

valorkazuP

Gráficos publicados no Valor Econômico

Leia o restante desse texto »