Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reflexões Sobre o Passado Pensando no Futuro

13 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, webtown | Tags: , , ,

Alguns eventos que acontecem no presente nos levam a reflexões do que foi feito no passado, pensando no que poderá ocorrer no futuro. Vai se realizar nos próximos dias 9 e 10 de agosto em Salvador, Bahia, a XIV reunião do Comitê Empresarial Brasil-Japão, que passou a ter o nome em português de Comitê de Cooperação Econômica entre os dois países, mas em inglês utiliza-se o “Joint Economic Committee Meeting” (cooperation em inglês carrega a noção de uma ajuda do mais para o menos desenvolvido, que não é o caso e não tem a mesma conotação em português). Ajudamos a organizar este mecanismo de entendimento bilateral e participamos em 1974 da sua primeira reunião. O Keidanren, como se chamava simplificadamente na época a cúpula da organização econômica privada japonesa, era a porta de entrada do Brasil no Japão, que era uma poderosa organização que ajudou a viabilizar os “projetos nacionais” com o Brasil, como os Corredores de Exportação, Sistema Logístico que viabilizava colocar os minérios brasileiros nas siderurgias japonesas tanto pelo porto de Tubarão como depois de Carajás, pelo porto de Itaqui, ou o projeto de Desenvolvimento dos Cerrados, bem como outros projetos de vulto com a Siderúrgica de Tubarão. Os tempos mudaram muito.

Como não havia uma organização similar no Brasil, a parte brasileira ficou com a coordenação da CNI – Confederação Nacional da Indústria, com as limitações de ser uma das entidades de cúpula do sistema sindical patronal setorial no Brasil, quando o Keidanren reúne também as tradings e os bancos. Se do lado japonês contava-se com um verdadeiro think tank japonês preocupado com o aumento do intercâmbio com os brasileiros, o mesmo não ocorria neste lado com uma entidade que pudesse fazer um legítimo lobby a favor do Japão, apesar de todos os esforços desenvolvidos por décadas.

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Atrativos Turísticos da China

12 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Turismo, webtown | Tags: , , ,

Ao mesmo tempo em que uma enxurrada de turistas chineses se dirige para o exterior, nota-se um esforço das autoridades da China promovendo suas atrações para um mundo ávido em conhecer melhor aquele país. Os jornais, como o The New York Times, publicam variados atrativos daquele país, desde os mais suntuosos, como os que podem ser encontrados nos becos que ainda existem em Beijing, como em qualquer grande cidade, que permitem um turismo barato.

Num artigo do Michael Wines, ele se refere a suntuosas construções numa pequena vila de Huaxi, com cerca de 2.000 habitantes a cerca de duas horas de carro de Xangai, no Nordeste daquele país.

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No andar tèrreo do New Village in the Sky, uma sala de concerto de grande luxo para acomodar 1.600 espectadores, parecendo inspirado em Dubai, em fase final de acabamento.

Eles construíram um enorme edifício de 74 andares que ninguém entende, parecendo uma utopia do tempo de Mao, mais alto que o prédio da Chrysler em Manhattan. Terá um hotel 5 estrelas, um shopping center e o maior restaurante giratório da Ásia.

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A localização da vila de Huaxi está nos mapas acimas

A vila já é visitada por 2 milhões de turistas anualmente, para ver a maravilha construída. Está criando emprego e provocando um impacto positivo no seu desenvolvimento. Cercado de uma pequena siderúrgica, uma fabrica têxtil e complexos de produções agrícolas com vinil houses, é um oásis de prosperidade. Aproveitando o capitalismo chinês, transformaram uma área quase rural num próspero reduto de turismo e centro de compras. Eles proporcionam um voo gratuito de helicóptero, andam em carros de luxo, usufruindo o melhor do que se dispõe nos países desenvolvidos. Moram em casas amplas, contam com boas assistências médicas, boas escolas e até férias anuais pagas pelas autoridades locais. Um verdadeiro milagre.

Até apresentam aos turistas uma pequena ópera relatando as maravilhas de um socialismo, que os permitiu chegar onde estão, afirmando que até os americanos sonham com suas realizações. Tudo é administrado por uma companhia, a Jiangsu Huaxi Group Corporation, que conta com os habitantes da vila como acionistas e já possuem 57 subsidiárias, além de outras sete holdings. Estão interessados em produtos de alumínio, medicina tradicional, roupas de poliéster e até investimentos imobiliários. Quem forneceu as informações para o repórter era formado na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e estudou os modelos de negócios da General Eletric. Os dados não foram possíveis de serem conferidos, pois não existem auditorias externas para estas empresas.

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O edifício que inclui o hotel cinco estrelas e o restaurante giratório, símbolo de Huaxi

Numa outra matéria escrita por Collen Kinder, também do The New York Times, republicada pelo O Estado de S.Paulo no seu caderno de turismo, informa-se sobre os becos renovados de Pequim, onde podem se efetuar refeições ligeiras acompanhadas de bebidas locais, de baixíssimo custo. Estão muito frequentados por turistas, ficando perto do Templo Lama, também conhecido como Yonghe.

Seria uma espécie de Vila Madalena em São Paulo ou SOHO em Nova Iorque, onde bares e restaurantes podem ser complementados por compras, relaxamento e lembranças de baixo custo, mas autênticos, por turistas que não desejam gastar muito.

Quem conhece pessoalmente a China sabe que esta variedade de atrações turísticas é real, dispondo de alternativas para todos os bolsos, sempre mostrando alguns aspectos ainda pouco conhecidos da vida dos chineses, que vale a pena conhecer.


Governo Brasileiro Anuncia Política Industrial

12 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

Todos se mostram preocupados, pois a indústria brasileira tinha atingido uma complexidade bastante grande, com uma sofisticação elevada em relação ao nível de renda do Brasil, e vinha exportando razoavelmente. Agora, ela vem sofrendo uma retração importante, principalmente com a atual taxa de câmbio. Existem outras limitações, como os juros elevados, os tributos pesados, a infraestrutura deficiente e todo o conjunto de fatores que se convencionou chamar de “custo Brasil”, mas é o câmbio que não permite a indústria local competir com os produtos importados, afetando-a de forma decisiva. Isto reduz o emprego, o que preocupa profundamente tanto a população como as autoridades.

As tendências dos juros não podem ser alteradas bruscamente, cujos diferenciais com as do exterior determinam um forte influxo de recursos financeiros, que acabam valorizando o câmbio, afetando todas as atividades econômicas. O governo se vê obrigado a instituir uma política industrial para tentar reverter a apresente situação, mesmo que seja de alcance mais limitado e os resultados possam ser colhidos num prazo mais longo. O jornal Valor Econômico anuncia uma nova política industrial num artigo elaborado pela competente Claudia Safatle, dando algumas indicações gerais do que seria um pacote, com o possível nome de “Brasil Maior”. A mesma notícia com menos indicações estão em outros jornais.

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Presidente Dilma Rousseff

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Reflexos do Comportamento da Economia Brasileira

11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Os dados expressivos coletados pelo Jornal Valor Econômico referem-se ao que passou no começo deste ano, mas os sentimentos atuais percebíveis e as perspectivas que se formam sobre o futuro acabam formando um quadro que, no mínimo, exigem medidas corretivas das autoridades. No artigo de Sérgio Lanucci, utilizando informações sobre os investimentos estrangeiros diretos do Banco Central nos quatro primeiros meses deste ano, fica nítido que os dirigidos para a indústria e mesmo para as atividades primárias estão se reduzindo ou estagnados, enquanto crescem somente na área dos serviços. Parte disto decorre do que consta de outro artigo de Denise Neumann, no mesmo jornal, sobre o crescente déficit comercial externos das indústrias, principalmente nos setores de alta tecnologia.

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Gráficos publicados pelo Jornal Valor Econômico

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Limitações de Energia Elétrica no Japão Afetam Economia

11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , , | 4 Comentários »

O jornal econômico japonês Nikkei publicou um artigo hoje informando que o racionamento da energia somado aos problemas do yen caro e as elevados impostos aumentam as ansiedades das empresas no Japão. A atual política energética do governo afeta as perspectivas das empresas. A empresa chinesa ZTE informou aos fornecedores japoneses a necessidade de transferirem suas unidades produtoras para outros países ou terão que substituir seus fornecedores para outros asiáticos.

Entidades japonesas começam a alertar sobre os problemas que estão se acumulando, aumentando as pressões sobre as empresas produtoras japonesas. Fornecedores importantes de componentes de circuitos para celulares inteligentes, o de materiais para painéis LCD, começam a ser afetados.

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Usinas nucleares de Genkai e Hamaoka

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Convivência Militar Norte Americana e Chinesa

11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

 

Com a ascensão militar chinesa e o aumento de sua importância econômica e política no mundo, todos se preocupam com a polarização que ocorreu com a Guerra Fria, tendo de um lado o bloco dos Estados Unidos e de outro a União Soviética e seus aliados. Os americanos, ainda que estejam reduzindo a sua importância em todo o mundo, continuam sendo a potência mais relevante e devem fazer os esforços para uma convivência adequada com os chineses, principalmente quando ocorrem atritos isolados no Pacífico e no Índico, mas mantendo suas pressões.

O jornal norte-americano The New York Times, de importância mundial, anunciou ontem, num artigo de Michael Wines, que o almirante Mike Mullen, Chairman do Joint Chiefs of Staff, organismo que reúne os comandantes das forças terrestres, aéreas e marítimas dos Estados Unidos, o militar de maior importância no país, visitará a China e suas instalações militares, como fez recentemente o General Chen Bingde, seu correspondente no Exército de Libertação da China.

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Almirante Mike Mullen e o general Chen Bingde,

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Recentes Interesses Japoneses no Brasil

11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

As dificuldades com os mercados internos em muitos países como o Japão estão obrigando suas empresas a procurarem oportunidades de negócios no exterior, notadamente em países que apresentam um crescimento substancial na sua economia, como os emergentes tipos China, Índia, Brasil e outros países do Sudeste Asiático. Muitas missões empresariais japonesas procuram o Brasil e as empresas já aqui instaladas buscam ampliar as suas atividades. Discussões sobre estes temas ocorrem em diversos fóruns, entre eles o de economia e negócios Brasil-Japão estimulado pelo ex-ministro Shigeaki Ueki, que vem reunindo regularmente os presidentes locais de dezenas de empresas japonesas. Anuncia-se a próxima reunião do Comitê Empresarial Brasil – Japão da CNI e do Nippon Keidanren no início de agosto próximo em Salvador, Bahia, com a vinda de mais de 120 empresários japoneses.

Observa-se o cuidado com que agem os japoneses, pois já passaram por um período que se chamou “Brasil boom” quando centenas destas empresas aqui se instalaram, mas muitas não foram bem-sucedidas diante de uma ampla variedade de problemas. Parece que algumas destas limitações continuam persistindo, ainda que o mundo tenha acelerado o seu processo de globalização, e as empresas japonesas tenham acumulado experiências em muitos países no exterior, inclusive nos emergentes. Os interesses dos brasileiros nas empresas japonesas são limitados, pois existem outras ofertas asiáticas mais agressivas, ainda que suas imagens se mantenham boas.

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O Mundo em Tempos de Escassez de Energia

11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , , ,

Procura-se economizar o consumo de energia elétrica em todo o mundo, não só no Japão, o que acaba afetando a produção, introduzindo novos hábitos nos consumidores. Os japoneses, informam os noticiários, já consomem automóveis de menor porte, como o Fit, da Honda, que ultrapassou a venda do Corolla, da Toyota, além de todos os inconvenientes provocados pelo racionamento no uso da energia, em que todos estão colaborando, mesmo com sacrifícios. Também na Europa, ainda que os aparelhos de ar condicionado sejam utilizados, estabelecem-se limites para a redução da temperatura, e mesmo em locais de luxo sente-se calor. As demandas de bicicletas, motos e pequenos carros de todas as procedências aumentam substancialmente. Os restaurantes, até de luxo, introduzem “pacotes” para a escolha de uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, com preços mais baixos que os brasileiros, em parte como decorrência do câmbio. Somente os turistas chineses e brasileiros continuam comprando produtos com grifes, cuja bolha deve se esgotar.

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Trânsito em Roma e em Paris: carros pequenos nas ruas

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Turistas brasileiros e chineses na Europa

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China Comentada por Henry Kissinger

7 de julho de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Livros e Filmes | Tags: , , , | 4 Comentários »

Ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1973 e laureado recentemente pela Ásia Society, em Washington, Henry Kissinger esteve em Beijing em fins de junho. Como convidado do Instituto de Assuntos Estrangeiros da China, participou de vários encontros públicos e privados comemorativos por seus trabalhos pela aproximação entre o Ocidente e a Ásia ao longo de 40 anos. Kissinger falou também sobre o lançamento do seu mais recente livro, On China.

O livro nos dá criteriosos e detalhados pareceres sobre as relações sino-americanos durante os anos em que Kissinger serviu como conselheiro político, formal ou informal, para todos os presidentes americanos, desde Kennedy e Johnson, e se encontrando com quatro gerações de líderes chineses: Mao Zedong, Zhou Enlai, Deng Xiaoping e Jiang Zemin. Kissinger, que era conselheiro para Assuntos de Segurança Nacional do presidente Richard Nixon, e mais tarde seu secretário de Estado, reconta os momentos memoráveis das 48 horas que ele passou em Beijing em julho de 1971, durante a sua secreta missão para quebrar o gelo nas relações China-EUA, e que culminaria com a histórica visita de Nixon à China em fevereiro de 1972.

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Nippon Steel Acelera a Produção de Titânio

6 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

O jornal econômico japonês Nikkei noticiou que a Nippon Steel, numa colaboração com a Toho Titanium, desenvolveu uma nova tecnologia que encurta o prazo para a produção de chapas de titânio em cerca de 20%. Os especialistas sabem que estes titânios estão com seus consumos em crescimento, dada a facilidade de produção de muitas peças, até as de grande porte, que são utilizadas na indústria aeronáutica, substituindo grande número de outras, reduzindo os custos de produtos de alta tecnologia. São produtos leves e resistentes, devendo ser utilizados num grande número de outros produtos.

O artigo do Nikkei destaca a sua utilização em componentes de automóveis e nas usinas de dessalinização de águas marítimas para os tornarem consumíveis pela população, onde ela é escassa. O novo processo, segundo os produtores, economiza uma fase da produção, pois permite a sua utilização direta na produção de peças.

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A nova tecnologia pula etapas da produção de placas de titânio.

Ainda que nem todas as possibilidades de utilização possam estar claras, estes produtos são estratégicos para as explorações em altas profundidades, no mar, em projetos como o do pré-sal ou para a exploração das reservas de metais raros no Pacífico localizado pelos japoneses.

O fato concreto é que estas descobertas tecnológicas se somam a muitas outras que vão tornando muitas indústrias competitivas, com novos materiais empregados na produção de componentes importantes para diversos setores industriais. Os desafios que estão se apresentando com novos projetos em condições de atuação adversa, como no caso do pré-sal e dos metais raros, indicam que o conjunto de desenvolvimentos tecnológicos vai tornando estas atividades mais viáveis, contribuindo para resolver problemas complexos.