Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Apresentação do Kabuki em Asakusa

29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Entre os diversos tipos do tradicional teatro japonês, possivelmente o kabuki seja o mais conhecido não só no Japão como no exterior, mesmo que o nô também tenha os seus apreciadores. No kabuki, as peças e os artistas mais conhecidos são populares e fazem parte do patrimônio cultural nacional, sendo as pantomimas apresentadas somente por atores, havendo alguns consagrados e especializados na apresentação de somente personagens femininos. Alguns artistas utilizam o mesmo nome por gerações, sendo verdadeiros ídolos nacionais. No nô, os artistas se apresentam com máscaras típicas, acompanhados por músicas específicas, onde cada gesto é muito importante, tendo um significado diferenciado, menos movimentado. No kabuki, mais popular, os artistas se apresentam com maquiagens que exageram suas feições, sendo que alguns são conhecidos há séculos, inclusive por famosas xilogravuras.

O mais famoso local onde era apresentado o kabuki estava localizado em Ginza, tendo o nome de Kabuki-za, uma construção tradicional cuja original era de 1889, mas que foi destruída por um incêndio. A versão mais recente, dentro do estilo tradicional era de 1950, mas para a surpresa de muito estrangeiros foi destruída em 2010, estando sendo substituído por um novo e gigantesco edifício, atualmente em construção, que terá um espaço adequado para a prática do kabuki. O que em outros países seria “tombado” como um monumento intocável, os japoneses simplesmente os destroem, substituindo por um novo.

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Fachada do Kabuki-za Ginza Tokyo

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Críticas ao Desenvolvimento Chinês e Brasileiro

29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Apesar de aulas de renomados professores de desenvolvimento econômico, entre eles Antonio Delfim Netto, parece ser de difícil compreensão até para os economistas que este processo implica em constantes superações de problemas, que geram desafios que necessitam ser transpostos. Trata-se de um processo em que a superação de um obstáculo acaba criando outros que também precisam ser vencidos. Não existe, na história da humanidade, nenhum processo de desenvolvimento econômico que ocorreu sem nenhum problema, ou não estaríamos no mundo de recursos escassos onde o que se deseja sempre vai se multiplicando.

Apesar do espantoso desenvolvimento pelo qual vêm passando a China nas últimas décadas, muitos na mídia internacional procuram ressaltar as suas dificuldades e não as conquistas que vem superando. Que problemas ainda existem, ninguém duvida, ainda que uma massa de mais de um bilhão de chineses melhorou o seu padrão de vida nestes anos. Só não admitem os que não querem ver. Eles passaram a fazer parte importante dos produtores mundiais, a ponto de incomodar o resto do mundo, e ao mesmo tempo tornaram-se grandes consumidores que sustentam a atual economia mundial. A China tornou-se a principal parceira comercial da maioria dos países relevantes no mundo.

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A China tem mais de 9,6 milhões km², sendo parte de desertos e montanhas inabitáveis, e mais de 1,4 bilhões de habitantes

Numa escala menos expressiva, destaca-se também o Brasil nas últimas décadas, que, mesmo sem a mesma expressiva taxa de crescimento econômico da China, vem impressionando o mundo com uma sensível melhoria na sua distribuição de renda, incorporando na sua classe média produtora e consumidora um segmento de sua população que impressiona o mundo. Consolida o seu regime democrático, com a sucessão de seus governantes desde o seu período de regime militar, com expressivo aumento de sua produção agropecuária e de recursos minerais. As limitações com que contam são públicas, notadamente na sua infraestrutura física e social, ao lado de sua desfuncionalidade na gestão pública e privada.

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O Brasil tem mais de 8,5 milhões km² habitáveis, e uma população superior a 190 milhões de habitantes

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Reação Americana aos Entendimentos Cambiais Orientais

29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Os jornais relevantes no mundo registraram as reações do governo norte-americano, por intermédio do presidente Barack Obama e do secretário do Tesouro Timothy Geithner, aos entendimentos preliminares do Japão e da China para aumentar a participação do yuan chinês e o iene japonês nos mercados internacionais. E o jornalista Simon Rabinovitch, do Financial Times, localizado em Beijing, publica um artigo reproduzido pelo Valor Econômico informando que “para analistas, pacto cambial entre China e Japão é ‘simbólico’”.

O que parece importante entender é que o mundo vem interpretando que a política monetária dos Estados Unidos em aumentar a oferta de dólares norte-americanos no mundo acaba desvalorizando-o no mercado internacional, provocando a valorização das demais moedas, até dos seus parceiros tradicionais, visando reduzir o seu déficit comercial, no que não conseguem sucesso, como apontou o prêmio Nobel Michael Spence, como postado neste site. O caminho correto e de longo prazo necessita do aumento de sua eficiência para tornar os produtos americanos competitivos.

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Aprofundamento das Relações da Índia com o Japão

27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O governo indiano já havia estabelecido um acordo com o governo japonês para estruturar um corredor de 1.500 quilômetros entre Nova Delhi e Mumbai. Na nova visita do premiê Yoshihiko Noda à Índia, os japoneses estão anunciando um novo plano que estende mais US$ 4,5 bilhões para completar este corredor industrial, com a ativa participação dos principais grupos privados japoneses. Há um reconhecimento que a infraestrutura indiana ainda é deficiente, havendo muitas oportunidades para a sua melhoria, utilizando o sistema de parceria público-privado.

O jornal econômico japonês Nikkei anuncia um novo pequeno trecho de 14,5 quilômetros que vai ligar o centro da cidade ao distrito industrial de Pune, com a mesma orientação, comandada pela Toshiba e a Oriental Consultants. Isto visa desenhar o projeto, efetuar o seu planejamento, construir e operar o sistema de infraestrutura, o que não vem se conseguindo entre o Brasil e o Japão.

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Primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, e Manmohan Singh, primeiro-ministro indiano

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The Japan Times Republica Artigo de Michael Spence

27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Michael Spence, Prêmio Nobel de Economia, professor da Universidade de New York, no seu artigo reproduzido pelo The Japan Times, originalmente publicado no Project Syndicate, chama a atenção que os Estados Unidos estão demasiadamente preocupados com o câmbio, e está se descuidando do problema da produtividade e de suas relações comerciais. Ele chama a atenção que os Estados Unidos está com déficit comercial com quase todos os países, como o Canadá, México, China, Alemanha, França, Japão e Taiwan, além dos países exportadores de petróleo, sendo o mais expressivo com a China. Se calculado pelo valor adicionado nos produtos dos diversos países, a lista não se alteraria muito, mas a posição da China cairia muito.

Os países como o Japão, a Coreia e Taiwan possuem superávit com a China e a Alemanha mantém um razoável equilíbrio neste comércio. Os Estados Unidos está um déficit comercial persistente e global que oscila na faixa de 3 a 6% do PIB. Mas o Congresso dos Estados Unidos está obcecado com a China, referindo-se a sua manipulação da taxa de câmbio. Poderia se acrescentar que se observam as mesmas tendências na maioria da imprensa norte-americana, que acaba sendo arrastada pelos problemas ideológicos e não racionais de economia.

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Melhorias da Economia Brasileira e Críticas Locais

27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 4 Comentários »

Apesar de a economia brasileira tornar-se a sexta maior no mundo, superando a do Reino Unido, e este fato ter merecido uma ampla divulgação na imprensa europeia, a sua comemoração pelo ministro Guido Mantega acabou provocando uma série de reparos na imprensa local. Todos sabem que o dado do PIB nacional é global, não se referindo a um dado per capita, levando em consideração o tamanho da população. E o próprio ministro previu que haveria necessidade de mais vinte anos para a população brasileira obter o mesmo padrão de vida dos europeus. As previsões existentes mostram que a economia brasileira vai continuar crescendo mais que muitas europeias, no longo prazo, não se tratando somente de um problema temporário determinado pela atual crise européia.

Os críticos procuram mostrar que, mesmo assim, os índices do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil continuam numa posição bem inferior, mesmo desconhecendo as metodologias empregadas na construção de todos estes indicadores. O que seria construtivo é fossem apresentadas as sugestões para as suas melhorias operacionais, pois todos esperam que o desenvolvimento brasileiro seja acompanhado da melhoria do bem-estar da sua população.

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Inglaterra: área de 130 395 km², com população estimada de 50 milhões de habitantes

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Brasil: área de 8 514 876,599, com população estimada de 192 376 496 de habitantes

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Popularização do Conhecimento Científico

24 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Extremamente elogiável a divulgação ampla feita pelo site Globo.com do artigo elaborado por Lilian Fernandes, assunto que já era de conhecimento dos especialistas da área médica, mas que merece ser difundido em larga escala. Ao sentir uma emoção positiva, o cérebro humano acaba produzindo mais oxcitocina, desencadeando a produção de dopamina. A regulação desse sistema seria feita pela serotonina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer.

Como uma pessoa que teve um AVC – Acidente Vascular Cerebral há alguns anos, efetuo consultas regulares com neurologistas e psiquiatras que sempre enfatizaram a necessidade de me manter otimista, realizando o que me proporciona prazer, ajudando a reduzir as situações de estresse da vida atual. Eles recomendam exercícios físicos nem sempre praticados como desejável, que auxiliaria no processo. Estes profissionais sempre procuraram me manter informados sobre estes avanços da neurociência que estão se acelerando com as diversas pesquisas.

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Análise Mais Detalhada Sobre a Educação na China

24 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

gustavo-ioschpe1Uma leitura mais completa de todos os textos que foram escritos por Gustavo Ioschpe, um economista com formação pós-graduada nos Estados Unidos em administração, que se especializou nos assuntos educacionais, sobre o que ele pode observar na atual China, denota que ele se tornou um jornalista com análises adequadas para revistas gerais de grande circulação, como a Veja que publicou o seu resumo, mas facilitou o acesso ao texto completo. Tendo já expresso posições contestadas por outros analistas ou envolvidos em educação, diante de suas colocações mais ousadas em outras ocasiões, ele mostra que seus trabalhos nem sempre decorrem de pesquisas profundas e sistemáticas, mas de observações mais ligeiras, ainda que contenham muitos aspectos de grande interesse geral.

É evidente que o desenvolvimento acelerado e recente da China tem variadas causas, não se podendo concentrar somente no seu atual sistema educacional que é novo em algumas partes daquele país. Ainda que ele mesmo admita as influências das raízes históricas da meritocracia predominante entre os chineses. Suas comparações se efetuam com o que ocorre no Brasil e do que ele conheceu nos Estados Unidos, quando poderiam ser interessantes as efetuadas com outros países asiáticos como o Japão e a Coreia, principalmente. Foram locais onde os ensinamentos de Confúcio foram incorporados nas suas culturas, de forma similar com a China, resultando na grande prioridade à educação, respeito aos professores e aos pais, sempre reconhecidos como fundamentais para o processo de preparo dos recursos humanos e de forma mais completa e humanística, do que as especializações estimuladas pelos norte-americanos. Acabaram hierarquizando muitas das suas sociedades, com os veteranos sendo mais considerados do que os novatos. Sua influência foi totalmente ignorada.

Mapa da China

Muitas observações feitas pelo autor parecem comuns nas escolas coreanas como japonesas, ou em países menores como Cingapura, como cuidado com a limpeza e a disciplina, envolvendo até os pais. Ainda que o sistema educacional tenha ajudado a todos estes países asiáticos, parece haver outros fatores que estão determinando o impressionante desenvolvimento chinês das últimas décadas. Não parece conveniente exagerar na importância dos resultados obtidos em Xangai nas pesquisas conhecidas como PISA, como também acabou constatando o autor no final das suas considerações. Mas não se pode duvidar que as autoridades daquele país estejam conseguindo bons resultados, até atraindo professores consagrados no exterior, em grandes universidades.

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Fibras de Carbono e Outros Materiais nos Veículos

22 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , | 2 Comentários »

Tudo indica que haverá uma competição acirrada no fornecimento de materiais para serem utilizados na fabricação dos veículos. O jornal Nikkei publica hoje um artigo de Taisei Hoyama informando que importantes fabricantes de fibras de carbono, como a Teijin, a Toray e a Mitsubishi Rayon entraram numa acirrada competição para a produção de materiais que sejam mais leves e economizem combustíveis nos veículos. Elas adotam estratégias diferentes para alcançar o seu objetivo de serem fornecedores importantes destes materiais.

A Teijin firmou um entendimento com a GM nos Estados Unidos para desenvolver em conjunto fibras de carbono. Eles esperam substituir peças vitais nos modelos da GM. As metas não estão claras, mas devem chegar a dezenas de milhares de veículos por ano, visando o ano de 2015, mas a base de pesquisa já estará instalada no próximo ano.

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Protótipo de um carro da Teijin para março próximo. Foto: Nikkei

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Zonas Econômicas Especiais no Japão

22 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Muitos acreditavam que os mecanismos da criação de zonas especiais para atrair investimentos de empresas estrangeiras eram mais frequentes nos países emergentes. O grande impulso das últimas décadas na China ocorreu com as suas criações em diversas regiões, notadamente no litoral chinês, visando atrair empresas que, utilizando seus recursos humanos baratos, tivessem a possibilidade de elevar as suas exportações. No Brasil, há décadas já funciona a Zona Franca de Manaus, que exerceu um papel importante, mas ficou com os benefícios concentrados no seu distrito industrial, apesar das suas vantagens estarem previstas para toda a Amazônia. Na Argentina, Terra Del Fuego foi considerada zona especial para promover o desenvolvimento do seu extremo sul. São muitos os exemplos cujos benefícios foram significativos mundo afora.

Agora, o Japão tomou a decisão anunciada no jornal econômico Nikkei de hoje que cria sete zonas econômicas especiais para finalidades específicas, o que é pouco comum nos países industrializados, mas demonstra a determinação do governo para reverter à situação de baixo crescimento que se estende por décadas na economia japonesa. O inusitado é que tais zonas abrangem regiões de grande atividade econômica, inclusive Tóquio.

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