Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Indústria Naval Brasileira

16 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , ,

O jornal Valor Econômico acaba de divulgar o seu Valor Setorial cobrindo o panorama atual da Indústria Naval no Brasil, que passa por um momento de grandes investimentos. Ainda que este estudo seja tardio, ele é útil, mas poderia cobrir em sua análise um período mais longo, pois se trata de um setor onde os investimentos são de longa maturação. A evolução dos últimos 10 anos mostra a expansão do número de empregados, mas se for tomado um período mais longo, pode-se lamentar que este nível já tinha sido atingido há décadas, e se trata somente de uma tardia recuperação.

O Brasil já contou com a maior indústria de construção naval do mundo, no início da década dos anos 80 do século passado, lançando mais navios que o Japão e a Coreia, cerca de um milhão de DWT anuais, tendo uma capacidade nominal para o seu dobro. Estamos hoje defasados tecnologicamente e para a exploração do pré-sal necessitamos aumentar o percentual de importação, pois esta atual indústria naval não tem condições ainda de sequer montar as nossas necessidades atuais, importando tudo que é relevante nestas embarcações. Um pouco mais de espírito crítico ajudaria a proporcionar um quadro mais realístico da nossa situação.

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Consumo dos Idosos no Japão

15 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

São frequentes as informações de que a idade média dos japoneses continua se elevando, tendência que deverá ser seguida, com defasagens variadas, pelos demais países. O que lá acontece poderá se observar em outras economias, com pequenas variações, pois as tendências demográficas apresentam uma razoável estabilidade.

O jornal econômico japonês Nikkei informa que o grupo dos consumidores de mais de 60 anos constitui-se hoje no mais importante que ajuda a sustentar a economia. Eles procuram novas atividades e manter a sua qualidade de vida. Muitos produtores estão desenvolvendo modelos específicos para atender a suas necessidades. A Fujitsu, por exemplo, desenvolveu um telefone celular com teclados maiores e outras especificações voltadas para este segmento dos consumidores, vendendo de 2 a 2,5 milhões destes modelos anualmente.

idosos

Consumidora da terceira idade experimenta o celular da Fujitsu em uma loja do Japão

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Aquisições Chinesas de Empresas Japonesas

15 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: ,

Um fenômeno que surpreende muitos observadores está ocorrendo na Ásia. Empresas japonesas que entraram em dificuldades, com a queda da demanda na recente crise econômica que afetou muitos mercados, estão passando a contar com participações ou aquisições efetuadas por grupos chineses. O objetivo destas aquisições e participações é obter tecnologias, bem como aproveitar as marcas que os japoneses conseguiram no mercado.

As empresas que entraram em processo de concordata são os alvos principais, que podem ser feitos pelos fundos que os chineses dispõem, como a da conhecida Citic, que já possuem empresas de “merger and acquisition”, ou fusões e incorporações no Japão, com funcionários japoneses.

empresas

Qiu Yafu, da Shandong Ruyi, e Minoru Kitabake, da Renown

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Japão Visto Através da Cozinha

15 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: , ,

Num evento patrocinado pelo Consulado Geral do Japão em São Paulo foram distribuídos exemplares da revista Nippon, em inglês, com a devida tradução para o português, que contém uma série de artigos muito interessantes sobre a culinária usual dos japoneses. Começa com uma que se refere ao Japão visto através da cozinha, cobrindo três residências, desde uma mais sofisticada para os padrões usuais do Japão até um em que um jovem empregado em uma empresa prepara os seus “bentôs”, uma espécie de almoço numa caixa.

O interessante é que isto cobre o Japão atual, desde as cerâmicas e porcelanas utilizadas, bem como as facilidades dos seus armazenamentos, onde o espaço disponível nas residências costuma ser pequeno, mas bem aproveitado. A funcionalidade destas cozinhas é uma marca, para proporcionar eficiência onde não se pode contar com a ajuda de empregadas como em algumas sociedades emergentes.

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Medicina e Gastronomia na China

13 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: , ,

Uma interessantíssima matéria acaba de ser publicada no China Daily sobre os alimentos medicinais e cuidados a serem tomados no seu uso. Naquele país, é tradicional o uso de ervas medicinal na culinária, mas o seu abuso pode provocar efeitos indesejáveis, sugerindo-se que os restaurantes especializados nestes alimentos utilizem profissionais médicos ou chefs com elevada experiência. Existem os que são considerados fortes nos seus efeitos medicinais.

Costuma-se utilizar na China muitas tâmaras (dates) vermelhas tradicionalmente. Bem como uma tigela de sopa com cordeiro aquecido com gengibre e angélica chinesa, durante o outono e inverno para evitar os cansaços, o que já é considerado clássico. O cordeiro, como o gengibre, ajuda a aquecer o corpo, estimulando a circulação sanguínea, provocando a transpiração. Esta sopa já é utilizada há cerca de 1.800 anos e continua sendo prescrito para idosos e mulheres após o parto.

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O Câmbio Japonês e Suas Consequências

13 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , | 1 Comentário »

Com a extrema valorização do yen, a moeda japonesa, segundo um importante editorial do jornal econômico Nikkei, a economia japonesa corre o risco de entrar em colapso. Os norte-americanos e os europeus adotam posição para desvalorizar as suas moedas, e como muitas moedas no mundo, inclusive o yuan chinês que fica, praticamente, vinculado ao dólar, poucas moedas acabam se valorizando, inclusive o real brasileiro.

Se isto facilita as exportações dos países que desvalorizam as suas moedas, provoca efeito contrário nos países que ficam imobilizados, como o Japão e o Brasil. Suas moedas ficam valorizadas, facilitando suas importações. Como consequência, o emprego e o crescimento destas poucas economias ficam prejudicados, num cenário internacional cada vez mais recessivo.

No caso brasileiro, ainda sua economia continua se sustentando, com o brutal crescimento da produtividade do seu setor agropecuário, mantendo-se razoavelmente competitivo. Mas a sua indústria acaba sendo prejudicada, ao mesmo que o turismo para o exterior cresce de forma significativa. As melhorias que deveriam ocorrer no setor rural acabam sendo transferidas para o exterior.

Na economia japonesa, que tem um nível de renda e de patrimônio mais elevados, há uma relativa estagnação, com muitas de suas empresas transferindo parte de sua atividade produtiva para países asiáticos que continuam competitivos, principalmente porque os salários pagos aos seus trabalhadores ainda são relativamente modestos.

Como o quadro geral é de aumento do desemprego, com os consumidores mais arredios, acaba ocorrendo uma deflação, ou seja, um processo continuo de queda de preços. Ao mesmo tempo em que há uma tendência recessiva.

Do ponto de vista de política econômica, este quadro é mais difícil de ser modificado, principalmente quando a maioria dos países está com uma dívida pública elevada, como consequência da política antirrecessiva que veio sendo adotada nos últimos anos.

Ou seja, não se podem aumentar os gastos públicos num tipo de política pós-keynesiana para estimular o consumo visando estimular a produção. Todo o quadro se torna mais complexo, pois psicologicamente os consumidores tendem a retrair, aumentando suas poupanças.

Como os juros pagos nos países que desvalorizam suas moedas são baixos, há uma tendência de aumento das aplicações financeiras nas economias que praticam juros mais elevados, como o Brasil, agravando ainda mais os problemas cambiais. Estes recursos são perigosos, pois se concentram em aplicações de curto prazo, ficando arredios para qualquer mudança do quadro, introduzindo uma instabilidade prejudicial a todos.

Os riscos acabam ficando mais elevados, mas o sistema bancário mundial resiste às tendências de regulamentações mais rígidas que evitem movimentos especulativos. Eles continuam usufruindo lucros, tanto com o aumento dos fluxos quanto dos riscos, que sempre provocam aumento dos custos dos financiamentos, para proporcionarem margens para eventuais perdas.

Chega a ser uma situação que um novo entendimento se torna indispensável entre os países e autoridades, não dos países economicamente poderosos, como também os emergentes, sem o que todos acabam sendo prejudicados.


Atual Posição Japonesa no Trem Rápido Brasileiro

12 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: ,

Os debates da campanha eleitoral expressam a posição oficial da viabilidade do projeto do trem rápido entre São Paulo e o Rio de Janeiro, enquanto a principal candidatura oposicionista coloca que os mesmos recursos poderiam ser utilizados nos investimentos relacionados às expansões dos sistemas metropolitanos das principais metrópoles brasileiras. Entre os potenciais concorrentes, os japoneses expressam, num artigo publicado no jornal Nikkei, as considerações, as questões que estão colocadas.

Os japoneses, que detalharam os seus estudos e solicitaram esclarecimentos adicionais aos termos da concorrência, entendem que as especificações técnicas tendem a seguir as da UIC – International Union of Railways, que divergem das utilizadas no Japão. Elas tendem a beneficiar os projetos que utilizam as da Alstom of France, que tanto atendem as francesas como as coreanas, consideradas nos bastidores estas últimas como as favoritas.

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Registros de Patentes na China e na Índia

11 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , | 6 Comentários »

O jornal econômico japonês Nikkei registra o aumento significativo de patentes chinesas, prevendo a possibilidade de o Japão ser ultrapassado no futuro próximo. Em 2008, as empresas chinesas já registravam na China e no exterior mais de 200.000 patentes. Os japoneses registraram mais de 500.000 naquele ano, enquanto os Estados Unidos pouco menos do que 400.000 patentes. O governo chinês está estimulando suas empresas para tais iniciativas, concedendo algumas vantagens para aqueles que possuem um limite de patentes. Os fundos de pesquisa também alocam recursos nas instituições que têm possibilidade de conseguir tais patentes.

Ainda que a Índia acompanhe esta tendência, tendo apresentado um crescimento robusto, o número dos seus registros ainda não chega a 5.000 anuais. Os cientistas chineses, no mesmo ano de 2008, conseguiram publicar mais de 100.000 artigos em revistas reconhecidas como de elevada importância científica. Tudo, segundo o jornal Nikkei, considerado idôneo nos meios empresariais.

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Mirando o Futuro

11 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

No atual mundo globalizado, não parece conveniente ficar somente nos comentários sobre alguns assuntos específicos, mas considerar o conjunto das informações que chegam a todos os analistas. Noticia-se que o intercâmbio bilateral do Brasil com a China cresceu e que já estamos entre os dez primeiros parceiros comerciais, com o aumento brasileiro do fornecimento de petróleo e minérios. Certamente, a Petrobrás e a Vale têm um papel importante nesta performance. Isto é encarado por muitos como se fosse uma notícia alvissareira, quando na realidade somos concorrentes em uma série de produtos que utilizam estas matérias-primas nas fases seguintes.

 Mapa do Brasil_jpg

Ao lado desta, veicula-se outra notícia extremamente positiva, pois uma empresa brasileira, a Braskem, do grupo Odebrecht, consolida-se como a líder mundial no fornecimento de plásticos biodegradáveis, assunto sobre a qual trocamos ideias com seus dirigentes há algumas décadas. Utiliza o etanol como matéria-prima básica, mas já se cogita de outras fontes sustentáveis, com produções em outras partes do mundo. O lixo é um grave problema mundial.

Ora, todos sentem as dificuldades por que passa a economia mundial, com os países desenvolvidos enfrentando problemas, e os emergentes tendo que desacelerar um pouco o seu crescimento. Uma nova crise indesejável ameaça o sistema financeiro de todo o mundo, com nova disseminação das incertezas e a redução da confiança, que inibe qualquer investidor. Ao lado da resistência das instituições financeiras por uma regulamentação razoável para minimizar os riscos.

Algumas matérias-primas, inclusive agropecuárias que são importantes para o Brasil, já acusam os primeiros sinais de reversão das tendências de alta dos preços. Mas os que pensam em tecnologia precisam ter seus horizontes de prazo mais longo, como também em todos os setores básicos da economia.

É claro que as economias emergentes continuarão a crescer, mesmo com as atenções aos problemas do meio ambiente, bem como melhoria do nível de bem-estar dos assalariados. Mas não se pode esperar um crescimento contínuo, a elevadas taxas, e sim algumas flutuações naturais nos fenômenos econômicos.

Torna-se mais relevante a escolha de alguns setores onde os investimentos devem ser concentrados, por apresentarem melhores condições de concorrência internacional. É evidente que aos preços atuais, novas fontes de matérias-primas e energias serão estimuladas, aumentando a competição onde o Brasil já dispõe de tecnologia, mas que deverá continuar a evoluir.

Agregar valor ao que exportamos é um imperativo, e nem sempre o mercado é eficiente nas alocações de recursos em setores de longa maturação. Há que se contar com um mínimo de planejamento, com o Estado indutor desempenhando um papel estratégico, principalmente na geração de tecnologia de ponta.

O Brasil já comprovou que tem competência para tanto, mas é preciso que haja uma diretriz clara de política industrial para as pesquisas, formação de recursos humanos estratégicos, tributações e financiamentos adequados. Como de infraestrutura indispensável para viabilizar a competitividade internacional, fugindo da mera concepção financeira de resultados mais imediatos.

Se nós pretendemos consolidar o Brasil como uma economia desenvolvida digna deste nome, precisamos que as diretrizes para tanto fiquem claras, inclusive para provocar a galvanização de toda a sociedade num projeto razoavelmente consensual. Parece insuficiente que fiquemos nos gabando que dispomos de recursos naturais, e precisamos nos acostumar a pensar nas dimensões deste país, pois o que estamos fazendo parece que vai nos deixar distantes dos asiáticos, que estão pensando grande e a prazo mais longo.


Máquinas de Venda da Última Geração

11 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , ,

Com os elevados custos da mão de obra, nos países desenvolvidos o uso de máquinas de vendas prolifera em todas as localidades. O jornal Nikkei noticia o lançamento da última geração destas máquinas que facilitam a aquisição de produtos por idosos. Podem ser utilizadas com dinheiro ou cartão de crédito, e as informações são fornecidas pelo toque nas telas.

Informações, por exemplo, sobre as bebidas são fornecidas antes que sejam optadas, com toques nas telas. Estes equipamentos foram desenvolvidos em conjunto pelas empresas JR East Water Business, Omron e Fuji Eletric Retail e já estão funcionando na estação de Shinagawa, na rede ferroviária leste do Japão. As informações são transmitidas por um sistema sem fio, e fornecem dados sobre ofertas temporárias, como chás frios durante o verão que está terrível no Japão.

Máquina automática de venda

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