Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Inovações Japonesas no Combate ao Câncer

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , , ,

As lamentáveis radiações atômicas sofridas pelos japoneses em Hiroshima e Nakasaki, devido aos bombardeios atômicos, ou na região de Fukushima com o vazamento de sua usina atômica diante dos desastres naturais, acabam provocando esforços para avanços substanciais na medicina para o tratamento dos seus efeitos. Hiroshima tornou-se o centro mundial para o desenvolvimento de tecnologias para os tratamentos dos problemas de pele que chegam hoje até os cosméticos. No caso de Fukushima, anuncia-se que o Southem Tohoku General Hospital, que dista somente 60 quilômetros da usina danificada, torna-se o primeiro hospital no mundo a tratar os pacientes de câncer usando o chamado boron-neutron capture therapy (BNCT), um inovador tipo de terapia por radiação, segundo artigo publicado no site do jornal econômico Nikkei. Este hospital é tradicional no tratamento do câncer.

O hospital terá as facilidades no estado de arte para radioterapia, que não exige reator nuclear. O equipamento foi desenvolvido pela Universidade de Kyoto e a Sumitomo Heavy Industries, que esperam exportá-lo. Espera-se que o hospital ajudará a reconstruir Fukushima, que ainda sofre muito com os rumores das contaminações radioativas com os desastres de dois anos atrás.

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Southem Tohoku General Hospital em Koriyama

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Pioneiros Economistas Preocupados Com o Meio Ambiente

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Houve um período na história da FEA-USP – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que o intercâmbio com o exterior e a vinda de importantes professores já consagrados mundialmente eram mais intensivos. O reconhecido professor Nicholas Georgescu-Roegen esteve por alguns anos como visitante dando suas lições e ajudou a ampliar as possibilidades de formados na Faculdade poderem obter mestrados e doutorados em consagradas universidades no exterior. No próximo dia 20 de março, haverá um lançamento do seu livro, em português, com a participação do professor Delfim Netto que foi diversas vezes ministro e conviveu com ele, e Ibrahim Eris, que foi presidente do Banco Central do Brasil, que foi orientado pelo professor na Universidade de Vanderbilt, conforme nota postada no site da Amália Safatle.

Além do seu profundo conhecimento de ciência econômica, raro no Brasil da época, Georgescu-Roegen publicou o seu livro “The Entropy Law and the Economic Process” pela prestigiosa Cambridge University Press, em 1971, possivelmente um dos primeiros dos economistas de primeira linha que se preocupavam com o meio ambiente, como destaca José Eli da Veiga, ex-professor na FEA-USP no prefácio do livro na versão brasileira. Ele cruzava o conhecimento econômico com o da Física e da Biologia, bem como História e outras ciências sociais, demonstrando uma formação universal, como era mais frequente na Europa daquele período, prejudicado pela excessiva departamentalização do conhecimento que ocorreu nos Estados Unidos.

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Diversificação do Uso do Etanol nos Veículos

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Um amplo artigo publicado por Fabiana Batista e Bettina Barros no Valor Econômico informa a diversificação que está ocorrendo no Brasil com o etanol que começou sendo utilizado nos automóveis populares e caminham para outros veículos poluentes. Os aviões agrícolas já utilizam o etanol há alguns anos, as motos e os caminhões passam agora por uma fase da expansão do seu uso. Na realidade, todos estes veículos são importantes poluidores do meio ambiente, tanto de monóxido de carbono e material particulado como dióxido de enxofre.

O Brasil foi pioneiro no uso intensivo de etanol, puro ou misturado à gasolina. A partir de 2003, com a contribuição da Bosch, desenvolveu-se a tecnologia flex que permite o uso alternativo da gasolina ou do etanol nos motores, dependendo dos preços dos combustíveis, considerando as diferenças de potência deles. O mundo passou a utilizar os chamados híbridos, principalmente de gasolina e energia elétrica. Mas também o diesel vem sendo substituído por combustíveis não poluentes.

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Frotas de caminhões e motos flex vêm aumentando

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Nova Comprovação do Comércio nos Mesmos Setores

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Muitos analistas tradicionais ainda entendem que o intercâmbio bilateral entre dois países ocorre quando existem, por exemplo, complementaridades, com riqueza de matérias-primas em um deles e produtos industrializados em outros. Na realidade, muito do comércio internacional efetua-se intraempresas neste mundo globalizado, onde partes ou alguns modelos são produzidos em determinados países, intercambiando com outros produzidos em outros países. O mesmo parece acontecer com setores da economia, como indica um artigo publicado pelo The Economist sobre o que vem acontecendo entre os Estados Unidos e a China que são importantes parceiros comerciais, no segmento de energias renováveis.

A economia chinesa tem uma elevada capacidade de produzir grandes quantidades de produtos destinados à produção de energia solar, eólica e mesmo tecnologias avançadas para a produção e uso inteligente da energia, que acabam sendo exportados inclusive para os norte-americanos. Os Estados Unidos possuem tecnologias que estão embutidos em componentes avançados nos mesmos setores, que são exportados para a China para que sejam incluídos nos produtos que vão importar. Este tipo de intercâmbio comercial ocorre entre muitos países desenvolvidos com os emergentes que não se resumem na exportação de produtos primários, mas que já agregam valores adicionados utilizando estes produtos.

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Política Econômica Japonesa Segundo Martin Wolf

7 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

O editor e principal comentarista econômico do Financial Times teve seu artigo publicado em português no Valor Econômico enfocando principalmente a política que será adotada pelo Banco Central do Japão, o Bank of Japan. Ainda que seja um dos melhores analistas de questões econômicas, o seu artigo parece viesado pela sua posição num jornal de enfoque eminentemente financeiro. Ele informa que o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, objetiva conseguir passar da atual deflação para uma inflação de dois por cento ao ano. Para tanto, teria designado para o comando da política monetária Hakuhiko Kuroda, ex-vice-ministro de finanças para assuntos internacionais e ex-presidente do Asian Development Bank, um duro crítico da inércia da antiga política econômica japonesa, que será secundado pelos dois vice-presidentes no Bank of Japan, Kikuo Iwata e Hiroshi Nakaso. E o autor pergunta se isto vai funcionar?

Por tudo que se observa na nova política econômica japonesa, que está ficando conhecida no exterior como “Abeconomics”, não parece se concentrar num objetivo de inflação de dois por cento ao ano, ainda que a dívida pública japonesa, que já é das mais altas no mundo, continue crescendo. Na realidade, já está se conseguindo uma forte desvalorização do yen japonês perante as demais moedas, principalmente o dólar norte-americano, que já supera a vinte por cento desde a designação do novo governo japonês. Como existe uma credibilidade nas autoridades que se perseguirá a competitividade da economia japonesa no mundo, mesmo sem a atuação do Bank of Japan, já se conseguiu este que parece um dos objetivos mais importantes desta política.

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Shinzo Abe                                                    Hakuhiko Kuroda

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Grupos Japoneses Para Suporte à Agricultura Brasileira

7 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Ainda que seja tradicional o trabalho de acompanhamento das grandes plantações com informações colhidas pelos satélites, este projeto conjunto da Hitachi com a Mitsui, como apresentado no artigo de Gustavo Brigatto e Carlos Ferreira no Valor Econômico, parece apresentar importantes inovações para serem aplicadas por produtores que trabalham com mais de 10 mil hectares de plantações. Informam que as pesquisas iniciais estão sendo feitas no Brasil numa fazenda do grupo Mitsui na região do Xingu, no oeste baiano. Algumas informações colhidas pela Mitsui já vêm sendo utilizadas por alguns produtores brasileiros com sucesso, como as previsões de chuvas, que apresentam elevado acerto, com mínimos de dias de diferenças, importante para o inicio da semeadura.

Pelas informações constantes do artigo, esta tecnologia já vem sendo aplicada no norte do Japão para acompanhamento da produção de arroz e trigo, e os japoneses desejam aplicar a mesma adaptada às condições brasileiras brevemente, bem como em outros países emergentes importantes produtores de cereais. Os dados coletados pelos satélites exigem um mínimo de comprovação no campo, pois colorações diferentes captadas pelos satélites podem ter causas diferentes. Por exemplo, o início de uma praga na plantação de soja pode ser confundido com a maturação da planta, e a recomendação para os agricultores necessitam ser precisa, como a necessidade imediata de um tipo de pulverização.

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Frutas Tropicais Brasileiras

6 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Muitas são as publicações que estão chamando a atenção para o aproveitamento das frutas tropicais brasileiras, que são consideradas as mais saborosas do mundo. Contando com um clima tropical, desde as umidades da Amazônia como os mais secos do Nordeste ou do Centro-Oeste, com elevadas insolações, as frutas acabam ficando saborosas, quando comparados com concorrentes internacionais como do Sudeste Asiático, prejudicadas com as monções que provocam precipitações de chuvas abundantes. O suplemento semanal Comida da Folha de S.Paulo é um exemplo, que as denominam frutas anônimas, muito perecíveis, selvagens e pouco conhecidas mesmo no Sudeste do país.

As formas dos seus aproveitamentos na gastronomia vão desde os sorvetes, bolos até pratos sofisticados criados por muitos chefs brasileiros e internacionais que se encantm com os seus sabores que acabam dando toques diferenciados, além de permitirem apresentações primorosas. Somente alguns exemplos foram apresentados, mas as possibilidades são infinitas. O que restringe ainda o seu uso generalizado é o seu fornecimento regular, que quando industrializado acaba se alterando em suas qualidades.

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Pesquisas e Inovações nos Países Emergentes

6 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Todos os analistas reconhecem que as pesquisas e inovações são fundamentais para acelerarem o desenvolvimento econômico. E os dados coletados pela Thomson Reuters são os mais utilizados para medir o que está acontecendo. Um artigo elaborado por Rafael Garcia, publicado na Folha de S.Paulo, relata os esforços que estão sendo efetuados pelos países emergentes, agrupando o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a Coreia do Sul, que são heterogêneos entre si. Informa-se que quase chegam a alcançar em conjunto os G7 (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) em patentes, mas os dados mais utilizados são as referências constatadas nos artigos científicos das principais revistas do mundo, que são poucas como o Science e Nature.

O artigo informa que a produção científica brasileira aumentou, mas o país ainda registra menos inovação do que outros emergentes. O que realmente interessa para o desenvolvimento são as patentes que permitem a produção mais eficiente de produtos, tanto para o mercado interno como voltado para a exportação. Ainda que o Brasil venha se destacando com artigos científicos sobre agricultura, zoologia e botânica, toxicologia e farmacologia, microbiologia e ambiente/ecologia, que são importantes, os coreanos e chineses se concentram nas tecnologias que permitem que seus produtos sejam crescentemente competitivos, inclusive com os desenvolvidos.

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Hábitos Brasileiros no Japão Com Defasagens

6 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Todas as comunidades de estrangeiros que vivem em outros países acabam adotando, ainda que com algumas defasagens, costumes que fizeram sucesso nos seus países de origem. Os brasileiros que formam uma comunidade em torno de 200 mil pessoas no Japão, segundo matéria postada no site voltado para eles http://www.web-town.org/comunidade.php informa que os bailões sertanejos que parecem já ter passado do seu auge no Brasil, fazem sucesso no Japão, que acaba atraindo não somente brasileiros, mas alguns dos seus amigos e japoneses locais sempre interessados em novidade.

Esta tendência à cristalização da cultura dos imigrantes é constatada por diversas pesquisas em comunidades étnicas, reforçando suas características marcantes com mais ênfase do que no país de origem. Até hoje os concursos de karaokê, por exemplo, são populares no Brasil, principalmente entre os descendentes de imigrantes japoneses, mas envolvendo também os locais que não possuem esta característica. Entre os imigrantes de origem alemã são marcantes os festivais, como os de Santa Catarina, que envolvem o consumo de grandes volumes de cervejas, com uso de roupas características e músicas com fortes características da Baviera, no sul da Alemanha. Algo semelhante acontece originalmente com os descendentes de italianos na famosa festa da Igreja N.S. de Achiropita em São Paulo, mas que acabou sendo uma tradição dos paulistanos de todas as origens.

Assista ao vídeo sobre os bailes sertanejos pelo link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=GsRwDH4lD5w

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Oktoberfest e a tradicional festa da Achiropita, no Bixiga

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O Desconhecimento dos Economistas no Mundo

5 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

A magnífica coluna do professor Delfim Netto de hoje no jornal Valor Econômico mostra a necessidade de maior humildade por parte dos economistas, que pouco sabem sobre os efeitos dos instrumentos que utilizam na execução da política econômica, tanto no Brasil como nos Estados Unidos e na Europa. Outro artigo da Yuriko Koike, do Partido Liberal Democrata do Japão, atualmente no governo tendo como primeiro-ministro Shinzo Abe, desejando implementar a chamada Abenomics, também mostra os resultados diversos que estão colhendo naquele país, apesar de perseguirem um aumento da inflação para o nível de dois por cento por ano, como está no seu artigo publicado no Project Syndicate com o irônico paralelo com a eleição do Papa, que sugere que a economia passou a ser como a religião, mais uma questão de crença do que de conhecimento pseudocientífico.

Delfim Netto cita as manifestações do Open Market Committee do FED norte-americano e do Monetary Political Committee do Bank of England que indicam que estamos num território totalmente desconhecido, quando se supunha que a teoria monetária aperfeiçoada por 250 anos tinha a capacidade de controlar a economia, ainda que com algumas demoras. E permitiram que patifarias fossem efetuadas pelas autoridades com os dirigentes de instituições financeiras que receberam substanciais ajudas, tornando-se mais que milionários, a custa dos pequenos poupadores. Sempre se alimentou a ideia que os mercados eram “perfeitos, moralmente administrados e seguramente autorregulados”.

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Delfim Netto                                                         Yuriko Koike

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