Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Disputa com os Chineses Sobre Terras Raras

25 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política, webtown | Tags: , , | 8 Comentários »

Se existe um produto hoje bastante disputado no mundo, ele é a chamada terras raras, que conta praticamente com um monopólio chinês, pois as produções de outros países demandam alguns anos para serem aumentadas, e mesmo assim continuarão limitadas. A China atua no sentido das empresas que necessitam estes produtos se instalem naquele país, entre eles carros híbridos, telefones celulares e lâmpadas eficientes no consumo de energia. As empresas de alta tecnologia que necessitam destes produtos estão sendo induzidas a se instalar na China. Empresas japonesas e norte-americanas estão efetuando movimento neste sentido.

O assunto é considerado tão importante que é conduzido na China pelo primeiro-ministro Wen Jiabao pessoalmente. O painel da Organização Mundial de Comércio está tentando resolver a disputa, mas trata-se de assunto que demanda muito tempo. Os chineses alegam que limitam a exportação de terras raras por problemas de meio ambiente e escassez de ofertas. Atualmente, a China tem 94% das minas mundiais de terras raras, ou seja, 60% do consumo mundial em tonelagens, que deve se elevar para 70% no próximo ano.

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Aquisições de Terras Rurais pelos Estrangeiros

23 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , | 2 Comentários »

Um artigo publicado por Ivandro Ristum Trevelim no jornal Valor Econômico de hoje refere-se à incerteza jurídica que existiria sobre o assunto, diante da interpretação dada pela AGU – Advocacia Geral da União, aprovada pelo presidente da República e publicada no Diário Oficial da União em 28 de agosto de 2010, que tem a força de uma legislação. Ela entende que a aquisição de terras rurais por estrangeiros ou empresas controladas pelos estrangeiros necessitam de aprovação do governo, além de respeitar um máximo por município, que teria que ser acompanhada pelo INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, organismo do qual fui presidente por longos seis anos, já no passado remoto.

Alguns entendem que se trata de um entrave para investimentos de estrangeiros no agronegócio brasileiro, e seria conveniente que fosse esclarecido por uma decisão em nível mais elevado, como o STF – Supremo Tribunal Federal, ou por uma legislação específica, pois em 1997 houve uma interpretação pela mesma AGU que haveria uma isonomia de tratamento entre empresa brasileira e estrangeira, como proposto pela Emenda Constitucional número 6. Esta dúvida não existia no passado, e estava claro que a aquisição de terras rurais por estrangeiros dependia da aprovação do presidente da República, e exame do INCRA sobre a quantidade de terras dos estrangeiros em cada município.

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O Intercâmbio Sino-Brasileiro Atual e Bases Para Expansão

13 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: , ,

A Folha de S.Paulo trouxe no domingo, dia 12 de junho, dois artigos de suma importância sobre o intercâmbio sino-brasileiro que merecem a atenção de todos que estão relacionados com este relacionamento. Um é de Fabiano Maisonnave, correspondente em Pequim do jornal e outro escrito pelo cônsul geral do Brasil em Xangai, Marcos Caramuru, junto com seu adjunto, Joel Sampaio. O primeiro observa que os serviços brasileiros na China ainda engatinham, com uma presença limitada, e o segundo trata do aumento do entendimento entre chineses e brasileiros, como base para o futuro aumento do intercâmbio econômico.

O que valeria a pena acrescentar é porque isto está acontecendo, com base na história do Brasil e exemplos dos intercâmbios efetuados com os Estados Unidos, Europa e Japão, ainda que superficialmente. Isto permitiria sugerir medidas para o aumento do intercâmbio bilateral, com bases mais sólidas.

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Cônsul geral do Brasil em Xangai, Marcos Caramuru de Paiva

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Coberturas Jornalísticas Sobre a Queda de um Ministro

8 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: , ,

As melhores interpretações dos motivos que levaram a queda do ministro Antonio Palocci da chefia da Casa Civil, indevidamente considerado o primeiro-ministro, foram efetuadas pelo Valor Econômico, nos artigos de autoria da Angela Bittencourt e João Villaverde/Sergio Lamucci. Este site mencionava no artigo “Problemas Brasileiros de Governabilidade”, postado no dia 30 de maio último, que: “No sistema presidencialista vigente no Brasil, confunde-se o chefe de Estado com o chefe de Governo, havendo necessidade de preservá-los para a manutenção da integridade nacional. Seria desejável que esta preservação ocorresse com as pretensões conjunturais sobrecarregando os ministros, sem afetar diretamente o chefe de Estado”. O artigo “Franco aberto foi o atalho para fracasso” do Valor Econômico faz ligeira menção a este aspecto capital para o governo que não foi observado.

Ainda que os problemas da consultoria de Antonio Palocci e seu comportamento posterior tenham precipitado a sua queda, o fato concreto é que sua posição já estava difícil no governo da Dilma Rousseff. Ela tinha deixado claro que ele não deveria tentar interferir em assuntos econômicos que ficaram na alçada do ministro Guido Mantega, como mencionado no artigo “Ministro tentou influenciar política econômica”, do Valor Econômico.

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Os que possuem algumas experiências com os funcionamentos adequados dos governos no Brasil recomendam que a Presidência da República fique cercada por um pequeno grupo de ministros que funcionaria como uma espécie de “guarda pretoriana”, absorvendo até mesmo responsabilidades que fossem de quem estiver ocupando o lugar de Presidente. Isto mesmo quando a tendência da atual presidente Dilma Rousseff seja de interferir diretamente em assuntos de política ou de economia que não tenham sido trazidos pelos ministros.

Houve governos, civis ou militares, em que esta missão era efetuada pelo chefe da Casa Civil, ministro da Fazenda, chefe da Casa Militar ou alguma autoridade da área militar, e um ministro da Área de Informações ou relacionados com a mídia. Houve casos em que os assuntos políticos ficavam com o ministro da Justiça. Reuniões quase diárias eram realizadas, ficando o chefe do Executivo responsável pela arbitragem final entre opiniões diferentes transmitidas por estes ministros. Mas sempre os ministros é que ficavam responsáveis para preservar o chefe de Governo de eventuais desgastes, que também é o chefe de Estado, ou seja, do Brasil.

Hoje, a coleta de informações toma uma conotação negativa, em função das experiências dos regimes autoritários. Mas não é conveniente que o governo seja surpreendido por movimentos grevistas ou problemas estratégicos em setores vitais para a segurança do Estado. Os relacionamentos com o Legislativo e Executivo necessitam contar com canais experientes e bem relacionados, pois o exercício da política é uma arte cheia de nuances e suscetibilidades, ainda que se disponha de uma base majoritária no Congresso.

Os pequenos tropeços do governo sempre acabam ocorrendo, mas com todos os defeitos que possam ser atribuídos aos militares, é conveniente, mesmos nas atividades civis e empresariais, que exista um sistema do tipo adaptado do adotado pelos Estados Maiores. Os ministros chamados da casa precisam ter atribuições claras, que discutidas em conjunto permitam à Chefia do Governo tomar as decisões necessárias, mesmo num quadro em que nem todas as informações estejam disponíveis, havendo riscos a serem assumidos. Eventuais erros devem ser atribuídos a um ministro, e todos devem contar com um substituto eventual.

O atual governo ainda está no seu início e tem todas as condições para se sair muito bem, em que pesem os problemas do cotidiano. Os problemas eventuais devem ser resolvidos antes que venham a se agigantar. Existem boas condições internas e externas, tanto econômicas como políticas, sendo de toda a conveniência que o Executivo estabeleça as pautas, de médio e longo prazo. Um plano estratégico mínimo seria de grande conveniência para ajudar a encaminhar as energias do país para objetivos que possam ser considerados comuns, tendo o suporte consensual da maioria.


O Novo Centro do Universo Segundo Robert Kaplan

1 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: , , ,

A importante revista Foreign Policy publica um ensaio sobre “Monsoon” (Monções), o novo livro de Robert Kaplan, um consagrado profissional, fotógrafo e analista, e uma entrevista sua concedida a Benjamin Pauker. Segundo Kaplan, o Oceano Índico será em breve o novo centro do comércio, da energia e da política mundial. A região estratégica não seria mais nem o Atlântico nem o Pacífico, mas a Eurásia, que tem como grande desafio a ascensão da China.

Kaplan registra o lento declínio da influência Ocidental na região, e explora as ambições e rivalidades dos países do Oceano Índico, principalmente da China e da Índia, nesta área que envolve da África à Austrália. Ele aborda como a guerra no Afeganistão ajuda a China, a doutrina do caminho asiático da Índia e as alternâncias civis e militares do Paquistão. Segundo ele, os conceitos que foram elaborados durante a Guerra Fria ficaram ultrapassados, havendo uma nova realidade que vai do Cabo Horn na África, passando pelo Estreito de Málaga e Indonésia, até chegar ao Mar do Japão. O Oceano Índico liga o Oriente Médio com a ascendente China, abrangendo todo o arco da energia mundial. O artigo é uma coincidência com o assunto abordado neste site sobre a “Preocupante Evolução das Tensões Asiáticas”, ainda ontem.

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USS Carl Vinson, porta aviões dos USA que fica no Oceano Índico

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Atuais Relações Sino-Americanas

11 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: , ,

É interessante que o China Daily continue noticiando com destaque as reuniões dos Diálogos Estratégicos e Econômicos (Strategic and Economic Dialogue), que ocorreu em Washington nos últimos dias 9 e 10 de maio entre as delegações dos Estados Unidos e da China, mais que a imprensa norte-americana. Estas reuniões são importantes e realizadas regularmente duas vezes por ano, cuidando de assuntos delicados como a segurança e a cooperação econômica entre as duas maiores potências do mundo.

Os chineses são comandados pelo vice-premiê Wang Qishan e pelo conselheiro do Estado Daí Bingguo. Os norte-americanos pela secretária de Estado Hillary Clinton e pelo secretário do Tesouro Timothy Geithner. São reuniões, portanto, realizados nos níveis mais elevados, que foram combinados pelos presidentes Barack Obama e Hu Jintao para serem realizadas regularmente, a fim de evitar conflitos desnecessários e aprofundar as consultas recíprocas e antecipadas.

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O Crescimento Chinês e Suas Dificuldades

5 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo de Nicholas D. Kristof, do The New York Times, foi reproduzido hoje no O Estado de S.Paulo, ele que morou na China nos anos 80 e 90. Kristof se reporta a uma viagem recente à China, constatando o surpreendente desenvolvimento e melhoria de vida de muitos dos seus antigos amigos, mas refere-se à brutal desigualdade na distribuição de renda, repressão aos dissidentes e potenciais dificuldades com os Estados Unidos.

Mas nota que existem contrastes como a significativa melhoria da expectativa de vida dos chineses, notadamente de Xangai, que já superou a dos Estados Unidos, ainda que 320 milhões de camponeses continuem sem um adequado abastecimento de água. A taxa de mortalidade infantil de 2,9 para cada mil habitantes em Xangai é bem inferior a 5,3 de Nova York. A educação infantil das crianças chinesas está entre as melhores do mundo, como apontada por uma pesquisa que abrangeu 65 nações.

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Cidade de Xangai, uma metrópole em acelerado desenvolvimento

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Multiplicação de Cursos MBAs e a Demanda de Pós-Graduados

3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo da Samantha Pearson foi publicado no Financial Times discutindo a multiplicação de cursos, principalmente de MBAs, no Brasil, tanto para atender estudantes brasileiros como os provenientes do exterior, bem como noticiando sobre os estudantes brasileiros que vão fazer estes cursos no exterior. Tudo indica que o interesse pela economia brasileira e suas empresas está aumentando no exterior, considerando as potencialidades do Brasil como país emergente, que exige recursos humanos de qualidade de forma crescente, treinados em seus ambientes culturais, que diferem de país para país. Uma grande diferença apontada é a quantidade de cursos de tempo parcial no Brasil, com menor duração e carga horária.

No exterior, notadamente nos Estados Unidos e na Europa, estes cursos são o mínimo exigido para os candidatos aos cargos executivos nas empresas, e o artigo observa que os graduados nos cursos superiores do Brasil (chamados pelos norte-americanos de undergratuated) já começam suas carreiras, utilizando os MBAs como um aperfeiçoamento, feitos fora dos experientes normais dos seus empregos. Na realidade, no Brasil existem diversos tipos de MBAs, dos mais complexos, inclusive os ministrados em inglês e com convênios com consagradas universidades no exterior, até os mais simples.

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Trens Rápidos Com Problemas na China

26 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , , | 12 Comentários »

 

Por: Paulo Yokota Seção: Economia e Política Tags:

São muitas as notícias, inclusive da China, informando que existem problemas na execução do grande programa de trens rápidos por todo o país. The Washington Post informa que Liu Zhuijun, que era o ministro das ferrovias e está sendo investigado, tinha um projeto de US$ 300 bilhões que está sendo revisto, tanto em termos de velocidade que está sendo reduzida, como pelos elevados prejuízos por falta de passageiros dispostos a pagar as tarifas necessárias. O ambicioso projeto chinês visava demonstrar a tecnologia alcançada pelos chineses para competir nos mercados internacionais, inclusive nos Estados Unidos. Ainda que seus custos sejam menores que os de outros fornecedores, muitas desapropriações foram necessárias, que costumam custar mais em outros países.

Os trens rápidos são projetos capital intensivos e há necessidade de uma demanda substancial, atendendo massas concentradas de passageiros de alto poder aquisitivo, que utilizam tais sistemas de forma frequente.

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Ponto de Inflexão no Japão

18 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , , | 8 Comentários »

Todos concordam que o desastre natural do último dia 11 de março no Japão deve provocar significativas mudanças naquele país, assuntos que estão sendo estudados por importantes analistas políticos. A revista Foreign Affairs é considerada das mais prestigiosas no mundo no campo da geopolítica, e um artigo de Michael J. Green, com o título “Tokyo’s Turning Point” (Ponto de inflexão de Tóquio), expressa alguns pontos de vista que devem ser considerados. O primeiro que já vem sendo expresso por este site reconhece a fragilidade humana diante da força da natureza, mesmo num país considerado dos mais preparados para os desastres naturais.

O artigo reconhece a população japonesa é relativamente idosa, que foi mais vitimada, e a política japonesa está instável com seis primeiros-ministros nos últimos cinco anos, que o Japão depende da energia nuclear não contando com outras fontes e o débito publico japonês é elevado. Mas o desastre revelou o vigor da economia japonesa e o caráter nacional como o seu estoicismo, levando muitos a reconhecerem que o país reconstruído voltará a dar a sua contribuição internacional, fortalecendo algumas de suas relações externas, como a aliança com os Estados Unidos.

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Takeaki Matsumoto e Hilary Clinton

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