Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças no Bairro da Liberdade de São Paulo

1 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Para quem nasceu quando a família morava no bairro da Liberdade e acompanhou a sua longa evolução, o cuidadoso artigo de Kátia Mello, publicado no suplemento do jornal Valor Econômico, Eu e Fim de Semana, além de ser motivo de orgulho, pode certificar que decorre de um levantamento cuidadoso, que revela a sua complexidade. O bairro, que hoje pode ser considerado oriental, teve uma predominância inicial de japoneses, mas atualmente os proprietários dos principais estabelecimentos comerciais são chineses, com alguma participação dos coreanos.

Os imigrantes japoneses começaram a ocupar o bairro a partir da rua Conde Sarzedas, que perdeu a sua importância desde o período em que os japoneses foram removidos para outros bairros durante a Segunda Guerra Mundial. O atual centro é na praça onde se situa a estação do metrô, no início da rua Galvão Bueno. Ainda que muito frequentada por descendentes e japoneses e brasileiros em geral interessados em produtos orientais, as principais lojas são de propriedade de chineses de várias regiões, muitos de Taiwan. Mas como todos são originários do Extremo Oriente, os ocidentais têm dificuldades de fazer as distinções, que estão ficando mais difíceis mesmo entre os orientais, pois muitos hábitos estão se tornando globalizados.

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Ano Novo chinês e a festa japonesa Hanamatsuri, que celebra o nascimentode Buda

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Tsunami Monetário Criticado pelo Brasil

27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei reconhece o que foi denunciado pela presidente Dilma Rousseff no seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, e repetidas vezes pelo ministro Guido Mantega como uma “guerra cambial”, está ocorrendo, com crescentes pressões para maiores “Competitive Easing”, diante da valorização do iene perante o dólar norte-americano. Aliás, o artigo faz menção direta ao ministro Guido Mantega sobre o “currency war”.

Todos sabem que os Estados Unidos, desde o episódio da quebra do Lehman Brothers em 2008, vêm provocando o “quantitative easing”, também conhecido por alguns como “monetary easing”, que nada mais é que o aumento dos meios de pagamentos, facilitando o aumento dos empréstimos dos bancos. Acontece que isto acaba provocando um aumento do fluxo de recursos para economias consideradas seguras, como a brasileira, provocando a valorização de suas moedas, fazendo com que os seus produtos fiquem com menor capacidade de competição no mercado internacional. Dificultam as exportações e aumentam as importações e os gastos de turismo no exterior.

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Gráfico publicado no Jornal Nikkei

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Correção Paulatina de Algumas Distorções

27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Mesmo com as resistências dos bancos, as pressões oficiais estão provocando uma paulatina queda de alguns dos juros mais escorchantes. Os que incidiam sobre os saldos negativos dos cartões de crédito, segundo muitos artigos publicados pela imprensa brasileira, como o Valor Econômico, começam a apresentar quedas significativas, pois eram exageradas, mesmo considerando todos os riscos envolvidos. Começando com os bancos oficiais, foram se estendendo para os principais bancos privados, que procuram manter suas receitas com a criação de novos encargos pelos serviços de outras naturezas.

Artigos de Cristiano Romero, Felipe Marques, Carolina Mandi, Natalia Virie e Marina Falcão, todos do Valor Econômico, procuram descrever o que está acontecendo sobre diversas facetas. Assim, informam que as empresas de varejo podem ser prejudicadas, pois estavam parcelando muitas das suas vendas “sem juros”, quando na realidade os consumidores que pagavam à vista não obtinham os descontos dos custos financeiros embutidos, e os bancos davam retaguarda a estas empresas para contarem com recursos para estas vendas parceladas.

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Sede do Banco Central do Brasil em Brasília

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A Questão Entre a China e o Japão

26 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , | 8 Comentários »

Muitos artigos publicados pela imprensa internacional sobre as questões atuais entre a China e o Japão, que teria origem na disputa das ilhas Senkaku/Diaoyu, tendem a colocar que o assunto deverá ser resolvido diante do volume dos interesses econômicos envolvidos. Um publicado no Financial Times, de autoria de Peter Tasker, analista residente em Tóquio, faz um paralelo com o problema que a Inglaterra teve com a Argentina na guerra Folkland/Malvinas, mas parece que os atuais problemas são mais profundos do que aquelas divergências que resultaram em conflitos armados.

Outro artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que uma reunião efetuada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Koichiro Gemba, para tratar da atual situação, com sua contrapartida chinesa, ministro Yang Jiechi, em paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, foi tensa e não apresentou nenhum avanço no sentido de reduzir os problemas que estão ocorrendo atualmente. A China rejeitou frontalmente a posição japonesam que alega a sua soberania sobre as ilhas, da mesma forma que os chineses também não pretendem discutir a respeito da violação sobre o que consideram da sua soberania.

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Koichiro Gemba                                                Yang Jiechi

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Conciliação dos Conhecimentos Acadêmicos com a Prática

25 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Na sua coluna semanal no Valor Econômico, o professor Antonio Delfim Netto faz uma análise da invejável carreira do economista Stanley Fischer, que na vida acadêmica, no FMI – Fundo Monetário Internacional, num banco privado e depois como presidente do Banco Central de Israel acumulou uma excepcional experiência com visões de muitos e diferentes ângulos. Isto permite que ele faça comentários evidenciando que muitos analistas, ainda que bem aparelhados, não conseguem compreender adequadamente todos os constrangimentos a que estão sujeitos os que formulam a política econômica em qualquer país.

O artigo informa, ainda que num economês nem sempre acessível, que Stanley Fischer “depois de mostrar que um sistema de metas de inflação relativamente ‘flexível’, no qual o banco central usa cuidadosa política monetária que leva em conta seus efeitos sobre o nível de atividade para decidir se a velocidade de retorno à meta é capaz de produzir o resultado esperado de estabilizar a expectativa de inflação no longo prazo”, resume, com base na sua longa experiência, os problemas em quatro itens: 1) o de um único instrumento com dois objetivos; 2) o “trade off” nulo no longo prazo entre inflação e crescimento que toma a mesma forma no curto prazo; 3) da taxa de câmbio para as pequenas economias abertas e; 4) dos preços dos ativos, da estabilidade financeira e da supervisão macroprudencial.

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Delfim Netto                                                          Stanley Fischer

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A Complexidade da Distensão Política na China

24 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Como é do conhecimento de muitos, Chen Guangcheng sofreu perseguições na China pela sua atuação, mesmo cego, a favor daqueles que eram injustiçados no seu país. Conseguiu um período para estudos nos Estados Unidos, mas não pode ser definido como um dissidente clássico, pois ele deseja retornar ao seu país, procurando colaborar no processo de crescente aplicação do que já está previsto na legislação chinesa. Ele foi entrevistado em Nova Iorque por Jamil Anderlini, que é o chefe do escritório do Financial Times em Beijing.

Mesmo cego e não tendo uma formação completa em Direito, ele conseguiu um conhecimento suficiente da legislação chinesa para defender os pontos de vistas dos injustiçados no seu país. Sua atuação, que não pode ser considerado como de dissidente, procura a defesa de alguns que são prejudicados, ainda que seus direitos estejam previstos na legislação do país, mesmo a Constituição. Este tipo de situação onde na Carta Magna estão expressas as aspirações, nem sempre implementadas, é comum em diversos países. Diante dos constrangimentos que lhes eram impostos, como é sabido, Chen Guangcheng promoveu uma fuga, quando se feriu nos pés, e diante da repercussão do caso, acabou autorizado pelas autoridades chinesas a efetuar um curso na Universidade de Nova Iorque.

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Chen Guangcheng e Jamil Anderlini

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A Cachaça e a Caipirinha Brasileiras

24 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No suplemento da Folha de S.Paulo de hoje, que inclui artigos publicados no The New York Times, um artigo de Robert Simonson informa que a cachaça brasileira está sendo incluída em muitos coquetéis consumidos pelos norte-americanos. Com o aumento do interesse pelo Brasil diante das próximas Copa do Mundo e Olimpíadas, e as pressões dos produtores brasileiros, as autoridades dos Estados Unidos iniciaram o processo do reconhecimento da cachaça brasileira, que até o momento era rotulado como “Brazilian rum”.

Ainda que em outros países a cachaça brasileira venha ganhando mercado, sendo mais conhecida no consumo na forma de caipirinha, que utiliza o limão com um pouco de açúcar, os norte-americanos a estão utilizando nos variados coquetéis que misturam com outras bebidas e frutas, como estão mais habituados. As grandes organizações do país que trabalham com outras bebidas esforçam-se para aproveitar a onda atual de interesse pelo Brasil. É o caso da Diageo, gigantesco conglomerado que está atrás da marca Ypioca, informa o artigo.

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Os Benefícios dos Pequenos Produtores Agrícolas

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Apesar do forte desejo de prestigiar os pequenos produtores rurais que, sem dúvida, criam mais empregos, há que se reconhecer que a disseminação de tecnologias exige um esforço de assistência técnica para viabilizar seus empreendimentos que nem sempre está disponível, apresentando dificuldades. Kanayo F. Nwanze, o nigeriano presidente do IFAD – International Fund for Agricultural Development, uma agência das Nações Unidas, publicou seu artigo via Project Syndicate propondo intensificar a assistência aos pequenos produtores, mas para que suas ideias sejam aproveitadas há que se contar com o que se aprendeu com a experiência passada.

Entre 1940 a 1970, o prêmio Nobel Norman Borlaug provocou o fenômeno que teve por nome “Green Revolution”, que começou beneficiando a Índia e se espalhou por todo o mundo, inclusive o Brasil. Como ensinar os pequenos agricultores a adotarem novas técnicas agrícolas, como curvas de nível, demanda um grande número de especialistas envolvidos na assistência técnica, concentrou-se a atenção na produção de sementes selecionadas de mais alta produtividade, utilização de corretores de solo e fertilizantes, além de defensivos. No Brasil, com a utilização do crédito rural, subsidiavam-se aqueles que utilizavam os chamados indevidamente de “insumos modernos”, quando fertilizantes já eram conhecidos deste a antiguidade. Os grandes produtores foram mais ágeis no aproveitamento destes subsídios, mas acabou-se beneficiando também os pequenos produtores.

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Kanayo F. Nwanze, e Norman Borlaug

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Reflexões Sobre os Esforços da Índia

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado por Esther Dyson, uma líder empresarial nas tecnologias digitais emergentes, no Project Syndicate provocam reflexões sobre os fatores que determinaram as diferenças de desenvolvimento em diversos países, e que soluções econômicas estão sendo adotadas atualmente para reduzir os atrasos existentes. Os exemplos apontados mostram que existem soluções para reduzir as diferenças entre os elevados padrões de qualidade de vida nos países desenvolvidos e os emergentes.

Esta influente empresária que colabora com diversas organizações visitou recentemente a Índia e descreve alguns projetos que conheceu. Um foi o do já conhecido mundialmente Jaipur Foot, organização que já proporcionou gratuitamente 1,3 milhões de próteses baratas para os que perderam seus membros inferiores. Conseguem produzir estas próteses por cerca de US$ 45 quando nos Estados Unidos chegam a custar US$ 8.000, atendendo modestamente muitos que necessitam destas ajudas. Outro foi a Amrita University, fundada por Sri Mata Amritamandamayi Devi, conhecida como Amma.

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Próteses da Jaipur Foot e D.R.Mehta, criador do Bhagwan Mahaveer Viklang Sahayata Samiti

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Amrita University e sua fundadora Sri Mata Amritamandamayi Devi

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Duras Verdades Sobre o Crescimento Global

21 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O prêmio Nobel de Economia Michael Spence, num artigo distribuído pelo Project Syndicate, trata de um problema crucial para a recuperação do crescimento da economia no mundo industrializado que difere substancialmente do que está sendo perseguido pelas principais autoridades monetárias dos Estados Unidos, da Europa e do Japão. Todos sabem que sem a criação de empregos e aumento dos consumos internos não há um mecanismo mágico para facilitar a saída dos atuais impasses.

Ele aponta no seu artigo, com propriedade, que os meios de estimular os consumos locais, que representam mais de dois terços da demanda global dos países industrializados, não podem ser feitos com o aumento do endividamento dos consumidores, e nem do aumento das exportações. Foram as expansões descontroladas dos créditos que acabaram por provocar a crise que se iniciou em 2008. E, não havendo demanda, não há como estimular os investimentos.

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Michael Spence

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